A presidente Dilma Rousseff disse, nesta quarta-feira (12), que não fará imediatamente a reforma ministerial para montar a equipe de seu segundo mandato. Segundo ela, não há um prazo para que as mudanças comecem. Dilma negou também que tenha estabelecido prazo para os ministros entregarem os cargos. “Não estabeleci prazo e não vou fazer a reforma [ministerial] imediatamente, vou fazê-la por partes.” A presidente acrescentou: “O Palácio não fala, é integrado por paredes mudas. Só quem fala sobre reforma é essa pessoa modesta que vos fala aqui”, disse a presidente a jornalistas em Doha, no Catar.O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante, informou no início da noite que “de dez a 15” ministros já entregaram cartas colocando seus cargos à disposição da presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, a atitude é apenas uma formalidade sugerida por ele e outros colegas, e não se trata de uma obrigação.A proposta era deixar a presidenta Dilma à vontade para conduzir a transição para o segundo mandato. “De qualquer forma, ela (Dilma)] tem toda liberdade (para fazer a reforma ministerial). Ela foi eleita em um regime de presidencialismo. Ela pode trocar o ministro que quiser na hora que achar oportuno”, complementou.Conforme noticiou o site G1, já colocaram ou informaram que vão colocar os cargos à disposição os seguintes ministros: Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Mauro Borges (Desenvolvimento e Comércio Exterior), Manoel Dias (Trabalho), Marcelo Néri (Assuntos Estratégicos), Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia), Moreira Franco (Aviação Civil), Francisco Teixeira (Integração Nacional), Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), José Henrique Paim (Educação), César Borges (Portos), Eduardo Lopes (Pesca); Eleonora Menicucci (Políticas para Mulheres), Thomas Traumann (Comunicação Social) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da União).No Catar, Dilma também comentou a carta de demissão de Marta Suplicy do Ministério da Cultura. Pala ela, Marta não teve qualquer atitude incorreta na forma como entregou a carta de demissão. “Ela me disse o teor da carta antes de eu viajar, mas logo depois que fui reeleita a ministra falou comigo que sairia. Ela não fez nada de diferente, não teve nenhuma atitude incorreta, ela me disse que sairia e eu aceitei. Acertamos que ela me enviaria uma carta, a estrutura de praxe”, disse.Sobre o trecho onde Marta diz que os brasileiros desejam que a presidente seja iluminada na escolha de sua equipe de trabalho e que a equipe econômica possa resgatar a confiança e credibilidade ao seu governo, Dilma se limitou a dizer que “essa é uma opinião dela e as pessoas têm direito a dar opinião”.G20Dilma se reuniu com o Emir do Catar, Xeque Tamim bin Hamad Al Thani, e com a Xeica Mozah Bint Nasser. Ela relatou que um dos temas discutidos com o Emir foi a crise no Oriente Médio. Com a Xeica, tratou de educação e destacou as conversas sobre cooperação para o programa Ciência sem Fronteiras.Do Catar, a presidente Dilma segue para a Austrália onde participará, nos dias 15 e 16, da reunião do G20 – grupo que reúne os líderes das 20 maiores economias do mundo. “O G20 é sobre como se prossegue na reforma do Fundo Monetário e como se traduz o desejo do G20 de um desenvolvimento sustentável e equânime, como isso se traduz em medidas concretas. Acho que o emprego vai ser um foco muito forte”, disse.Sem prazoAssim como a presidente, o ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, também negou que haja prazo para os ministros encaminharem cartas ao Planalto. Segundo ele, o que existe é uma "visão geral" de que o momento é oportuno. "Não (houve pedido de antecipar a entrega das cartas pondo o cargo à disposição). Na verdade, há uma visão geral de todos os ministros de que o momento é adequado. Estamos dentro do calendário da transição, no início da transição. Evidentemente nós nos falamos. Existe uma comunicação entre os ministros, com o próprio ministro [Aloízio] Mercadante, que é o coordenador, chefe da Casa Civil. Mas esse é um procedimento absolutamente natural", declarou.