Rubens Salomão

O governo estadual planeja conceder <a href="https://opopular.com.br/politica/reuni-o-com-o-setor-produtivo-critica-fim-de-beneficios-fiscais-1.3263097" target="_self">benefícios fiscais</a> de até R$ 28,2 milhões para a instalação de novas usinas hidrelétricas em Goiás, entre 2025 e 2028. O plano de incentivos consta de projeto de lei encaminhado na última semana à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que foi aprovado em segunda e última votação na sessão ordinária desta quarta-feira (4).

O projeto, elaborado pela Secretaria Estadual de Economia, define a adesão complementar do estado a duas leis estaduais de Mato Grosso do Sul, instituídas em 2001 e 2011, com o objetivo de permitir a concessão de benefício fiscal ao estabelecimento gerador de energia hidrelétrica. A estimativa apresentada no projeto é de impacto de R$ 9,518 milhões ainda em 2025 e mais R$ 14,070 milhões no próximo ano. A medida segue até 2027, quando causará nova renúncia fiscal de R$ 4,685 milhões.

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O projeto aponta que a concessão do incentivo fiscal, no entanto, fica sujeita ao “relevante interesse econômico, social ou fiscal” para que seja firmado “compromisso de obrigações recíprocas”. A adesão a leis de outros estados é prevista pela Lei Complementar Federal 160/2017 e convênio celebrado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

De acordo com a Economia, a proposta integra conjunto de ações para “fomentar a geração de energia renovável e a descarbonização da matriz energética estadual”. O texto indica ainda que a medida está alinhada com a Política Nacional sobre Mudança do Clima, instituída pela Lei Federal 12.187/2009.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/reuni-o-com-o-setor-produtivo-critica-fim-de-beneficios-fiscais-1.3263097" target="_self">Reunião com o setor produtivo critica fim de benefícios fiscais</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/reforma-tributaria-vira-desafio-ao-crescimento-da-industria-em-goias-1.3267932" target="_self">Reforma tributária vira desafio ao crescimento da indústria em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-reduz-aposta-em-onibus-eletricos-para-investir-no-biometano-1.3242661" target="_self">Goiás reduz aposta em ônibus elétricos para investir no biometano</a></div>

Segundo a justificativa da matéria, a meta do governo é “posicionar Goiás como um polo de inovação tecnológica e de expansão da economia verde” e que novos investimentos devem ser feitos na geração de energia hidrelétrica, principal fonte da matriz elétrica goiana, já que “outras fontes renováveis, como a solar e a eólica, dependem de condições climáticas específicas e imprevisíveis que afetam a geração de energia”.

O benefício sobre o valor a ser cobrado de ICMS das novas instalações para geração e transmissão de energia elétrica será relativo ao diferencial de alíquotas aplicadas na aquisição interestadual ou no imposto devido na importação de máquinas e equipamentos destinados ao processo industrial de estabelecimento gerador de energia hidrelétrica. O incentivo ainda valerá para montagem no canteiro de obras e custos para o início das operações.

A política de incentivo, no entanto, não se aplica para a aquisição de veículos de transporte, materiais de construção, máquinas e equipamentos agrícolas ou de transmissão de energia elétrica.

Os novos incentivos fiscais serão condicionados à celebração de Termo de Acordo de Regime Especial (Tare) diretamente com a Secretaria de Economia, desde que os itens beneficiados não possuam similares produzidos ou comercializados no mercado estadual. “Também será exigido que o beneficiário esteja adimplente com o ICMS e não possua crédito tributário inscrito em dívida ativa estadual”, aponta o projeto.

Quanto ao impacto dos incentivos aos cofres do estado, o governo aponta que a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 prevê saldo orçamentário destinado à estimativa de renúncia. Além disso, alega que os valores não devem afetar as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para os exercícios de 2025 a 2027. A Economia afirmou ainda que medida “não descumpre a Lei Complementar federal 159/2017, que institui o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

<h2>Privatização</h2>

O projeto de incentivos fiscais para a geração de energia hidrelétrica em Goiás foi apresentado à Alego dez dias depois de a Companhia Celg de Participações (Celg Par) publicar o primeiro edital para leilão dos últimos ativos do governo de Goiás em energia elétrica. O processo marca a finalização do que resta da antiga Centrais Elétricas de Goiás (Celg), que passou por diferentes processos de desmembramentos, federalização e privatizações nos últimos 30 anos.

Com a iminente ausência do poder público na gestão direta de ativos de energia elétrica, o governo aponta no projeto de benefícios às empresas que a estimativa do impacto orçamentário-financeiro “considerou as informações apresentadas pelos contribuintes interessados, que deverão usufruir do referido beneficio”.

De acordo com a justificativa da Secretaria de Economia, as empresas interessadas têm previsão de investimento total com aquisições de máquinas e equipamentos para as operações de geração será de R$ 329 milhões até 2027. No mesmo período, outros R$ 150,1 milhões serão referentes à transmissão de energia elétrica. Do total, segundo o texto, a parcela sujeita ao diferimento de cobrança do ICMS é de que R$ 178,8 milhões, em prazo médio de construção das instalações de 24 meses.

A primeira parte da venda do restante da Celg Par, que definirá a extinção da empresa, terá propostas abertas na B3 no dia 20 de setembro, com expectativa de valor mínimo de quase R$ 193,9 milhões para quatro lotes com diferentes porcentuais de participação na propriedade de transmissoras e geradoras de energia. A venda dos últimos ativos públicos do estado em energia elétrica encerra o processo, marcado por disputas e divergências políticas, de desmembramentos e vendas da Celg.

Estado oferece incentivos para novas hidrelétricas

Política

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Matéria - Política

Benefícios Fiscais

Giro290

Além de manter uma agenda intensa fora de Goiás e de intensificar críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem ajustado seu discurso desde janeiro de 2023.&nbsp;

Após condenar os ataques de 8 de janeiro daquele ano, Caiado passou a adotar, gradualmente, uma retórica mais alinhada à extrema-direita, chegando a defender anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro.&nbsp;

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>&nbsp;

Esse reposicionamento político é o tema central do novo episódio do Giro 360, podcast de política do jornal O Popular, em parceria com a Rádio CBN Goiânia.&nbsp;

Nesta edição, o editor da coluna Giro, Caio Henrique Salgado, e o repórter Rubens Salomão recebem a articulista Cileide Alves para analisar os desdobramentos dessa mudança de postura.&nbsp;

No segundo bloco, o trio comenta a declaração do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que admitiu, pela primeira vez, a <a href="https://opopular.com.br/politica/em-meio-a-fus-o-marconi-admite-nova-candidatura-a-governador-1.3270843" target="_self">intenção de disputar o Palácio das Esmeraldas</a> nas eleições do próximo ano.

Para ouvir, é só dar o play.

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Caiado ajusta discurso e Marconi entra em campo

Opinião

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Matéria - Opinião

Eleições 2026

Desde que lançou sua pré-candidatura à Presidência da República, em Salvador (BA), em 4 de abril, o governador Ronaldo Caiado (UB) esteve fora de Goiás em metade dos dias úteis. O levantamento foi feito pela coluna na agenda disponível no site oficial do governo mais o registro da viagem desta semana a Cáceres (MT), que não teve divulgação por parte da equipe de Caiado.

Do evento na Bahia para cá, foram 35 dias úteis, dos quais 18 o governador passou em atividades em outras unidades da federação ou em Nova York. O número inclui casos em que ele teve agendas em Goiânia e fora, mas deixou o Estado até o início da tarde. Se considerar as outras ocasiões em que ele dividiu os compromissos entre Goiás e outros estados, foram dois terços dos dias úteis com atividades externas.

Ao iniciar a pré-campanha, Caiado disse que rodaria o País sempre aos finais de semana. Nos últimos cinco dias, ele ficou por aqui em apenas um. Nesta sexta-feira, foi para Rondônia.

Destinos

Nos últimos 35 dias úteis, o governador esteve em Brasília por dez vezes e em São Paulo, cinco. A agenda incluiu Sergipe. Aos finais de semana, ele foi ainda a Minas, interior de São Paulo e Tocantins.

Cultura de sigilo

A Comurg se recusou a fornecer, em pedido da Lei de Acesso à Informação, a lista de servidores cedidos a outros órgãos com dados de destino e quem paga os salários. Aponta a Lei Geral de Proteção de Dados e alega ser dado pessoal sensível, “que atrai a necessidade de resguardar a privacidade dos titulares”.

Não cola

O Supremo Tribunal Federal tem entendimento pacífico de que não se aplica LGPD sobre dados de atuação de servidores públicos. Menos ainda por se tratar de companhia dependente da Prefeitura.

Caixa preta

A Comurg também negou outro pedido sobre lista de empregados já aposentados.

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Cena rara - A neblina que encobriu Goiânia no friozinho da manhã desta sexta-feira, na BR-153, próximo à Vila Redenção. (Diomício Gomes/O Popular)

Prazo de 30 dias

O governo estadual criou esta semana grupo de trabalho para revisar contratos com organizações sociais (OSs e OSCs) para a gestão de unidades de saúde. A comissão vai propor “planos de eficiência econômica”, aprimorar a fiscalização e corrigir falhas na gestão financeira. O grupo é composto por nomes da Secretaria de Saúde, CGE e PGE.

Quer agilizar

O deputado federal Ismael Alexandrino (PSD) conseguiu incluir na pauta de votação de urgência na Câmara projeto de lei que estabelece prazo de 60 dias para que Estados e prefeituras repassem recursos de emendas federais a entidades. Pelo PL, o atraso pode render processo por crime de responsabilidade e sanção de inelegibilidade.

Destino desconhecido

Ismael está entre os parlamentares que não tiveram emendas entregues a instituições de saúde em Goiânia, na gestão de Rogério Cruz. Foram R$ 2 milhões que deveriam ter ido para a Santa Casa.

<h2>Pergunta para</h2>

Bruno Peixoto -&nbsp;Presidente da Alego (UB)

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()

O prefeito Sandro Mabel disse que não se importa se a Alego não aprovar a calamidade. Qual é a tendência?

Eu resolvi convidar o secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira, para reunião na presidência na semana que vem, com a presença de todos os deputados, para que ele detalhe os dados técnicos e nos apresente os motivos da calamidade. E aí cada parlamentar vai definir seu voto.

<h2>Arremate</h2>

Romaria do Divino - Os prefeitos de Goiânia, Sandro Mabel, e de Trindade, Marden Júnior, acertaram parceria para substituir luminárias por LED na Rodovia dos Romeiros. Cada um cuidará da parte de seu município.

Semana do Meio Ambiente - A Assembleia Legislativa de Goiás sediará o 2º Seminário de Resíduos Sólidos e Gestores Municipais, promovido pelo Instituto Valoriza Resíduos, nos dias 3 e 4 de junho.

Clima - Já o Teatro Unimed, em Belo Horizonte, sediará o Seminário Internacional Águas para o Futuro 2025, que discutirá preparatório para COP 30 sobre enfrentamento a mudanças climáticas. O evento, dos dias 3 a 5, é promovido pela Unesco, Instituto Espinhaço e outras entidades.

&nbsp;

Desde a pré-candidatura, Caiado passou metade dos dias úteis fora de Goiás

Matéria - Coluna Giro

Giro

O secretário estadual de Infraestrutura, Adib Elias (MDB), rebateu nesta sexta-feira (30) as críticas feitas pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), em entrevista ao podcast Giro 360 e publicadas pelo POPULAR, tanto sobre a atual administração quanto à composição política em torno do governador Ronaldo Caiado (UB).&nbsp;

O ex-prefeito de Catalão e coordenador da primeira campanha de Caiado ao governo estadual, em 2018, refutou os comentários de Perillo sobre temas que devem entrar no debate eleitoral do próximo ano. Para Adib, o ex-gestor tenta “reescrever a história”, por não considerar a situação deixada pelos tucanos há seis anos e alegar que os bons resultados seriam consequência de políticas iniciadas no governo anterior.

“Essa narrativa é uma tentativa muito ruim e mal ensaiada de reescrever a história. Nós presenciamos o que a população viveu nos anos finais da administração Marconi Perillo. A segurança era tão ruim que nós presenciamos a morte do prefeito de Itumbiara e o próprio governador em exercício foi alvejado”, afirmou.

“Foi um verdadeiro colapso do sistema de segurança. Os presídios viraram sede de facções criminosas. Tinha motel dentro de presídios. Fugir da cadeira era rotina e a presidente do Conselho Nacional de Justiça, a ministra Carmen Lúcia, quando veio aqui, não conseguiu entrar nas unidades para realizar inspeções. Os números são inquestionáveis”, apontou Adib.

“Hoje já são seis anos sem um único roubo a bancos. Os homicídios caíram 55%. A sensação de segurança voltou, mas não por mágica. Foram prestados grandes serviços à população. Foram R$ 17 bilhões de investimentos e a verdade é que eles ignoraram a segurança por muitos anos. Não havia planejamento nem valorização profissional. Então, se o ex-governador quiser elogiar a Segurança Pública de Goiás, ótimo. Mas tentar se apropriar do mérito é, no mínimo, desonesto”.

Adib ainda negou a acusação de que o atual governo seja “absolutista”, no processo de ampliação da base aliada desde 2019, com adesão de prefeitos e lideranças. “Nós não praticamos esse absolutismo que ele praticou durante 20 anos, cooptando todo mundo. As pessoas, os prefeitos, os líderes políticos, quando eles vêm para ficar ao lado do governador Ronaldo Caiado, não são cooptados. Eles vêm pelos investimentos que o governo tem feito em todos os 246 municípios, sem vislumbrar partido político, ideologia política”, afirmou o secretário.

Conselhos

“Eu entendi isso como um certo cinismo. Quando ele critica altos salários dos conselhos das empresas públicas do governo do estado, a crítica dele é, no mínimo, desatempada. Ele parece esquecer que foi justamente no governo dele que o estado virou um verdadeiro balcão de negócios, onde cargos estratégicos eram preenchidos por aliados políticos sem qualquer qualificação técnica”, disse Adib.

Perillo criticou a quantidade de secretários estaduais em posições nos conselhos de estatais, que, como revelado pelo POPULAR, chegam a acumular remunerações que superam o salário do governador.&nbsp;

“Com o PSDB, conselhos, tribunais, agência e até órgãos de controle eram todos loteados com indicações pessoais, sem qualquer critério, além da fidelidade ao chefe. Hoje a realidade é outra. Todas as indicações aos conselhos de administração e fiscal seguem estritamente o que está previsto na legislação. Mais do que isso, os integrantes são profissionais qualificados, com formação sólida”, apontou o secretário.&nbsp;

Adib também rebateu as críticas do ex-governador ao atendimento em Saúde, ao apontar supostos “desconforto” e “insatisfação” da população em relação aos hospitais estaduais. “Há um descontentamento em relação a boa parte das estradas, da infraestrutura, do escoamento da produção”, disse o tucano ao podcast Giro 360.

O secretário afirmou que “na administração deles, leitos de UTI só tinha em Aparecida de Goiânia, Goiânia e Anápolis. Não tinha mais em lugar nenhum”. Adib ainda criticou Perillo por buscar a responsabilidade sobre os pontos positivos do governo atual.

Candidatura

O secretário ainda rejeitou uma busca do ex-governador para a construção de projeto de oposição em Goiás para a disputa da eleição do próximo ano, em comparação com a postura do MDB nas disputas contra os tucanos entre 1998 e 2018.&nbsp;

“Quando o Iris perdeu as eleições de 2010 e 2014, foi no segundo turno, e por diferença muito pequena. O PMDB fazia oposição ao governo do Marconi porque realmente não acreditava no modelo político e administrativo que estava instalado. A nossa estrutura cresceu não por oposição não a Goiás, mas por oposição a ele”, disse Adib.

“Quem quiser enfrentar esse modelo que está dando certo, tem todo o direito político de enfrentar. Agora, o confronto vai ser bom quando se mostrar a diferença entre os 20 anos de PSDB com apenas esses seis anos e pouco do governador Ronaldo Caiado, que tem sido falado não só em Goiás, mas no Brasil, com a possibilidade de disputar uma presidência da República”, rebateu o auxiliar.

Secretário estadual afirma que Marconi tenta 'reescrever a história'

Governo de Goiás

Campanha nas redes

O governador Ronaldo Caiado (UB) registrou crescimento na presença digital em comparação com outros presidenciáveis, no esforço de aumentar o próprio engajamento em temas nacionais e combater o desconhecimento fora de Goiás. Apuração diária feita pelo Índice Datrix de Presidenciáveis (IDP) mostra evolução do goiano no resultado consolidado de maio em comparação com abril. O principal fator de ampliação foi o anúncio da promessa de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso seja eleito presidente.&nbsp;

Depois de registrar baixa pontuação no índice em abril, com 3,64, o governador saltou para 8,12 em maio, com desempenho puxado, principalmente, pelos acenos ao bolsonarismo. Além de Caiado, apenas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tiveram resultado positivo (veja quadro).

Segundo o relatório da última edição do IDP, Caiado “melhorou o desempenho, equilibrando críticas e elogios”. Assim como Tarcísio, o goiano “também engajou a base positivamente ao dizer que, caso eleito, daria anistia a Jair Bolsonaro”, aponta o texto. O resultado é alcançado pela média entre o chamado “desempenho no mar aberto”, que foi negativo em 6,10, e o alcance nas redes próprias, que chegou a 14,22. Segundo o relatório, o governador “ainda busca tração no ambiente digital”.

O Índice, elaborado pela empresa de consultoria Datrix, combina três grandes dimensões: engajamento nas redes próprias dos presidenciáveis; os comentários em páginas de stakeholders, que incluem influenciadores, imprensa e outros políticos, e os tons das postagens, que podem ser classificadas como “muito positiva, positiva, neutra, negativa ou muito negativa”.

A avaliação utiliza ferramentas de Inteligência Artificial para extrair e analisar milhões de dados de plataformas como X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky e YouTube, com o objetivo de apresentar visão ampla e atualizada sobre a performance digital dos presidenciáveis. A partir dessa análise, a nota gerada varia de -100 a +100 para cada presidenciável.

“O índice é, sobretudo, uma ferramenta de medição de qualidade e disposição do ambiente digital e tem aplicações diversas. A avaliação sobre os presidenciáveis foi uma ideia que eu e o professor Antônio Lavareda tivemos de utilizar o índice, que já é um índice no mercado comprovado e certificado, para esse trabalho de compreensão de como estão os pré-candidatos nas redes sociais”, explica o CEO da Datrix, João Paulo Castro, em entrevista ao POPULAR.

O último relatório do IDP apresenta a projeção de Caiado como pré-candidato à Presidência como um dos fatores positivos para o avanço no ambiente digital, além da declaração de anistia a Bolsonaro, que “repercutiu positivamente entre apoiadores da direita”. O documento cita a repercussão positiva, junto ao mesmo eleitorado, de declarações favoráveis das deputadas federais Lêda Borges (PSDB) e Magda Mofatto (PRD), assim como da participação no Summit Brazil–US, em Nova York, ao lado dos governadores Cláudio Castro (RJ), Renato Casagrande (ES) e Jorginho Mello (SC), além de Tarcísio.

Já entre os fatores negativos, foram verificadas menções à situação de inelegibilidade, gerada por decisão de primeira instância já derrubada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/GO). Além do engajamento com direitistas, o relatório aponta que a promessa de anistia gerou polêmica para setores da esquerda e houve ainda desgastes causados pelas notícias relacionadas à investigação da Operação Overclean, que apurou supostos desvios relacionados a lideranças do União Brasil na Bahia.

João Paulo Castro explica que o Índice Datrix de Presidenciáveis mede justamente o equilíbrio entre os registros positivos e negativos sobre a imagem de cada pré-candidato, tanto nas próprias redes, quando externamente em portais de notícias e perfis de influenciadores e outros políticos. Segundo ele, Caiado conseguiu manter saldo favorável no período.

“As próprias discussões sobre a pré-candidatura dele foram um fator muito positivo. A fala dele ao lado do Tarcísio, no Summit que houve em Nova York, também foi muito interessante. Ambos foram tratados nas redes como governadores competentes tecnicamente. Então, isso também engajou”, aponta.

“Sem dúvida, o que mais engajou, realmente, foi a promessa de anistia ao Bolsonaro. Porque quando ele lida com uma claque bolsonarista, obviamente consegue mexer com uma massa importante nas redes sociais. Então, a declaração dele sobre a anistia de Bolsonaro acabou sendo um fator importante nesse crescimento”, aponta.&nbsp;

Depois da reaproximação e de participar de manifestação a favor da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023, na Avenida Paulista, o governador afirmou, em 14 de maio, que daria anistia ao ex-presidente caso vença a eleição presidencial de 2026, em declaração à GloboNews.

“O Caiado está hoje em uma margem que tende ao aumento, com um equilíbrio entre os ataques e defesas. Isso é baseado no conceito de colchão reputacional, que é tudo o que o governador conseguir passar para o público dele que aumente a reputação e a base de seguidores, além do engajamento nas próprias redes. Isso vai construindo uma ligação com o eleitor”, aponta João Paulo.

“O que ele está construindo de defesa da imagem já está sendo suficiente para todas as pancadas que ele toma, seja da imprensa, dos políticos ou dos antagonistas. O resultado de 14,22 nas redes próprias mostra que há um crescimento. O movimento é comum aos presidenciáveis que estão se expondo mais, como acontece com o Zema e o Ratinho, mas o desempenho do Caiado é mais interessante porque ele consegue, melhor que os outros governadores, equilibrar os ataques que recebe com os posicionamentos que atraem o eleitor”, avalia o especialista em inteligência de dados.

O CEO da Datrix ressalta que a comparação do goiano com os outros governadores exclui o governador de São Paulo. “O Tarcísio de Freitas já é um governador com uma imagem nacional, por ser muito ligado ao Bolsonaro e já ter essa presença. Os outros três governadores, para o bem ou para o mal, estão em um processo de nacionalização, em que o Caiado consegue se segurar melhor até agora”, diz.

“Então, o Caiado está nesse caminho de nacionalização, de se expor para as pautas nacionais e isso vai trazer mais discussões negativas para o nome dele, mas o que a gente consegue perceber é exatamente que ele tem mostrado resiliência”, analisa.

Como mostrado pelo Giro, o caminho de Ronaldo Caiado em busca de viabilizar a candidatura nacional Goiás é baseado em viagens a outros estados, com compromissos fora de Goiás em metade dos dias úteis desde o lançamento, em 4 de abril. Para João Paulo Castro, o esforço para ser notícia fora de Goiás tem gerado resultados.

“Isso já está no índice. Quando ele discursou sobre a anistia ao 8 de janeiro e ao ex-presidente, isso já apresentou indícios e é um movimento claro. Quando ele recebe apoio de outros políticos fora do estado dele e quando volta a se posicionar ao lado de Tarcísio, em Nova York. Então, a projeção da pré-candidatura dele nacionalmente já está alterando o índice positivamente”, finaliza.

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Caiado avança em presença digital entre presidenciáveis

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