Goiás deverá fechar o ano com déficit orçamentário de R$ 241,777 milhões, conforme informou ontem ao POPULAR o governado r José Eliton (PSDB). “Vamos chegar ao menor déficit do Estado nos últimos anos”, diz ao ressaltar que isso ocorrerá mesmo em ano de eleição, quando há tendência nos Estados de ampliar desequilíbrio. Em 2017, a diferença entre receita e despesa ficou negativa em R$ 503,353 milhões, representou 2,12% do que foi arrecadado no período. Dessa vez, a diferença representará 0,99%. Eliton afirma que destacou para o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) que o principal desafio do Estado é com relação à previdência dos servidores. “Se o Brasil não corrigir esse problema, não é saber se os Estados vão quebrar, mas quando vão quebrar”, frisou, ao lembrar que o desafio ocorre em todo o País. Em Goiás, o aumento informado é de R$ 300 milhões no déficit este ano, quando ao final terá saído do Tesouro R$ 2,3 bilhões – um aumento de 118% nos últimos quatro anos – para pagar aposentarias e pensões. “Se tivéssemos R$ 2 bilhões a mais de receita no Estado, obviamente teria condições de fazer investimentos, de pagar o custeio e ampliar todas as questões sem dificuldades maiores”, pontua, ao dizer que a questão precisa ser rediscutida no âmbito do Congresso Nacional. Segundo ele, o Estado não teria muito mais o que fazer, pois aumentou alíquota e fez alterações que eram possíveis em anos anteriores. Com relação à folha, imperativos legais (incrementos, data base e piso da educação) impactam significativamente e continuarão, segundo o tucano, “com peso importante”, o que também será questão delicada para o próximo governador. A despesa passou de R$ 9,8 bilhões, em 2014, para R$ 13,2 bilhões ao ano. “Por outro lado, outro desafio enfrentado pela gestão atual, a dívida poderá deixar de ser um grande peso para as próximas gestões”, defende Eliton. “Hoje, nós temos menos de um ano (0,92) de receita do Estados para pagar a dívida inteira. Quando projetamos, temos uma linha decrescente se o governo não fizer novas operações de crédito”, explica, sobre o estoque atual, que estaria zerado, de acordo ele, até 2048. Atualmente, a dívida está em R$ 19,905 bilhões, com pagamento médio de R$ 182,266 milhões por mês.“A relação dívida e receita é uma das menores das últimas três décadas e temos um espaço fiscal homologado, de 2017 a 2019, de R$ 677,263 milhões.” O governador lembrou também que 45,1% das dívidas foram contraídas antes dos governos de Marconi Perillo (PSDB), anteriores a 1999 e uma em 2010.Questionado se o governo irá extrapolar algum limite nas contas, pontua que há apenas discussão com relação a elementos da PEC do Teto. “Do ponto de vista orçamentário, já estamos cumprindo todas elas. Do ponto de vista de liquidação, empenho e pagamento, esperamos chegar com todas elas cumpridas.” Ele ressalta que as projeções “são conservadoras”. O foco até o fim do mandato é honrar os pagamentos e há busca por recursos disponíveis. O período eleitoral inviabilizou a geração de recursos extras, seja por contratação de novos empréstimos para melhorar o fluxo de caixa, ou por leilão de imóveis e concessões.Além dos ajustes já feitos ao longo dos anos, atos ordinários ao fim do mandato, de governança interna, são apontados como ações para conseguir também melhor resultado. Entre eles está a não recomposição de cargos de comissionados que vagarem e suspensão de licitação.-Imagem (1.1648063)