Apesar de ter perdido o comando PDT em Goiás e ter as atividades partidárias suspensas por 40 dias, a deputada federal Flávia Morais escapou do processo de expulsão do partido, aberto no mês passado. Mesmo sem chegar a um consenso, o Conselho de Ética da sigla decidiu ontem que sua postura, ao votar a favor do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), foi passível de uma pena mais branda.Flávia, que chegou a ter sua expulsão dada como certa logo após a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, em 17 de abril, passou a adotar uma postura discreta desde o início do ano, quando parou de falar do processo de impedimento da petista.A estratégia evitou um conflito maior com a cúpula do PDT, que fechou questão contra o impeachment de Dilma. Além de Flávia, a decisão foi desrespeitada por outros cinco deputados.Dentre estes, apenas Giovanni Cherini (RS) foi expulso. Além de votar a favor do impeachment, o gaúcho deu uma série de entrevistas e fez postagens em um tom que foi considerado mais contundente sobre o assunto. Todos os demais receberam apenas uma suspensão.“Adotei uma postura de respeito mesmo. Não achei bom votar contra o partido. Foi um momento muito difícil e eles entenderam que não tivemos uma postura de afrontamento”, explica a deputada goiana.DiretórioA deputada Flávia Morais é mulher do ex-presidente do PDT em Goiás, George Morais, afastado do posto pelo mesmo motivo. A sigla deve nomear um interventor em breve.A pedetista pretende disputar a prefeitura de Trindade em outubro e teria ficado impossibilitada de participar das eleições caso o PDT tivesse decidido por sua expulsão.