Fabiana Pulcineli

Repasses à OVG

O contrato do governo estadual com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) subiu para R$ 738,7 milhões em ano pré-eleitoral, com o maior salto anual registrado desde 2012 e em valor que representa mais que o triplo daquele estabelecido no início do mandato do governador Ronaldo Caiado (UB), em 2019. A entidade, que tem como presidente de honra a primeira-dama do Estado e pré-candidata ao Senado Gracinha Caiado (UB), receberá 65% (R$ 304,4 milhões) de acréscimo dos repasses pactuados por 12 meses no ano passado, quando já havia sido registrado um dos maiores aumentos desde a assinatura do contrato.

O aditivo com o novo valor entrou em vigor há dois meses e valerá até julho do ano que vem. Serão R$ 529,8 milhões para 17 rubricas de programas sociais e R$ 208,8 milhões para despesas administrativas da OVG (veja quadro). Neste último item estão incluídos R$ 115 milhões em gastos com pessoal e R$ 80 milhões de tributos retroativos.

A proposta de trabalho apresentada pela OVG aponta que esses R$ 80 milhões se referem a “parcelamento de tributos diversos e obrigações acessórias referentes ao período de 2019 a 2024, junto à Receita Federal, em razão do indeferimento do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), comunicado à entidade em 30 de janeiro deste ano”. Não há mais informações sobre essa dívida.

O contrato de gestão do governo goiano com a OVG foi assinado em 2011, no governo de Marconi Perillo (PSDB), por 12 meses, e vem sendo renovado por meio de aditivos. Foram 25 ao total, com aumento ou supressão de valores, conforme mudanças no plano de trabalho e necessidades dos governos de cortes de gastos. 
 
O primeiro acerto foi de R$ 94,4 milhões (R$ 207,6 milhões atualizados pela inflação). Até 2021, a média anual dos aditivos foi de R$ 256 milhões corrigidos, com os maiores saltos em anos pré-eleitorais.

<div class="p-readmore-box"> 
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Em 2013, o acréscimo foi de 25%, com o contrato de R$ 290 milhões com a correção. Já em 2017, o valor subiu 17,33%, chegando a R$ 306 milhões corrigidos pela inflação.

Nas duas ocasiões, o governador ainda era Marconi, no primeiro caso candidato à reeleição e depois se preparando para a disputa ao Senado.

No início da gestão de Caiado, houve redução de mais de 25% do contrato, até porque a maioria dos programas sofreu suspensão ou extinção. Em 2021, também às vésperas das eleições, o aditivo teve aumento de 55,6%, passando a R$ 311,9 milhões corrigidos.

Em 2023, houve salto de 30% (R$ 403 milhões) e no ano seguinte, mais 10,81%. Em julho do ano passado, o POPULAR mostrou que o valor do contrato havia subido 100% ao longo do mandato de Caiado, chegando a R$ 424 milhões (R$ 447 milhões corrigidos). Ainda em dezembro de 2024, o governo assinou novo aditivo, concedendo mais cerca de R$ 10 milhões e chegando a R$ 434 milhões válidos até julho deste ano.

Agora o valor sobe para R$ 738 milhões. Isso significa que houve R$ 466 milhões de acréscimo desde o início do segundo mandato (2023-26) de Caiado, quando ele começou a trilhar o caminho para tentar disputar o Planalto.

O contrato do Estado, assinado pela Secretaria de Administração (Sead), com a OVG prevê pagamento de ações sociais com recursos do Fundo de Proteção Social (Protege), no valor de R$ 425,4 milhões, e do Tesouro Estadual, de R$ 313 milhões. As despesas correntes somam R$ 727,8 milhões e investimentos R$ 10,8 milhões.

De 2022 para cá, o valor para folha de pessoal subiu de R$ 48,1 milhões para R$ 115 milhões. Em 2023, o custo com funcionários foi para 73,8 milhões e no ano passado, passou a R$ 83,7 milhões.

A OVG é responsável pelos programas da bolsa universitária (Universitário do Bem ou ProBem), restaurante popular (Restaurante do Bem), centros de idosos, Meninas de Luz e Banco de Alimentos, entre outras ações. Os maiores valores no novo aditivo vão para o ProBem (R$ 172,9 milhões), Gerência de Benefícios Sociais (GBS, R$ 120,7 milhões), Restaurante do Bem (R$ 114 milhões) e Natal do Bem (R$ 72,3 milhões).

A rubrica GBS contava com R$ 20,8 milhões no aditivo assinado no ano passado, um sexto do valor de agora. A proposta de trabalho diz que o programa inclui “serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência, idosas, crianças de 0 a 6 anos e gestantes em situação de vulnerabilidade ou risco social”.

O Universitário do Bem subiu de R$ 111 milhões em 2022 e para R$ 163,6 milhões no ano passado, e agora aumenta mais R$ 9,6 milhões. 
 
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Já o Natal do Bem, realizado pela OVG no Centro Cultural Oscar Niemeyer, custou R$ 19 milhões em 2022, passou para R$ 32,7 milhões no ano seguinte e para R$ 56,5 milhões em 2024. Agora, na última festa comandada por Caiado e Gracinha, serão R$ 72,3 milhões.

Para o Centro de Apoio ao Romeiro, em Trindade, o custo do novo aditivo é de R$ 3,47 milhões. Era de R$ 577,8 mil em 2022; R$ 1,23 milhão em 2023; e R$ 2,9 milhões no ano passado.

No caso do Restaurante do Bem, o documento da OVG afirma que eram 17 unidades em funcionamento no primeiro semestre de 2025 e há previsão de abertura de 6 neste segundo semestre, além de mais 23 no primeiro semestre de 2026. Das novas unidades previstas para o ano que vem, 7 são citadas como localidades ainda a definir.

A OVG ignorou os pedidos de informações feitos pela reportagem a respeito do novo aditivo. A reportagem solicitou esclarecimentos à assessoria da entidade, por e-mail e telefone de assessores, e ao governo estadual, mas não houve respostas.

No ano passado, a OVG havia alegado ao POPULAR que os atendimentos subiram de 3,8 milhões em 2019 para 5,7 milhões em 2023 e que o número de benefícios doados pela organização às famílias e entidades passou de 1,2 milhão no período de 2014 a 2018 para 9,5 milhões entre 2019 e 2023. Alegou ainda que o aumento dos programas demandava mais pessoal.

A entidade também afirmou que a atual gestão pagou dívida de R$ 85,9 milhões de gestões anteriores com a manutenção das unidades atendidas, os antigos programas Bolsa Universitária e Restaurante Cidadão, além de folhas e encargos.

<h2>Goiás Social</h2>

Além dos programas tocados pela OVG, a primeira-dama Gracinha Caiado comanda uma série de benefícios e ações de assistência à frente do Gabinete de Políticas Sociais, ligado à Governadoria. Em junho deste ano, ela foi à Assembleia Legislativa de Goiás levar projetos de “pacote social” com ampliação dos programas. As matérias previam investimento de R$ 122 milhões este ano, com aumento de auxílio financeiro a famílias com crianças com deficiência, benefício a atletas e reforma de unidades de atendimento social nos municípios.

O POPULAR solicitou também à OVG e à Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) levantamento sobre os gastos da área social no governo de Caiado, e as fontes de recursos, mas não obteve resposta. A reportagem fez o registro do pedido por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), que obriga as gestões a prestar contas aos cidadãos sobre despesas públicas.

Apenas o Protege tem R$ 2,24 bilhões em recursos empenhados este ano. O fundo vem de contribuição de empresas que recebem incentivos fiscais do governo. A gestão tem dito que aplica todo o valor na área social. Além disso, como mostra o contrato com a OVG, o governo aplica recursos do Tesouro Estadual também no setor.

No final de agosto, em entrevista à Folha, Caiado disse que Gracinha é “uma candidata muito forte” ao Senado, que “será a mais votada com certeza, e por mérito próprio”.

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Contrato com a OVG tem salto e chega a R$ 738,7 milhões

Política

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Governo de Goiás

Ano pré-eleitoral na gestão Rogério Cruz

Em corrida contra o tempo para viabilizar candidatura à reeleição, o terceiro ano de gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) teve ações políticas e administrativas focadas na gestão de imagem e na articulação junto a vereadores e partidos, além da resolução de seguidas crises. A tomada de decisões no Paço foi marcada pelas correções de rota diante de resultados adversos, como os constantes desentendimentos com a Câmara de Goiânia e os desgastes gerados por problemas na drenagem urbana, no primeiro semestre, e da coleta de lixo, no segundo, por exemplo.

A intensificação das articulações sobre a sucessão na capital, logo no início do ano e com o fechamento das urnas após a reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB), levou a análise, principalmente entre vereadores da base, auxiliares no Paço e dirigentes partidários, de que o ex-vice-prefeito de Maguito Vilela não teria condições de sequer disputar a vaga de candidato. O contexto provocou distanciamento de aliados, como o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), e de Caiado, que evitava agendas com o prefeito e chegou a reclamar da gestão, principalmente em relação à lentidão e transtornos da obra do BRT Norte-Sul, na Praça Cívica.

Nessas circunstâncias, a gestão começou 2023 com a meta de demonstrar a força da máquina no processo de estruturação do projeto político, mas esbarrou nos desencontros internos. Na lista de 10 fatos marcantes da administração no último ano, há frequentes idas e vindas registradas nas decisões sobre a articulação política do Paço e a montagem do primeiro escalão, além da atribulada relação com os vereadores.

<div attr-cid="policy:1.3098230" attr-version="policy:1.3098230:1704506653" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3098230" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3098230', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3098230">Ano pré-eleitoral na gestão Rogério Cruz (1.3098230)</a></div>

Ainda há incertezas sobre serviços e entregas consideradas fundamentais para a obtenção de resultados políticos, como a garantia de recursos para investimentos e a contração de novo empréstimo, de R$ 710 milhões. O prefeito apontou que a operação atual tem condições melhores que a contraída pela gestão de Iris Rezende, no valor de R$ 780 milhões junto à Caixa Econômica Federal, que foi cancelado por Cruz em 2021.

Logo em janeiro, Rogério apostou na experiência do ex-deputado federal Jovair Arantes (Republicanos) para equacionar insatisfações de vereadores. A ampla base de apoio, que chegou a mais de 30 parlamentares, teve formação a partir da distribuição de espaços no Paço e a chegada de Arantes não reduziu a avidez por cargos. Ainda no primeiro semestre, foi instalada a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/comurg-assume-novas-obras-em-goiania-1.3097876" target="_blank">Comurg assume novas obras em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/prefeito-garante-ter-apoio-do-prd-mesmo-sem-braga-no-gap-1.3097553" target="_blank">Prefeito garante ter apoio do PRD mesmo sem Braga no GAP</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeito-avalia-fazer-contrato-emergencial-de-coleta-de-lixo-em-goiania-1.3097520" target="_blank">Prefeito avalia fazer contrato emergencial de coleta de lixo em Goiânia</a></div>

Depois do recesso parlamentar, houve afastamento informal de Jovair e a articulação voltou a ser realizada pelo chefe de gabinete, José Alves Firmino. As insatisfações voltaram a crescer em agosto, com a expectativa dos parlamentares por trocas anunciadas por Rogério Cruz em reforma que representaria “virada” na gestão, e o próprio prefeito assumiu o protagonismo nas conversas.

Pela eleição

A reforma no secretariado foi constante ao longo do último ano, mas o conjunto de sete mudanças feitas em setembro foi resultado de sugestões, que logo se tornaram cobranças, do Grupo de Apoio ao Prefeito (GAP), criado em junho com a consultoria do marqueteiro Jorcelino Braga (PRD). As mudanças, no entanto, não atingiram a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), comandada por Denes Pereira (SD), nem a Comurg, presidida por Alisson Borges. As duas pastas foram alvo de críticas de Braga e Policarpo.

Ao longo dos 36 meses de mandato, o primeiro escalão da Prefeitura de Goiânia passou por 81 mudanças. Além das trocas realizadas com objetivo de acertar o foco administrativo, as alterações em 2023 passaram a ganhar aspecto eleitoral. O prefeito, inclusive, admitiu em entrevista à CBN Goiânia, que a distribuição de cargos ocorria em meio a “conversas com todos os partidos” para a base aliada “se mostrar mais forte que em 2020”. O gestor citava, em maio, as siglas PP, PDT, MDB, Solidariedade, PMB, Avante; “e quem mais quiser chegar”.

As recomendações do GAP representaram outro movimento de Cruz em busca da viabilidade eleitoral. Com a saída de Braga, em dezembro, o prefeito passou a buscar novo marqueteiro e partidos para o aconselhar.

A principal meta estabelecida no ano pré-eleitoral foi aumentar a aprovação da administração junto ao eleitorado e chegar a 2024 com avaliação positiva suficiente para disputar a Prefeitura. Depois de esperar índice entre 40% e 50%, sugerido no início da atuação do marqueteiro Jorcelino Braga (PRD), o prefeito reduziu, em dezembro, o número buscado para 30%, para o “começo de uma viabilidade”. Segundo afirmou ao Giro, “operando a máquina” e fazendo pré-campanha, “é automático subir para 40%, 45%”.

Foco eleitoral marca idas e vindas do Paço em 2023

Prefeitura de Goiânia

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Depois de ser submetido a uma cirurgia, Pedrinho voltou para casa com os pais. Entretanto, em 2024, seu estado de saúde voltou a se agravar e, em outubro do ano passado, ele retornou ao hospital para uma nova cirurgia. (ANA PAULA BELINI e DOMINGOS KETE)

Um bebê de 1 ano e 8 meses foi levado para um abrigo depois de viver 305 dias em uma unidade de terapia intensiva (UTI) cardiopediátrica do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. O menino, que estava desde abril deste ano sem receber visitas de familiares, deixou a unidade hospitalar na manhã desta sexta-feira (5).

O caso de Pedrinho – nome fictício usado para preservar a identidade do bebê – foi revelado pelo Blog do Domingos Ketelbey, em reportagem assinada pelo repórter e pela jornalista Ana Paula Belini. O menino nasceu em dezembro de 2023 com uma cardiopatia congênita que exigiu intervenção cirúrgica poucos dias após o nascimento. Em Goiás, as UTIs destinadas ao atendimento de bebês com esse tipo de problema de saúde estão localizadas no Hugol.

Depois de ser submetido a uma cirurgia, Pedrinho voltou para casa com os pais. Entretanto, em 2024, seu estado de saúde voltou a se agravar e, em outubro do ano passado, ele retornou ao hospital para uma nova cirurgia. Desde então, não teve alta. A permanência prolongada na UTI causou prejuízos a seu desenvolvimento. Por falta de estímulos, ele apresenta atrasos no desenvolvimento motor e verbal.

Depois de passar por quatro cirurgias desde que nasceu — três delas no coração —, o bebê poderia ter recebido alta em maio. No entanto, isso não ocorreu porque a última visita dos pais biológicos ao garoto foi em abril. O caso de Pedrinho é acompanhado pelo Conselho Tutelar de Goiânia e, na última quinta-feira (4), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determinou seu acolhimento provisório em um abrigo. Os pais foram convocados para prestar esclarecimentos.

Apesar da condição adversa, trabalhadores do Hugol relatam que Pedrinho conquistou o coração dos profissionais da UTI pediátrica, assim como das mães de outras crianças cardiopatas, que ajudavam a cuidar dele e até deixavam doações de roupas. Enquanto Pedrinho esteve no local, as pessoas uniram esforços para trazer conforto e qualidade de vida ao bebê, já que a UTI não conta, por exemplo, com janelas.

Além de alguns brinquedos, ele ganhou um cercadinho para poder se movimentar com mais liberdade e não ficar restrito à cama do hospital. Antes de ser levado para o abrigo, a equipe da unidade de terapia intensiva organizou uma espécie de festa de despedida para o bebê.

Em entrevista à TV Anhanguera, uma técnica de enfermagem se emocionou ao falar de Pedrinho. “Muito difícil, mas felicidade porque ele vai sair daqui. Vai poder viver uma outra vida”, emocionou-se Jéssica Victória. “A equipe toda se apegou muito com ele, né?”, completou Fabiana Calaça, coordenadora de Pediatra do Hugol.

Em nota, o Hugol informou que o bebê deu entrada na unidade em outubro de 2024 por conta de uma cardiopatia congênita complexa e teve alta nesta sexta em estado de saúde estável, sendo que “encontrava-se consciente e respirando espontaneamente”. O hospital ainda esclareceu que “durante todo o período de internação, a criança recebeu acompanhamento integral da equipe multiprofissional, seguindo rigorosamente os protocolos assistenciais da unidade, que asseguram cuidado, segurança e acolhimento aos pacientes”.

No abrigo em que foi acolhido, o tratamento especial de que Pedrinho precisa continuará. “Uma equipe que vai acolhê-lo esteve em contato com o hospital para poder aprender a conduzir essa alimentação e as medicações para que, de fato, ele possa ser conduzido até essa casa de acolhimento”, disse a conselheira tutelar Vanessa Assis à TV Anhanguera.

Segundo Vanessa, a mãe de Pedrinho sofre de depressão e não tinha condições de permanecer com ele no hospital. “Inicialmente, ela começou a fazer as visitas e sempre saía fora do horário. Após isso, começou a se negar e pediu uma autorização para evadir alegando não ter condições para ficar com ele no hospital”, relatou. Ainda de acordo com Vanessa, a avó de Pedrinho também foi procurada, mas se recusou a acompanhar o bebê no hospital.

Outra versão

Ao POPULAR, a mãe de Pedrinho, uma jovem de 23 anos, afirmou que não deixou de visitar o filho por vontade própria e que, sempre que tentava entrar na unidade de saúde para vê-lo, era impedida. “Meu irmão, minha mãe e meu marido também tentaram visitar ele e não deixaram. Eu só fiquei sabendo (que Pedrinho estava sendo levado para um abrigo) porque vi na televisão hoje (ontem) de manhã”, argumenta a mulher, que diz estar em busca de informações sobre para qual abrigo ele foi levado.

Em relação às acusações feitas por familiares sobre a condução do caso, o Hugol comunicou que “a situação está sob responsabilidade das autoridades competentes e corre em segredo de justiça, por envolver menor de idade”. “Informamos ainda que todas as tentativas de contato e mediação realizadas pela unidade foram devidamente registradas e encaminhadas às autoridades responsáveis para a devida apuração.”

<img attr-cid="policy:1.3309156" attr-version="policy:1.3309156:1757125736" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3309156/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Bebê de 1 ano e 8 meses que vivia em UTI deixou Hugol nesta 6ª-feira (ANA PAULA BELINI e DOMINGOS KETE)

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Depois de mais de 300 dias vivendo no Hugol, bebê vai para abrigo

Cidades

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Matéria - Cidades

Abandono

Primeira seleção sul-americana a garantir vaga na Copa do Mundo de 2026, a Argentina venceu a Venezuela por 3 a 0 no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, na noite de quinta-feira (4), em partida pela penúltima rodada das Eliminatórias que marcou a despedida de Lionel Messi de jogos oficiais com a seleção atuando em casa.

Com grande festa da torcida nas arquibancadas e a família também presente no estádio, Messi foi flagrado pelas câmeras bastante emocionado ainda no aquecimento antes da partida e também durante o hino nacional.

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<a href="https://opopular.com.br/esporte/atletico-go-tera-nova-dupla-de-zagueiros-em-jogo-contra-o-novorizontino-1.3308570">+Atlético-GO terá nova dupla de zagueiros em jogo contra o Novorizontino&nbsp;</a>

Com a bola rolando, o craque argentino de 38 anos voltou a fazer a diferença e foi o autor do primeiro gol, de cavadinha, e do terceiro, completando passe de Thiago Almada dentro da área.

Ele chegou aos 114 gols com a camisa alviceleste, em 194 jogos, isolando-se ainda mais como maior artilheiro da seleção. Vem em seguida Gabriel Batistuta, com 55.

Artilheiro isolado das Eliminatórias, com oito gols, Messi voltou a colocar em dúvida sua participação com a Argentina na Copa de 2026.

"Não acredito que eu jogue mais um Mundial, o mais lógico é que eu não chegue, mas estamos aí, estou esperançoso e com vontade. Mas é dia a dia, jogo a jogo", afirmou o argentino, que completará 39 anos em junho de 2026, durante o Mundial na América do Norte.

Ele acrescentou que continuará avaliando o futuro da carreira com a seleção ao longo dos próximos meses, levando em conta o próprio desempenho em campo.

"Quero me sentir bem e, sobretudo, ser sincero comigo mesmo. Se me sinto bem, desfruto. Se me sinto mal, prefiro não estar."

Após gols e festa, Messi volta a colocar em dúvida sua participação na Copa

Esporte

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Despedida?

Em 7 de junho de 1927 a Câmara dos Deputados derrubou o projeto de anistia aos revoltosos que ocuparam São Paulo, em 1924, e depois se uniram à Coluna Prestes. Em texto publicado em 10 de junho, o jornal O Democrata (disponível na Hemeroteca do IHGG), de propriedade do então senador Totó Caiado, avô do governador Ronaldo Caiado (UB), comemorou a decisão.

“Felizmente mais uma vez predominou na Câmara Federal a verdadeira compreensão das conveniências nacionais, que mandam que se abandonem de todo as inspirações do sentimentalismo mórbido, pronto a perdoar todos os crimes e a acoroçoar novas rebeldias”. Os governistas da época, entre eles Totó Caiado, eram oposição aos revoltosos, o que explica tanto a posição de seu jornal, quanto a reprovação da anistia. Mas nem sempre foi assim.

Levantamento do site Poder 360, publicado em 1º de maio, revelou que desde a Independência do Brasil, coincidentemente comemorada neste domingo (7), o país concedeu 48 anistias. Nessa semana a tentativa de aprovar a 49ª ganhou tração no Congresso Nacional.

Essa pauta não nasceu do interesse público. Pesquisa Datafolha, de agosto, revelou que maioria dos eleitores (55%) é contra anistiar envolvidos nos atos golpistas. Da mesma forma, a PEC da Blindagem, que movimentou o Congresso há duas semanas, não representa reivindicação popular. A proposta visa blindar deputados e senadores de ações judiciais e está, por enquanto, parada.

Assim chega-se à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta entrou na pauta com a adesão do Centrão, em articulação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). E quem ganha o quê? Os governadores Ronaldo Caiado, Tarcísio (SP), Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) estão na linha de frente desta anistia pelo apoio e voto de bolsonaristas em 2026.

Caiado defende que o perdão aos bolsonaristas vai “apaziguar” o Brasil, visão que contradiz os fatos históricos. As 48 anistias não pacificaram nada, ao contrário “acoroçoaram novas rebeldias”, como escreveu O Democrata de Totó Caiado, em 1927. O histórico brasileiro é de quarteladas, golpes e tentativas desde a Proclamação da República (em 1989) até o golpe de 1964. A experiência mais longeva de democracia no Brasil tem só 40 anos.

A anistia pode interromper essa experiência e provocar um retrocesso aos tempos em que civis e militares se uniam para derrubar o governo da vez. Juscelino Kubitscheck caiu na armadilha de pacificação. Ele anistiou militares que tentaram impedir sua posse na Presidência da República, em 1956. Novo indulto em 1961 contemplou quem cometeu crimes políticos desde 1934 e beneficiou, principalmente, os partidos de oposição e setores das Forças Armadas que tentaram impedir a posse do presidente João Goulart.

Os impunes se rearticularam e promoveram o golpe de 1964 que cassou o mandato de senador de Kubitscheck e levou o Brasil a uma ditadura militar por 21 anos. Perdoar é apagar crimes, no caso de Bolsonaro e de seus aliados fartamente documentados na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente na ação penal em julgamento no STF.

Casos de reiteradas campanhas para desacreditar o sistema eleitoral; de produção de material para supostamente provar que teria havido fraude na eleição de 2022; da apresentação de uma minuta de decreto golpista aos chefes das três Forças Armadas, com previsão de convocar novas eleições e de prisão dos ministros do TSE. Sem falar nos atos de violência praticados por bolsonaristas, como no fatídico 8 de janeiro.

A anistia em debate, diferentemente do que querem fazer acreditar os governadores, é apenas uma arma política que barganha a impunidade de Bolsonaro por apoio eleitoral. Para ter sucesso nas urnas em 2026, a direita que se mostra nada moderada, se alia à ultradireita e coloca em risco a estabilidade democrática arduamente construída nesses últimos 40 anos. E pela porta que entrar a impunidade, também passará a blindagem dos parlamentares, principal projeto do Centrão.

Cileide Alves, jornalista