Fabiana Pulcineli

Novas regras

Em novo decreto com regras para execução de emendas parlamentares, o governo de Goiás ampliou exigências de transparência e rastreabilidade, mas também atendeu a <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-defende-manutenc-o-da-calamidade-e-pede-bom-senso-a-deputados-estaduais-1.3342547" target="_self">demandas dos deputados estaduais sobre prazos para pedido de verba</a> para eventos e para mudança de destinação de recursos. Cada deputado goiano terá 13,8 milhões em emendas no Orçamento de 2026.

O decreto (nº 10.823), assinado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), foi publicado na noite de quinta-feira (4) com 11 alterações no decreto anterior, que havia sido editado em janeiro deste ano. As mudanças estabelecem maior detalhamento do plano de trabalho, tempo mínimo de existência de organizações da sociedade civil contempladas, exigência de rastreabilidade das transferências especiais - chamadas de emendas pix - e reforço sobre certidões necessárias para convênios (veja quadro acima).

Titular da Secretaria de Relações Institucionais (Serint) - pasta responsável pela tramitação das emendas -, Armando Vergílio afirma que as alterações são “pequenos ajustes” que estabelecem mais transparência e exigências técnicas. Ele afirma que o Estado “já estava completamente em compliance” por meio dos decretos anteriores e que as mudanças não têm relação com novas recomendações do Supremo Tribunal Federal (STF).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-defende-manutenc-o-da-calamidade-e-pede-bom-senso-a-deputados-estaduais-1.3342547" target="_self">Mabel defende manutenção da calamidade e pede 'bom senso' a deputados estaduais</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/filha-de-iris-confirma-com-deputados-emendas-a-memorial-1.3342046" target="_self">Filha de Iris confirma com deputados emendas a memorial</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/deputados-da-base-garantem-cota-de-emendas-informais-para-2026-1.3340317" target="_self">Deputados da base garantem cota de emendas informais para 2026</a></div>

Em outubro, o ministro Flávio Dino, relator de ação que acompanha execução de emendas dos parlamentares federais no Supremo, proferiu decisão determinando que os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios adotassem providências para fiscalizar e promover a conformidade dos processos legislativos orçamentários e da <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/deputados-da-base-garantem-cota-de-emendas-informais-para-2026-1.3340317" target="_self">execução das emendas parlamentares estaduais</a> e municipais com o modelo federal de transparência e rastreabilidade. A decisão determina que a plena observância das regras deve ocorrer a partir de 1º de janeiro de 2026.

O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), disse ser favorável à ampliação de exigências técnicas. “Quanto mais rigor, melhor. É correto que o governo busque esse aperfeiçoamento constante das regras”, afirma.

O parlamentar também elogiou a decisão de reduzir o prazo para solicitações de emendas destinadas a eventos. O governo adota a regra de repassar recursos somente antes da realização. O decreto de janeiro determinou que o trâmite da destinação deveria se iniciar até 90 dias antes do evento. Agora reduz a 30 dias.

Em abril, a Alego chegou a aprovar projeto de lei de autoria de Bruno Peixoto que reduzia o prazo para 45 dias e estabelecia prioridade para emendas destinadas a “eventos culturais, esportivos, turísticos, educacionais e de desenvolvimento econômico”. Na ocasião, o governo anunciou veto integral, alegando inviabilidade do prazo de análise para a liberação das emendas.

Bruno alegou na ocasião que há problema recorrente com a demora na análise dos pedidos e que os eventos dos primeiros meses do ano ficavam sem recursos. Segundo ele, a demora “frustra o objetivo da emenda e prejudica o desenvolvimento regional”. O veto do governador não chegou a ser apreciado pela Alego.

O presidente afirma que, desde então, a demanda por shows e eventos cresceu no interior diante de tentativas frustradas dos prefeitos de realizarem festividades com recursos próprios. Segundo ele, recomendações do Ministério Público Estadual (MP-GO) e decisões judiciais têm impedido contratações diretas dos municípios, sob alegação de necessidade de verba para áreas prioritárias, como saúde e educação. Diante disso, prefeitos e vereadores solicitam recursos aos deputados.

Armando afirma que o prazo para início da tramitação da indicação estava de fato muito amplo - “exagerado e desnecessário” - e que era possível a adequação.

Além da redução do prazo, o governo também estabeleceu que as mudanças de destinação das emendas podem ocorrer se ainda não houver empenho (reserva oficial do Orçamento) ou emissão de requisições de despesas. Antes o decreto previa que a alteração não poderia ocorrer a partir de ato preparatório de emissão de empenho.

Também em abril, outro projeto de Bruno Peixoto, que chegou a ser aprovado na Alego e igualmente sofreu veto integral do governador, permitia que organizações não governamentais (ONGs) que perderam recursos do Orçamento de 2024 por falta de documentação ainda recebessem pagamentos este ano. O governo alegou inconstitucionalidade por falta de reserva orçamentária dos recursos.

Além das emendas impositivas, que representam 1,2% da receita corrente líquida e são distribuídas igualmente aos 41 parlamentares, o governo acertou com deputados da base a liberação de emendas extras no valor de R$ 6 milhões a cada um. Elas entram no programa Goiás em Crescimento, que vem distribuindo bens e serviços aos municípios. O valor já foi liberado este ano e o governador acertou a repetição em 2026.

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Decreto altera regras dos pagamentos de emendas parlamentares

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Matéria - Política

Governo de Goiás

Três associações sem fins lucrativos que têm como responsável um mesmo analista de sistemas conseguiram R$ 3,1 milhões em <a href="https://opopular.com.br/cidades/emendas-impositivas-de-vereadores-de-goiania-privilegiam-empresas-recem-abertas-1.3340347" target="_self">emendas impositivas de vereadores</a> junto ao orçamento municipal de Goiânia desde 2023. Estas entidades não possuem sede própria, apenas um endereço fiscal que não é o mesmo que consta nos documentos apresentados e aprovados pela prefeitura. Além disso, entre os fornecedores orçados ou contratados para os projetos previstos nas emendas constam empresas em nome do analista de sistemas ou de uma familiar de um dos diretores ou de um servidor da prefeitura. Em um dos casos, uma entidade terceirizou o serviço para outra.&nbsp;

O analista de sistemas Marco Antonio Delgado Teixeira, de 51 anos, aparece como presidente do Instituto Cerrado (IC) e gerente executivo do Instituto de Inclusão Gestão e Negócios (2IGN) e do Instituto de Engenharia, Agronomia e Meio Ambiente (Ineaa). Nestes dois últimos, entretanto, não só ele assume que é quem cuida dos projetos como isso é confirmado por quem aparece como presidente das mesmas, respectivamente Cássio Rodrigues, de 56 anos, em entrevista ao POPULAR e Durval Fernandes Mota, de 71 anos, em documento encaminhado à prefeitura. Cássio também aparece como gerente executivo do Instituto Cerrado.

O POPULAR analisou os projetos envolvendo as quatro maiores emendas recebidas por estas instituições, uma de 2023, uma de 2024 e duas de 2025. Os endereços que elas apresentam é uma sala comercial em um edifício comercial na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia. O jornal esteve no local e encontrou uma sala vazia. Posteriormente, descobriu o endereço fiscal de duas delas, o Ineea e o 2IGN, na rua X-16, no Sítios Santa Luzia, também em Aparecida. Neste local é o endereço fiscal de uma empresa de Marco Antônio, a Umbrella Inclusão Gestão e Negócio. Já o Instituto Cerrado, segundo o analista de sistemas, tem como endereço real um imóvel em Jaraguá.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-contra-desvio-de-dinheiro-de-emendas-parlamentares-para-ongs-1.3294572" target="_self">Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de emendas parlamentares para ONGs</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/emendas-impositivas-de-vereadores-de-goiania-privilegiam-empresas-recem-abertas-1.3340347" target="_self">Emendas impositivas de vereadores de Goiânia privilegiam empresas recém-abertas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ong-vai-receber-de-r-716-a-r-1-350-em-media-por-consultas-medicas-em-goiania-1.3337719" target="_self">ONG vai receber de R$ 716 a R$ 1.350 em média por consultas médicas em Goiânia</a></div>

<h2>Sem identificação</h2>

A emenda mais recente é uma de R$ 500 mil para o 2IGN e foi proposta pelo ex-vereador Anderson Sales, o Anderson Bokão. O instituto afirma que o recurso seria usado para a realização de quatro atividades esportivas, a Corrida de rua Rosa e Azul 2025 (em outubro), uma etapa do Campeonato Goiano de BMX Racing e outra de BMX Freestyle (ambas em novembro) e a Corrida de rua do Papai Noel 2025 (em dezembro). Originalmente, o recurso estava previsto para a Associação Planeta Desportos, que iria participar destes eventos, porém, em 18 de agosto, Anderson informou à prefeitura que a entidade não apresentou os documentos necessários.

A Planeta Desportos já recebeu R$ 3,5 milhões em emendas impositivas desde 2021 e tinha para receber mais R$ 1,5 milhão em 2025. Entretanto, em 5 de agosto deste ano, o nome do presidente da instituição, Gabriel Gonçalves Lara, foi citado como um dos beneficiados com recursos públicos supostamente desviados pela ex-gerente de Execução Financeira da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) Helenice Evangelista de Souza. Gabriel foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão da Operação Ritual do Desvio, da Polícia Civil, após aparecer no inquérito que a Planeta Desportos recebeu R$ 82 mil por meio de manobra de Helenice. Gabriel não foi localizado pelo POPULAR.

O 2IGN foi registrado em abril de 2023 e até então não apareceu em nenhuma emenda impositiva. Por lei, os vereadores têm direito a destinar 2% da recente corrente líquida prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA). Para 2025, isso representou cerca de R$ 5 milhões para cada um. A lista original de entidades escolhidas por eles foi publicada no começo de janeiro no Diário Oficial do Município (DOM) e o nome do 2IGN não constava em nenhuma emenda. Para garantir um mínimo de expertise, o instituto apresentou um documento que garante sua participação na montagem da edição da Corrida Rosa e Azul 2023, realizada em outubro daquele ano.

O documento que comprova a participação do 2IGN na Corrida Rosa e Azul 2023 foi elaborado por Emanuel Araújo Muniz, um dos sócios da Racing Time, empresa que aparece como realizadora do evento, e também superintendente de Articulação Institucional da Secretaria Municipal de Articulação Institucional e Captação (Secap). A pasta é responsável pela liberação das emendas impositivas que não são da área da saúde. Em um aplicativo de elaboração de apresentações consta no perfil de Emanuel, com data de 9 de setembro, consta um relatório sobre a colaboração do instituto no evento. Ele também assina o parecer técnico pela admissibilidade da emenda.&nbsp;

Ao POPULAR, Emanuel afirma que o documento foi um pedido de Simone Floriano Lemos, organizadora das edições da Corrida Rosa e Azul. Segundo ele, Simone não tem experiência nesta ferramenta e precisava de um relatório para encaminhar para o vereador e sua assessoria “demonstrando a parceria com a instituição e importância e a capacidade de execução do seu projeto”. Ele disse que não tem nenhum ganho financeiro com a participação da Racing Time na Corrida Rosa e Azul, apesar de o nome da empresa aparecer em todos os meios de divulgação do evento, e que apenas hospedou as inscrições da corrida por meio de uma plataforma em seu site.

Se o nome da Racing Time aparece nas redes sociais da corrida e nos cartazes e outros materiais, o da 2IGN não é citado em nenhum momento. Nem mesmo nos outros eventos. A Corrida do Papai Noel é organizada pela República da Saúde, de Mateus Suassuna. As provas de ciclismo são da Federação Goiana de Ciclismo (FGV), presidida por William Lara. O POPULAR tenta, sem sucesso, desde terça-feira (2) falar com Simone. Ao jornal, os responsáveis pelos outros eventos e o próprio Marco Antonio garantem que a ausência do nome do instituto foi um engano. No caso da Corrida do Papai Noel, que acontece neste dia 13, o responsável errou o nome do representante do 2IGN.

No plano de trabalho aprovado pela Secap, o 2IGN mostra um levantamento de preços indicando que a melhor proposta é a da Umbrella. De acordo com o documento, a empresa de Marco Antônio oferece os preços mais baixos para todos os serviços previstos. No orçamento apresentado, o analista de sistemas cobra R$ 20 mil pela elaboração do plano de trabalho. Não há informações sobre a equipe do 2IGN que trabalharia nos eventos nem detalhes sobre o trabalho a ser realizado pelo instituto nas provas. Os organizadores dos eventos listados também não explicaram qual serviço exatamente foi prestado.

<h3>Filme em escolas</h3>

As outras duas maiores emendas encontradas pelo jornal são para o Instituto Cerrado, para o mesmo projeto, o Cine Inclusão. Trata-se da exibição de filmes em 30 escolas da rede municipal de ensino de Goiânia com o intuito de trabalhar o combate ao capacitismo e estimular os debates sobre inclusão. As duas emendas, uma em 2024 e outra em 2025, são do vereador Willian Veloso (PL). No plano de trabalho entregue pelo IC neste ano consta que o melhor orçamento é o oferecido pelo 2IGN. Quatro pessoas, entre elas Marco Antonio e Cassio, aparecem nas duas diretorias. E o endereço dado pelos dois institutos é o mesmo, o da Avenida Rio Verde, que não é o real.&nbsp;

O projeto do ano passado foi avaliado em R$ 500 mil, já o deste ano caiu para R$ 450 mil. Entre os custos, R$ 257 mil são destinados para serviços como assessoria jurídica e contábil, consultoria técnica, coordenação geral, serviços de marketing e de fotografia. Isso representa 57% do total repassado para o projeto neste ano. Em 2024, os custos ficaram mais ou menos parecidos. No plano de trabalho não é detalhado quantos filmes serão passados em cada escola, nem quais nem o que será feito paralelamente. Ao ser questionado pelo POPULAR, Marco Antonio reconheceu que os gastos com serviços não diretamente relacionados à exibição de filmes estão estranhos.&nbsp;

<h3>Gasto com conhecidos</h3>

O projeto mais caro e mais antigo de um instituto representado por Marco Antonio e envolvendo emendas impositivas é o Formando Atletas, de 2023. Foi realizado pelo Ineaa, cujo presidente é Durval Fernandes Mota. Ele não foi localizado pelo POPULAR. O repasse de R$ 550 mil foi sugerido pelo vereador Geverson Abel (Republicanos). Uma escolinha de futebol que funcionou por alguns meses em uma praça pública no Setor Garavelo. Na área esportiva foi o único projeto do Ineaa nestes anos. O instituto se concentra na formação de hortas comunitárias. Das quatro emendas analisadas, é a única que aparece com prestação de contas.

No relatório, que foi aprovado pela prefeitura em 2024, constam como fornecedores do Ineea para este projeto uma empresa que está em nome de uma parente de Cássio, do 2IGN e do IC. Esta empresa, que seria um consultório de psicologia, recebeu R$ 256 mil por serviços diversos, como contabilidade e fornecimento de materiais de marketing. Já uma outra empresa que tem como sócio Emanuel Muniz também recebeu R$ 156 mil para fornecimento de material para eventos realizados durante o projeto. Ao POPULAR, Marco Antonio comentou que não vê problemas em contratar conhecidos para os serviços porque são prestadores de serviço mais confiáveis.

<h3>“Todos os projetos são escritos por mim”</h3>

O analista de sistemas Marco Antonio Delgado Teixeira admite que está em todas as três instituições citadas pelo jornal, além de ser o dono da Umbrella, mas justifica a existência delas e da presença de um mesmo grupo prestando os serviços dizendo que cada uma cuida de uma área específica, ou ao menos este é o objetivo final. Ele diz não achar a situação irregular.

“Temos um grupo de amigos que executam projetos especialmente para tratar de pessoas em situação de vulnerabilidade e do nosso bioma, o Cerrado. Depois foram surgindo outras coisas, como cursos de capacitação. Então para não misturar as coisas tem os três institutos. Também temos projetos que não são de recursos públicos”, comentou o analista.

Marco Antonio diz que é o responsável por todos os projetos e que se preocupa com a expertise de cada instituto como forma de se organizar.“Para colocar tudo num balaio só, ficaria ruim para trabalhar separando os assuntos. Do ponto de vista legal, eu imagino que não seja ilegal. Eu organizar as coisas nas caixinhas certas, mas nem sempre consigo.”

Sobre os endereços, ele disse que o endereço fiscal correto é o do Sítios Santa Luzia, mas que por uma questão de burocracia demorou para formalizar a mudança em relação ao que consta nos documentos entregues à prefeitura. “Para mudar de endereço precisa reunir a turma, fazer uma ata, depois ir num cartório, é algo meio moroso. Mas teve uma hora que foi preciso mudar.”&nbsp;

A lógica de não misturar as áreas de atuação também é usada por Marco Antônio para explicar o fato de o Instituto Cerrado ter contratado o 2IGN para o Cine Inclusão e o 2IGN ter chamado o Umbrella para as atividades esportivas. “Nossa filosofia é a seguinte, primeiro a gente cuida dos de casa. Depois vai procurar na rua. O trabalho é executado conforme está no plano de trabalho.”

Cássio afirmou ao jornal que é formado em Administração e tem afinidade com as atividades administrativas, financeiras e de marketing, áreas que cuida como presidente do 2IGN e gerente executivo do Instituto Cerrado. Ele também reconheceu que a familiar que prestou serviço para o Ineaa foi contratada por ele para trabalhar no Cine Inclusão como mediadora.&nbsp;

Ao contrário do que disse Marco Antônio, Cássio afirmou que a Umbrella apenas apresentou um orçamento para compor a pesquisa de preços, mas que não foi contratada. Os valores da empresa, entretanto, eram os mais baratos. Ele também garantiu que o 2IGN não executou nenhum trabalho na primeira edição do Cine Inclusão e nem vai na segunda.

Emanuel Muniz diz que teve uma relação estritamente comercial com Marco Antonio em relação ao contrato com a Ineaa em 2023, quando sua empresa forneceu estruturas, alimentação, bebidas e equipe para a realização de três eventos. Ele afirmou perceber que poderia ter negado ajudar a responsável pela Corrida Rosa e Azul, mesmo não tendo nenhum ganho financeiro com o apoio.

O sócio da Racing Time e da Play Hard disse que após o jornal o procurar chegou a colocar seu cargo à disposição na Secap, porém o pedido de exoneração foi rejeitado porque não viram nenhuma irregularidade em suas ações, “levando em consideração que não houve qualquer ônus para a instituição ou para a organizadora do evento”.

<h3>Divergência sobre fiscalização</h3>

Prefeitura e vereadores ouvidos pelo jornal divergem sobre a quem cabe a responsabilidade pela fiscalização em cima das entidades beneficiadas com emendas impositivas. A Secretaria de Articulação Institucional e Captação (Secap) diz que é apenas o órgão que cuida da aplicabilidade das emendas e que as mesmas são aprovadas pelo Legislativo. Já Geverson Abel e Willian Veloso dizem que o legislativo apenas concede as emendas e que cabe ao executivo observar os detalhes envolvendo informações das entidades e sobre o uso dos recursos.

A Secap afirmou que os planos de trabalho “devem demonstrar a viabilidade do objeto que é discutido entre as instituições, parlamentares e assessorias”, e que sobre a apresentação e verificação dos documentos “é utilizado o princípio de veracidade do direito público”. Já os orçamentos apresentados servem apenas para balizamento de preços, não sendo obrigatória a contratação das empresas citadas. Marco Antônio confirmou, entretanto, as contratações. A Secap também afirmou que equipes monitoram a execução dos projetos.

Willian comenta que o mais importante é saber se as entidades beneficiadas estão executando os serviços e se houver algum problema, cabe à prefeitura fiscalizar. “O resto é caçar pelo em ovo, que é o que vocês estão fazendo o tempo inteiro.” Já Geverson diz que tem feito tudo de forma correta, concorda que cabe ao executivo a fiscalização e acrescenta que tem procurado encaminhar emendas para as causas que ele acompanha mais de perto, para evitar cair em ciladas com entidades que não estariam agindo corretamente. Anderson Sales não foi localizado pelo POPULAR.

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()

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ONGs de mesmo grupo receberam R$ 3,1 milhões em emendas impositivas em Goiânia

Cidades

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Verba pública

Mesmo após a formalização de um Plano de Ação entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO), a rede municipal de Saúde de Goiânia ainda apresenta <a href="https://opopular.com.br/cidades/suspens-o-de-sistema-provoca-lentid-o-na-saude-em-goiania-1.3248713" target="_self">falhas graves que comprometem o atendimento ao público</a>. Um novo monitoramento do TCM em 51 unidades da capital, na segunda quinzena de novembro, constatou o descumprimento de metas emergenciais. Os principais problemas identificados foram a falta de estrutura, salas de vacinação paralisadas, escassez de medicamentos e insumos básicos, além da ausência de 288 profissionais, entre técnicos de enfermagem, auxiliares administrativos e médicos.

Todos esses pontos estão previstos no Plano de Ação assinado pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, após um amplo diagnóstico feito entre fevereiro e março deste ano em cerca de 90 unidades. A partir do levantamento inicial, a SMS apresentou metas para correção, que passaram a ser monitoradas pelo TCM. Os prazos foram encerrados entre julho e outubro. O documento do TCM descreve um “abismo entre o planejado e a realidade encontrada”.

Segundo o secretário de Controle Externo de Políticas Públicas do TCM, Marco Aurélio Batista, o cenário não mudou: “Esse monitoramento agora, feito no final de novembro, mostra que não teve muito avanço em relação àquilo que a gente já tinha identificado lá em fevereiro.”

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/suspens-o-de-sistema-provoca-lentid-o-na-saude-em-goiania-1.3248713" target="_self">Suspensão de sistema provoca lentidão na Saúde em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/3-a-cada-10-pacientes-faltam-as-consultas-na-atenc-o-primaria-em-goiania-1.3341534" target="_self">3 a cada 10 pacientes faltam às consultas na atenção primária em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/332-gestantes-a-espera-de-vaga-de-alto-risco-em-goiania-1.3282571" target="_self">332 gestantes a espera de vaga de alto risco em Goiânia</a></div>

Uma das situações identificadas em discordância com o plano está na estrutura básica das unidades. O planejamento previa que a distribuição de cadeiras nas recepções deveria estar concluída até agosto de 2025. O levantamento técnico mostra que 24 das unidades ainda não dispõem de assentos suficientes ou adequados para pacientes, o que dificulta o atendimento de idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. “Houve um avanço, mas 48% das unidades visitadas ainda não substituíram ou não organizaram locais de assento nas recepções. Isso gera um transtorno imediato para quem mais precisa”, disse Marco.

A situação das salas de vacinação também mostra o descumprimento de prazos. O plano estabelecia que até 31 de outubro todas as salas deveriam estar funcionando integralmente, com profissionais exclusivos. No entanto, em 16 das 51 unidades vistoriadas, o atendimento está parcial ou totalmente paralisado. A principal razão é a falta de técnicos de enfermagem e a inexistência de escala de substituição. “Tem unidade que não vacina porque o servidor está de férias e não há quem o substitua”, destacou o secretário do TCM.

O funcionamento das farmácias das unidades também preocupa. Marco Aurélio conta que “a pessoa vai até a unidade, o medicamento está lá dentro, mas ela sai sem receber porque não tem farmacêutico. Isso é extremamente grave, sobretudo para quem depende de remédio de uso contínuo”. O TCM identificou déficit de cinco farmacêuticos e 13 auxiliares de farmácia. O prazo para garantir farmacêuticos em período integral se encerrou em setembro de 2025.

A escassez de medicamentos básicos continua sendo um dos problemas mais críticos. O monitoramento classificou a atenção básica como “no vermelho”. Em 58% das unidades falta Benzetacil, antibiótico essencial. Em 36% não há Buscopan, Ciprofloxacino e Dersane. Em 34% faltam Clonazepam e Glicazida. Em cerca de 30% não há Dipirona em gotas, Metformina, Losartana e Hidroclorotiazida. A lista inclui ainda medicamentos de urgência, como Heparina, Adrenalina, Insulina e Morfina. “São medicamentos básicos. Às vezes não tem o profissional, quando tem o profissional não tem o medicamento. Assim fica impossível garantir atendimento digno”, resumiu o auditor.

A crise também se repete nos insumos médicos e hospitalares, com falta de elementos básicos como ataduras, papel toalha, material de limpeza, lençol descartável, catéter de infusão e outros. A ausência de material de higiene levou, inclusive, ao fechamento temporário da Unidade de Saúde da Família do Grajaú. “Uma unidade teve que ser fechada por falta de material de limpeza. Isso é o maior absurdo que encontramos. Em unidade de saúde, limpeza diária é essencial”, afirmou Marco Aurélio.

A reportagem esteve na Unidade de Saúde da Família do Grajaú, onde ouviu o relato dos servidores sobre falta de cateter agulhado e cateter flexível. As funcionárias contaram que é comum ocorrerem trocas de insumos e medicamentos entre as unidades mais próximas numa tentativa de auxílio entre elas. Também falou que a USF deveria prestar atendimento domiciliar, o que não ocorre por falta de veículo próprio da unidade.

O próprio Plano de Ação previa a regularização emergencial dos estoques de insumos até agosto de 2025, o que não ocorreu. Em 68% dos consultórios vistoriados, o TCM constatou que a limpeza é inexistente ou precária. A principal causa apontada é a falta de serviço da empresa prestadora de higienização.

Além da estrutura e dos insumos, a falta de pessoal também compromete o funcionamento da rede. Apenas nas 51 unidades visitadas neste novo ciclo de monitoramento, o TCM encontrou 288 profissionais ausentes. O maior déficit é de técnicos de enfermagem, com 70 ausências, seguido por auxiliares administrativos, médicos, agentes comunitários de saúde, auxiliares de saúde bucal, 20, odontólogos, 19, e farmacêuticos, cinco. O plano previa reduzir em até 70% esse déficit até dezembro de 2025. “Sem pessoas, sem medicamento e sem insumo, não se faz saúde. São as pessoas que atendem as pessoas”, reforçou Marco.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou, em nota, que trabalha em conjunto com o TCM na resolução das questões apontadas no relatório. A pasta informou que, desde janeiro de 2025, a atual gestão promove ações de reconstrução da rede e que já realizou a troca da empresa de limpeza herdada da gestão anterior, ampliou frentes de manutenção predial, deu início a um edital de credenciamento médico que prevê a ampliação do quadro de 730 para 1.800 profissionais, aumentou o número de salas de vacina em funcionamento de 29 para 67 e aplicou mais de um milhão de doses de imunizantes em 2025, um crescimento de 82% em relação ao ano anterior.

A SMS também citou <a href="https://opopular.com.br/cidades/332-gestantes-a-espera-de-vaga-de-alto-risco-em-goiania-1.3282571" target="_self">mudanças no modelo de gestão das maternidades</a>, entrega de novo mobiliário e regularização parcial de estoques. A pasta da saúde afirma ainda que o Plano de Ação foi proposto pela própria secretaria e que as intervenções seguem em andamento.

Apesar disso, os documentos técnicos do TCM mostram que as principais metas com prazos encerrados entre julho, agosto, setembro e outubro de 2025 seguem descumpridas, inclusive nas áreas classificadas como de risco extremo. Para o auditor Marco Aurélio Batista, a população continua pagando o preço da demora. “A prefeitura está em situação de calamidade na saúde, o que permite contratações emergenciais. Mesmo assim, nós já estamos em dezembro e não vimos avanço significativo na falta de medicamentos, insumos e profissionais. A política pública de saúde na ponta não está sendo atendida como deveria”, concluiu.

Saúde municipal descumpre metas emergenciais, aponta TCM

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Ataque às sibipirunasSoube, por matéria do jornal Anhanguera, que a Amma (Agência Municipal do Meio Ambiente) autorizou a retirada de 20 árvores da espécie sibipiruna que habitam, há anos, as ruas 132 e 148, dos setores Sul e Marista. Moro na rua 148 e sempre me encantam a beleza e a sombra que essas maravilhosas árvores nos proporcionam. A visão dessas árvores, floridas ou não, da perspectiva das janelas de meu apartamento ou andando pela rua, é de uma beleza que emociona! Quando estão floridas, então, é um espetáculo maravilhoso! Nos dão sombra e beleza, nos protegem das intempéries e amenizam o calor e a agressão sonora que nos chega da agitada orla situada no Clube  dos Oficiais. Nesse histórico momento da vida de nosso mundo, em que as mudanças climáticas nos despertam para a preservação do meio ambiente, para a importância das árvores no equilíbrio climático e preservação das águas do planeta, vamos na contramão da recente consciência ambiental e eliminamos árvores? Por um momento, os técnicos da Amma não cogitaram a hipótese de tratá-las, caso estejam doentes ou oferecendo risco de acidentes? Por que esse recurso radical à derrubada das árvores? Em viagem pela Espanha no mês passado vi, na bela Madrid, uma grande e centenária árvore, amparada por estacas de metal cuidadosamente implantadas para impedir sua queda. Comentei com minhas companhias de viagem: se essa árvore estivesse em Goiânia, já teria sido sacrificada…Quem diria que Goiânia foi projetada sob o modelo das cidades jardins francesas do século passado? Que se notabilizou por um patrimônio verde com destaque no cenário nacional? A continuar a depredação atual de nossas árvores, esse patrimônio será apenas uma pálida lembrança do que foi o sonho de Atílio Corrêa Lima. Necessitamos de políticas públicas que estimulem o respeito pelas árvores que nos protegem, acolhem e nos preservam do extermínio de todas as espécies que habitam esse lindo planeta azul. Denunciem cada árvore tombada, se posicionem contra ações predatórias, mesmo avaliadas como “legais” ou “necessárias”. Maria Cristina Teixeira MachadoSetor Marista - Goiânia Taxa do lixo Nossas autoridades estão festejando o superávit financeiro na Prefeitura de Goiânia, todos já esquecemos que no fim da administração passada foi criada a taxa do lixo que passou a ser paga pela população na atual. E a forma de cobrança através da conta de água, provavelmente faz com que a inadimplência seja pequena. Mas tudo isso não é novidade, ou seja, mais uma vemos a história se repetindo. Marcos de Luca Rothen Setor Bueno - Goiânia

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Emprestado pelo Goiás para o Mirassol, sensação do Brasileirão deste ano, o atacante Edson Carioca seguirá no clube paulista pelo menos até o fim do empréstimo, no início da temporada de 2026. Os dois clubes adiaram a data para a resposta do clube paulista sobre a compra dos direitos pelo atleta. O jogador de 28 anos se recupera de uma cirurgia e seguirá o tratamento nas dependências do Leão, que jogará a Libertadores no ano que vem.Edson Carioca passou por cirurgia de reinserção do tendão conjunto da coxa direita, no início de outubro. Ele se machucou no dia 27 de setembro na derrota de 1 a 0 para o Atlético-MG, pela 25ª rodada da Série A.Goiás e Mirassol acertaram que o jogador seguirá no clube paulista durante o tratamento e só após o Paulistão a direção do Leão deve informar se vai ou não exercer a opção de compra do jogador. Edson Carioca está emprestado até o fim do Estadual do ano que vem.O acordo entre os clubes era que o Mirassol comunicasse se vai ou não exercer a opção de compra até o fim do Brasileirão deste ano. O Goiás entende que a janela do final do ano é a melhor oportunidade para uma possível transferência do atacante que se destacou no clube paulista neste ano.Caso Edson Carioca não se recupere antes do fim do Paulistão, há possibilidade de renovação do empréstimo. O atacante tem vínculo com o Goiás até o fim de 2027.A direção do clube esmeraldino não divulga oficialmente o valor estipulado para que o Mirassol compre o atacante em definitivo, mas o POPULAR apurou que o montante é de R$ 2 milhões por 70% dos direitos do jogador. Edson Carioca foi contratado pelo Goiás na véspera do Natal do ano passado junto ao Azuriz-PR por cerca de R$ 750 mil, com vínculo de três anos.Antes da lesão do jogador, o estafe de Edson Carioca recebeu sondagens pelo atacante. Nenhuma se tornou proposta oficial. A expectativa dos empresários do jogador e do Goiás era que isso ocorresse no final deste ano, caso o Mirassol não fosse exercer a opção de compra.É uma situação similar à do meia-atacante Wellington Rato. O jogador se machucou no dia 1º de novembro, durante derrota do Goiás para o Athletico-PR (1 a 0). Ele rompeu o ligamento cruzado do joelho direito e passou por cirurgia dias depois.A previsão de retorno de Wellington Rato é de 9 a 12 meses. Ou seja, ele perderá boa parte da temporada de 2026. O Goiás ainda não informou qual será o período de renovação do contrato, mas Wellington Rato seguirá emprestado ao time goiano. Ele pertence ao Vitória e tem contrato com o clube rubro-negro até o fim de 2027.No caso de Edson Carioca, a estimativa de retorno é ainda no primeiro semestre de 2026. Caso ele permaneça emprestado ao Mirassol, existe a possibilidade do jogador disputar a Libertadores no ano que vem.O Mirassol é a sensação do Brasileirão deste ano. O clube do interior paulista está garantido na fase de grupos da Libertadores após finalizar a Série A na 4ª colocação - a equipe encerra sua participação neste sábado (6) contra o Flamengo, mas sua posição na tabela não será alterada.Edson Carioca foi destaque ao longo da competição. Antes de se machucar, o atacante disputou 21 partidas pelo Mirassol, sendo titular 16 vezes. Ele marcou quatro gols e distribuiu duas assistências na histórica campanha do Leão.A fase do jogador pelo clube do interior paulista foi bem diferente da que ele viveu no início do ano no Goiás. Edson Carioca jogou em 13 oportunidades pelo time esmeraldino, no Goianão e Copa Verde. Ele marcou dois gols, mas era um dos principais alvos de protestos da torcida alviverde no início da temporada.Após Goianão e Copa Verde, Edson Carioca foi emprestado ao Mirassol.