As entidades que firmaram parceria com o estado de Goiás para executar obras no âmbito do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) apontam a legalidade dos termos assinados e o objetivo de contribuir com o desenvolvimento do estado. Em liminar publicada no dia 10, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a validade de duas leis estaduais que tratam da parceria do governo com o setor produtivo para a execução de obras em rodovias.Esta semana foi marcada por repercussões da liminar, com a determinação, por parte da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), de suspensão de seis obras atingidas pelo posicionamento do ministro (todas foram iniciadas em 2025). O governo entrou com recurso contra a decisão do STF, com defesa da legalidade do modelo e da necessidade de que as obras iniciadas tenham andamento. Em nota, o presidente do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Armando Rollemberg, afirmou que a intenção da entidade, ao aderir à parceria, foi de “associar a eficiência do setor privado à transparência da administração pública e contribuir com o desenvolvimento da agropecuária e do Estado”. O presidente ressaltou que, em 100 dias, o instituto colocou quatro de sete obras (previstas no termo de cooperação) em campo, sendo que as outras duas já estavam com os editais em andamento. O presidente disse ainda que os documentos dos processos são públicos.A Cereal informou que a suspensão da parceria e das obras da GO-401 foi recebida com surpresa. A empresa argumentou que, no momento em que o termo de compromisso foi assinado, as leis ainda estavam em vigor. “Sendo assim, dada a plena eficácia da norma à época, a Cereal firmou o acordo de boa-fé, em estrito cumprimento à legislação vigente e em cooperação com os órgãos públicos competentes, com o objetivo de contribuir para a melhoria da infraestrutura regional e o desenvolvimento socioeconômico da comunidade local”, disse a empresa. A Cereal apontou que a GO-401 é uma rodovia essencial para o escoamento da produção agrícola e pecuária, além de atender linhas de transporte escolar e comunidades rurais, “que há décadas sofrem com poeira, lama e atoleiros”.“A paralisação da obra impactou diretamente produtores, transportadores e moradores da região, que viam na pavimentação um símbolo de desenvolvimento e segurança”, apontou. A empresa disse ainda que respeita as decisões do Judiciário e confia que os esclarecimentos técnicos e jurídicos demonstrarão “a legalidade, a transparência e o interesse público do projeto”, permitindo a retomada dos trabalhos. A Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) confirmou a paralisação de obras em sua região e afirmou ainda que “reforça que seu papel se restringe ao repasse de recursos e acompanha o tema com atenção, reafirmando seu compromisso com a legalidade e o desenvolvimento regional responsável”.