Servidor de carreira do estado de Goiás, o ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia Cleyton Menezes foi condenado a 122 dias (cerca de 4 meses) de suspensão em um processo administrativo disciplinar (PAD). A Secretaria de Estado de Administração (Sead) informou que não há mais possibilidade de recurso na esfera administrativa. No entanto, Menezes afirmou que entrará com recurso na pasta e alegou que não teve direito à plena defesa.O extrato da decisão foi publicado em suplemento do Diário Oficial do Estado (DOE) da última sexta-feira (29). No documento, o governador Ronaldo Caiado (UB) nega provimento a um recurso e mantém efeitos da decisão que condenou Menezes. O motivo que levou ao PAD não foi divulgado, mas consta no extrato que houve transgressão a itens da lei que trata sobre o regime jurídico dos servidores do estado.Além da suspensão, Menezes não poderá receber promoção ou entrar em cargo efetivo, comissionado, mandato ou emprego público estadual por cinco anos. O documento determina que, após a publicação no DOE, os autos devem retornar à Sead para as medidas complementares, inclusive o arquivamento. O ex-secretário afirmou que seus advogados estão fazendo os recursos pertinentes e a ação judicial anulatória. Menezes argumentou que não teve plenitude de direito de defesa no processo, “dentre outras falhas”. Em nota, a Sead afirmou que os PADs têm caráter restrito, sem possibilidade de divulgação do motivo do processo. A pasta disse ainda que não há risco de demissão, pois já foi aplicada a penalidade cabível, não sendo possível nova punição pelo mesmo fato.No estado, Menezes é técnico em Gestão Pública da Sead. No período em que esteve na Prefeitura, ele foi titular da antiga Finanças (atualmente a pasta se chama Secretaria da Fazenda) entre outubro e dezembro de 2024, últimos meses de gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD). No entanto, ele participou do mandato desde 2021, quando foi nomeado em uma diretoria da Finanças. Em abril deste ano, na gestão de Sandro Mabel (UB), Menezes voltou a ocupar cargo comissionado na Prefeitura de Goiânia como diretor Comercial, de Parcerias e Concessões da Secretaria Municipal de Gestão de Negócios e Parcerias (Segenp). O ex-secretário foi exonerado do cargo, a pedido, em 25 de agosto. Quatro dias depois o extrato do PAD do estado de Goiás foi publicado no DOE.Menezes disse que pediu a exoneração na Prefeitura por causa de outros projetos. Em nota, a Segenp afirmou que a demissão ocorreu em comum acordo, no âmbito das mudanças administrativas adotadas pela atual gestão e destacou o caráter técnico da pasta. A reportagem apurou que a relação próxima entre Menezes e a antiga gestão também contribuiu para a mudança no cargo. Um dos pontos foi a doação que o ex-secretário fez para a campanha de Cruz, de R$ 90 mil, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).