Com previsão anterior de 60 dias, o contrato emergencial com a Caixa Econômica Federal para gestão da folha de pagamento dos servidores da Prefeitura de Goiânia agora será de seis meses. Enquanto isso, segue suspensa por tempo indeterminado a licitação para a venda da folha, realizada no dia 28 de dezembro e que só teve o banco Itaú como interessado, com proposta do valor mínimo de R$ 165 milhões.Pelo contrato emergencial, a Caixa havia apresentado proposta de R$ 20,5 milhões por 12 meses, mas a Prefeitura quer a metade do período. Em reunião na segunda-feira (7), a Comissão de Licitação acertou com o banco uma nova modalidade de contratação e o valor será fechado nesta terça.Nos bastidores, a informação na Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) é que a gestão deve aguardar a possibilidade de derrubada no Congresso do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao artigo que permite que Estados e municípios movimentem recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para outras contas usadas por prefeituras e governos estaduais.A Sefin afirma que o processo licitatório pode ficar em aberto por qualquer período por interesse da administração.O secretário Geraldo Lourenço afirmou ao POPULAR que a Prefeitura segue em tratativas para conseguir valor maior do que o mínimo, de pelo menos R$ 200 milhões. Ele admite que o fator Fundeb pode garantir proposta maior.Atualmente, a lei só autoriza a movimentação dos recursos em contas de bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil. O veto do presidente foi publicado no mesmo dia do leilão. Apenas dois bancos estiveram presentes, Bradesco e Itaú, mas somente o segundo apresentou proposta.A Prefeitura apostava na sanção da nova lei ou ainda em decisões judiciais que autorizem a operação com o banco vencedor.No mês passado, O POPULAR já havia informado a intenção de fechar contrato emergencial com a Caixa, atual responsável pela gestão da folha até o dia 28 de fevereiro, a partir de 1º de março. No entanto, a ideia inicial era de prazo de dois meses.A Prefeitura suspendeu a licitação até o dia 11 de janeiro, alegando necessidade de tempo para analisar a documentação. Depois houve nova suspensão, sob justificativa de que pregoeira Hendy Adriana Barbosa de Oliveira havia sido diagnosticada com Covid-19, o que inviabilizaria a reunião. No entanto, o processo segue em aberto por prazo indeterminado. Geraldo Lourenço voltou a dizer que o adiamento do processo não afeta investimentos e obras em andamento no município. “Não há nenhum prejuízo. Todos os investimentos em andamento já têm provisão”, disse.Questionado sobre a necessidade de conclusão de 25% do contrato de asfaltamento da cidade, iniciado na gestão de Iris Rezende e que não teve financiamento prorrogado com a Caixa, o secretário afirmou que não há dependência da venda da folha.No ano passado, a Caixa havia proposto prorrogação do contrato da gestão da folha pelo valor de R$ 100 milhões, enquanto o Banco do Brasil cobriu a oferta com proposta de R$ 110 milhões. Considerando baixos os valores, a Prefeitura contratou consultoria para precificação e decidiu realizar o processo licitatório pelo valor mínimo de R$ 165 milhões. A intenção era fechar novo contrato por R$ 200 milhões a R$ 250 milhões.