-Imagem (1.1655839)O governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) esteve na manhã desta segunda-feira (5) na sede do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) para reunião com o procurador Fernando Carneiro, em busca de maiores informações sobre as contas que herdará do atual governador José Eliton (PSDB).Ao sair do encontro, o democrata criticou o conteúdo dos dados fornecidos pela equipe de transição do governo. “A realidade é que os dados apresentados até o momento pelo governo são artificiais. Como é que o estado pode estar normal, como relatado por eles, quando não tem pagamento de OSs, não tem pagamento de bolsa universitária, neste momento não tem o pagamento sequer do funcionalismo público. Isso não é normalidade. É um quadro que precisa ser assumido pelo governo”, disse o democrata.Também acompanharam a reunião o vice-governador eleito, Lincoln Tejota (Pros), a filha e o genro de Caiado, Anna Vitória Gomes Caiado e Alexandre Alencastro, além do advogado Anderson Máximo. Os três últimos trabalham na parte jurídica da equipe de transição.Assunto principal do encontro foi um decreto publicado pelo governador tucano na última quinta-feira (1º) no Diário Oficial do Estado (DOE) que altera regras de execução orçamentária, desobrigando que a despesa com a folha sejam empenhada e liquidada dentro do mês de competência.“Esse decreto mostra a fragilidade do Estado do ponto de vista fiscal em dizer que não precisa lançar e como tal não precisa reconhecer o pagamento do funcionalismo público. A colocação que tive com o procurador é dentro da legislação vigente, que não autoriza quem quer que seja a poder de amanhã baixar um decreto dizendo que não reconhece aquilo que é o mais previsível, que é o pagamento da folha. E a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impõe regras que você deveria, com oito meses de antecedência, fazer contingenciamento, cancelamento de empenhos, mas não com 60 dias de antecedência", explicou.Para o governador eleito, o decreto dá brecha para que José Eliton atrase o pagamento funcionalismo público, deixando a obrigação para o próximo governo. "A partir desse decreto entendemos que a situação fiscal do governo é grave. Não podemos, neste momento sinalizaar para um quadro de normalidade", completou. Na semana passada, o coordenador da equipe de transição de José Eliton, Afrânio Cotrim disse que o decreto é constitucional e cumpre determinação do TCE para limitar empenhos para exercícios seguintes. "O governador José Eliton tem garantido que irá saldar, até 21 e dezembro, os compromissos financeiros do seu mandato", disse à época. RespostaA Equipe de Transição do governo José Eliton concedeu na tarde desta segunda-feira (5) entrevista coletiva à imprensa para esclarecer dúvidas sobre os procedimentos de transmissão das informações à equipe de transição do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM), apresentar números referentes à gestão fiscal e pontuar que todas as informações requisitadas têm sido respondidas de forma clara e transparente.O presidente da Equipe de Transição, Afrânio Cotrim Júnior, o titular da Controladoria Geral do Estado (CGE), Tito Amaral, e os secretários Joaquim Mesquita (Gestão e Planejamento) e Fernando Tiburcio (Casa Civil) afirmaram que todas as informações solicitadas até agora pela equipe do governador eleito foram devidamente repassadas, nos termos e prazos estabelecidos no ofício entregue ao governador José Eliton em 22 de outubro.O superintendente executivo da Sefaz e coordenador da Equipe de Transição, Afrânio Cotrim Júnior, disse que o grupo está "respondendo absolutamente tudo, de forma mais transparente possível" às demandas que são feitas. "Não passamos a eles nada aquém e nada a mais do que foi solicitado”, afirmou. "Todas as informações de fato estão no Portal da Transparência, e estranho seria se não estivessem, já que isso é determinado por lei", disse Tito Amaral.A equipe foi questionada sobre críticas por parte do governador eleito quanto ao conteúdo repassado. “Reiteramos que tudo o que solicitaram foi entregue, além de constar no portal da transparência. Ao que parece, o governador eleito ainda está preso ao processo eleitoral. No mais, o governo não pode responder algo que não foi oficialmente demandado pela equipe de transição do governador eleito”, criticou Afrânio Cotrim.“Os números falam por si e são oficiais, aferíveis por toda a sociedade. Se o governador eleito afirma que são números artificiais é porque, certamente, os pedidos dele teriam sido artificiais”, criticou Mesquita. "Tudo o que foi pedido foi entregue, tal qual foi solicitado." Quanto ao pagamento da folha, Tito ressaltou que toda a equipe de governo tem trabalhado de modo a garantir o cumprimento integral das vinculações constitucionais, da Legislação de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mesquita disse que o mesmo se aplica ao cronograma da folha do funcionalismo estadual e dos fornecedores. Questionado sobre informações de que o governo estadual possa não efetuar o pagamento da folha de dezembro, ele ressaltou que boatos como esse começaram no mês de abril e até hoje não se cumpriram. O titular da Segplan disse que o que existe "é um esforço é para manter as contas do Estado em dia".