Despesas do governo de Goiás com o social

A despesa do estado de Goiás com assistência social saltou de R$ 220 milhões em 2019, primeiro ano da gestão do governador Ronaldo Caiado (UB), para R$ 711 milhões em 2024. Até agosto de 2025, o governo já havia liquidado R$ 581 milhões referentes a esta área e estava com R$ 989 milhões empenhados.

Os números foram extraídos nesta sexta-feira (21) do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi) e atualizados pela inflação até agosto de 2025. Os dados de 2019 a 2024 são referentes às despesas pagas e estão nos relatórios de contas anuais. Já as informações de 2025 são de gastos liquidados, registrados no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 4º bimestre (é o documento mais atualizado do ano).

O governo de Goiás afirmou em nota que, desde 2019, “reestruturou a política social ao substituir ações pontuais por programas permanentes, com foco na redução da pobreza e na ampliação da autonomia econômica das famílias”. O estado argumentou que a ampliação dos investimentos, com programas permanentes, produziu efeitos mensuráveis na redução da pobreza em Goiás.

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O levantamento foi feito com base nas despesas registradas, em relatórios financeiros, dentro da função “assistência social”, que abrange, segundo o governo, ações do Mães de Goiás, Passe Livre Estudantil, Dignidade, Pão e Leite, Água e Energia, Aprendiz do Futuro e cofinanciamento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) para municípios.

No entanto, as ações do estado nesta área são ainda mais abrangentes, passando por diferentes órgãos, por meio do programa Goiás Social. Em 2026, por exemplo, o governo estima que o programa custará R$ 1,6 bilhão. O número foi divulgado pelo secretário da Economia, Francisco Sérvulo, em 4 de novembro, na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), durante apresentação da proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/aliados-antecipam-composic-es-de-chapas-em-espera-por-caiado-1.3322934" target="_blank">Aliados antecipam composições de chapas em espera por Caiado</a> 
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O valor considera despesas com o Restaurante do Bem, que faz parte do contrato com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e outras ações, como Aluguel Social e Passe Livre Estudantil. Atualmente, segundo o governo, o Goiás Social tem 18 projetos.

A coordenadora do Goiás Social é a primeira-dama e pré-candidata ao Senado, Gracinha Caiado (UB). Ao lado do vice-governador Daniel Vilela (MDB), Gracinha tem protagonizado eventos e entregas relacionadas à assistência social.

<div attr-cid="policy:1.3341039" attr-version="policy:1.3341039:1763950760" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3341039" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3341039', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3341039">Despesas do governo de Goiás com o social (1.3341039)</a></div>

Daniel deve assumir o governo em abril de 2026 e disputar a reeleição. Caiado é pré-candidato a presidente da República e tem os programas sociais desenvolvidos em sua gestão entre as principais bandeiras do projeto nacional, ao lado da segurança pública e educação.

Na quarta-feira (19), Gracinha e Daniel realizaram a 20ª edição do Agro é Social em Nova Crixás, com a entrega de 60 moradias a custo zero. Na terça (18), a primeira-dama e o vice participaram, no município de Cidade Ocidental, de evento do Goiás Social, que disponibiliza ações e serviços de diversas pastas do governo de forma gratuita. Em modelo semelhante a um mutirão (estratégia que ficou conhecida nas gestões de Iris Rezende), a estrutura do evento funcionou até quarta, com distribuição de cartões de programas assistenciais, atendimentos de saúde gratuitos, emissão de documentos, assistência jurídica, cortes de cabelo, entre outros.

Além disso, o POPULAR mostrou que o contrato do governo com a OVG subiu para R$ 738,7 milhões em 2025. Este foi o maior salto anual desde 2012. O valor representa mais que o triplo do estabelecido no início do mandato de Caiado, em 2019. A presidente de honra da organização é Gracinha. O contrato tem 17 programas sociais, além de despesas administrativas.

Mudança

Em nota, o governo de Goiás argumentou que, em 2018, a gestão anterior suspendeu o programa Renda Cidadã. Naquele ano, de acordo com a administração atual, o estado operava cinco programas sociais. O governo informou que o ponto de partida da gestão Caiado foi um cenário de 4,1% da população em extrema pobreza e 23,7% em situação de pobreza.

O governo afirmou que a principal mudança orçamentária foi implementada a partir de 2021, quando todos os recursos do Fundo Protege passaram a ser destinados de forma integral para a assistência social. O estado apontou que em 2018 parte dos recursos do fundo foi usada para despesas gerais.

De acordo com o governo estadual, com o reforço orçamentário, o número de programas sociais e o escopo de atuação foram ampliados. Atualmente, são 18 programas sob coordenação do Goiás Social, nas áreas de transferência de renda, habitação, qualificação profissional, crédito produtivo, inserção no mercado de trabalho e segurança alimentar.

Programas

Entre os itens da lista, o governo destacou o Mães de Goiás, que paga R$ 300 por mês a mulheres em situação de extrema pobreza com filhos até 6 anos. Nele, são 212 mil beneficiárias e R$ 982 milhões pagos entre 2021 e 2025. No Crédito Social, são pagos até R$ 5 mil a alunos de baixa renda aprovados em cursos de capacitação oferecidos pelo governo estadual (são cerca de 45 mil pessoas beneficiadas, segundo a administração). Por meio do programa Para Ter Onde Morar - Casas a Custo Zero, foram entregues 4,4 mil moradias em 162 municípios, segundo aponta a gestão.

O governo também mencionou ações de “prevenção da pobreza a longo prazo”. Na lista está a Bolsa Estudo, que, de acordo com o estado, paga R$ 111 por mês a quase 500 mil estudantes do 9º do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio da rede pública. O repasse é condicionado à frequência e ao desempenho. Com o programa ProBem, foram concedidas, segundo o governo, 50 mil bolsas universitárias a estudantes de baixa renda desde 2019.

O governo argumentou que, como resultado dessas ações, o estado registrou melhora em indicadores de educação, além de queda nas taxas de pobreza e extrema pobreza. “A assistência social deixou de atuar apenas em caráter emergencial e passou a operar de forma contínua”, disse o estado, apontando impacto em diferentes áreas, além de “emancipação social e superação da pobreza”.

Despesa com assistência social pode chegar a R$ 1 bilhão em 2025

Política

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Matéria - Política

Governo de Goiás

O governador Ronaldo Caiado (UB), 76, deverá realizar um procedimento corretivo nesta segunda-feira (24) no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após ter <a href="https://opopular.com.br/politica/ronaldo-caiado-e-internado-apos-apresentar-arritmia-cardiaca-1.3340716" target="_blank">apresentado arritmia cardíada</a> no sábado (22). Os exames realizados indicaram necessidade de o governador se submeter a uma “<a href="https://opopular.com.br/politica/ablac-o-cardiaca-como-funciona-e-para-que-serve-o-procedimento-ao-qual-caiado-sera-submetido-1.3340835" target="_blank">ablação </a>para correção definitiva do distúrbio do ritmo cardíado”, informou nota médica assinada pela cardiologista Ludhmila Hajjar.

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Segundo boletim médico divulgado neste domingo (23), o governador apresentou evolução clínica e permanece estável, sem novas ocorrências e em monitorização contínua.

De acordo com aliados, o governador começou a queixar-se de desconforto no peito na manhã de sábado. Estava prevista em sua agenda participação em painel, por volta de meio-dia, na 1ª Cúpula Internacional de Ética e Inteligência Artificial de Goiás - etos.IA, em Goiânia, mas por causa das dores, decidiu cancelar a ida ao evento.

<a href="https://opopular.com.br/politica/ronaldo-caiado-e-internado-apos-apresentar-arritmia-cardiaca-1.3340716" target="_blank">Ronaldo Caiado é internado após apresentar arritmia cardíaca</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/historico-cardiaco-de-caiado-inclui-cirurgia-e-internac-es-1.3340802" target="_blank">Histórico cardíaco de Caiado inclui cirurgia e internações</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/ablac-o-cardiaca-como-funciona-e-para-que-serve-o-procedimento-ao-qual-caiado-sera-submetido-1.3340835" target="_blank">Ablação cardíaca: como funciona e para que serve o procedimento ao qual Caiado será submetido</a>

Ainda na manhã de sábado, Caiado gravou um vídeo se manifestando sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no qual afirmou que o episódio trata-se de “mais um triste capítulo da vida política nacional”. Após a gravação, no início da tarde, o governador embarcou para São Paulo na companhia de um ajudante de ordens, segundo informou a assessoria do governo estadual.

Conforme mostrou o POPULAR neste domingo (23), o quadro de arritmia apresentado pelo governador neste fim de semana não é um fato isolado em seu histórico cardíaco, tendo enfrentando complicações em 2019, quando passou por uma angioplastia com colocação de stent; cirurgia de revascularização do miocárdio (ponte de safena) em dezembro de 2022; e internação para check-up em janeiro de 2024.

Internado, Caiado passa por ablação nesta segunda-feira (24)

Tratamento

E se fosse possível ter de volta alguém que já se foi por meio da inteligência artificial? E se uma pessoa amada pudesse “retornar” ao mundo na forma de um avatar digital, preservando todas as suas “definições de fábrica” - a cor da voz, o modo de pensar, os trejeitos, a aparência? Essas são algumas das hipóteses levantadas pelo avanço das tecnologias de IA, que tensionam o debate ético sobre as novas revoluções digitais proposto pelo filósofo político, escritor e professor de Harvard Michael Sandel. Para ele, o cerne da discussão hoje está nas implicações que esses avanços trazem para a capacidade humana de distinguir o real do digital.“A maioria não ia querer isso. Porque o que estamos tratando é de uma questão ética fundamental e que vai além das considerações práticas que todos refletem no dia a dia. E se a IA vai nos levar a confundir o que é real com o digital? Será que estamos perdendo a habilidade de distinguir o real do virtual? A questão filosófica é se realmente isso estiver acontecendo, o que poderemos perder com isso? O que está em jogo? Parece que é fácil perdermos essa sensação de distinguir as diferentes realidades”, afirmou Sandel.O norte-americano ministrou palestra no sábado (22) na etos.IA - 1ª Cúpula Internacional de Ética e Inteligência Artificial, realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria Geral de Governo (SGG). Sandel integra a lista dos principais pensadores globais da revista Prospect e é considerado o mais pop filósofo da atualidade. Ele é defensor da democratização das discussões filosóficas, mais perto das pessoas comuns. Uma amostra desse estilo foi possível ver durante a ministração da palestra. Com ampla interação com a plateia, o filósofo propôs série de provocações aos congressistas sobre a avaliação que cada um faz a respeito das implicações éticas envolvendo a IA. “A tecnologia vai mudar o que significa o ser humano? Essa é a questão fundamental que temos nessa era da IA e por isso que precisamos pensar nas novas formas de IA”, declarou. Em um dos momentos, Sandel se estendeu perguntando aos participantes o que pensavam sobre o uso de IA no cinema. As respostas foram divergentes: alguns defenderam a tecnologia como forma de resgatar, em novas produções, a atuação de artistas já falecidos; outros levantaram dúvidas éticas sobre essa prática. Também houve quem ressaltasse que a IA ainda não é capaz de reproduzir plenamente a criatividade humana, observada por exemplo na filmografia de grandes cineastas e atores.“É a ideia de autenticidade, de presença, o contato verdadeiro humano, a ideia de intuição… Tudo isso parece se perder quando falamos em trazer de volta atores ou cineastas já mortos”, disse Sandel exibindo trecho de uma entrevista realizada por ele com o ator Michael B. Jordan, que fica um bom tempo sem conseguir achar palavras para expressar o que acha a respeito da feitura de novos filmes com atores e atrizes falecidos. “A diferença que estamos pelejando para articular parece ser a ideia de autenticidade das relações humanas. Mas na verdade, quando olhamos para telas, o que desfrutamos? E quando estamos com pessoas?”, questionou o palestrante. EncerramentoAs provocações levantadas por Sandel durante sua palestra continuaram a repercutir no painel de encerramento do evento (“Como a tecnologia pode promover o desenvolvimento do Brasil?”), que reuniu o secretário de Governo de Goiás, Adriano da Rocha Lima; o especialista em governança de IA e autor do Regulamento Europeu de Inteligência Artificial, Gabriele Mazini; e o jurista Ronaldo Lemos, coautor do Marco Civil da Internet e integrante do Oversight Board da Meta. A mediação foi feita pela jornalista da Globo, Natuza Nery.Lemos afirmou que o principal risco para o país é permanecer como um mero consumidor de tecnologias desenvolvidas no exterior. “Aqui falamos português, temos diversidade intelectual e religiosa muito rica, e a IA vai se tornar a mediadora disso. Se o Brasil não tiver um mínimo de competitividade, corre o risco de ficar de fora”, disse o jurista. Para ele, o país precisa “jogar na defesa, mas também no ataque”, investindo em uma estrutura nacional capaz de competir no setor.Ao ser questionado por Natuza sobre a possibilidade de o Brasil desenvolver seu próprio “Vale do Silício”, Lemos afirmou que o país possui potencial até mais promissor, mas pouco articulado. Segundo ele, há “muita inovação”, porém mal distribuída, o que impede a formação de um ecossistema mais robusto.O secretário Adriano da Rocha Lima defendeu que o debate brasileiro não deve se concentrar na aceitação ou rejeição da tecnologia, mas em como integrá-la. “A discussão que temos de ter no Brasil não é se queremos ou não a IA”, afirmou.Questionado sobre o arcabouço regulatório da tecnologia, Mazini lembrou que, ao pensar em legislação, é preciso equilibrar segurança, inovação e proteção de direitos, ressaltando a complexidade de se criar normas em um cenário de rápida evolução tecnológica.A Cúpula Internacional, realizada entre os dias 20 e 22 de novembro, contou com a organização do Instituto Campus Party e teve o apoio Institucional da UFG e do Ceia-UFG e co-organização do Grupo Jaime Câmara e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), além de patrocínios da Saneago e da Equatorial Goiás.

IA traz mais implicações sobre distinção entre real e virtual

Economia

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Matéria - Economia

Tecnologia

Configuração do corredor ferroviário

A mudança no traçado da Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL), que agora ligará Correntina (BA) e Mara Rosa (GO), se conectando à Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), deve impulsionar a economia do município e do estado após o início das operações. O setor produtivo prevê a otimização e redução dos custos do transporte de cargas no País, diante do aumento das opções de portos para o escoamento da produção. Um estudo do Instituto Mauro Borges (IMB) prevê alta acumulada de cerca de R$ 73,5 bilhões no PIB estadual nos primeiros dez anos de operação.

A conexão da FICO com a FIOL <a href="https://opopular.com.br/cidades/nova-fronteira-agricola-de-goias-conheca-regi-o-do-video-com-mais-de-20-de-avi-es-que-impressionou-a-web-1.3318984" target="_blank">formará um grande corredor de exportação</a> brasileiro, que cruzará com a Ferrovia Norte-Sul (FNS) e conectará as regiões produtoras do Centro-Oeste e Oeste brasileiro a portos importantes, passando pelos estados de Mato Grosso, Goiás e Bahia. O chamado corredor ferroviário Leste-Oeste tem 1.708 quilômetros, de Água Boa (MT) a Caetité (BA). A estimativa do IMB é de que só o município de Mara Rosa terá um incremento acumulado de R$ 63,6 milhões em PIB na primeira década de operações do corredor.

O empreendimento se conecta a FIOL I em Caetité, percorrendo por 537 quilômetros até Ilhéus (BA), e o corredor ainda poderá ser estendido por 505 quilômetros no Mato Grosso, ligando Água Boa a Lucas do Rio Verde, caso seja acionado o mecanismo de investimento adicional pelo governo federal. A mudança no traçado do projeto, anunciada pelo governo federal, substitui o percurso original, que iria de Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO), e passa a garantir conexão direta entre a FIOL e a Ferrovia de Integração do <a href="https://opopular.com.br/economia/vale-do-araguaia-requer-energia-para-recuperar-areas-e-elevar-produc-o-1.3318039" target="_self">Centro Oeste (FICO) em Goiás</a>, integrando o escoamento de cargas, especialmente grãos e minérios da região Centro-Oeste para o litoral baiano.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/feira-multissetorial-estima-movimentar-r-800-milh-es-em-negocios-1.3330242" target="_self">Feira multissetorial estima movimentar R$ 800 milhões em negócios&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/infomercial/ifood-movimenta-r-2-bilh-es-em-goias-e-transforma-pedidos-em-historias-de-conex-o-1.3320840" target="_self">iFood movimenta R$ 2 bilhões em Goiás e transforma pedidos em histórias de conexão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/recuo-maior-em-tarifaco-exige-mais-negociac-o-1.3309909" target="_self">Recuo maior em tarifaço exige mais negociação</a></div>

O investimento previsto para esse trecho foi estimado em cerca de R$ 12 bilhões e será uma peça estratégica para reduzir custos logísticos. O diretor executivo do IMB, Erik Figueiredo, diz que a chegada dos investimentos anunciados para a malha ferroviária será um marco para o desenvolvimento de regiões como o Vale do Araguaia. Para ele, a integração do Vale com as demais regiões produtoras do Brasil, via FICO, FIOL e Norte Sul, transformará a região em um dos polos mais dinâmicos do Brasil.

O IMB prevê que a expansão da malha logística local pode gerar um crescimento médio de 9,6% no PIB do setor agropecuário da região, um incremento de R$ 132,6 milhões. Estima ainda a geração potencial de 10,8 mil postos de trabalhos formais na região. “Mara Rosa passa a ocupar posição estratégica como entroncamento ferroviário, recebendo fluxos de carga do leste do Mato Grosso, de parte do MATOPIBA e do norte e nordeste goiano”, diz Figueiredo.

O crescimento médio anual do PIB das regiões pode alcançar cerca de 3,1% ao longo dos próximos 25 anos, acompanhado da geração de oportunidade e expansão do ambiente de negócios. O diretor do IMB lembra que as cidades devem receber uma rede de serviços para suportar essa infraestrutura.

Os locais têm muita conexão de serviços ligados ao agro goiano, que terá infraestrutura de primeiro mundo, um dos principais fatores para o crescimento econômico. “Se você tivesse que escolher uma política única para fazer o país crescer, seria dar infraestrutura para o País”, afirma Figueiredo.

Ele ressalta que o escoamento da produção via férrea reduz custos de produção e transporte, barateando produtos e aumentando a produtividade das regiões. Só o tramo central em Goiás da FNS movimentou 7,2 milhões de toneladas de cargas no ano passado. Os principais produtos transportados pela ferrovia são soja, milho, açúcar, farelo de soja, celulose, minério, aço, combustíveis, biodiesel e fertilizantes. Em Goiás, o Porto Seco em Anápolis é o marco inicial da interligação da Norte-Sul com a Ferrovia Centro-Atlântica, malha que liga o interior aos portos.

<div attr-cid="policy:1.3340349" attr-version="policy:1.3340349:1763776783" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3340349" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3340349', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3340349">Configuração do corredor ferroviário (1.3340349)</a></div>

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Ampliação

As obras da FICO, que ligam Mara Rosa a Água Boa (MT) já estão avançadas. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Clodoaldo Calegari, informa que o corredor ferroviário ainda poderá chegar até Rondônia. “Teremos ferrovia puxando a produção neste trecho todo em bitola larga, o que significa otimização de transportes e redução de emissão de poluentes, com bem menos caminhões nas rodovias”, ressalta.

Atrasos de obras de ferrovias, geralmente, decorrem de problemas ambientais, mas ele lembra que tirar uma grande quantidade de caminhões das rodovias traz ganhos exponenciais também no impacto ambiental. Para o produtor rural, a maior vantagem é a redução de custos. Mas, além da malha ferroviária, ela alerta para a importância de ampliar a concorrência entre as empresas operadoras para reduzir mais os custos. “Se ficarmos nas mãos de uma empresa só, ela baliza o custo pelo transporte rodoviário”, diz Calegari.

Outra vantagem, segundo ele, é a possibilidade de escolher o porto para escoamento, uma logística que hoje está estrangulada em cima dos Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), com longas filas para embarque de cargas. Alternativas para saída por Ilhéus e pelos portos do Norte também podem ajudar, reduzindo muito os custos e aliviando a pressão para o escoamento. “Como o frete marítimo do Arco Norte é mais barato que sair por Paranaguá e Santos, nossos produtos seriam mais competitivos”, alerta.

Mas o presidente da Aprosoja-GO lembra que a ferrovia Ferrogrão, que chegará aos portos do arco norte, de Sinop (MT) a Itaituba (PA), não é concluída por barreiras ambientais. “Uma ferrovia ocupa trecho estreito de descolamento paralela à rodovia e, ao longo dela, não tem expansão urbana, pois suas paradas são distantes umas das outras. Mas o Brasil está muito defasado em modal de transporte em relação a seus outros competidores. Temos ferrovias antigas e de bitola estreita, além de vários projetos parados por questões ambientais”, completa.

Para o gerente técnico do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag), Leonardo Machado, o novo trecho será passo importante para a redução do custo brasil, que inclui todos os custos que envolvem o escoamento de produtos. Hoje, a produção brasileira é exportada, basicamente, pelos portos da região Sudeste e Sul. “Com mais ferrovias, aumentamos opções de escoamento, por Ilhéus ou pelos sete portos do chamado Arco Norte, que inclui o de Itaqui, no Maranhão. Mesmo que eles tenham menor capacidade de exportação que no Sul, aumentaremos o potencial e reduziremos custos”, explica.

Ele ressalta que essa concentração de embarques no Sul gera atrasos e maiores custos de exportação, o que gera perda de competitividade. “A exportação por ferrovia é bem mais barata, mas o sistema de concessão poderia aumentar o número de operadores em cada trecho, concorrência que ajudaria a reduzir custos”, alerta.

Para Machado, é importante ter mais corredores para aprimorar o sistema de escoamento, reduzir o custo logístico e dar mais competitividade para o produto goiano. Mas ele também acredita que a concessão pode ser melhor organizada de um trecho para outro, já que são empresas diferentes, o que dificulta para as empresas. “De Goiás para Santos, é uma empresa só em todo trecho, o que facilita”, avalia.

Corredor ferroviário deve elevar PIB goiano em R$ 73,5 bilhões

Infraestrutura

WEBSTORIES: Chapa UB e MDB

A estruturação da pré-campanha do <a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-ouve-queixas-e-pedidos-para-agendas-com-secretarios-1.3321463" target="_self">vice-governador Daniel Vilela</a>, com vistas à disputa pelo Palácio das Esmeraldas em 2026, apresenta caminho da direção estadual do MDB em sentido oposto às diretrizes e posicionamentos mantidos pela direção nacional da sigla. Enquanto o vice intensifica o espelhamento da direita caiadista, o partido mantém presença decisiva na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e lançou novo programa, no mês passado, baseado em bandeiras da centro-esquerda.

Apesar da tradicional liberdade para posicionamentos divergentes na legenda, a contraposição de ideias pode gerar <a href="https://opopular.com.br/politica/mais-um-prefeito-do-pl-declara-apoio-a-projeto-majoritario-da-base-1.3335754" target="_self">dificuldades para o discurso de Daniel</a>, principalmente se enfrentar candidatura oposicionista diretamente ligada à base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O principal ponto de conflito é a relação próxima do MDB com o lulo-petismo em ambiente político marcado pela polarização e críticas ao governo federal, abraçado pela postura de Ronaldo Caiado (UB) na pré-candidatura ao Planalto.

Na última semana de outubro, a direção nacional do MDB e a Fundação Ulysses Guimarães divulgaram o documento “Caminhos para o Brasil”, texto que resume a posição política do partido a menos de um ano das eleições de 2026. A publicação ocorre dez anos depois e em contraposição ao emblemático “Uma Ponte para o Futuro”, que aproximou o partido da direita durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/partido-como-o-nosso-tem-que-ter-candidato-afirma-wilder-1.3338315" target="_self">"Partido como o nosso tem que ter candidato", afirma Wilder&nbsp;</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/wilder-confirma-pre-candidatura-ao-governo-de-goias-1.3338064" target="_self">Wilder confirma pré-candidatura ao governo de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vanderlan-nega-chance-de-alianca-com-marconi-e-aponta-ate-fogo-amigo-1.3326860" target="_self">Vanderlan nega chance de aliança com Marconi e aponta até 'fogo amigo'&nbsp;</a> 
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Na nova carta programática, o MDB suaviza e deixa em segundo plano o discurso de austeridade fiscal, que foi o ponto central e praticamente único do manifesto de 2015, e agora define prioridades em torno de diretrizes semelhantes às petistas, como a defesa da democracia, do desenvolvimento e da redução das desigualdades. O documento “Caminhos para o Brasil”, tem 67 páginas e teve elaboração coordenada pelo ex-ministro de Lula e Dilma, Aldo Rebelo.

O programa nacional é dividido em três eixos: a consolidação da democracia, a retomada do investimento e a redução das desigualdades, e defende pautas mais identificadas à esquerda, como a responsabilidade social e o combate à crise climática, mas ainda cita o “equilíbrio fiscal”, mais à direita. “O compromisso com a moderação, o pragmatismo, a busca pelo consenso e o equilíbrio atua como um contrapeso ao desgaste gerado pela intensificação de posicionamentos políticos radicais, que emanam tanto da extrema direita quanto da extrema esquerda”, define o texto.

No processo de construção da pré-candidatura à reeleição, Daniel Vilela tem rejeitado a possibilidade de diálogo com o PT ou o governo Lula. O vice inaugurou em março, em entrevista ao POPULAR, o discurso com críticas diretas à gestão petista, que chamou de “ultrapassada”. Além disso, o presidente estadual do MDB reforçou a busca por aliança com o PL, chegou a conversar com Bolsonaro sobre o assunto em novembro de 2024, e se manifestou publicamente contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto, quando houve decisão pela prisão do ex-presidente.

Oposição

Liderança próxima ao vice-governador, o deputado estadual Issy Quinan (MDB) considera que o alinhamento do MDB goiano com a centro-direita e o caiadismo é processo “irreversível” e nega problemas a partir do conflito de posicionamento nacional. “Via de regra, o partido sempre liberou os estados para formatar as alianças que fossem mais convenientes. Nós temos uma definição tomada, independentemente de qual seja a diretriz traçada pela direção nacional”, define.

“O nosso discurso é alinhado com o discurso do governador Ronaldo Caiado, de centro-direita. As pautas que o governador defende certamente serão replicadas em todas as atividades de campanha que formos fazer aqui. Nossa campanha para o governo do estado é ligada visceralmente, umbilicalmente, à campanha do Caiado a presidente”, completa.

<div attr-cid="policy:1.3340354" attr-version="policy:1.3340354:1763778730" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3340354" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3340354', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3340354">WEBSTORIES: Chapa UB e MDB (1.3340354)</a></div>

O deputado ainda admite torcida goiana para que o partido decida, nacionalmente, caminhar com projeto de oposição ao governo Lula. “Existem setores do MDB que divergem do governo e dessa posição governista que alguns possuem. Exemplo disso é o MDB de São Paulo”, cita o parlamentar.

O MDB tem uma ala aliada ao governo com três ministros na Esplanada: Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades). O presidente Lula ainda conta com o apoio do governador do Pará, Helder Barbalho, considerado um dos nomes mais fortes do partido.

O presidente nacional, Baleia Rossi, afirmou que o partido conversa “tanto com o PL como com o PT” e que a decisão será tomada ouvindo os estados em convenção. Há, por exemplo, defesa interna para que o partido indique nome para a vice de Lula, como tem reforçado o ministro e senador licenciado, Renan Filho.

Análise

Para cientistas políticos ouvidos pelo POPULAR, a divergência entre discursos emedebistas estadual e nacional pode gerar dificuldades adicionais à campanha de Daniel Vilela. Para o professor aposentado da UFG, Itami Campos, a força da pauta ideológica reforça os desafios para posicionamento do vice, que assumirá o governo em abril de 2026.

“De fato, isso tende a ser um problema, porque a proximidade do PT nacional com o MDB é um alinhamento à esquerda. Em Goiás, a perspectiva que o Daniel é de direita e realmente isso é uma dificuldade, porque destoa do caminho do MDB, que tem majoritariamente ligado à centro-esquerda nos últimos anos. O Daniel Vilela teria de fazer uma campanha mais aberta, mas isso não deixa de ser um problema de discurso para ser enfrentado”, aponta.

Já o cientista político da PUC/GO, Pedro Pietrafesa, aponta que o posicionamento pragmático do MDB permite que Daniel adapte as novas diretrizes do documento “Caminhos para o Brasil” às dinâmicas eleitorais de Goiás, mas reconhece que os ataques de bolsonaristas são inevitáveis.

“Com certeza um candidato mais bolsonarista vai explorar esses elementos, como já foi feito na campanha à Prefeitura de Goiânia, com acusação contra o atual prefeito Sandro Mabel (UB) sobre a proximidade que ele teve no passado com o PT. Isso vai ser utilizado na campanha para governador e terá um impacto naquele eleitorado mais raiz do bolsonarismo. No entanto, como ocorreu em Goiânia, esse tipo de discurso não será suficiente para o candidato bolsonarista conquistar a maior parte do eleitorado. A oposição bolsonarista vai precisar de um discurso para além desse”, analisa.

O professor da UFG, Guilherme Carvalho, também considera que as críticas ideológicas podem causar desgastes, mas não devem ser suficientes para prejudicar a campanha do MDB estadual. “Os adversários vão acusar o Daniel, por ser um membro de um partido que está com o governo Lula, de na verdade não ter compromissos com a direita, com as pautas conservadoras em Goiás, que são as pautas que deram certo no governo Caiado”, aponta,

“Vão dizer que o senador <a href="https://opopular.com.br/politica/partido-como-o-nosso-tem-que-ter-candidato-afirma-wilder-1.3338315" target="_self">Wilder Morais </a>tem esse compromisso, ou qualquer que seja o candidato do PL. Mas Daniel Vilela tem argumentos para negar e dizer que tem independência moral, como o Caiado já fez. Então, não vejo isso como um fator preponderante no posicionamento”, considera.

Guilherme reforça que o caminho de Daniel Vilela é espelhar Ronaldo Caiado na campanha ao governo. “Ele tem muito pouco a ganhar seguindo uma diretriz muito difusa de um partido zero programático a nível nacional e muito a ganhar se tornando e fazendo uma curva mais à direita, até pelo perfil do eleitorado”, afirma.

O professor aposentado da UFG, Pedro Célio Alves Borges, avalia que o posicionamento do MDB deverá ficar ligado às definições regionais, sem impacto das orientações nacionais. “O partido é muito pragmático e a candidatura de Daniel Villela pode repetir isso para conseguir levar as duas coisas ao mesmo tempo. Levar o conteúdo da campanha para uma linha de cunho social, que é o histórico do MDB em Goiás, o que não o distanciaria tanto da direção nacional”, aponta o doutor em Ciências Sociais.

Discurso em Goiás afasta Daniel do MDB nacional

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