Mesmo não sendo titular dos colegiados, Igor Franco (MDB) voltou a ter espaço em duas das principais comissões da Câmara Municipal de Goiânia. O emedebista foi indicado para integrar, por mais 30 dias, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - considerada a mais importante da Casa por ser responsável pela análise inicial dos projetos - e já ocupa a vaga, há mais de um mês, na Comissão Mista, aberta pela licença de Geverson Abel (Republicanos), que só retornará ao colegiado em 2026.A nova indicação de Franco à CCJ só foi possível depois que Lucas Kitão (UB) pediu licença, na semana passada. O afastamento, assinado pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) da última sexta-feira (31). É a segunda licença no colegiado neste ano. Em setembro, Pedro Azulão Jr. (MDB) também se afastou da CCJ e cedeu por 30 dias o assento a Franco.Ex-líder do governo Sandro Mabel (UB), Franco perdeu espaço nas comissões em agosto, quando foi destituído da função após uma série de impasses com o Paço - entre eles, a articulação pela revogação da Taxa de Limpeza Pública (TLP), a taxa do lixo, e a criação da CEI do Limpa Gyn. Com a saída da liderança, deixou de integrar a CCJ, a Comissão Mista e a de Finanças. A liderança do governo passou a ser ocupada por Wellington Bessa (DC), que vem tentando reorganizar a base aliada após os reveses que o Executivo sofreu no início do segundo semestre.Nos bastidores, a permanência de Franco nas comissões é vista como um “gesto de camaradagem” articulado por seus aliados após ter perdido os espaços. Não há prazo, segundo eles, para finalizar o rodízio, que depende de outros vereadores também para ser levado adiante.Líder do chamado “grupo dos 16” - que impulsionou ações contrárias ao Paço por mais espaços e cargos -, Franco conta com o sentimento de “dívida” de colegas que participaram daquele movimento, relatam vereadores. Questionado sobre o intuito em estar nos colegiados, o emedebista diz que, em detrimento das trocas de farpas entre ele e o prefeito desde que foi retirado da liderança, “não é oposição”. E ainda que as indicações para preencher a vacância dos colegas foram “espontâneas do grupo”. Kitão, que está em Barcelona (Espanha) para congresso de cidades inteligentes junto a outros três vereadores, afirma que pediu a licença justamente “para não comprometer o trabalho” por causa da viagem, mas, por outro lado, admite também estar trabalhando “para que Igor volte à base aliada”. “Eu acho que ele pode colaborar com a gestão como fez nos primeiros meses”, diz.Já Geverson afirma que pediu licença da Mista para fazer uma viagem neste semestre, que não deu certo. Nega conhecer as motivações da indicação do nome de Franco, mas afirma que o movimento é “bom para dar oportunidade para os colegas que não participaram”. O assento do líder de governo nas comissões é recente, após a Câmara aprovar, em 2024, uma resolução que alterou a composição da mesa diretora e dos colegiados permanentes. Desde então, o vereador que atua na função tem assento garantido na Comissão de Finanças, Orçamento e Economia (CFOE), na Mista e na CCJ.