A manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Goiânia, neste domingo (07), foi marcada por pedidos de lideranças e parlamentares pela manutenção da mobilização, com o objetivo de pressionar a pauta de votações no Congresso Nacional. Os discursos de integrantes da cúpula do PL em Goiás tiveram como alvos principais o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).A parte de concentração e discursos políticos, na Praça do Sol, foi encerrada por falas do deputado federal Gustavo Gayer e do senador Wilder Morais, que valorizaram a importância da participação do maior número de pessoas nas manifestações para fortalecer a busca, em Brasília, pela votação do projeto para anistia de envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e na tentativa de golpe de Estado em 2022, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Os dois também incluíram entre as cobranças a inclusão na pauta do Senado do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator no STF do processo sobre a trama golpista. Logo depois da reunião, os manifestantes saíram em caminhada do Setor Oeste até o Setor Marista, com trajeto de um quilômetro e duração de 30 minutos. “Vocês não têm ideia do peso que isso faz lá em Brasília. Nessa próxima semana, pode ter certeza que nós vamos avançar. Sabe por quê? Porque vocês decidiram sair de casa num domingo, dia 7 de setembro”, afirmou o deputado federal. Segundo ele, a decisão para que a manifestação em Goiânia fosse realizada pela manhã ocorreu como estratégia, já que o compartilhamento de imagens do protesto funcionaria como “gatilho” para as outras mobilizações.Depois de alegar processo de “perseguição política” contra Bolsonaro por meio da suposta “ditadura do judiciário”, Gayer afirmou que a realização da eleição presidencial de 2026 sem a candidatura dele “é golpe”. O ex-presidente foi declarado inelegível em duas decisões colegiadas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e poderá ter novo impedimento para entrar na disputa com eventual condenação pelo STF no processo por golpe.Já Wilder Morais lamentou a prisão domiciliar de Bolsonaro e a proibição de participação nas manifestações, mas valorizou o trabalho da oposição de extrema-direita na Câmara dos Deputados e no Senado. Segundo ele, os protestos do dia 3 de agosto, logo após a prisão do ex-presidente, fortaleceram o grupo a realizar a obstrução ilegal e impedir os trabalhos no Congresso em pressão pela anistia e o impeachment de Moraes. “Você vieram para a rua e lá nós, senadores da direita, fizemos a diferença na semana seguinte com uma manifestação pressionando para assinaturas no impeachment do Alexandre de Moraes e conseguimos 41 votos. Agora, com esse 7 de setembro, nós vamos sim votar a anistia nos próximos dias”, apontou. A manifestação de bolsonaristas ainda contou com diversas bandeiras dos Estados Unidos e faixas com agradecimentos ao presidente Donald Trump pela “ajuda” à causa, em referência ao tarifaço imposto sobre exportações brasileiras com cobrança pelo encerramento do processo contra Bolsonaro. Gayer apontou que, no fim de 2024, o grupo estava “sem esperança”, mas que “tudo começou a mudar” com a vitória de Trump e os posicionamentos norte-americanos.