Em segundo lugar entre as capitais, atrás apenas de Brasília, e quarta posição no ranking geral entre municípios, Goiânia registra pontos fortes relacionados, principalmente, aos indicadores de moradia, que obteve nota 94,96, e água e saneamento, com resultado 91,88. A cidade ainda tem números considerados razoáveis no Índice de Progresso Social (IPS) em nutrição e cuidados médicos básicos, com 73,17 contra 70,51 na média nacional; acesso ao conhecimento básico, que teve 78,64, em comparação com 71,82 do país, e acesso à informação e comunicação, que totalizou 79,38, contra 69,77.Na capital goiana, o quesito inclusão social é o mais fraco, com nota 37,02, enquanto o país tem resultado 48,41. A nota é puxada para baixo em Goiânia por conta do indicador sobre a violência contra a mulher, que foi caracterizado como “relativamente fraco”. A cidade ainda registrou nota mais baixa no item “segurança pessoal”, com 62,25 pontos. Apesar de o número estar acima da média nacional, de 58,27, ainda é considerado abaixo do esperado para cidades acima de 250 mil habitantes, que contam com maior estrutura para desempenhar o serviço. O levantamento, coordenado pelo Imazon, aplicou pela primeira vez no Brasil a metodologia internacional que avalia a qualidade de vida das cidades, além do contexto econômico. O IPS Brasil, segundo os organizadores, é uma ferramenta de gestão territorial baseada em dados públicos, que identifica fatores determinantes para o desenvolvimento social das cidades. O estudo utiliza 52 indicadores de órgãos oficiais, entre números atualizados anualmente e o censo do IBGE de 2021, o que não direciona para análise direta sobre as atuais administrações municipais.O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), apontou, em resposta ao POPULAR, que as notas verificadas abaixo da média nacional se referem a serviços e trabalhos que dependem de atuação conjunta de esferas da administração pública.O prefeito aponta, em nota, que a segurança pública “é um desafio das grandes cidades e exige o trabalho conjunto entre os governos municipal, estadual e federal”. Rogério Cruz alega que a Prefeitura “assume sua responsabilidade por meio da Guarda Civil Metropolitana (GCM)” e aponta que a corporação “desempenha um papel crucial na segurança da cidade”.Cruz ressalta o resultado do Anuário 2023 das Cidades Mais Seguras do País, que coloca a capital na quinta posição, entre aquelas com população superior a 1 milhão de habitantes.InclusãoJá sobre as demandas em inclusão social, o prefeito garante que “a administração trabalha com o objetivo permanente de reduzir as desigualdades e atender as famílias mais vulneráveis em todas as suas necessidades”. Ele cita a implementação dos programas Renda Família e Renda Família + Mulher. Sobre o resultado ruim em relação à violência contra a mulher, Rogério Cruz volta a citar a GCM, com o trabalho da “Patrulha Mulher Mais Segura”. Segundo ele, o serviço “presta assistência a mulheres com medidas protetivas e conta com botão de pânico para que mulheres em risco possam acionar a viatura mais próxima”.No geral, o prefeito comemora o resultado no ranking nacional e aponta que o resultado é “fruto de avanços importantes” e tenta politizar o estudo com a avaliação de que a cidade estaria “no rumo certo”. “Tenho convicção de que uma cidade como Goiânia demanda muito mais trabalho e investimentos para avançar em áreas que apresentam resultado abaixo do que desejamos”, diz.A cidade com melhor resultado no IPS Brasil foi Gavião Peixoto (SP), com população de apenas 4.700 pessoas e um polo aeroespacial da Embraer. A pior nota foi Uiramatã (RR), que tem a maior proporção de população indígena no Brasil, já que o IPS não mede indicadores indígenas e o resultado reflete a falta de serviços no núcleo urbano. Entre as 20 melhores notas, 13 ficam no interior de São Paulo.