O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), enfrenta desafio para escolher seu novo líder na Câmara de Goiânia, em meio ao processo de reorganização da base e de definições sobre a Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Limpa Gyn. Nos bastidores, a informação é que Mabel demonstrou interesse em indicar Thialu Guiotti (Avante) para o posto, mas recuou após ouvir de outros parlamentares que o vereador poderia ter dificuldade de trânsito entre os grupos que existem na Casa. No entanto, diante da dificuldade em encontrar um nome, a definição por Guiotti não está descartada. Entre outros cogitados também estão Bruno Diniz (MDB), Henrique Alves (MDB) e Wellington Bessa (DC). Alves e Bessa fazem parte de grupo mais próximo ao Paço Municipal, que não assinou o requerimento da CEI e foi contra o projeto que propõe a revogação da taxa do lixo, aprovado em primeiro turno no plenário na semana passada. Diniz também é da base, mas do grupo que apoiou a investigação ao contrato e ao serviço da empresa responsável pela coleta de lixo e limpeza da cidade. Além disso, ele votou a favor da revogação da taxa do lixo. No Paço, existe a leitura de que designar um membro deste grupo para a liderança poderia ser positivo para Mabel. Nos casos de Diniz, Alves e Bessa, a dificuldade de trânsito também é apontada. Um nome visto como capaz de dialogar com os vereadores de forma geral é Anselmo Pereira (MDB), mas a informação é que ele já demonstrou não ter interesse no posto. Anselmo foi líder do ex-prefeito Rogério Cruz (SD) entre fevereiro de 2022 e dezembro de 2024. Neste contexto, não há previsão de quando Mabel deve definir o novo líder. Além da articulação política, a escolha é urgente por causa da cadeira a que este nome tem direito nas principais comissões da Casa.Até a semana passada, o líder do governo era Igor Franco (MDB). Embora tenha registrado atritos com membros do Executivo no primeiro semestre, o desgaste de Franco se intensificou em julho, quando assinou, junto com outros 15 vereadores da base e independentes, o requerimento da CEI do Limpa Gyn. Na semana passada, ele votou a favor da revogação da taxa do lixo. Franco é visto como um dos principais articuladores da comissão e, com o restante do grupo, insistiu para que a investigação fosse criada mesmo diante da resistência do prefeito. Mabel o destituiu da função na sexta-feira (29). Desde então, Franco tem concedido entrevistas e feito publicações nas redes sociais com questionamentos sobre o motivo que levou o prefeito a ter se posicionado contra a criação da CEI. Mabel já apontou a possibilidade de a comissão atrapalhar tratativas relacionadas à recuperação do Aterro Sanitário de Goiânia. Já nas últimas semanas, ele tem minimizado a relevância da CEI. O prefeito e aliados afirmam que o objetivo não é investigar a atual gestão (o contrato com a Limpa Gyn foi assinado no mandato de Cruz). Entretanto, o requerimento por meio do qual a comissão foi criada cita o segundo aditivo ao contrato, assinado por Mabel. O prefeito também já disse que neste período de articulações relacionadas à CEI foi pressionado por vereadores por maior espaço para indicar cargos no Paço. No entanto, parlamentares afirmam que a motivação está em problemas no serviço prestado pela empresa.ExpectativaNeste cenário, vereadores consultados pela reportagem afirmam que o próximo líder precisa ter perfil conciliador e autonomia para articular com os pares. “Tem que fazer política institucional, ouvir os 36, as demandas, aparar arestas”, disse um deles. O POPULAR mostrou que o Paço considera que existem atualmente 16 vereadores leais na base, que compõem quatro blocos articulados pela Prefeitura para indicação de nomes para a CEI. Existem outros 13 que são da base, mas se afastaram nos últimos meses em meio ao debate sobre a CEI. A bancada do PL tem quatro nomes, que são independentes. A oposição tem outros quatro vereadores. Mabel tenta atrair os 13 desgarrados de volta ao seu núcleo e o novo líder terá de dialogar com estes grupos.