Transparência

A parcela das emendas impositivas de vereadores de Goiânia destinada a organizações sociais tem aumentado ao longo dos anos, mas a Prefeitura e as entidades ainda falham em apresentar, por meio de ferramentas de transparência, detalhes de como a verba é aplicada. Em 2024, 80% das emendas (R$ 125 milhões) foram indicadas ao terceiro setor. Em 2025, como mostrou O POPULAR, a fatia subiu para 95% (quase R$ 170 milhões).

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No ano passado, o Instituto CEM recebeu R$ 7,6 milhões da Prefeitura por meio de indicações de nove vereadores. A entidade tem site, mas sem espaço para transparência. De acordo com o presidente, Jeziel Barbosa Ferreira, a publicação será feita quando a prestação de contas for finalizada e apresentada ao Paço. Ferreira afirmou que todo o recurso foi executado em serviços de saúde.

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O Instituto de Pesquisa e Apoio a Gestão Pública (Ipagesp) recebeu R$ 4,8 milhões em emendas, destinadas por sete vereadores. O site da entidade tem espaço para transparência com indicação para informações de Goiânia. No entanto, ao clicar no link, o portal apresenta erro.

O Instituto Léo Moura Sports também recebeu alto valor de emendas em 2024, R$ 2,2 milhões, mas seu site não tem página de transparência. A reportagem entrou em contato com o Ipagesp e o Instituto Léo Moura, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Os dados de pagamentos feitos às três entidades (veja quadro) foram informados pela Secretaria Municipal de Articulação Institucional e Captação de Goiânia (Secap). As organizações foram selecionadas para análise dos portais por terem sido citadas em matérias anteriores do POPULAR por causa de altos valores indicados por vereadores.

Houve tentativa de selecionar as entidades pelo ranking das que mais receberam recursos em 2024. O balanço foi solicitado à Secap e à Secretaria Municipal de Fazenda, mas não houve resposta. A Secap enviou apenas lista de 64 emendas (R$ 3,9 milhões), que estavam sob responsabilidade da antiga Secretaria de Relações Institucionais (SRI).

Há uma página no Portal da Transparência da Prefeitura para as emendas parlamentares, mas a forma como elas são apresentadas não permite a análise dos dados (como um filtro que mostre a soma de pagamento geral e por entidade, por exemplo).

Embora informe o nome do vereador, destino da emenda e valor, o site não permite a visualização de qualquer documento que mostre detalhes de como o dinheiro foi aplicado. Além disso, ao baixar a planilha de qualquer ano disponível (2021 a 2024), o documento traz lista incompleta.

O POPULAR mostrou que a Associação Comunidade Batista (ACB), a Associação S.O.S Vidas e o Grupo Futuro Gestão de Saúde são as entidades que devem receber os maiores valores de emendas de vereadores em 2025. A ACB, que teve R$ 14 milhões em indicações, ainda não tem página de transparência em seu site. Segundo o presidente, Diogo Pereira Marquez, o espaço está sendo providenciado. Entre os serviços a serem prestados estão atividades de qualificação profissional e saúde.

Com a previsão de receber R$ 7,8 milhões, a Associação S.O.S Vidas também prepara um site com área de transparência. Segundo o presidente Leonardo Martins, a entidade está em diálogo com a Prefeitura para definir as atividades em que o recurso será aplicado. A organização atua em ações sociais, esportivas e culturais.

Já o Grupo Futuro Gestão de Saúde, que também deve receber R$ 7,8 milhões, tem página de transparência. O portal mostra, por exemplo, a prestação de contas de ações realizadas entre novembro de 2023 e outubro de 2024 em Tremembé (SP). Os documentos estão em PDF e, em outubro, somam 1,2 mil páginas de notas fiscais e informações sobre as equipes. Segundo o diretor executivo, Lucas França, um espaço semelhante será criado no site para Goiânia.

Mesmo Rito

A Secap informou, em nota, que, após a aprovação das emendas, a instituição responsável deve apresentar documentação. Em seguida, ocorre a análise e aprovação do plano de trabalho, a publicação no Diário Oficial, o repasse dos recursos, a execução conforme o plano de trabalho e a prestação de contas.

A nota destaca que o processo segue o mesmo rito adotado por estados, outros municípios e o governo federal, conforme a legislação que regulamenta o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. O documento final de prestação de contas fica arquivado pela própria entidade e não há exigência de publicação. A Controladoria-Geral do Município é a responsável pela análise final, podendo aprovar, apontar ressalvas ou rejeitar a prestação de contas.

O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) disse que o Executivo é responsável pela execução e acompanhamento das emendas, com o dever de celebrar as parcerias e fiscalizar a prestação de contas. O órgão de controle disse que avalia as despesas em procedimentos específicos de fiscalização, como os que estão sendo instaurados neste exercício (mas ainda não existem trabalhos concluídos e aprovados pelo pleno).

Nacional

A nível federal, a exigência de transparência para emendas impositivas destinadas a organizações sociais tem aumentado. A Controladoria-Geral da União (CGU) fez auditoria para analisar se essas entidades divulgam na internet, de forma acessível e detalhada, o recebimento e execução dos recursos.

No início deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino chegou a suspender repasses a ONGs por não terem fornecido dados detalhados sobre as emendas recebidas. Dino havia determinado no ano passado que as instituições informassem “na internet, com total transparência, os valores oriundos de emendas parlamentares (de qualquer modalidade) recebidos nos anos de 2020 a 2024 e em que foram aplicados e convertidos”. Parte do recurso foi liberado após adequações.

“O fenômeno (emendas impositivas), do ponto de vista político e jurídico, é razoavelmente novo. Diante da falta de uma regulamentação mais estrita, o STF saiu à rua, ditando normas a partir dos princípios constitucionais que a União teria que seguir”, explicou Marcos Augusto Perez, professor de Direito Administrativo e coordenador do Laboratório de Governo da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (LabGov/USP).

Embora as decisões federais não alcancem de forma direta a execução de emendas municipais, elas apontam caminho para tornar a despesa mais transparente no âmbito local. “Acredito que o que nós temos de melhor, em termos de paradigma para ser cumprido pelo município, é o que o STF está falando no caso da União. Então, teria que fazer o mesmo, fazer algo análogo, e, eventualmente, fazer algo melhor”, disse Perez.

O professor destacou que a parceria com o terceiro setor é importante para o País e a ampliação da transparência pode mostrar, com clareza, a forma como a colaboração ocorre.

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Emendas de vereadores pagas a entidades não ganham transparência

Política

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Matéria - Política

Prefeitura de Goiânia

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começa nesta terça-feira (25) o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

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A sessão ocorre após um trâmite acelerado da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) e em meio a divergências entre aliados do ex-presidente sobre como ele deve lidar com a situação.

Alvo de ataques frequentes de Bolsonaro, que escalaram no último ano, o STF decidiu reforçar sua segurança para a deliberação.

A expectativa no Supremo é que a denúncia seja recebida por unanimidade na turma, composta pelo ministro-relator, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-faz-live-com-advogado-que-diz-que-pais-n-o-tem-maturidade-para-lidar-com-delac-o-1.3243550">Bolsonaro faz live com advogado, que diz que país 'não tem maturidade' para lidar com delação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-e-denunciado-sob-acusac-o-de-liderar-trama-golpista-1.3232514">Bolsonaro é denunciado sob acusação de liderar trama golpista</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/quem-e-quem-na-turma-do-stf-que-deve-julgar-bolsonaro-pela-trama-golpista-1.3232743">Quem é quem na turma do STF que deve julgar Bolsonaro pela trama golpista</a></div>

Além de Bolsonaro, serão julgados outros sete integrantes do que a PGR classificou como núcleo central na articulação de uma ruptura institucional para impedir a posse de Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

Estão nele o deputado federal pelo PL e ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto.

As defesas dos acusados negam que eles tenham articulado uma tentativa de golpe e questionam aspectos como a participação de Moraes, Dino e Zanin no julgamento, além da deliberação pela Primeira Turma e não pelo plenário.

Os advogados de Bolsonaro pretendem se concentrar em questões técnicas e processuais para justificar a inocência do ex-presidente, mantendo contato nos bastidores com ministros do Supremo.

A reação pública do ex-presidente ao processo, no entanto, divide seus aliados.

As divergências vão desde a estratégia em relação às acusações quanto à conduta antes do julgamento.

A decisão de Bolsonaro de participar de entrevista na noite desta segunda-feira (24), em São Paulo, para um podcast com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi criticada por pessoas próximas ao ex-presidente.

Elas argumentam que a agenda beneficia mais Tarcísio do que Bolsonaro, que deveria focar a preparação de discursos e entrevistas para depois do julgamento. A programação é que ele volte a Brasília entre a noite desta segunda e a manhã de terça.

Na capital federal, Bolsonaro deve assistir ao julgamento na casa do deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição no Congresso.

Mas a agenda não é consenso entre os principais auxiliares do ex-presidente e a equipe que o defenderá no Supremo, que passou esta manhã em conversas de telefone cogitando alterações de roteiro.

Prevendo um potencial de embates, o tribunal preparou um plano de segurança especial para os dias de julgamento da denúncia da trama golpista. O esquema envolve a limitação do acesso ao edifício sede e aos anexos, a manutenção dos gradis que cercam a corte e o monitoramento de possíveis ameaças.

O nível das restrições é estabelecido após análise de risco da Secretaria de Polícia Judicial. Desde o atentado a bomba em novembro de 2024, o Supremo tem sido mais rígido na definição dos planos de segurança, com barreiras de checagem próximas à entrada da sede, por exemplo.

Só será autorizado o acesso de servidores da corte e de jornalistas e advogados credenciados para acompanhar o julgamento.

A Segunda Turma do Supremo cancelou sua sessão de julgamento prevista para esta terça após pedido do ministro Cristiano Zanin. A expectativa era colocar um telão na sala e abrir o espaço para a transmissão do recebimento da denúncia contra Bolsonaro.

O plano acabou descartado pela segurança do STF. A ideia é restringir ao máximo o acesso do público ao tribunal diante das peculiaridades do julgamento e das ameaças diárias aos ministros detectadas pela Secretaria de Polícia Judicial.

A segurança do Supremo também já ativou na segunda-feira sistemas para a segurança cibernética do tribunal, prevendo um aumento de ameaças às estruturas digitais da corte. No sistema do peticionamento do STF foi acionada uma barreira para evitar sobrecarga de acesso de robôs ao site. Ferramentas semelhantes são usadas para garantir o funcionamento das plataformas da TV Justiça.

COMO SERÁ O JULGAMENTO

Na atual etapa, os ministros do Supremo devem avaliar se a denúncia da PGR levanta indícios de materialidade e autoria contra os acusados.

É um passo ainda inicial no processo. Se a denúncia for recebida, Bolsonaro e as outras sete pessoas que serão julgadas pelo caso nesta terça-feira passarão à condição de réus e, assim, responderão a ações penais no tribunal.

Zanin deverá abrir a sessão às 9h30. A previsão é que Moraes leia o relatório e, na sequência, comecem as sustentações orais. O procurador-geral Paulo Gonet falará por 30 minutos, e as defesas terão duas horas para expor suas posições -serão oito defesas com 15 minutos cada.

Somente após as falas das defesas é que Moraes deve apresentar seu voto.

Em um primeiro momento, ele vai decidir sobre argumentações preliminares apontadas pelos denunciados, como os pedidos de anulação da delação de Mauro Cid e de envio do julgamento para o plenário do Supremo, composto por 11 ministros.

Só depois de concluídas as preliminares é que Moraes apresentará seu voto definitivo sobre o recebimento ou rejeição da denúncia. Os demais ministros vão debater esses pontos e apresentar seus votos na sequência.

Após o voto de Moraes, será seguida a ordem de antiguidade: Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O último a votar será o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.

O julgamento deve continuar à tarde, e o término está previsto para a manhã de quarta-feira (26).

STF julga se Bolsonaro vira réu por trama golpista e deixa aliados de ex-presidente divididos

JULGAMENTO 

Webstories - Criada comissão da taxa do lixo

O secretário municipal da Fazenda, Valdivino Oliveira, afirmou nesta segunda-feira (24), durante a prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2024 na Câmara de Goiânia, que o decreto regulamentando a <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-cobranca-da-taxa-do-lixo-deve-ficar-para-depois-de-abril-1.3234695" target="_blank">Taxa de Limpeza Pública</a>, a taxa do lixo, será publicado até o fim desta semana e disse que o diferencial da cobrança do tributo estará na “frequência com que a limpeza passa na rua”.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; outline-offset: -2px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

“Uma rua que recebe limpeza e coleta três vezes por semana tem que pagar mais do que uma rua que só recebe uma. Mas ainda estamos em fase de regulamentação. Qualquer pré-análise que fizermos aí é perigosa”, disse Oliveira. “Então, acredito que até o final da semana a gente possa soltar o <a href="https://opopular.com.br/politica/comiss-o-para-regulamentar-taxa-do-lixo-e-criada-1.3223368" target="_blank">decreto regulamentando</a>, e a taxa de lixo não está definida ainda. Temos as linhas gerais que a Câmara aprovou: a questão do subsídio, quanto vamos cobrar, mas nós não regulamentos ainda. Estamos em processo”, complementou.

As falas do auxiliar do prefeito Sandro Mabel (UB) foram em resposta aos questionamentos do vereador Coronel Urzêda (PL), que apontou dúvidas sobre os critérios para a cobrança da taxa para pessoas que moram sozinhas na capital.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-cobranca-da-taxa-do-lixo-deve-ficar-para-depois-de-abril-1.3234695" target="_blank">Mabel diz que cobrança da taxa do lixo deve ficar para depois de abril</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/comiss-o-para-regulamentar-taxa-do-lixo-e-criada-1.3223368" target="_blank">Comissão para regulamentar taxa do lixo é criada</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/paco-e-semad-discutem-situac-o-do-aterro-sanitario-de-goiania-1.3227126" target="_blank">Paço e Semad discutem situação do Aterro Sanitário de Goiânia</a></div>

Conforme mostrou o Giro nesta segunda, a subprocuradora-geral de Justiça Fabiana Lemes Zamalloa do Prado recomendou a suspensão imediata dos principais dispositivos da lei que instituiu a taxa do lixo em Goiânia. Em parecer enviado ao Tribunal de Justiça, a representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO) apontou falhas na formulação do novo tributo.

O parecer acata argumentos do PSDB estadual em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) movida a pedido da vereadora Aava Santiago. De acordo com Zammalloa, a criação da taxa não foi subsidiada por dados técnicos, estudos e debates. Na ação, a subprocuradora questiona a ausência, ainda que aproximada, “de unidades imobiliárias sujeitas ao pagamento da TLP”, “do custo anual do serviço público de manejo de resíduos sólidos em Goiânia” e “de imóveis inscritos em cada uma das categorias”.

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Ao comentar a recomendação do MP-GO, Mabel disse, em coletiva de imprensa, que achou o parecer “alinhado à vereadora” e que o posicionamento poderia abrir um precedente para o aumento do valor. “A cobrança de R$ 1 bilhão é absurda, eu estou cobrando apenas 25% do que deveria ser pago. Não sou a favor de cobrar mais do que o necessário. O valor que estou cobrando é de R$ 250 milhões, o que é muito menos do que seria cobrado de acordo com a lei”, afirmou o prefeito.

Aava afirmou que a ação busca, na verdade, suspender a taxa para que ela seja analisada de forma mais cuidadosa. “Para que a população entenda, o que eu peço é a <a href="https://opopular.com.br/politica/insatisfac-es-quase-fizeram-votac-o-da-taxa-do-lixo-ficar-para-2025-1.3211837" target="_blank">suspensão da taxa do lixo</a> para que a Prefeitura coloque os estudos técnicos que justifiquem uma discrepância tão grande de que um goianiense vai poder pagar R$ 250 e o outro goianiense vai poder pagar até R$ 5,6 mil”, disse a tucana.

“Apresentei emendas na Comissão de Finanças para corrigir os erros e, infelizmente, as minhas emendas foram rejeitadas em bloco, por recomendação do prefeito. Essas emendas exigiam, por exemplo, um estudo de impacto, de como chegaram a esse valor, inserido pelo relator”, prosseguiu Aava reagindo às falas de Mabel.

Decreto da taxa do lixo sai nesta semana, diz Valdivino

Abordagens da crise financeira em Goiânia

O prefeito Sandro Mabel (UB) reiterou, nesta segunda-feira (24), em prestação de contas à Câmara de Goiânia, o cenário de <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-acena-a-vereadores-em-meio-a-quest-es-sobre-divida-1.3244831" target="_blank">calamidade nas finanças</a> do Paço Municipal reforçando o valor de R$ 3,6 bilhões em dívidas. O gestor voltou a apresentar dados que apontam para o rombo bilionário, quando considerados valores que não foram contabilizadas e não constam no documento apresentado (segundo o prefeito, não estão no Orçamento).

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Mabel deixou o detalhamento dos números do relatório do 3º quadrimestre de 2024 - era o objeto principal do encontro e mostra <a href="https://opopular.com.br/politica/folha-infla-de-r-246-milh-es-para-r-391-milh-es-na-gest-o-cruz-1.3241480" target="_blank">déficit de 389 milhões</a> - para o secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira. O auxiliar não chegou a fazer sua apresentação por falta de tempo. Um documento com os dados, referentes ao último ano da gestão do prefeito Rogério Cruz (SD), foi entregue aos vereadores.

O rombo financeiro apontado por Mabel e o déficit orçamentário registrado no ano passado são abordagens diferentes para análise da situação financeira da Prefeitura. O gestor afirmou que endividamento do município era, na época em que foi realizado o relatório de transição, de R$ 3,6 bilhões, mas atualmente a apuração da sua equipe aponta que chega a R$ 4 bilhões.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-acena-a-vereadores-em-meio-a-quest-es-sobre-divida-1.3244831" target="_blank">Mabel acena a vereadores em meio a questões sobre dívida</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/folha-infla-de-r-246-milh-es-para-r-391-milh-es-na-gest-o-cruz-1.3241480" target="_blank">Folha infla de R$ 246 milhões para R$ 391 milhões na gestão Cruz</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-volta-atras-e-indica-que-pode-ir-a-camara-prestar-contas-1.3240992" target="_blank">Mabel volta atrás e indica que pode ir à Câmara prestar contas</a></div>

Já o resultado orçamentário de 2024 foi de déficit de R$ 389 milhões, conforme o POPULAR já havia mostrado no início de fevereiro. O número é resultado da diferença entre receitas e despesas do ano passado. Os dados foram divulgados no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 6º bimestre de 2024, publicado no Diário Oficial do Município. Em 2023, a Prefeitura teve um déficit de R$ 111 milhões.

<h2>Dívidas</h2>

Dentro do endividamento de R$ 3,6 bilhões, Mabel mencionou, por exemplo, as contas de R$ 2,3 bilhões da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) com fornecedores, impostos a recolher, consignado, obrigações sociais, trabalhistas e tributárias. Também foi citada a dívida de R$ 233 milhões do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas). Os problemas financeiros desses dois órgãos são conhecidos por serem históricos.

Neste cenário, o gestor também leva em consideração R$ 441 milhões em dívidas na área da Saúde (maternidades, energia elétrica, clínicas, hospitais, entre outros); R$ 48 milhões da Secretaria de Administração; e R$ 42 milhões da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra).

A Assembleia Legislativa de Goiás aprovou, em fevereiro, decreto de calamidade pública na área das finanças da Prefeitura de Goiânia. Na época, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) se manifestou pela legalidade da aprovação do decreto, com base no impacto da dívida flutuante (de curto prazo) de R$ 696 milhões. Na época, a Prefeitura alegou que a dívida ultrapassa R$ 3 bilhões, mas o cenário não foi considerado pela área técnica do tribunal por falta de documentos contábeis.

<h3>Resultado</h3>

O relatório orçamentário da Prefeitura mostra que, em 2024, a administração teve receita de R$ 9,1 bilhões e despesa de R$ 9,5 bilhões. O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) foi a principal fonte de receita própria, com R$ 1,3 bilhão (crescimento real de 8,68% em relação a 2023). A arrecadação de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) foi de R$ 1,1 bilhão, que representou variação negativa de 0,17%. As transferências correntes, feitas pelo governo estadual e pela União, somam R$ 3,9 bilhões.

Mabel criticou a queda no IPTU, que já foi a principal fonte de arrecadação própria da capital. “Não podemos ter decréscimo de recolhimento. Por que aconteceu? Porque não se cobra. Não vai atrás. Não lança direito. O sistema é velho, é desatualizado. A planta de valores está desatualizada… Não a planta não está desatualizada…, mas tem muitos imóveis que não recebem, tem imóveis que estão fora da planta. Aí você vai falar, como está fora da planta? Alguém tirou? Isso é passado. Não quero… O que temos que fazer agora é consertar.”

Nas despesas, a Prefeitura gastou R$ 4,6 bilhões com a folha de pagamento, valor que representou aumento de 4,91% em relação a 2023. O índice de despesa com pessoal em relação à receita corrente líquida (RCL) foi de 48,56% - o limite prudencial determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 51,3%. Em 2024, os investimentos somaram R$ 320 milhões (aumento de 2,65% em relação ao ano anterior).

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<h3>Saída</h3>

Com o discurso de rombo bilionário, Mabel sinalizou que a solução para os problemas financeiros da Prefeitura é desafiadora e vai levar longo período. “Para regularizar toda essa situação, você pode pensar em oito, dez anos para isso. É impossível fazer isso em menos tempo. Temos que renegociar dívidas e financiar, ainda muita dívida que nem existe de fato, mas está aí”, declarou o prefeito em entrevista coletiva.

Questionado sobre o tema, Oliveira não cravou prazo. “Não podemos sacrificar o Orçamento de 2025 para <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-volta-atras-e-indica-que-pode-ir-a-camara-prestar-contas-1.3240992" target="_blank">pagar as contas</a> de 2024, senão daqui a alguns dias nós não teríamos orçamento para tocar as nossas atividades”, afirmou ao POPULAR. O secretário afirmou que os recursos economizados estão sendo utilizados para pagar dívidas, citando como exemplo contas de saúde e do transporte coletivo.

De acordo com Oliveira, em cerca de três meses de gestão, foi possível economizar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. O secretário disse que a meta de registrar superávit mês a mês está sendo cumprida. Oliveira citou o caso da Comurg, que, segundo ele, está gastando entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões por mês, quando a despesa era, em média, de R$ 60 milhões. Esse resultado foi usado pelo auxiliar como argumento para justificar a transferência de R$ 190 milhões do Executivo para a empresa pública. (Colaborou Gabriel Neves)

Prefeito volta a enfatizar rombo de R$ 3,6 bilhões

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