O coronel Benito Franco, da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), foi solto na noite desta quarta-feira (7), após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O policial estava preso desde 18 de abril deste ano, quando foi detido pela Polícia Federal (PF) na Operação Lesa Pátria, que investiga suspeitos de participação, financiamento, omissão ou financiamento dos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

De acordo Leonardo Batista, um de seus advogados, o ministro entendeu que Franco poderia continuar respondendo o processo em liberdade, desde que cumprisse medidas cautelares. "Ele entendeu que a aplicação dessas medidas seriam mais suficientes do que a prisão", afirma. Entre elas, o policial terá de usar tornozeleira eletrônica e ir, uma vez ao mês, à 1ª Vara de Execução Penal de Goiânia.&nbsp;

Franco estava detido na Academia de Polícia Militar de Goiás desde o dia 18 de abril. Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em dezembro do ano passado, ele publicou um vídeo nas suas redes sociais em que afirmava que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não subiria a rampa do Palácio do Planalto, em alusão a um suposto golpe que ocorreria para impedir a posse do vencedor da disputa presidencial.&nbsp;

No vídeo, ele defendia o silêncio do então presidente Bolsonaro, que estava calado desde que perdeu a eleição para Lula. "Só o fato de ele não ter anunciado e reconhecido a vitória do ladrão (sic) já diz tudo e é o que você precisava saber. Então mantenha a calma. Ninguém tá brincando de bandeirinha na rua não. A coisa é complexa", disse.

Depois, ele afirmava, ao chamar Lula de ladrão, que o presidente não tomaria posse. "Pelos meus filhos, pelos seus filhos. Até pelos seus filhos, eleitores do Lula, que não se importa de obter as coisas licitamente, eu, coronel Benito Franco, da Polícia Militar de Goiás, ex-comandante do batalhão de Rotam, falo com todas as letras: o ladrão (sic) não sobe a rampa”, acrescentou.

Na época, a PM-GO determinou a abertura de um procedimento administrativo contra Franco por conta do vídeo. Depois ele se retratou e disse que reconhecia a vitória do petista e que Lula era “democraticamente e reconhecidamente o presidente do Brasil eleito em 2022”. Ainda em dezembro, o coronel foi denunciado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) por suas falas. A audiência está marcada para o dia 13 de setembro.

Integrante da PM-GO há 25 anos, Franco foi comandante do batalhão da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) entre janeiro de 2019 e agosto de 2021. Seu nome ganhou notoriedade na época das buscas a Lázaro Barbosa, acusado de uma série de crimes violentos na região do Entorno do DF, em junho de 2021. Ele também foi candidato a deputado federal em 2022, pelo PL.

Coronel Benito Franco é solto, mas vai usar tornozeleira

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Policial

O clássico entre Vila Nova e Goiás, neste domingo (2), marca, além do retorno de um jogo ao estádio Serra Dourada, a inauguração da nova iluminação do principal palco do futebol goiano. É a mudança significativa no estádio desde a derrota do Atlético-GO, por 2 a 1, para o Flamengo, em abril do ano passado, quando o equipamento esportivo recebeu um jogo oficial pela última vez.A troca da iluminação do Serra Dourada foi concluída no final do ano passado. Alguns testes foram feitos nesta semana e o custo da obra, que foi realizada pela Goinfra, começou em R$ 12.718.080,60 e foi finalizado em R$ 13.617.444,61 após aditivo de R$ 953.364,01. A nova iluminação do Serra Dourada possui 412 refletores, com tecnologia LED. A taxa de luminosidade subiu de 800 lux para 2.500 lux. O novo índice deixa o estádio apto para receber partidas noturnas da Série A e da Conmebol. Nos últimos anos, com a taxa de lux anterior, Atlético-GO e Goiás atuaram em jogos à noite pela Sul-Americana, mas ambos os clubes pagaram multas à Conmebol, que exigia luminosidade mais forte.A troca da iluminação do estádio Serra Dourada não tem relação com o processo de concessão à iniciativa privada pelos próximos 35 anos.Essa reforma faz parte do acordo que a administração do Serra Dourada, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), assinou em abril de 2022, com o Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos de Futebol (GFUT), do Ministério Público de Goiás, para a reabertura do estádio após período de pouco mais de dois anos sem receber jogos.O Estado explicou que seguiu com a troca da iluminação pelo fato do processo licitatório ter começado em agosto de 2023, antes do avanço no processo para concessão do estádio.O acordo entre Seel e MP-GO está suspenso desde maio deste ano, a pedido da secretaria, por causa do avanço do processo para a concessão do complexo esportivo. Antes da suspensão ocorrer, a troca da iluminação já tinha começado e foi concluída como item obrigatório do acordo com o MP-GO.Antes do clássico, os clubes tiveram oportunidade de ir ao estádio. O Vila Nova fez um treino na terça-feira (28). O Goiás foi convidado, mas optou por não fazer atividade no local por entender que poderia atrapalhar a preparação para o duelo.A intenção do Estado é usar com maior frequência o estádio Serra Dourada nos próximos meses, incluindo eventos à noite. A ideia é fazer programação para a celebração de 50 anos do estádio antes de repassá-lo à iniciativa privada - isso vai ocorrer após assinatura do contrato, provavelmente no segundo semestre deste ano.Jogos de futebol do Campeonato Goiano e abertura da 11ª edição da GO Cup podem ser no Serra Dourada. “Estamos querendo criar uma série de eventos do Serra para as comemorações dos 50 anos. Jogos do Campeonato Goiano é um. A abertura da GO Cup será no Serra, à noite, até por causa da nova iluminação, será outro”, frisou o vice-governador Daniel Vilela.A final do Estadual pode ser disputada no Serra Dourada, se dois times da capital chegarem na decisão - está no regulamento da competição.Há outros eventos previstos, segundo Daniel Vilela. “Tem um evento do Padre Marcos (Rogério), algo gigantesco até com a presença da imagem da Nossa Senhora da Aparecida. O Alok quer fazer um show da turnê dele, e o Rally dos Sertões nos procurou para fazer a largada do Serra Dourada. Está em fase de conversa ainda, mas nossa ideia é fazer a largada dentro do estádio”, revelou o vice-governador.

Serra Dourada volta a receber jogo com iluminação que custou R$ 13,6 milhões

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Goianão

O clássico entre Vila Nova e Goiás chega para o Campeonato Goiano na metade da 1ª fase, num palco tradicional e como uma disputa pelo topo da classificação. Neste domingo (2), os rivais se enfrentam a partir das 18 horas, no Estádio Serra Dourada, pela 6ª rodada do Estadual, que colorados e esmeraldinos iniciam na liderança e na vice-liderança, respectivamente. A dupla chega embalada para o duelo.

(Confira, no fim do texto, onde assistir, arbitragem, preço de ingressos e escalações prováveis)

Tanto o Vila Nova quanto o Goiás já protagonizaram clássicos em 2025. O Tigre venceu o Atlético-GO por 3 a 1, no Antônio Accioly, pela 4ª rodada. Já o esmeraldino goleou o Goiânia por 3 a 0, na Serrinha, pela 3ª rodada.

Em seus últimos jogos, os rivais não tiveram boas atuações, mas conseguiram pontuar - o Vila empatou com o Crac em 0 a 0, no Olímpico, e o Goiás ganhou da Jataiense por 1 a 0, na Serrinha, com gol de Pedrinho nos acréscimos do 2º tempo.

O Vila Nova é o único time ainda invicto no Goianão. Com três vitórias e dois empates, a equipe colorada também ostenta a melhor defesa, com apenas um gol sofrido, e ocupa a liderança isolada do Estadual, com 11 pontos.

Já o vice-líder Goiás, com um ponto a menos, tem três vitórias, um empate e uma derrota, e divide o posto de melhor ataque com o Anápolis e a Aparecidense, todos eles com seis gols cada.

Os treinadores Rafael Lacerda, do Vila, e Jair Ventura, do Goiás, utilizam estratégias semelhantes de rodagem de elenco nessas primeiras rodadas do Campeonato Goiano. Os dois optaram por mesclar as escalações, para evitar contusões em meio à sequência de jogos no início do ano.

No lado alvirrubro, o lateral esquerdo Eric Davis e o zagueiro Marcondes seguem em recuperação, e o zagueiro Tiago Pagnussat é dúvida, depois de se machucar contra o Atlético-GO.

No lado alviverde, o volante Rodrigo Andrade retorna de suspensão e o lateral esquerdo Lucas Lovat tem presença incerta, após sofrer leve lesão na coxa.

O Vila Nova ostenta bom retrospecto recente diante do Goiás. O Tigre não perde há cinco jogos para o maior rival, com três vitórias e dois empates. Essa é a 4ª maior sequência invicta do time contra o Goiás - a 1ª é de oito jogos sem perder, entre 1961 e 1964, e entre 1966 e 1968.

O último triunfo esmeraldino no retrospecto foi pelo Goianão 2023, em um resultado de 1 a 0 na Serrinha. No histórico do confronto geral entre os rivais, o Goiás leva ampla vantagem de 153 vitórias contra 85 do Vila Nova, além de 89 empates.

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FICHA TÉCNICA

6ª rodada do Goianão

Jogo: Vila Nova x Goiás 
Data: 02/02/25 (domingo) 
Horário: 18 horas 
Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO) 
Onde assistir: TV Brasil Central

Árbitro: Anderson Gonçalves 
Assistentes: Bruno Pires e André Severo 
VAR: João Paulo Cunha

Vila Nova: Kozlinski; Elias, Walisson Maia, Bernardo Schappo (Tiago Pagnussat) e Willian Formiga; João Vieira, Igor Henrique e Diego Torres; Emerson Urso, Gabriel Poveda e Júnior Todinho. Técnico: Rafael Lacerda.

Goiás: Tadeu; Willean Lepo, Lucas Ribeiro, Messias e DG (Lucas Lovat); Marcão, Juninho e Régis; Arthur Caíke, Facundo Barceló e Edson Carioca (Pedrinho). Técnico: Jair Ventura.

Ingressos: 80 reais (cadeira) e 40 reais (arquibancada); meia-entrada para torcedores com a camisa do Vila Nova

Vila Nova x Goiás: horário, onde assistir e escalações

Clássico

Nenhuma câmera de monitoramento estava em funcionamento dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Morrinhos (HMM) quando, no dia 18 deste mês, o tratorista aposentado Luiz Claudio Dias, 59 anos, que estava internado na unidade, rendeu uma técnica de enfermagem com um caco de vidro em seu pescoço. O paciente em surto acabou baleado e morto por um sargento da Polícia Militar, chamado para gerenciar a crise. O desfecho do caso repercutiu muito e deixou inconformada a família de Luiz Cláudio, que prepara ações judiciais contra a prefeitura local, o Estado de Goiás e a empresa gestora da UTI. A falha do monitoramento foi mencionada pela diretora da unidade hospitalar, Rhalsia Fernandes de Paula, ao responder ofício do delegado da Polícia Civil de Morrinhos, Fabiano Henrique Jacomelis, à frente das investigações. Ele requisitou as imagens dois dias após o fato. Na resposta, a diretora explica que, “em que pese tenham câmeras instaladas e em funcionamento, elas não estão gravando as imagens (sic).” A diretora do HMM diz ainda que buscou informações com funcionários do hospital e que eles disseram que “tal situação se perpetua há meses e, por óbvio, desde a gestão passada”. O problema, conforme a diretora do HMM, já tinha sido constatado, porém os reparos demandam a aquisição de novos equipamentos e procedimento licitatório, o que já teria sido solicitado. Rhalsia entregou à polícia somente imagens feitas por câmeras instaladas na entrada e corredores da unidade hospitalar, que não captaram os 30 minutos de crise na UTI. O delegado Fabiano Jacomelis disse ao POPULAR que as imagens das câmeras ajudariam a polícia a ter uma nova perspectiva do evento. A titular da pasta da Saúde de Morrinhos, Náryma Rabello, afirmou que a nova gestão recebeu o hospital com vários problemas, como infiltração e falhas no sistema de vigilância. “Este problema está sendo solucionado”, garantiu. Em depoimento à polícia, o fisioterapeuta Ronai Elias Silva, que estava de plantão na UTI na noite do dia 18 de janeiro, contou que Luiz Claudio Dias levantou de forma abrupta, derrubando o monitor do leito. Confuso e agitado, ele gritou que queria ir embora antes de entrar no banheiro feminino, fechar a porta e quebrar a janela. Quando saiu, estava com dois cacos de vidro. Conforme Ronai, as técnicas de enfermagem Cintia da Silva Nascimento e Fabíola Dantas Marcílio tentaram contê-lo. Um dos cacos foi entregue à Fabíola, mas o outro foi usado para fazer Cinthia refém. Foi nesse momento que decidiram chamar a Polícia Militar. No depoimento, Ronai reforçou ainda que o paciente estava agressivo e “as câmeras de monitoramento não estavam funcionando devido às chuvas”, ele próprio começou a filmar. O fisioterapeuta disse ao delegado que não enviaria o vídeo para ninguém, mas os policiais militares requisitaram as imagens. Ele também encaminhou a filmagem para o chefe da UTI. Foi este o vídeo que viralizou nas redes sociais e mostra toda a ação. “Para nós foi uma surpresa descobrir que as câmeras não estavam funcionando”, disse o advogado Cleidson Pimentel, que defende os filhos de Luiz Claudio, Luiz Henrique e Gabriela. Ele e sua equipe tentam produzir provas visando “construir uma tese mais robusta contra o Município de Morrinhos, o Estado e a empresa que gerencia a UTI.” Cleidson Pimentel explicou que, a princípio, são esses os alvos centrais das ações que irá protocolar, mas outros poderão surgir. “As câmeras não estavam funcionando, mas a UTI deveria ter um médico responsável. Esse profissional, no mínimo, deveria ter o dever ético de monitorar os pacientes.” A UTI do HMM é administrada desde 2021 pela Organização Goiana de Terapia Intensiva ou Supreme Care. Assessor jurídico da empresa, o advogado José Neto afirmou que o fato “foi uma fatalidade, algo inédito, que pegou todos de surpresa”. Ele lembrou que o monitoramento por câmeras em UTI não é obrigatório e que a medida é uma decisão da prefeitura de Morrinhos, responsável pela unidade. “O que aconteceu foi uma situação impossível de prever e acredito que, a partir de agora, ações serão tomadas para mitigar problemas futuros”, disse o advogado. Ele preferiu não se manifestar sobre uma provável ação judicial contra a empresa. Segundo Cleidson Pimentel, os filhos de Luiz Cláudio estão esgotados e irão lutar por justiça. O advogado reafirmou que Luiz Henrique, o primogênito, tem experiência de 14 anos como enfermeiro e já assistiu em várias ocasiões surtos de pacientes. “O que aconteceu ali foi impensável, um desastre. Vamos tomar todas as medidas judiciais cabíveis e os responsáveis terão de responder.” O delegado Fabiano Jacomelis já ouviu os principais envolvidos no episódio, como a técnica de enfermagem Cintia da Silva Nascimento, feita refém pelo paciente e os dois policiais militares que atuaram no caso. “Estamos realizando diligências para a conclusão das investigações.” Ele afirmou que enviará o inquérito ao Judiciário dentro do prazo legal de 30 dias. O fatoPor volta das 20 horas do dia 18 de janeiro, internado na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos, ao lado de outros nove pacientes, Luiz Claudio Dias, 59 anos, fez refém a técnica de enfermagem Cintia da Silva Nascimento usando um fragmento de vidro em seu pescoço. Ele conseguiu o objeto após quebrar a janela do banheiro feminino. Gritando palavras desconexas, tentou ser contido por profissionais do hospital. Sem sucesso, uma equipe da Polícia Militar foi chamada ao local. A técnica de enfermagem tentou se desvencilhar do agressor, que fez menção de ir atrás dela. Nesse momento, o sargento Allan Alves de Freitas atirou nos membros inferiores de Luiz Cláudio, mas como ele se movimentou, o disparo atingiu seu abdome, na altura da região renal. Houve tentativa de reanimação, entretanto o paciente não resistiu. Após o fato, o filho de Luiz Cláudio contou que o pai era diabético tipo 1 e teve um surto por hipoglicemia. O tratorista aposentado também era renal crônico e fazia hemodiálise há 24 anos. Para a família, não havia necessidade de o paciente, mesmo após ser baleado, ser pisoteado por um agente policial. A Polícia Militar informou que a equipe atuou usando protocolos previstos no Procedimento Operacional Padrão e que todas as circunstâncias do episódio estão sob apuração da Corregedoria da corporação.

UTI em que paciente em surto foi morto não tinha câmeras de monitoramento

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Violência

No penúltimo dia da legislatura passada, a Câmara de Goiânia aprovou, em votação simbólica e de forma controversa – por meio de uma emenda adicionada a um projeto com outro tema, manobra a que se costumou chamar de “jabuti” –, <a href="https://opopular.com.br/politica/camara-derruba-vetos-e-passa-adensamento-da-fued-sebba-1.3215269" target="_blank">um maior adensamento</a> para a Avenida Fued José Sebba, que separa o alto do Setor Universitário do Jardim Goiás. O trâmite com que se deu a inclusão dessa pauta ocorreu passando por cima de um andamento judicial sobre o caso, em ação impetrada a partir da iniciativa de dois vereadores, e derrubando o veto dado à matéria pelo então prefeito Rogério Cruz (SD).

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Foi assim, mesmo com a questão sub judice, que os vereadores goianienses abriram caminho para a nova normativa urbanística entrar em vigor. Em meio ao cenário recente de variadas ocorrências durante tempestades, algumas delas trágicas, ligadas provavelmente às mudanças climáticas, a alteração dos parâmetros para a Fued Sebba deve impactar tanto na drenagem como na mobilidade urbana em um <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeito-prop-e-piscin-es-para-salvar-a-marginal-botafogo-1.3220490" target="_blank">ponto já crítico</a> da cidade em ambos os aspectos: a Marginal Botafogo.

É o que dizem, cada qual sob sua perspectiva, especialistas em engenharia e urbanismo. A equipe que trabalha na elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana da cidade (PDDU-GYN) também tem posição sobre o assunto, a partir dos estudos já realizados pelo grupo. Uma das principais artérias do trânsito da cidade, a marginal é também a via cujo canal recebe todo o <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-traca-plano-de-ac-o-para-temporais-em-goiania-1.3224623" target="_blank">volume hídrico</a> que chega da região sul da cidade para o Córrego Botafogo, que tem como afluentes os córregos Sumidouro, que surge no Parque Flamboyant, e Areião, com nascente no parque de mesmo nome, entre os setores Marista e Bela Vista.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-traca-plano-de-ac-o-para-temporais-em-goiania-1.3224623" target="_blank">Prefeitura traça plano de ação para temporais em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/plano-diretor-de-drenagem-urbana-de-goiania-fica-para-ano-que-vem-1.3215234" target="_blank">Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia fica para ano que vem</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeito-prop-e-piscin-es-para-salvar-a-marginal-botafogo-1.3220490" target="_blank">Prefeito propõe piscinões para salvar a Marginal Botafogo</a></div>

<h2>Novo eixo</h2>

O que foi, de fato, aprovado pelos vereadores em 30 de dezembro do ano passado? Em resumo, que a <a href="https://opopular.com.br/politica/camara-derruba-vetos-de-cruz-e-aprova-adensamento-da-avenida-fued-sebba-1.3215072" target="_blank">Fued Sebba</a> passa a ser, na prática, um novo eixo estrutural da cidade, com construções de grande porte podendo ocupar o espaço onde hoje há casas, prédios menores e terrenos baldios. Tanto edifícios residenciais como comerciais vão trazer um maior fluxo de pessoas e, obviamente, de veículos, o que poderia afetar seriamente o já conturbado trânsito da região, principalmente nos horários de pico.

Em termos de fluxo e de posição dentro do sistema viário de Goiânia, não dá para negar que aquela avenida seja um eixo estratégico: em sua relativa curta extensão (em torno de 1,6 mil metros), a Fued Sebba une diretamente a BR-153 e o Parque Lozandes – bairro onde estão o Paço Municipal, a Assembleia Legislativa e a sede do Ministério Público Federal – a vias de grande fluxo da região central da cidade, como as ruas 87, 83 e 115, além da própria Marginal Botafogo. É também endereço de equipamentos importantes de prestação de serviços sociais, como as sedes da Saneago, da Receita Federal, do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e do Câmpus 5 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Já em relação a edificações residenciais, não há, hoje, mais do que meia dúzia de condomínios verticais de maior porte.

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Avenida tem poucos prédios, mas agora pode ganhar grandes torres ( Wesley Costa / O Popular)

Esse grau de ocupação muda com a aprovação da mudança pela Câmara. “Na verdade, (a Fued Sebba) é uma via importante e que, em tese, já cumpre uma função de eixo. O que está sendo questionado, inclusive judicialmente, é sobre sua inserção em um projeto de lei (sobre Habitações de Interesse Social, ou HIS) em vez de se buscar alterar o Plano Diretor de Goiânia”, lembra o responsável pela Comissão de Política Urbana e Ambiental do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), David Finotti, também conselheiro do órgão. “Como não há um modal que possa reduzir o trânsito naquele lugar, a nova lei pode se tornar um grande problema para a região”, completa ele, que considera necessário que haja aprofundamento de estudos técnicos por parte da Prefeitura para autorizar empreendimentos que aumentem o adensamento. “A nova norma vai causar claramente maior densidade populacional e o já intenso trânsito deve se intensificar ainda mais.”

Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Lamartine Moreira, a lei aprovada pela Câmara torna mais difícil uma restruturação positiva da região. “Existe, por exemplo, a proposta de construção de um complexo viário na região do Cepal, que está no cruzamento de várias avenidas, incluída a Fued Sebba, mas que tem apresentado dificuldades na definição de sua solução técnica. Se esse <a href="https://opopular.com.br/politica/materia-questionada-na-justica-sobre-adensamento-da-avenida-fued-jose-sebba-deve-ser-votada-na-segunda-30-1.3214700" target="_blank">adensamento for consolidado</a>, o projeto será ainda mais complexo”, explica.

<h3>Drenagem</h3>

Outro risco potencial é o de uma impermeabilização maior do solo, embora grande parte da área já esteja com esse quadro consolidado. Porém, nesse sentido o coordenador da equipe da Universidade Federal de Goiás (UFG) que elabora o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN), professor Klebber Formiga, não vê grande diferença no que pode ocorrer com a abertura da avenida e vias adjacentes a prédios de qualquer gabarito. “Na drenagem, em princípio, haveria pouco impacto, pois praticamente toda a região já está ocupada com quase 100% dos terrenos impermeabilizados. Seria trocar seis por meia dúzia”, avalia, concordando que a preocupação se voltaria em relação às condições de trafegabilidade.

Formiga diz que, de certa forma, a drenagem na região poderia até passar por uma atualização positiva, se as novas construções fossem adequadas a um maior porcentual de área de infiltração. “Se então já estiver vigorando uma regra que obrigue os novos prédios a armazenar a água das chuvas em seu lote, a mudança poderia até melhorar as condições, por esse lado.”

Advogado especialista em Direito Urbanístico, Rogério Paz Lima traça um cenário do que seria a troca do padrão dos atuais prédios em relação ao redimensionamento da impermeabilização – e tende a concordar com o professor da UFG. “As grandes obras tocadas pelas construtoras já seguem as regras atualizadas sobre os porcentuais da drenagem, então isso poderia até refletir de forma positiva, de certa maneira”. Para ele, a questão está nos lotes uni-habitacionais. “As pessoas aprovam um projeto em que resguardam no papel a área de infiltração das águas, mas depois colocam cerâmica em tudo. Infelizmente é também uma questão de educação”, diz Paz Lima. Uma medida possível que ele sugere para reprimir essa forma de driblar a lei seria o uso de tecnologias na fiscalização, como o monitoramento por drones.

<h3>Pavimentos sustentáveis facilitariam drenagem&nbsp;</h3>

Para Klebber Formiga, um dos fatores mais impactantes no que diz respeito à drenagem urbana na área da Avenida Fued José Sebba, bem como no bairro Jardim Goiás como um todo, pode estar na <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-traca-plano-de-ac-o-para-temporais-em-goiania-1.3224623" target="_blank">impermeabilização do solo</a> por vagas para carros em logradouros públicos. Para o coordenador do PDDU-GYN, o Estádio Serra Dourada e entidades das diversas esferas de poder que têm sede nas imediações – como Saneago, Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e Receita Federal – contribuiriam de forma fundamental com a redução do volume de água se fizessem alterações no piso do estacionamento, tornando-os permeáveis, ou instalassem estruturas que dessem destinação adequada às águas pluviais.

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Complexo do Serra Dourada tem cerca de 250 mil m² de superfície impermeabilizada, entre coberturas e pavimentos de concreto e asfalto (Wildes Barbosa / O Popular)

Prestes a completar meio século de existência, em março, o <a href="https://opopular.com.br/esporte/leil-o-do-serra-dourada-recebe-apenas-uma-proposta-de-empresa-do-consorcio-do-mineir-o-1.3224864" target="_blank">Serra Dourada</a> deve passar em breve às mãos da iniciativa privada. A terça-feira (28), segundo edital da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel) foi a data escolhida para entrega de propostas para a concessão. Houve apenas uma concorrente: a Construcap, que já administra o estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Na terça-feira (4), na sede da B3 S.A., a antiga Bovespa, será realizada a sessão pública que deve confirmar a empresa como a responsável pela gestão do complexo – formado, além do estádio, também pelo Ginásio Valério Luiz de Oliveira (Goiânia Arena) e pelo Parque Poliesportivo – pelos próximos 30 anos.

O momento de mudança de administração poderia ajudar a resolver boa parte do problema de drenagem na região: é que o Serra Dourada tem um dos maiores estacionamentos que se podem observar para uma praça esportiva. Segundo cálculos da equipe do PDDU-GYN, somente a área impermeabilizada do complexo esportivo seria algo próximo a 250 mil metros quadrados (m²). A página da própria administração diz que 6 mil veículos podem ser ali acomodados, isso contando somente a área reservada. “Como está tendo o processo (licitação) em relação ao Serra Dourada, seria o momento de inserir isso nas exigências para quem assumisse”, sugere Formiga.

O professor da UFG diz que, em um grupo de trabalho no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) de que participou, foi feita uma simulação segundo a qual, na baixada da Vila Lobó, localidade próxima à Marginal Botafogo e abaixo do Serra Dourada, foi detectado um quadro bastante suscetível a inundações. “É muito mais ali que chega a água vinda do Serra Dourada, quase que como uma cachoeira”, diz. O destino final, no entanto, ainda que por outro caminho, é também a Marginal Botafogo.

<h3>Sem previsão</h3>

Em nota, a Vice-Governadoria, que centraliza o andamento da concessão do Serra Dourada, declarou que “em relação ao sistema drenagem pluvial do complexo Serra Dourada, a futura concessionária será responsável pela elaboração e aprovação do projeto junto aos órgãos competentes, atendendo todas as normas pertinentes, como previsto no caderno de encargos”. Já sobre novas edificações, “que representam um investimento opcional por parte do futuro concessionário”, o gabinete ressalta que “será necessário o atendimento às normas vigentes do município de Goiânia”.

Entretanto, no que diz respeito a alguma intervenção compulsória que o vencedor da licitação tenha de assumir em termos de mudança na área impermeabilizada do complexo esportivo, o edital e o caderno de encargos do processo acabam com qualquer expectativa. De acordo com o que consta nos documentos, o futuro concessionário terá a prerrogativa de propor “intervenções opcionais” para “melhor atendimento aos usuários”, mas não há nada que determine – como há para outras questões – a troca do pavimento ou sua adequação em termos de infiltração da água no solo.

O caderno de encargos cita que as intervenções poderão, “sempre que possível, adotar práticas sustentáveis” na construção, “a fim de promover eficiência energética e economia no uso da água e de outros materiais”. Também estabelece como diretrizes específicas para alguma reforma ou recuperação, bem como novas edificações, “a captação e tratamento de água de chuva para reutilização em irrigação de jardins e bacias sanitárias”. Porém, diretamente em relação aos estacionamentos, há apenas determinações sobre instalação de iluminação, sinalização e acessibilidade para pedestres.

Adensamento de via pode agravar situação da Marginal Botafogo

Jardim Goiás

O Popular