A Prefeitura de Goiânia tem contrato com o Banco Master para disponibilização de empréstimo consignado aos servidores municipais, com encerramento previsto para este domingo (23). O município afirmou, em nota, que o credenciamento do Master foi realizado em 2023, na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD). Este credenciamento foi prorrogado em 2024, com vigência até novembro de 2025.

Questionada sobre a possibilidade de prorrogar o contrato mais uma vez, a Prefeitura disse que a atual gestão reavaliou o documento e verificou alto número de reclamações e processos judiciais envolvendo o banco. Por este motivo, disse o Paço, houve a conclusão de que não há vantagem em prorrogar a parceria. A Prefeitura também confirmou que a única relação com o Master é este contrato que está em fase final.

De acordo com a Prefeitura, a investigação da Polícia Federal contra o Master, no âmbito da Operação Compliance Zero, não provoca qualquer impacto administrativo, financeiro ou operacional para o município. “Os contratos de empréstimo consignado são firmados diretamente entre cada servidor e o banco, sem envolvimento financeiro da Prefeitura”, destacou.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/aplicac-o-no-master-vira-embate-entre-gest-es-1.3339467" target="_self">Aplicação no Master vira embate entre gestões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/igor-franco-vai-relatar-projeto-de-emprestimo-com-o-bndes-1.3339469" target="_self">Igor Franco vai relatar projeto de empréstimo com o BNDES</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-prende-banqueiro-daniel-vorcaro-dono-do-banco-master-1.3338458" target="_self">PF prende banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master</a></div>

O município argumentou que é responsável apenas por questões operacionais, como desconto em folha, quando autorizado pelo servidor. “Não há repasse de recursos da Prefeitura ao Banco Master e não existe relação financeira que gere risco para a administração”, reiterou.

O Banco Master é investigado pela Polícia Federal por supostas irregularidades para favorecer sócios ou modificar resultados financeiros, com possíveis manipulações de ativos e desvios de recursos de fundos de investimentos.

Contrato de consignado em Goiânia termina nesta semana

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Paço Municipal

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Goiânia, Luan Alves (MDB), designou nesta quarta-feira (19) o vereador Igor Franco (MDB) para relatar o projeto de lei que autoriza a Prefeitura a contrair empréstimo de R$ 132 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), enviado pelo Executivo em setembro. A designação da relatoria ocorre um dia depois de a Procuradoria-Geral da Câmara determinar a devolução da proposta em virtude da falta de documentação necessária para a tramitação, como mostrou o Giro. O parecer apontou a ausência de pareceres técnico e jurídico; demonstração de atendimento aos limites do Senado para endividamento e operações de crédito; certidões fiscais e plano detalhado de aplicação dos recursos.Alves diz que fez a indicação a pedido de Franco. Ex-líder de Governo, o emedebista não é titular da CCJ, mas voltou a ocupar assento na comissão após pedido de licença do vereador Lucas Kitão (UB). A respeito do parecer da Procuradoria pela devolução do projeto, Alves afirma que deixou a decisão para o relator e o colegiado. “Creio que assim fica mais democrático. Eu poderia fazer isso, mas não costumo e não gosto de agir por vontade própria. Gosto da participação dos pares”, diz o presidente da CCJ. A análise da proposta do empréstimo pelo colegiado ainda não tem data definida e só ocorrerá após Franco emitir o relatório. LDO 2026Quase um mês depois de o texto substitutivo do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2026 ter chegado à Câmara, o presidente da Comissão Mista, Cabo Senna (PRD), oficializou nesta quarta a indicação de Lucas Vergílio (MDB) para relatar a proposta. Ainda não há data para reunião do colegiado. A LDO, que serve de base para a Lei Orçamentária Anual (LOA), chegou em 12 de agosto à Câmara, foi retirada em setembro em função de desacordo, entre outros pontos, acerca do índice de remanejamento orçamentário, e retornou com alterações em 21 de outubro. Na primeira versão, Vergílio, vereador de oposição ao prefeito, também foi o relator. As propostas orçamentárias estão travadas na Casa desde o início dos entraves relacionados ao valor das emendas impositivas previsto na LOA 2026. Nesta semana, o POPULAR mostrou que o prefeito Sandro Mabel (UB) afirmou que um estudo realizado pelo Executivo será enviado à Casa apontando o melhor caminho para a alteração do texto, e reiterou que o limite individual de emenda impositiva é de R$ 5 milhões.

Igor Franco vai relatar projeto de empréstimo com o BNDES

Câmara de Goiânia

Diante da liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central, o Instituto de Previdência dos Servidores de Aparecida (AparecidaPrev) vai, segundo a prefeitura, se habilitar como credor para receber de volta a <a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-prende-banqueiro-daniel-vorcaro-dono-do-banco-master-1.3338458" target="_self">aplicação de R$ 40 milhões realizada em junho de 2024</a> e os respectivos rendimentos (até outubro de 2025 eram R$ 7 milhões). O banco é alvo da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, por suspeita de manipulação de ativos e desvios de recursos de fundos de investimentos.

Em nota, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia afirmou que a aplicação “foi realizada em instituição financeira com nota inferior ao permitido pela política vigente do AparecidaPrev”. Segundo o texto, assim que assumiu a gestão, em janeiro de 2025, a atual presidente do instituto, Márcia Tinoco, notificou o Conselho Deliberativo da Previdência, comunicou os órgãos de controle e apresentou denúncia ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) e ao Ministério da Previdência.

A prefeitura explicou que a aplicação está vinculada a um período de 10 anos e não pôde ser resgatada. Uma ata de reunião do conselho fiscal do AparecidaPrev, realizada em 25 de setembro de 2024, cita discussão sobre investimento realizado no Banco Master à revelia de autorização do Conselho Municipal de Previdência (CMP).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-prende-banqueiro-daniel-vorcaro-dono-do-banco-master-1.3338458" target="_self">PF prende banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/gerente-de-banco-preso-ao-tentar-desviar-r-50-milh-es-de-contas-era-monitorado-na-agencia-diz-policia-1.3337862" target="_self">Gerente de banco preso ao tentar desviar R$ 50 milhões de contas era monitorado na agência, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-federal-prende-ex-presidente-do-inss-em-operac-o-sobre-descontos-em-aposentadorias-1.3336334" target="_self">Polícia Federal prende ex-presidente do INSS em operação sobre descontos em aposentadorias</a></div>

De acordo com a prefeitura, o patrimônio atual do AparecidaPrev é de cerca de R$ 1 bilhão e, diante disso, os aposentados e pensionistas ligados ao instituto não serão prejudicados. “A atual gestão do AparecidaPrev reforça que tem atuado com transparência e responsabilidade para proteger o patrimônio previdenciário dos servidores municipais, adotando todas as medidas cabíveis para resguardar os recursos do Regime Próprio de Previdência Social”, afirmou.

O AparecidaPrev está entre 18 institutos de previdência estaduais e municipais que investiram em letras do Master, conforme mostrou reportagem do jornal Folha de S.Paulo. As aplicações somam R$ 1,8 bilhão e foram realizadas entre outubro de 2023 e dezembro de 2024. O maior valor é do Rioprevidência (responsável pelo pagamento de aposentados e pensionistas do Rio de Janeiro), com R$ 970 milhões.

Entre os alvos da investigação está o dono do banco, Daniel Vorcaro, preso na segunda-feira (17), em São Paulo, quando se preparava para embarcar em um voo para o exterior. Por meio da Compliance Zero, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão temporária, cinco mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão.

<h2>Titulares</h2>

A tratativa do AparecidaPrev foi realizada quando Vilmar Mariano era prefeito e Robes Venâncio estava à frente da autarquia. Em nota, o advogado de Venâncio, Sérgio Miranda, afirmou que todas as aplicações realizadas durante a gestão de seu cliente, inclusive a operação firmada com o Master, “observaram integralmente a política de investimentos vigente à época e foram lastreadas em critérios objetivos de conformidade, risco e retorno”.

A defesa apontou que a alegação de suposto descumprimento de rating não se sustenta, “uma vez que a decisão de alocação foi embasada em análise técnica multidimensional, em estrita aderência aos parâmetros normativos então aplicáveis”. O advogado argumentou que a operação foi submetida ao comitê de investimentos do AparecidaPrev e aprovada.

“Assim, revela-se absolutamente improcedente a afirmação de que o Conselho ou demais instâncias de governança não teriam sido consultados”, disse a defesa. Miranda afirmou que o procedimento passou pelos trâmites ordinários dos órgãos fiscais e administrativos, com emissão das respectivas manifestações e ressalvas formais, que reconheceram, segundo ele, a adequação da operação.

O advogado apontou ainda que a crise envolvendo o Banco Master é um evento “superveniente, extraordinário e imprevisível, com impactos sistêmicos no mercado financeiro nacional”. A reportagem entrou em contato com Mariano e com o MP-GO, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

<h3>Apontamentos</h3>

Em nota, a prefeitura afirmou que “a instituição financeira foi apresentada ao instituto de previdência pelo ex-secretário da Fazenda de Aparecida, Einstein Paniago, que fazia parte do conselho de investimentos e presidiu o AparecidaPrev antes de virar secretário da Fazenda na administração de Vilmar Mariano”.

Por outro lado, Paniago negou que tenha feito qualquer intermediação. O ex-secretário argumentou que o banco pediu credenciamento por meio de contato com a diretoria financeira, como fizeram outras empresas da área. Paniago argumentou que, como conselheiro, defendeu que o colegiado discutisse sobre a instituição ter a oportunidade de se credenciar. O ex-secretário apontou que o credenciamento foi aprovado, mas este processo não tem relação com a aprovação de operação financeira.

Aplicação no Master vira embate entre gestões

AparecidaPrev

Cerca de 90% dos computadores da Prefeitura de Goiânia serão trocados pela atual gestão até junho de 2026, a partir da contratação da empresa mineira Líder Notebooks, feita por adesão a ata de licitação iniciada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), do governo federal. Ao todo, o Paço vai adquirir 3,5 mil computadores completos para trocar o conjunto utilizado atualmente, de um total de 4 mil equipamentos. A administração municipal justifica que outras 500 máquinas tinham sido adquiridas em 2023, na gestão Rogério Cruz (SD), e, logo, ainda estão em funcionamento pleno. Os equipamentos que serão trocados possuem entre cinco e oito anos de uso, considerado o máximo no funcionamento da Prefeitura.

O contrato com a empresa mineira terá um valor total de R$ 11.756.500,00, sendo R$ 3.359,00 por máquina, que será da marca Lenovo. A adesão à ata será feita pela Secretaria Municipal de Inovação e Transformação Digital (SIT) e cada órgão da estrutura da administração municipal precisa assinar um termo de cooperação interna (TCI) para receber os equipamentos. Até o início desta semana, já tinham assinado o documento a Procuradoria-Geral do Município (PGM) e a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma). No primeiro caso, são 250 computadores, enquanto que a agência receberá198 equipamentos novos.

De acordo com o Paço Municipal, a aquisição por meio de adesão a ata do MGI do governo federal “visa garantir economia e celeridade para o processo”, em comparação a iniciar um processo licitatório próprio. A administração municipal argumenta que a “iniciativa representa uma redução superior a 47% em comparação à última aquisição de computadores realizada em 2023”, quando cada computador teve um custo de R$ 6.435,00, e ainda que uma pesquisa de mercado, realizada neste ano, obteve um orçamento de R$ 4.845,00. “A substituição é necessária porque grande parte dos equipamentos atuais encontra-se obsoleta, o que provoca lentidão, interrupções frequentes e alto custo de manutenção”, informa o Paço.

A entrega dos novos computadores será realizada em lotes, por secretaria, a partir de janeiro de 2026, com previsão de conclusão até junho do mesmo ano. De acordo com a planilha lançada no processo de contratação da Líder Notebooks, o primeiro lote de aquisição contará com 1.977 computadores que chegarão, além da PGM e da Amma, para mais oito pastas municipais. A maior parte deles, 550 máquinas, vai ser da Secretaria Municipal de Administração (Semad). “Com a atualização do parque tecnológico, o cidadão será diretamente beneficiado com serviços mais rápidos, estáveis e eficientes”, considera a Prefeitura, que complementa que “esta aquisição atende a um processo de renovação tecnológica, ação estratégica para assegurar melhores condições de trabalho e continuidade dos serviços públicos digitais, reduzindo o tempo dedicado à solução de problemas técnicos”.

Segundo o estudo técnico preliminar (ETP) que fundamentou a contratação dos novos computadores, a compra visa garantir a continuidade das atividades administrativas e manter a compatibilidade com os sistemas informatizados em operação. Além disso, vai proporcionar maior eficiência energética e reduzir custos de manutenção corretiva, como também aumentar a segurança da informação, “evitando vulnerabilidades associadas a equipamentos defasados”. O estudo reforça ainda que a maioria dos computadores utiliza sistema operacional Windows 10 Professional e o fim do suporte oficial pela Microsoft ocorreu em outubro passado. O contrato tem a aquisição do Windows 11. Entre as pastas que não vão receber novas máquinas nesta leva estão a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Agência Municipal de Eventos e Turismo (Goiâniatur) e a Secretaria Municipal de Cultural (Secult).

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Prefeitura de Goiânia vai trocar 90% de seus computadores

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Administração pública

A farmacêutica Vivian Bolgenhagen, de 43 anos, foi indiciada pela <a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-quem-era-o-professor-que-morreu-em-acidente-de-moto-na-faixa-de-onibus-1.3228370" target="_self">morte do professor Antônio Carlos de Souza</a>, de 53 anos, em um acidente de trânsito na Avenida 85, no Setor Bueno, em Goiânia, ocorrido em 5 de fevereiro. Ela responde por homicídio culposo na direção de um veículo automotor, crime previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Antônio Carlos estava em uma motocicleta quando foi fechado por Vivian, que estava em um Toyota Hilux, próximo ao cruzamento com a T-55. O caso chamou a atenção na época porque foi a primeira morte de um motociclista após a Prefeitura liberar para motos o corredor preferencial de ônibus existente na avenida.

O delegado Hellyton Carlos Miranda de Carvalho, da Delegacia Especializada em Investigações de Crimes de Trânsito (Dict), afirma no relatório de conclusão do inquérito que, por mais que haja indícios de que o professor estivesse em alta velocidade, não foi possível comprovar isso durante as investigações e, mesmo que fosse verdadeira essa hipótese, o acidente ocorreu pela forma como <a href="https://opopular.com.br/cidades/morte-de-professor-e-a-primeira-apos-liberac-o-de-motos-em-corredor-preferencial-1.3227982" target="_self">Vivian fez a conversão à direita para acessar o estacionamento de uma loja na 85</a>. Segundo o delegado, a investigada não dirigia com a devida atenção e cuidado “indispensáveis à segurança no trânsito” e exigidos pela lei.

Antônio Carlos foi a primeira vítima fatal em acidente de trânsito em um corredor preferencial do transporte coletivo de Goiânia desde que o prefeito Sandro Mabel (UB) determinou no começo do ano a liberação desses espaços para motocicletas, com a justificativa de que melhoraria a fluidez do trânsito nas vias. A colisão foi durante a manhã de uma quarta-feira. O professor foi atingido na lateral pela caminhonete de Vivian. Ela estava na faixa central da pista no sentido Centro-bairros, quando entrou à direita, atingindo a moto. A vítima morreu no local. A farmacêutica ficou no local até a chegada do socorro e da polícia e fez o teste do bafômetro, que deu negativo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-quem-era-o-professor-que-morreu-em-acidente-de-moto-na-faixa-de-onibus-1.3228370" target="_self">Veja quem era o professor que morreu em acidente de moto na faixa de ônibus</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/morte-de-professor-e-a-primeira-apos-liberac-o-de-motos-em-corredor-preferencial-1.3227982" target="_self">Morte de professor é a primeira após liberação de motos em corredor preferencial</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/motociclista-sai-andando-apos-ser-atingido-por-carro-em-cruzamento-de-goiania-video-1.2588275" target="_self">Motociclista sai andando após ser atingido por carro em cruzamento de Goiânia; vídeo</a></div>

Em seu relatório, o delegado conta que a defesa da investigada pediu para incluir no inquérito fotografias da árvore com sinais do impacto do corpo do professor que foi arremessado ali após a colisão, sob o argumento que esse choque teria decisivo para resultar na fatalidade do acidente, e também entregou um levantamento apontando que Antônio Carlos tinha mais de R$ 6,3 mil em multas de trânsito. A partir disso, a Dict apurou que entre 2017 e 2025 o professor foi multado 42 vezes em Aparecida de Goiânia e na capital, na maioria dos casos por excesso de velocidade. Mas não há no processo prova de que no momento do acidente a moto estava acima da velocidade.

Em seu depoimento, Vivian afirmou que trafegava em baixa velocidade, parou no cruzamento com a T-55 quando o semáforo ficou vermelho e que imediatamente acionou a seta para a direita, ainda com a caminhonete parada. Assim que apareceu o sinal verde, ela disse que seguiu em frente com a seta ligada, que olhou pelo retrovisor e não viu nenhum veículo se aproximando pela direita antes de ela começar a manobrar para entrar com o carro no estacionamento da loja. Ao entrar na faixa da direita, ouviu um barulho de colisão na sua lateral, parou o carro de imediato e ficou no local, ligando para os bombeiros e aguardando a polícia.

Vivian também disse achar que a faixa da direita era exclusiva para ônibus e que só soube do decreto de Mabel posteriormente. Na caminhonete, estava uma familiar como passageira, que, em depoimento, não acrescentou informações que ajudassem na investigação. Uma testemunha citada pela farmacêutica também foi ouvida na Dict e afirmou que estava em um veículo atrás da caminhonete da investigada, que viu quando ela sinalizou para entrar na faixa à direita, que quando Vivian começou a entrar na outra faixa não havia nenhum veículo atrás e que a moto se aproximou em uma velocidade elevada, surpreendendo-a.

Para Hellyton, entretanto, a forma como a farmacêutica entrou na faixa à direita foi abrupta e, por ser um trecho reto, nada a impedia de ter visto a aproximação da moto. Ao obstruir o trajeto de Antônio Carlos, segundo o delegado, a investigada provocou o acidente, não havendo outra causa além dessa. Sobre a colisão com a árvore, o delegado reconhece que pode ter sido determinante para a morte, mas destaca que isso só aconteceu por causa da colisão anterior da caminhonete com a moto. “Esse resultado era objetivamente previsível e podia ter sido evitado se a agente (Vivian) atuasse com o devido cuidado.”

O delegado frisa que ainda falta ser anexado ao processo o laudo de perícia criminal de local de ocorrência de tráfego, em elaboração pela Polícia Técnico-Científica, mas que isso não afetou a conclusão pelo indiciamento de Vivian. O inquérito foi encaminhado à Justiça no dia 14 de novembro e aguarda um posicionamento do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para dar continuidade. O indiciamento tal como ocorreu, pelo artigo 302 do CTB, tem resultado na proposição de acordo de não persecução penal (ANPP) por parte do MP-GO, conforme já noticiado pelo POPULAR ao longo dos últimos dois anos.

Professor de Matemática, Antônio Carlos tinha vínculo com a rede pública estadual de ensino desde 1993. Em agosto de 2024, ele foi lotado no Colégio Estadual Murilo Braga, localizado na Rua 200, na Vila Nova. Segundo colegas de trabalho, era uma pessoa discreta e pai de três filhos. No dia do acidente, Vivian estava grávida de 33 semanas. A morte dele gerou críticas à decisão do prefeito de liberar o corredor, mas não houve novas ocorrências do tipo depois disso. A liberação foi uma promessa de campanha de Mabel, efetivada na primeira semana de seu mandato. O prefeito comentou, na época, que recebeu com tristeza a notícia da morte, mas que não via relação com a liberação.