Nomeado pelo quinto constitucional da advocacia há 12 anos, o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) Nicomedes Domingos Borges cogita antecipar em três anos sua aposentadoria em meio a articulações para que seu filho e advogado Breno Pires Borges seja indicado para a vaga. As movimentações geram burburinhos no tribunal, com críticas, nos bastidores, de tentativa de transformar a cadeira em “capitania hereditária” ou “feudo”. Nicomedes nega que já tenha decidido antecipar sua saída, mas admite a possibilidade, alegando precisar de tempo para se dedicar a seus negócios em Itumbiara (Região Sul do Estado) e contestando a tese de interesse em abrir vaga para o filho. Ainda que afirme não haver “nada de concreto” no sentido de deixar o cargo, o desembargador reage às resistências e chama de “discriminação com o quinto da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)” as falas contrárias à possibilidade de seu filho disputar a vaga. Ele admite ter ouvido de colegas questionamentos sobre “capitania hereditária”.