Pré-candidato governista à prefeitura de Goiânia, o ex-deputado federal Sandro Mabel (Republicanos, a caminho do UB) realiza visita aos deputados estaduais na tarde desta terça-feira (2), em contexto de desconfiança entre parlamentares aliados. Primeiro, Mabel terá almoço na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), às 12h30. Depois, às 14h, haverá reunião dos deputados com Mabel e o governador Ronaldo Caiado (UB).A avaliação entre os caiadistas na Alego é de que a escolha do presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg) ocorreu de última hora e consolidou a retirada do presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), do processo, o que gerou insatisfações. Apesar disso, há disposição dos parlamentares em “ouvir” o que Mabel tem a dizer.“Sem dúvida é um nome com mais aceitação do que os outros colocados, como o Jânio Darrot, Ana Paula Rezende ou José Vitti, mas não houve participação dos deputados nessa escolha. Vamos para a conversa para ouvir”, afirma um governista ouvido pela reportagem.Outro deputado considera: “Ele tem a história dele, é presidente da Fieg e agora precisa tentar construir a candidatura em cima da hora. A questão é que foram colocando nomes e tentando vários. Agora, é preciso ver se o Mabel sobe nas pesquisas até agosto, para ver como ele vai estar”.O líder do governo na Casa, Talles Barreto (UB), minimiza eventuais resistências à forma como Mabel foi escolhido e aponta as demandas políticas ao pré-candidato. “Primeiro, ele tem que construir os partidos da base dele. Quem realmente vai estar conosco nesse projeto? E aí acho que tem uma participação do presidente Bruno, que fez um ciclo muito forte em relação à montagem de partidos”, argumenta.“Vamos ter uma reunião com o Sandro e também com o governador onde vamos ter também os parlamentares que muitas vezes não têm conhecimento do Sandro Mabel e poderão estar lá conhecendo ele de perto. A sua simplicidade e seu entusiasmo em disputar e ganhar as eleições”, antecipa.Talles considera que o processo eleitoral deste ano deverá ter diferenças decisivas em relação a 2020. Para ele, as movimentações apontam para uma drástica redução no número de candidaturas a vereador e a prefeito. Naquela disputa, foram 15 nomes na corrida majoritária. “Esse contexto e somado à pandemia, causou uma polarização entre Vanderlan e Maguito Vilela. Agora isso não deve acontecer e tenho convicção de que a escolha do Ronaldo e da base aliada foi de um grande nome”, diz. “O Sandro aceitou no apagar das luzes e é o melhor perfil para disputar a eleição em Goiânia hoje pelo seu ciclo e por tudo que está envolvendo ele”, acredita Talles, que disputou o Paço há quatro anos, à época pelo PSDB.Um parlamentar próximo ao presidente da Alego avalia que Mabel “tem que correr atrás”. “É preciso ver como vai ser o diálogo e a composição. Os deputados vão falar o que esperam dele e vai ser uma conversa olho no olho. O apoio do governador é importante, não há dúvida quanto a isso, mas o candidato tem que fazer a parte dele”, afirma.