Após cerca de dez horas de reunião, secretários da Fazenda construíram ontem proposta para encaminhar ao governo federal sobre as dívidas com a União. Os Estados querem parar de pagar por dois anos o que devem. A proposta ainda será apresentada aos governadores antes de ser encaminhada ao Ministério da Fazenda, o que está previsto para amanhã. “Vamos validar com os governadores e o Ministério vai fazer as contas para ver se é possível a proposta baseada em 24 meses de carência”, explica a secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão. Segundo ela, as contrapartidas para isso serão basicamente o controle dos gastos na mesma linha da União, com um teto do crescimento dos gastos baseado na inflação. Além disso, ela pontua que uma agenda de longo prazo com tópicos a serem considerados também faz parte da proposta, só que ainda não há uma versão final. Ela, no entanto, considera que houve um bom avanço, pela capacidade de convergência, e por terem estruturado uma proposta objetiva para a negociação. Na disputa em torno da questão dos débitos, o governo ainda pode oferecer descontos nas parcelas das dívidas até o fim do ano. Ana Carla diz que não houve uma proposta. “Ainda haverá propostas e trabalhamos em cima da PL 256.” Está prevista uma reunião na próxima semana com os governadores para tratar sobre o assunto para que, enfim, uma decisão final siga para o Congresso. Contudo, há pressa, já que o prazo determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para acordo com União encerra neste mês. Goiás também tentará negociar dívida que não entrou no projeto de lei e não foi, assim, beneficiada pelas liminares ainda vigentes. O saldo total do Estado pode superar R$ 1 bilhão. “Há casos particulares, que serão tratados de forma customizada.”