Os vereadores de Goiânia poderão indicar o destino de R$ 177,5 milhões do Orçamento de 2026 da Prefeitura de Goiânia. Com isso, cada um dos 37 parlamentares terão direito de enviar R$ 4,7 milhões em obras e serviços para suas bases eleitorais. A previsão de emendas impositivas parlamentares consta na proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2026, enviada pelo Executivo à Câmara na sexta (31).

Na LOA 2025, os parlamentares puderam indicar R$ 176 milhões. No entanto, o valor individual era maior, de R$ 5 milhões. Essa diferença existe porque, até 2024, a Câmara tinha 35 vereadores titulares. Devido ao aumento da população da capital no último censo, para 1,4 milhão de habitantes, os vereadores aprovaram projeto, em 2023, que ampliou a quantidade de cadeiras para 37. Este ajuste no número de representantes de acordo com o aumento populacional está previsto na Constituição Federal.

A LOA 2026 estima receita e despesa de R$ 10,4 bilhões. De acordo com a proposta, a principal despesa da Prefeitura deve ser com pessoal, de R$ 5,4 bilhões. A estimativa de investimentos é de R$ 865 milhões. Na LOA 2025, a previsão para este item é de R$ 933 milhões.

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O secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira, explicou que, na elaboração do Orçamento do ano corrente (de responsabilidade da gestão anterior), a maior parte dos investimentos previstos era do empréstimo de R$ 710 milhões. Para 2026, segundo Valdivino, não há expectativa, inicialmente, de operações de crédito.

Até o segundo quadrimestre de 2025, a Prefeitura investiu R$ 165 milhões, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal da Fazenda em prestação realizada na Câmara no início de outubro. Segundo Valdivino, há perspectiva de salto neste valor no último quadrimestre do ano, devido a aplicação de recursos próprios (cerca de R$ 400 milhões) e do empréstimo contratado por Rogério Cruz (SD). Há possibilidade de todo o crédito ser usado ou empenhado em 2025.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/paco-trata-comurg-como-dependente-na-loa-2026-1.3331625" target="_blank">Paço trata Comurg como dependente na LOA 2026</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/paco-envia-a-loa-a-camara-antes-de-aprovar-a-ldo-e-sem-previs-o-de-deficit-1.3330719" target="_blank">Paço envia a LOA à Câmara antes de aprovar a LDO e sem previsão de déficit</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mesmo-com-nova-gratificac-o-comiss-es-n-o-fazem-reuni-es-1.3331231" target="_blank">​Mesmo com nova gratificação, comissões não fazem reuniões</a></div>

Taxa do lixo

A LOA também projeta aumento na arrecadação de taxas, de R$ 153 milhões em 2025 para R$ 345 milhões em 2026. O documento afirma que a mudança está ligada à criação da Taxa de Limpeza Pública (TLP), conhecida como taxa do lixo, e aumento da alíquota de 0,5% para 1,5% da Taxa de Regulação e Controle.

Emendas impositivas devem ter valor menor por vereador

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Orçamento 2026

LOA 2026

Na proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2026, a Prefeitura de Goiânia trata a Companhia de Urbanização (Comurg) como dependente. No entanto, o plano da gestão do prefeito Sandro Mabel (UB) <a href="https://opopular.com.br/politica/tcm-determina-alterac-o-de-acordo-sobre-a-comurg-1.3329266" target="_blank">continua a ser um acordo</a> com o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) para reverter decisão da corte.

O secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira, explicou, neste domingo (2), que, na LOA, a Comurg é tratada como dependente porque está entre as unidades orçamentárias da Prefeitura, com previsão de despesa de R$ 100 milhões - valor referente aos primeiros meses do ano. De acordo com o secretário, também foi incluído nos números da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) a despesa do contrato com a Comurg.

“Colocamos R$ 100 milhões (na unidade orçamentária da Comurg), que daria 2, 3 meses para a Comurg tocar de forma dependente. Se nós conseguirmos (reverter a dependência) até março, passamos a executar o contrato que está na Seinfra. Se nós não revertermos, nós vamos suplementar e vamos tocando”, disse Oliveira. “O volume de recursos que nós colocamos é aquele que nós entendemos que daria para (a Comurg) tocar até o momento de revertermos essa decisão”, declarou.

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Dentro do orçamento da Seinfra, a previsão de despesa com limpeza urbana, gestão de resíduos e urbanização é de R$ 570 milhões. Em outubro, a Prefeitura assinou aditivo de contrato com a Comurg, que tem custo máximo de R$ 49 milhões por mês. Um novo contrato, com validade a partir de 2026, está em discussão, que deve ter teto de R$ 50 milhões por mês.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/emendas-impositivas-devem-ter-valor-menor-por-vereador-1.3331627" target="_blank">Emendas impositivas devem ter valor menor por vereador</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/politica/tcm-determina-alterac-o-de-acordo-sobre-a-comurg-1.3329266" target="_blank">TCM determina alteração de acordo sobre a Comurg</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/comurg-contrata-fundac-o-por-r-1-2-milh-o-para-eficiencia-operacional-1.3329267" target="_blank">Comurg contrata fundação por R$ 1,2 milhão para "eficiência operacional"</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/comurg-inicia-compra-de-mais-de-r-150-mil-em-roj-es-e-foguetes-para-espantar-urubus-do-aterro-sanitario-de-goiania-1.3326739" target="_blank">Comurg inicia compra de mais de R$ 150 mil em rojões e foguetes para espantar urubus do aterro sanitário de Goiânia</a></div>

No entanto, a expectativa da Prefeitura é que a Comurg - que passa por processo de reestruturação - custe cerca de R$ 35 milhões mensais. Nesta área, a Prefeitura também tem contrato com o consórcio Limpa Gyn (varrição mecanizada e coleta de lixo e entulho), que custa cerca de R$ 20 milhões por mês.

Entre as consequências da dependência também está a necessidade de a despesa com pessoal da Comurg se tornar responsabilidade direta do Executivo. De acordo com Oliveira, a Prefeitura tem margem de segurança para suportar o acréscimo da companhia na folha. A estimativa, diz o secretário, é que a empresa gere comprometimento de quase 2% em relação à receita.

“Se tiver que ser dependente, nós não temos por onde correr. A decisão do tribunal, nós não podemos ter... A menos que a gente vá à Justiça, a Justiça dê uma liminar, uma coisa assim. Mas nós estamos, no momento, dialogando com o tribunal”, afirmou o auxiliar.

Em 2024, o TCM-GO determinou o cumprimento de decisão de 2019, que tornou a Comurg dependente da Prefeitura. O tribunal definiu que, a partir de 2025, as contas da Prefeitura devem ser julgadas considerando este cenário. Ao longo deste ano, o Executivo tentou reverter a decisão, mas ainda não teve sucesso. A proposta inicial de termo de ajustamento de gestão (TAG) apresentada pelo Paço Municipal foi rejeitada e um novo texto deve ser discutido em uma mesa técnica.

Prazo

A LOA chegou à Câmara de Goiânia na noite de sexta-feira (31), cumprindo prazo determinado pela Lei Orgânica do Município. A proposta estima receita e despesa de R$ 10,4 bilhões para o próximo ano. O Giro mostrou que o projeto foi enviado ao Legislativo após as 20h. À coluna, o procurador-geral da Câmara de Goiânia, Kowalsky Ribeiro, afirmou que o envio da LOA antes da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) se trata de “grave erro jurídico e de gestão fiscal”.

Já o procurador-geral do Município, Wandir Allan de Oliveira, defendeu a estratégia e destacou a importância de respeitar o prazo. Uma nova versão da LDO foi encaminhada à Câmara há cerca de 15 dias, mas ainda não foi votada. O texto anterior foi retirado de tramitação em meio a disputa do Paço com vereadores, principalmente sobre o índice de remanejamento do Orçamento.

<div attr-cid="policy:1.3331629" attr-version="policy:1.3331629:1762133623" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3331629" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3331629', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3331629">LOA 2026 (1.3331629)</a></div>

Paço trata Comurg como dependente na LOA 2026

Orçamento

O acesso a uma vaga de emprego formal é uma realidade distante para parte das pessoas em situação de rua. Enquanto a Prefeitura de Goiânia tem divulgado o encaminhamento desta população ao mercado de trabalho, com 121 tendo recebido oportunidade de entrevista – em cumprimento a lei municipal de 2020 que estabelece que 5% das vagas sejam destinadas a pessoas em situação de rua –, parte ainda relata dificuldades no acesso ou mesmo na permanência no mercado de trabalho. Não à toa, dentre os 12 contratados, três permaneceram em suas funções. Entre os pontos apontados por pesquisadores e pela própria população neste cenário estão a falta de moradia, a dificuldade no acesso ao tratamento de saúde mental, o preconceito e falta de informações sobre ações sociais.&nbsp;

Na última semana, a administração municipal publicou um informativo mostrando que 121 pessoas em situação de rua haviam sido encaminhadas ao mercado de trabalho. Dentre estas, 12 já haviam sido efetivamente contratadas, sendo que, para o restante, ainda se aguardava uma resposta. Conforme a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), todos foram levados para vagas no Consórcio Limpa Gyn, empresa que atua na coleta de lixo, ofertadas devido ao contrato junto à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) firmado em abril do ano passado.

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Parte dos convocados para o processo seletivo não teria concluído as demais etapas, seja de apresentação de documento ou treinamento para a vaga. Já entre os contratados, três permanecem atuando no setor de coleta, tendo todos eles saído da situação de vulnerabilidade em que se encontravam antes. Um deles, inclusive, por ter um curso de especialização, seria aproveitado em uma outra função. Os demais, deixaram seus trabalhos por motivos diversos, tais como excesso de faltas, embriaguez e absenteísmo.&nbsp;

Os fatores também são citados por pesquisadores como pontos de atenção no processo de recuperação. Subcoordenador do Núcleo Especializado de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), Rafael Balduíno pondera que como a população em situação de rua é “heterogênea”, há motivos diversos para que estejam nesta situação. “Pessoas abandonadas pela família, com problemas de saúde mental, com álcool e drogas. Com certeza, tem quem vai ser encaminhado para o mercado de trabalho e vai conseguir retomar sua vida a partir dessa oportunidade. Mas, no geral, não basta, porque às vezes o grau de sofrimento da pessoa é tão elevado, que ela não consegue se fixar no emprego”, pondera.

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“Muitas pessoas, por exemplo, têm quadro de depressão muito forte, que dificulta a inserção no mercado de trabalho. Podemos citar também problemas com álcool e drogas que se não forem superados, vão comprometer também a produtividade. É um processo longo para esses projetos de recuperação da dignidade da pessoa em situação de rua, normalmente demoram muitos meses. E é natural sim que a pessoa tenha esses momentos de debilidade, fraqueza, que dê passos atrás para que depois consiga avançar de forma definitiva”, acrescenta o defensor público, ao citar que um tratamento de saúde mental e acompanhamento psicossocial deve preceder o encaminhamento ao mercado de trabalho, além da resolução do problema da falta de moradia.

A necessidade de um local próprio para que a pessoa em situação de vulnerabilidade possa se estabelecer é destacada pelo doutor em Sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos da Violência e da Criminalidade da Universidade Federal de Goiás (Necrivi/UFG), Dijaci David de Oliveira. “O ponto de partida é a moradia, é que a pessoa tenha um espaço onde ela possa tomar um banho, se vestir, fazer sua higiene pessoal. Como vai fazer isso, se você não tiver um lugar adequado para morar. Toda pessoa que trabalha ela demanda guardar materiais, guardar documentos. Então (a falta de trabalho) é sim um problema, mas secundário, pois primeiro deve ser ter a moradia, porque ela que vai sustentar essa política de trabalho”, diz, ao apontar ainda que as casas de acolhida não se enquadram no sentido de moradia citado. “Ela é passageira, não é a casa (da pessoa). Pode ajudar quando tem demanda muito grande e ainda não conseguiu moradia para todos. Resolve temporariamente, mas o ideal é a casa própria, seja alugada ou adquirida.”

Atuando no Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (CIAMP-Rua Nacional) e Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), Joana Darc Bazilio também elenca as dificuldades de acesso a elementos básicos, como higiene pessoal, alimentação e “noites maus dormidas” como pontos que desafiam a permanência das pessoas em situação de rua ao mercado de trabalho. Não somente, cita, a discriminação sofrida por eles. “Veja bem, quem vai dar um emprego para uma pessoa que está suja, ansiosa pela falta de descanso? E precisa do processo e apoio psicológico e empatia do empregador, porque ele precisa entender que essa pessoa vem de uma situação surreal, fora de qualquer realidade”, enfatiza.

Economista e coordenadora do Programa de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Núbia Simão cita que os problemas relacionados a “questões de sociabilidade, como local de moradia e a influência do uso de álcool e outras drogas, além do sistema de meritocracia no qual vão competir com pessoas com sociabilidade reguladas e graus de escolaridade e habilidades comportamentais”, impactam no acesso e permanência destas pessoas em vagas de emprego formal. Por isso, cita que vagas específicas, com flexibilidade, podem contribuir.

Moradia e saúde&nbsp;são as demandas mais mencionadas&nbsp;

Moradia e tratamento em saúde mental são pontos mencionados por pessoas em situação de rua que almejam ingressar no mercado de trabalho e sair da situação de vulnerabilidade. Para aqueles ouvidos pelo POPULAR, também falta chegar informações sobre as ações do município voltadas a eles. São pessoas que por vezes não frequentam o Centro Pop, localizado no Setor Leste Universitário, e até outras que estão abrigadas na Casa de Acolhida Cidadã I, no Setor Campinas, e mesmo assim não tinham conhecimento d o trabalho da Prefeitura para o encaminhamento ao mercado de trabalho.

Durante uma ação da Associação Tio Cleobaldo para entrega de comida e água a pessoas em situação de vulnerabilidade na Praça Joaquim Lúcio, no Setor Campinas, um dos homens que buscava o alimento e que reside nas proximidades do espaço, conta que a moradia seria o primeiro ponto para que fosse possível o retorno a um emprego formal. Mas para ele, muitos demandariam um tratamento voltado a dependência química antes deste processo.&nbsp;

Outros também apontam a problemática sobre a falta de documentação pessoal, já que muitos, por vezes, tem os documentos furtados ou incendiados. Para outros, a idade ou alguma doença se torna um empecilho. Por isso, muitos se voltam ao emprego informal.&nbsp;

Na Casa de Acolhida Cidadã voltada o público masculino, o emprego informal é realidade da grande maioria, conforme apontam funcionários que atuam no local, e outros residentes temporários. Ainda segundo os relatos ouvidos pelo POPULAR, há interesse por parte dos abrigados pelas oportunidades de emprego, mas muitos ainda não tiveram conhecimento da iniciativa prevista em legislação, ponto que é contestada por servidores, que destacam que todas as ações são repassadas.

Já outros conseguem por conta própria uma vaga de emprego formal. É o caso do soldador Valdenir de Jesus, de 31 anos, que trabalha viajando para várias cidades e que há um mês está abrigado no local depois de voltar de um município no Pará. Contudo, sem receber ao menos metade do acordado, regressou a sua cidade natal sem dinheiro e sem lugar para dormir. Após conseguir abrigo na casa de acolhida, começou a buscar por trabalho em serralherias, até ser contratado.

“Cheguei a assinar a carteira, fiquei lá um mês, mas o salário baixo, então pedi conta. Mas aí já fui para uma outra serralheria que eu fiz uma diária e paguei um hotel. E agora consegui um emprego numa metalúrgica”, comenta. Neste, ele está em processo de efetivação e, com isso, já tem planos de alugar um imóvel e sair da unidade de acolhimento institucional. Ele almeja ainda iniciar um curso técnico para se tornar soldador aquático.&nbsp;

Enquanto as dificuldades encontradas por essa população para ingressar no mercado de trabalho são diversas, servidores da assistência social e até mesmo um homem em situação de rua ouvido pela reportagem apontaram para uma outra possibilidade. Para eles, parte deste público não deseja deixar as ruas, seja por uma sensação de comodidade, ou mesmo para seguir recebendo benefícios sociais, como o Bolsa Família.&nbsp;

A assistente social e diretora da Associação Tio Cleobaldo, Maylla Lopes, também cita este empecilho. “Por questão de perder os benefícios, para não terem qualificação. E às vezes ele até vai, passa nos testes tudo, mas não fica 5, 10 dias. E por quê? Porque ele não tem condições. Está acostumado com aquela vida. Ele não quer chegar à hora, ele não está acostumado a acordar cedo, a obedecer regras”, pontua.

Para ela, o foco seria o tratamento em saúde mental. “A pessoa para estar numa situação de rua, ela está com os vínculos familiares já rompidos. Brigou com a esposa, foi expulso pela mãe, pelo pai, por causa da homossexualidade. São várias questões sociais que levam a pessoa a ficar numa situação de vulnerabilidade, de risco pessoal e social. O correto seria trabalhar a saúde mental, mas ninguém está preocupado”, opina.

Secretaria foca em suporte e capacitação

À frente da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), Erizânia Freitas explica que o papel da pasta tem sido de orientação e suporte para que as pessoas em situação de rua estejam preparadas durante as entrevistas de emprego “A gente orienta com relação a essa primeira entrevista, disponibiliza e orienta a vestimenta. E durante os primeiros 30 dias damos o suporte com o transporte dessas pessoas, exceto se tiver sendo disponibilizado o vale transporte. E oferecemos também para que essas pessoas estejam dentro da Casa de Acolhida Cidadã (CAC) por até três meses”, pondera.&nbsp;

Conforme ela, os atendidos são “pessoas acompanhadas e atendidas por equipe psicossocial, pessoas que vão ao Centro Pop todos os dias em busca de higiene pessoal, de lavanderia, de refeição, e de encaminhamento, por exemplo, para o mercado de trabalho”. E para receber o encaminhamento ao mercado de trabalho, tais pessoas passam antes por cursos de qualificação profissional, ofertados em parceria com instituições privadas, como a Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e o Sistema S, citando, a exemplo de um curso de panificação.&nbsp;

Além disso, Erizânia pondera que a pasta também tem focado para o encaminhamento destas pessoas a tratamento de saúde mental e de acompanhamento psicossocial. “A gente tem feito isso o tempo todo. Pode não surgir um contrato novo, mas eu continuo fazendo com que essas pessoas tenham uma qualificação profissional, com que essas pessoas tenham a possibilidade de reabilitação, de reinserção social através desse tratamento. Porque quando a vaga surgir, precisa estar preparado na hora certa, ou seja, na hora que surge. Então preciso deixar essas pessoas preparadas para ocuparem essas vagas”, cita.

A secretária destaca ainda que há dificuldades em relação ao público que se encontra sob dependência química. “Surgiu a vaga, a gente reúne durante o atendimento psicossocial e fala da vaga para eles. Mas isso muda muito. Eles manifestam o desejo aqui na parte da manhã quando chegam para um café da manhã, tomam banho, e vão para atendimento com o psicólogo. A gente prepara tudo e, no outro dia, a gente chega com a van preparada mas ele está sob efeito de drogas. Porque ainda que essa pessoa queira e que eu tenha vaga, precisa ter uma instituição como uma comunidade terapêutica, preciso ter o Centro de Apoio Psicossocial (Caps), preciso tratar essa dependência que às vezes culmina em um transtorno mental e oferecer a possibilidade de recuperação com relação a essa dependência. Então não é um serviço, não é encaminhar para uma cota de 5%”, acrescenta.

O encaminhamento do público a vagas de emprego formais, que tem ocorrido desde o fim do ano passado, foi intensificado nos últimos meses. Além do Consórcio LimpaGyn, Erizânia diz, sem mencionar números, que outras pessoas foram contratadas em um trabalho temporário ofertado pelo Instituto de Transformação Social (ITS) “para um serviço periódico na área esportiva”. Conforme a lei promulgada em 2020, toda contratação pública que envolva mão de obra não especializada — ou seja, aquelas que não exigem registro em conselho, certificação técnica específica — deverá conter uma cláusula que obrigue a empresa contratada a reservar 5% das vagas para pessoas em situação de rua.

A secretaria mantém a proposta de uma terceira Casa de Acolhida Cidadã, mas sem um prazo para quando isso deve ocorrer. Conforme a titular da pasta, “apenas os trâmites jurídicos” devem ser finalizados no primeiro semestre do próximo ano. Há ainda, dentro do plano de contingência, a proposta de abrigo emergencial diante do início das chuvas e períodos de baixas temperaturas, a exemplo da iniciativa em maio deste ano, em que a Prefeitura de Goiânia abriu um abrigo emergencial para acolher a população em situação de rua com a chegada do frio na capital. Conforme dados mais recentes divulgados pela Semasdh, o acolhimento emergencial registrou 3,9 mil atendimentos. As Casas de Acolhida I e II, divididas entre público masculino e família (mulher e crianças), somaram 2 mil, com histórico de superlotação.&nbsp;

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População em situação de rua vive desafios para ter um emprego em Goiânia

Cidades

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Vulnerabilidade

<img attr-cid="policy:1.3331561" attr-version="policy:1.3331561:1762116776" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3331561/image (5).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Fã deposita flor sobre o túmulo do cantor Cristiano Araújo, em Goiânia, em homenagem aos 10 anos da morte do artista (Fábio Lima/O Popular)

<a href="http://opopular.com.br/magazine/dez-anos-da-morte-cristiano-araujo-e-allana-moraes-1.3278503" target="_blank">Após 10 anos</a>, o que temos pra hoje é saudade, demonstrado por um grupo de fãs que viajou mais de 30 horas para visitar o túmulo do cantor sertanejo Cristiano Araújo, no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. Ao POPULAR, Ana Paula Melo, de 47 anos, operadora de caixa e moradora de Castanhal, no Pará, é integrante do fã-clube “Cristiano Sem Limites Pará”. Ela contou que todos os anos faz a mesma jornada no Dia de Finados (2),<a href="https://opopular.com.br/cidades/dia-de-finados-f-s-prestam-homenagens-a-sertanejos-enterrados-em-goiania-1.3331507" target="_blank"> rito que é feito também por outros fãs de artistas e figuras políticas</a>.

<cite>Vim todos os anos desde que o Cristiano foi embora. Inclusive, estou com mais amigas, mas cheguei antes, de tanta ansiedade. Já chorei bastante, é sempre muito emocionante estar aqui”, revelou Ana Paula, emocionada.&nbsp;</cite>

O grupo, que possui 22 membros, saiu do Pará, e chegou à capital goiana para participar de uma missa em homenagem ao artista, marcada para às 17h, no mesmo cemitério, onde ele está sepultado. A viagem foi paga pelo governo do estado paraense.&nbsp;

Para a fã, a música que mais lhe arranca lágrimas — “É com ela que estou” — resume o sentimento que a incentiva a repetir a viagem, que promete continuar enquanto viver: “Pra sempre saudade. É isso. Saudade que não passa, mas que mantém viva a lembrança dele.”

<img attr-cid="policy:1.3331510" attr-version="policy:1.3331510:1762117357" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3331510/marilia_mendonça.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Sandra Lopes visita todos os anos o túmulo da cantora Marília Mendonça (Sylvester Carvalho/O Popular)

O gesseiro Sebastião Sousa Júnior, de 53 anos, relatou ao POPULAR que trabalhou na casa do Cristiano, em Goiânia, e o conheceu pessoalmente.&nbsp;

<cite>Ele chegava lá, sempre dava atenção para as pessoas. Chegava brincando, sorrindo. Era um parceirão”, relembrou.</cite>

A morte deixou tanto ele quanto os colegas de trabalho em choque na época, segundo ele. Os seis meses que prestou serviço na casa foram suficientes para despertar uma grande admiração pelo cantor no coração de Sebastião, a ponto dele ir visitar o túmulo todos os anos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/dia-de-finados-f-s-prestam-homenagens-a-sertanejos-enterrados-em-goiania-1.3331507" target="_blank">Dia de Finados: Fãs prestam homenagens a sertanejos enterrados em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/dez-anos-da-morte-cristiano-araujo-e-allana-moraes-1.3278503" target="_blank">Dez anos da morte Cristiano Araújo e Allana Moraes</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/familia-de-cristiano-araujo-abre-acervo-inedito-apos-10-anos-da-morte-do-cantor-1.3276383" target="_blank">Família de Cristiano Araújo abre acervo inédito após 10 anos da morte do cantor</a></div>

<h2>Dez anos sem Cristiano e Allana&nbsp;</h2>

No dia 24 de junho deste ano, completou 10 anos desde a morte de Cristiano Araújo e de sua namorada, Allana Moraes, após um acidente de carro enquanto retornavam de um show, em Morrinhos.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3279003" attr-version="policy:1.3279003:1750371438" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3279003/WhatsApp Image 2025-06-19 at 19.16.53.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Allana Moraes ao lado do namorado Cristiano Araújo (Arquivo pessoal / Míriam Moraes)

Na época, o cantor estava no auge de sua carreira. Com 29 anos, ele já havia conquistado o Brasil com sucessos como "Efeitos", "Caso Indefinido", "Você Mudou", "Maus Bocados", "Cê Que Sabe", "É Com Ela Que Eu Estou" e "Hoje Eu Tô Terrível".&nbsp;

Neste ano, a família abriu um acervo inédito com o figurino que ele usava nas gravações e shows, objetos pessoais e presentes dos fãs.&nbsp;&nbsp;

Uma parceria inédita entre Cristiano Araújo e o cantor Zezé Di Camargo promete emocionar fãs após 10 anos da morte do cantor. Segundo a família, a previsão é que o lançamento seja em julho deste ano. Outras quatro canções devem ser anunciadas nos próximos meses.&nbsp;

Grupo viaja mais de 30 horas para visitar túmulo de Cristiano Araújo, em Goiânia

HOMENAGEM

Fãs prestam homenagens a sertanejos enterrados em Goiás

Dia de finados

<div attr-cid="policy:1.3331511" attr-version="policy:1.3331511:1762099598" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3331511" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3331511', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3331511">Fãs prestam homenagens a sertanejos enterrados em Goiás (1.3331511)</a></div>

Os fãs de famosos enterrados nos cemitérios em Goiás prestam homenagens a eles neste Dia de Finados (2). Em Goiânia, estão sepultados os cantores sertanejos Leandro (da dupla com o irmão Leonardo), Marília Mendonça e Cristiano Araújo, que neste ano se completou <a href="https://opopular.com.br/magazine/dez-anos-sem-cristiano-araujo-veja-as-20-musicas-mais-tocadas-do-sertanejo-1.3280082" target="_self">10 anos de morte</a>. Há ainda as personalidades políticas como os ex-governadores do estado Iris Rezende e Maguito Vilela; além do fundador da capital, <a href="https://opopular.com.br/cidades/familia-denuncia-que-jazigo-de-pedro-ludovico-teixeira-fundador-de-goiania-esta-abandonado-1.3270317" target="_self">Pedro Ludovico</a>. Outras personalidades são: o jogador Fernandão (ídolo do Goiás Esporte Clube), a poetisa Cora Coralina e Leide das Neves, que foi vítima do Césio-137 (veja acima vídeo da movimentação neste dia).

A doméstica Sandra Lopes da Silva, de 49 anos, esteve pela manhã no Cemitério Parque Memorial, onde depositou flores para a cantora Marília Mendonça, a Rainha da Sofrência. A artista morreu aos 26 anos, em 5 de novembro de 2021, vítima de uma acidente de avião, em Caratinga, Minas Gerais. 
 
"Têm três anos que eu venho visitar o túmulo dela", conta Sandra, que também tem uma irmã enterrada no local.

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No entanto, na opinião dela, o local "está esquecido, pelos fãs, pelos parente" da cantora. A administração do cemitério respondeu ao POPULAR que o "jazigo da Marília Mendonça" é sempre movimentado por fã clube até de outros estados do Brasil, não apenas no Dia de Finados. 
 
"Eles prestam homenagens no aniversário e na data da morte dela também", ressaltou a assessoria do Parque Memorial.

<img attr-cid="policy:1.3331510" attr-version="policy:1.3331510:1762098660" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3331510/marilia_mendonça.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Sandra Lopes visita todos os anos o túmulo da cantora Marília Mendonça (Sylvester Carvalho/O Popular)

Neste ano, a expectativa da gestão do cemitério é receber cerca de 10 mil pessoas. Nos anos anteriores, segundo a assessoria, o público aproximado foi de 8 mil (2024) e 6 mil (2023).

No Jardim das Palmeiras, a operadora de caixa Ana Paula Melo, 47, viajou do estado do Pará, com o fã clube "Cristiano sem limites Pará" para visitar o túmulo do cantor. Ela conta que essa viagem já dura 10 anos.

<cite>A gente vem, inclusive eu estou com mais amigas, porque eu fiquei tão ansiosa, que eu acabei antecipando, vim logo. Minhas amigas ficaram no hotel, aqui em Goiânia. Eu estou aqui com o coraçãozinho apertado", relatou emocionado a fã.</cite>

Ana Paula afirmou que todos os anos vários fãs clubes, como de Caldas Novas e Uberlândia (MG), se encontram no cemitério para celebrar uma missa para o cantor, às 17h.

Cristiano está enterrado no cemitério com a namorada Allana. Eles morreram em um acidente de carro, quando retornavam para a capital depois de um show na cidade de Itumbiara, no sul de Goiás, em 24 de junho de 2015. 
 
A paraense disse ainda que no local também presta homenagem ao cantor Leandro e, depois vai ao Parque Memorial para uma visita ao túmulo de Marília Mendonça. 
 
"Eu aproveito também para matar um pouquinho da saudade do Leandro, que fez parte da minha história. Hoje estou com 47 anos, e eles foram os meus primeiros ídolos: Leandro e Leonardo", relembra Ana Paula. 
 
Sebastião Sousa Júnior, 53, também foi cedo para ir ao túmulo do cantor Cristiano Araújo, que segundo ele, conheceu pessoalmente. O fã conta que trabalhou por seis meses em uma reforma na casa do artista, em Goiânia. 
 
"Excelente pessoa, ele. Camarada de boa. Ele chegava, sempre dava atenção para as pessoas. Chegava brincando, sorrindo", recorda dos encontros com o cantor.

<img attr-cid="policy:1.3331509" attr-version="policy:1.3331509:1762098531" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3331509/iris_rezende_fernandao_goias_e_leide_das_neves_mortes.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Iris Rezende, jogador Fernandão e Leide das Neves (Diomício Gomes/Divulgação site do Goiás EC/Reprodução da TV Anhanguera)

<h2>Outras personalidades lembradas em Finados</h2>

No Cemitério Municipal Santana, na capital, estão enterrados o ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende; e o fundador da cidade, Pedro Ludovico Teixeira. O ex-governador do estado e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela está sepultado no Cemitério São Miguel, na sua cidade natal, Jataí.

Símbolo da literatura regional, a poetisa Cora Coralina está enterrada no Cemitério São Miguel, na cidade de Goiás. Seu legado é reconhecido e celebrado por todo o Brasil. 
 
Ídolo do Goiás e de outros clubes brasileiros, o atacante Fernandão, como era conhecido, está sepultado no Jardim das Palmeiras, na capital. Ele foi vítima de um acidente de helicópetero às margens do Rio Araguaia, em Aruanã (GO), em 7 de junho de 2014.&nbsp; 
 
Também nesse cemitério está enterrado seu Francisco, pai de Zezé Di Camargo e Luciano. Ele morreu em novembro de 2020, vítima de Covid-19.&nbsp;&nbsp;

A menina Leide das Neves Ferreira, morta aos seis anos, em 23 de outubro de 1987, por causa da contaminação com material radioativo, em Goiânia, se tornou símbolo da tragédia do Césio-137. O corpo dela está enterrado no Cemitério Parque, no setor Urias Magalhães.

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Dia de Finados: Fãs prestam homenagens a sertanejos enterrados em Goiânia

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