Rubens Salomão

O governador Ronaldo Caiado (UB) passou a colocar em dúvida a saída de Goiás do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), a depender do texto final do projeto que será sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima segunda-feira (13). A possibilidade de continuar com as regras atuais foi considerada diante da defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por vetos ao texto.

“Não dá para a gente fazer nenhuma avaliação até porque eu não sei o que o governo vaI vetar. Foi uma palavra genérica dele (Haddad) dizendo que tem pontos ali que eles estão levantando e iriam propor o veto, mas não identificou o que é o veto. Então, vamos ter que aguardar para saber qual é o impacto que isso vai fazer e se ainda é interessante migrar do Regime de Recuperação Fiscal para o Propag”, afirmou Caiado em resposta ao repórter Gabriel Neves, do POPULAR.

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Haddad afirmou na quinta-feira (9) que o governo vai vetar trechos do projeto de socorro a estados que tenham impacto no resultado primário e, consequentemente, afetem o cumprimento da meta fiscal. A proposta foi aprovada pelo Congresso e o presidente Lula usará o prazo legal até a próxima segunda para sancioná-lo, integralmente ou com vetos parciais.

“No dia 13 ele deve sancionar o projeto com alguns vetos. Foi o que eu ouvi da entrevista do Haddad. Não existe outra forma, nós estamos no Regime de Recuperação Fiscal e nós migraríamos do RRF para o Propag, mas de acordo com as regras que nós aprovamos dentro da Câmara e dentro do Senado. Agora, com possíveis vetos do presidente da República, a gente vai ter que analisar, entre o Regime de Recuperação Fiscal e o Propag, se tem interesse ainda de migrar”, disse Caiado.

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O governo federal vem fazendo reuniões com a presença de Lula para discutir o texto, que foi apresentado e patrocinado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“Tudo que tem impacto primário vai ser vetado. Era um acordo preliminar com o Congresso Nacional. O Congresso queria fazer a repactuação, foi uma iniciativa do próprio Congresso, mas o pressuposto da Fazenda era esse”, disse Haddad, que não descartou a possibilidade de Lula “conversar com um ou outro parlamentar para tomar a decisão”.

O ministro da Fazenda não detalhou os dispositivos aprovados pelo Legislativo que se encaixam na situação de veto, mas indicou a lógica perseguida pelos técnicos do governo. “Tudo que diminui encargos da dívida para frente não tem impacto primário. Tudo que afeta o estoque tem impacto primário. Então, tudo aquilo que tem impacto sobre o estoque, em virtude do modelo que o Congresso criou, a recomendação é de veto”, disse.

Neste sentido, auxiliares de Caiado avaliam, diante das falas consideradas “genéricas” de Haddad, que a apresentação de ativos estaduais para reduzir o estoque da dívida junto à União poderia ser alvo de veto.

O ministro interino da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Olavo Noleto, minimizou o impacto de eventuais vetos de Lula para o atendimento às demandas de Goiás para a renegociação da dívida. “A articulação não é de goiano, nem de mineiro ou paulista. Veja que a gente fez um esforço enorme para aprovar o Propag, que é um projeto que beneficia principalmente estados governados por governadores opositores. Nós estamos pensando no Brasil”, aponta o goiano.

Questionado diretamente sobre quais podem ser os impactos da preocupação explicitada por Haddad em relação à meta fiscal, o ministro interino desconversou. “O Propag foi aprovado porque o governo entendeu que ele é importante para o Brasil e as sanções e vetos vão dialogar com isso. Com o que for melhor para o Brasil, mas, com certeza, a gente está otimista e eu acredito que vai dar tudo certo”, afirmou Noleto.

Condições

Além da possibilidade de redução da dívida consolidada, o governo goiano espera a confirmação de vantagens do Propag em comparação ao RRF. Caiado afirmou, ainda em novembro, que a principal mudança é a redução do indexador da dívida e a alta do teto de gastos, que elevaria a capacidade de investimento do estado.

A proposta ainda adiciona a possibilidade de que os estados endividados possam aumentar os gastos, desde que alcancem resultado de crescimento da Receita Corrente Líquida (RCL). O texto define que os gastos poderão contar com 70% do aumento da RCL, o que corresponde a R$ 3 bilhões, na comparação entre os valores de 2024 com a previsão do projeto de Lei Orçamentária Anual.

O deputado federal Rubens Otoni (PT) confirma articulação da bancada e do governo goiano na reta final para a sanção da íntegra do texto aprovado. O parlamentar relativiza o peso das preocupações de Haddad com a meta fiscal. “Estamos acompanhando e os governos também, mas esperamos que possa ser aprovado dentro daquilo que nós prevíamos e aprovamos no Congresso”, considera.

“Eu espero que não altere. Na realidade, o temor dele (Haddad) com a meta fiscal é mais do mercado financeiro e a oposição, que se preocupam mais com isso do que o próprio governo. Então, quando o ministro Haddad fala disso é porque existe essa pressão para que haja equilíbrio das contas, mas o que nós queremos é criar as condições para que o Propag se torne realidade dentro daquilo que interessa ao estado de Goiás e todas as unidades da Federação”, avalia Otoni.

Diante da indefinição sobre o texto final do Propag e sobre a regulamentação e condições para adesão por Goiás, o governo estadual paralisou o processo de elaboração dos projetos de lei, que seriam enviados à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na próxima segunda para oficializar a troca do RRF pelo novo programa.

“A gente vai esperar o que o presidente vai vetar. Se não for alguma coisa radical, que inviabilize totalmente, a gente deve enviar os projetos. No momento, a gente está aguardando”, aponta o secretário estadual de Economia, Francisco Sérvulo.

O legislativo estadual retoma trabalhos na próxima semana, de forma extraordinária, para apreciar o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e planos de carreiras de servidores do estado. A LOA deixou de ser votada em 2024 justamente por conta da espera pelos termos finais do programa de renegociação das dívidas.

Goiás pode reavaliar adesão ao Propag por vetos de Lula

Política

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Matéria - Política

Dívida dos Estados

Está aberto o processo seletivo simplificado para Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI). São 12 vagas disponíveis para contratação de profissionais temporários que podem receber salários de até R$ 8,3 mil, além de auxílio-alimentação no valor de R$ 500. O edital foi publicado no dia 31 de janeiro e pode ser acessado no <a href="https://selecao.go.gov.br/" target="_blank">portal de seleção do governo de Goiás</a>. As inscrições seguem até dia 14 de fevereiro.&nbsp;

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Para participar do processo seletivo, o candidato precisa ter ensino superior completo, experiência comprovada na área e disponibilidade para viagens nacionais e internacionais. O contrato é por até 3 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 2 anos. Os cargos possuem remunerações a partir de R$ 4,9 mil.&nbsp;

<h2>Confira a lista completa:&nbsp;</h2>

<ul>
	<li>1 vaga para Analista de Ciência, Tecnologia e Inovação - R$ 8,3 mil&nbsp;</li>
	<li>2 vaga para Analista de Empreendedorismo Inovador – Startups e Clusters Produtivos (uma delas é para pessoa com deficiência) - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>1 vaga para Analista de Projetos de Transformação Digital - Área I - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>2 vagas para Analista de Projetos de Transformação Digital - Área II - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>1 vaga para Analista de Projetos de Transformação Digital – Área III - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>1 vaga para Analista de Projetos de Transformação Digital - Área IV - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>1 vaga para Analista de Projetos de Transformação Digital - Área V - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>1 vaga para Analista de Sustentabilidade - R$ 4,9 mil&nbsp;</li>
	<li>
	2 vagas para Analista em Ambientes Inovadores - R$ 4,9 mil&nbsp;
	</li>
</ul>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/governo-de-goias-abre-vagas-com-salario-de-ate-r-10-8-mil-veja-como-participar-da-selec-o-1.3227172" style="font-size: 12px;" target="_blank">Governo de Goiás abre vagas com salário de até R$ 10,8 mil; veja como participar da seleção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/caldas-novas-tem-3-mil-vagas-de-emprego-em-aberto-1.3221315" style="font-size: 12px;" target="_blank">Caldas Novas tem 3 mil vagas de emprego em aberto&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/demanda-e-remunerac-o-altas-atraem-maior-interesse-por-ia-1.3226291" style="font-size: 12px;" target="_blank">Demanda e remuneração altas atraem maior interesse por IA</a></div>

<h2>Como participar&nbsp;</h2>

As inscrições podem ser feitas exclusivamente pelo <a href="https://selecao.go.gov.br/" target="_blank">site de seleção </a>e é necessário pagar uma taxa no valor de R$ 70 para Analista de Ciência, Tecnologia e Inovação – Área II, e R$ 50 para as outras funções.&nbsp;

De acordo com o site oficial do Governo de Goiás, o processo seletivo será composto por duas etapas: análise curricular e entrevista, ambas podendo classificar ou eliminar o candidato. Os resultados e convocações serão divulgados exclusivamente no portal de seleção, sendo responsabilidade dos candidatos acompanhar todas as etapas.&nbsp;

Governo abre processo seletivo com salário de até R$ 8,3 mil em Goiás; veja vagas e como participar

Economia

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Oportunidade 

Integrantes e cronograma da missão

Vinte e seis auxiliares do governo de Goiás integrarão a comitiva do governador Ronaldo Caiado (UB) e da primeira-dama Gracinha Caiado em viagem à Índia, dos dias 8 a 23 de fevereiro, que tem como objetivo, segundo a gestão, “atrair investimentos estrangeiros ao Estado, divulgar oportunidades de negócios, apresentar o sucesso das <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-reforca-estrutura-de-analise-e-discute-regras-sobre-emendas-parlamentares-1.3214242" target="_blank">políticas públicas</a> implementadas pelo governo estadual em diversas áreas e aprofundar conhecimentos acerca da tributação, do planejamento institucional e do desenvolvimento econômico” do país asiático.

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Seis deputados estaduais, dois prefeitos e empresários também acompanham a missão internacional. Apenas do grupo do Executivo, as despesas com ajuda de custo devem alcançar em torno de R$ 1,1 milhão, apontam dados parciais disponíveis no Portal da Transparência do governo. A comitiva tem oito secretários e um presidente de estatal (veja quadro).

A viagem começou a ser organizada em novembro do ano passado, diante de interesse do governador em informações sobre o rápido crescimento econômico do país na gestão do primeiro-ministro Narendra Modi e sobre o sistema tributário indiano.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-busca-plataforma-e-palanque-no-consorcio-brc-1.3226762" target="_blank">Caiado busca plataforma e palanque no consórcio BrC</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-aposta-em-legado-de-equilibrio-fiscal-1.3223832" target="_blank">Caiado aposta em legado de 'equilíbrio fiscal'</a></div>

Pré-candidato à Presidência da República em 2026 e um dos maiores críticos à <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-decide-aderir-ao-propag-mesmo-com-veto-de-lula-1.3223827" target="_blank">reforma tributária</a> aprovada recentemente no Brasil, o governador solicitou aos organizadores da viagem uma imersão em dados sobre o sistema indiano. Além do crescimento econômico, a gestão de Modi se destaca pela redução da extrema pobreza e investimentos em infraestrutura.

De 2014 a 2022, o PIB indiano cresceu em média 5,6%, enquanto 14 outras grandes economias em desenvolvimento tiveram taxa de crescimento anual médio de 3,8% no mesmo período, segundo dados divulgados pelo Financial Times.

Informações registradas no Portal da Transparência do governo até esta terça-feira (4) apontam despesas de R$ 800 mil com ajuda de custo por parte de 20 integrantes do Executivo. Não há no portal dados das despesas dos quatro servidores da Companhia de Investimentos e Parcerias do Estao (GoiásParcerias) e de duas diretoras da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

Aos 20 auxiliares, os valores repassados variam de R$ 21,7 mil a R$ 55 mil. É que parte dos secretários não acompanhará toda a agenda do governador na missão e deve retornar antes. Alguns terão mais despesas do que Caiado. A ajuda de custo ao governador ainda não foi registrada no Portal, mas a Secretaria de Comunicação (Secom) informou que o valor é de R$ 45,7 mil. Ainda segundo a Secom, não foi solicitada ajuda de custo do governo para a primeira-dama.

A reportagem solicitou à GoiásParcerias dados dos custos com os quatro servidores que integram a comitiva, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição. Considerando a média de R$ 40 mil por integrantes do Executivo, os custos subiriam cerca de R$ 240 mil com os outros nomes dos dois órgãos (GoiásPar e OVG).

Os pagamentos aos deputados só são registrados pela Assembleia Legislativa no retorno das viagens. As licenças dos parlamentares foram aprovadas na segunda-feira (3) em plenário, assim como a autorização protocolada pelo governador. Na solicitação, Caiado afirma que a viagem está prevista para os dias 9 a 22 de fevereiro, mas, por conta do tempo de deslocamento e possibilidade de a ausência superar o prazo constitucional de 15 dias, houve o pedido formal de licença.

Além de seis deputados, a diretora de Gestão de Compras, Sofia Bezerra Coelho da Rocha Lima, também participará da viagem. Ela é mulher do secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, que também integra a missão. Na lista está ainda a sobrinha de Gracinha, Roberta Wendorf de Carvalho, diretora da OVG.

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<h2>Agenda</h2>

Em entrevista coletiva na última segunda-feira (3), o governo divulgou apenas parte da agenda prevista para a missão internacional. Os compromissos da segunda semana da viagem ainda estão sendo fechados e até mesmo a atual agenda pode sofrer alterações, segundo a Secom.

A GoiásParcerias informou que Goiás pretende estreitar as relações com pelo menos dez empresas com sede na Índia, consideradas potenciais investidoras. Na programação estão previstas reuniões com os ministros da Agricultura, da Pecuária e de Relações Exteriores.

Segundo a Secom, o presidente da GoiásParcerias, Diego Soares, afirmou que três empresas líderes do mercado global, com sede em Mumbai, estão no roteiro da missão: Tata Group, maior grupo empresarial privado da Índia, composto por empresas em diversos setores de negócios; Mahindra Group (M&amp;M), que tem parcerias com empresas como Renault e Nissan; e o JSW Group, conglomerado multinacional indiano com negócios em áreas como aço, energia, infraestrutura, cimento, setor automotivo e tintas.

A Secretaria de Indústria e Comércio (SIC) informou que em 2024 o Estado exportou o equivalente a US$ 283 milhões à Índia, “sendo a maior parte desse valor em produtos de gorduras e óleos animais ou vegetais, gorduras alimentares e ceras de origem animal ou vegetal”. As importações totalizaram US$ 231 milhões, principalmente em produtos farmacêuticos e químicos.

<h3>Outras viagens</h3>

A última missão internacional do Estado foi para a China, em novembro de 2023, quando 11 auxiliares do governo integraram a comitiva ao lado de Caiado e Gracinha. Em maio do ano passado, o governador esteve em Nova Iorque (EUA) para participar de painel no Summit Valor Econômico Brazil-USA, evento promovido pelo jornal Valor Econômico.

Neste segundo mandato, o governador foi a Lisboa, em Portugal; Washington, nos Estados Unidos; e Buenos Aires, na Argentina. Esteve também em Paris, em maio de 2023, onde chegou a participar de um evento sobre a reforma tributária, mas a viagem não foi oficial. Uma outra missão, para o Japão, está prevista para maio deste ano.

No primeiro mandato, por conta da pandemia da Covid-19 e das dificuldades financeiras, não houve missão internacional do governo.

Missão internacional terá 26 auxiliares do governo de Goiás

Viagem à Índia

Caiado decide aderir ao Propag mesmo com veto de Lula

Depois de confirmar a intenção de aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), apesar das críticas direcionadas aos vetos impostos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador Ronaldo Caiado (UB) aponta que ainda não há prazo para efetivar a entrada no <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-decide-aderir-ao-propag-mesmo-com-veto-de-lula-1.3223827" target="_blank">novo programa</a>. Caiado aponta que os primeiros passos dependem da regulamentação, a cargo do Ministério da Fazenda, e da votação dos vetos, pelo Congresso Nacional.

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O governo estadual, com equipe da Secretaria de Economia, teve primeira reunião com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) na última quarta-feira (29) para buscar esclarecimentos sobre as portarias e decretos que poderão definir, com mais detalhes, as regras gerais previstas no projeto aprovado pelo Parlamento. O encontro, no entanto, não apresentou resultados práticos, já que ainda não há clareza sobre a regulamentação no Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad.

“É esperar a regulamentação e esperar se o presidente do Senado vai colocar os vetos em votação. São os dois pontos, mas hoje não tem como avançar se ela não foi regulamentada. Não tem nem como enviar proposta à Assembleia, porque a lei não foi regulamentada. Então, eu encaminhei o meu secretário e o secretário-executivo do Haddad disse que ainda tem que avaliar, porque ele ainda não tem como ordenar esse processo”, aponta o governador.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-decide-aderir-ao-propag-mesmo-com-veto-de-lula-1.3223827" target="_blank">Caiado decide aderir ao Propag mesmo com veto de Lula</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/goias-pode-ter-reduc-o-de-r-5-3-bilh-es-com-propag-diz-stn-1.3222905" target="_blank">Goiás pode ter redução de R$ 5,3 bilhões com Propag, diz STN</a> 
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A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) voltou a realizar sessão extraordinária nesta segunda-feira (03) para apreciar projetos encaminhados pelo Executivo, como a autorização de viagem internacional de Ronaldo Caiado à Índia, no próximo sábado (8). A Casa, no entanto, não recebeu matérias para confirmar a adesão de Goiás ao Propag e a consequente saída do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

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<h2>Falta de definição</h2>

“Não adianta a lei sem que haja as recomendações todas de como é que as coisas vão acontecer. Então, quer dizer, está votado, mas não tem efeito algum”, reclamou Caiado ao POPULAR.

Entre os questionamentos levados por Goiás ao governo federal, está a falta de definição sobre a amortização da dívida consolidada. Pelo projeto aprovado e sancionado, o estado endividado por apresentar ativos para abater até 20% do valor devido, mas não há detalhamento sobre a chamada “taxa de valor presente”, para determinar o valor real de cada ativo apresentado pelo estado.

A conta é necessária para que a administração estadual possa calcular efetivamente quais bens ou contas serão apresentados para abater o valor consolidado. A proposta goiana era de que a correção fosse feita apenas pelo IPCA acumulado, mas a ideia foi negada pela STN, sem apresentar outra.

Questionado sobre o tema, Caiado apontou que o processo ainda depende do Ministério da Fazenda. “O que vai definir isso é a resolução do secretário-executivo do ministro, que vai publicar. O que eu estou esperando é a publicação que vai nortear todas as ações que eu tenho que tomar em Goiás, todas as alterações que eu tenho que fazer na legislação para aderir ao Propag”, disse.

Além da regulamentação do Propag, ainda restarão novos passos a serem dados para a efetiva adesão de Goiás ao novo programa de renegociação das dívidas. Uma das etapas, segundo apurado pela reportagem, é a rediscussão sobre cada um dos contratos firmados entre o estado e a <a href="https://opopular.com.br/politica/uni-o-bancou-r-903-milh-es-de-goias-em-2024-1.3221752" target="_blank">União</a>, que definem a dívida goiana de cerca de R$ 19 bilhões.

A dúvida é se os documentos terão apenas aditivos para inclusão das novas regras de pagamento e revisão de valores, como o indexador anual, ou se as mudanças demandam a assinatura de novos contratos.

A expectativa apresentada pelos integrantes da equipe de Haddad ao governo goiano é de que a regulamentação e análise sobre o futuro dos contratos da dívida deverão levar cerca de dois meses para serem concluídas. A avaliação entre auxiliares de Caiado, no entanto, é de que o processo tomará mais tempo para ser concluído.

Depois de vencida esta etapa formal para consolidar as regras do Propag, por portarias e decretos do governo federal, a elaboração e aprovação dos projetos a serem encaminhados à Alego ainda dependerá da aprovação da proposta de adesão ao programa. Nesta fase, a STN avaliará os ativos apresentados pelo estado para abater a dívida e se Goiás atenderá, de fato, aos critérios estabelecidos.

Ao confirmar a intenção de aderir ao Propag, o governador afirmou ao POPULAR, na última semana, que tem expectativa de que o vice-governador Daniel Vilela (MDB) assine a adesão depois que assumir o cargo, em abril de 2026.

Governador diz que adesão ao Propag ainda não tem prazo

Renegociação

O governador Ronaldo Caiado (UB) foi reconduzido para o segundo ano na presidência do Consórcio Brasil Central (BrC), depois de atuação focada em ações integradas nas áreas de segurança pública e saúde, em meio ao esvaziamento da pauta em 2024 por conta das eleições municipais. Caiado aposta agora na liderança junto aos governos de sete estados para auxiliar na construção do projeto nacional em busca da candidatura à presidência.

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Já empossado administrativamente para ocupar a presidência do colegiado até janeiro de 2026, o goiano protagonizará evento político do BrC, no dia 27 de fevereiro, em Brasília, quando ocorre a assembleia de governadores. Além da posse simbólica, haverá a entrega aos vencedores do Prêmio de Boas Práticas, que, justamente sob o comando de Caiado, deixou de avaliar diversas áreas da administração pública nos estados para reconhecer apenas projetos no setor de segurança.

Desde a nomeação como novo presidente do grupo, em 23 de janeiro do ano passado, Caiado tem utilizado o colegiado para estender o discurso político pautado pelo combate à criminalidade e às facções, em contraposição à suposta “conivência” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-libera-pl-para-alianca-com-emedebistas-em-goias-1.3226330" target="_blank">Bolsonaro libera PL para aliança com emedebistas em Goiás</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mdb-projeta-volta-ao-comando-do-estado-depois-de-27-anos-1.3226328" target="_blank">MDB projeta volta ao comando do Estado depois de 27 anos</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-reage-contra-criticas-de-marconi-1.3225895" target="_blank">Governo reage contra críticas de Marconi</a></div>

Além da área de segurança, a última edição do Prêmio Boas Prática considerou projetos em Infraestrutura e Logística; Desenvolvimento Econômico; e Gestão Pública. Os mandatos de governadores à frente do BrC têm duração de um ano, que pode ser renovado automaticamente por mais um ano, a depender do aval dos gestores dos estados membros: Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rondônia e Tocantins.

Em entrevista ao POPULAR, o governador admite que a corrida por espaço nacional no debate pré-eleitoral e a presidência do Consórcio são complementares. “Eu diria que são atos complementares. É óbvio que, no momento em que eu estou presidindo o consórcio e discutindo situações com cada um dos governadores, eu estou vivendo as situações deles e estou tentando achar uma solução para que o consórcio possa ser mais eficiente. Então, é lógico que eu estou com mais presença no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, no Distrito Federal, no Maranhão, em Rondônia”, afirma.

“É lógico que todo cargo que você ocupa dá uma dimensão cada vez maior, já que eu não estou discutindo apenas a política de Goiás. Eu estou discutindo uma política nacional. E é aquilo que eu sempre lutei. Eu sou governador, sou pré–candidato a presidente da República e sempre trabalhei por maior autonomia e capacidade dos estados. Da mesma maneira que eu governei dando mais autonomia para as prefeituras, com total parceria, sem perseguir o prefeito”, complementa.

Caiado aponta que o avanço no processo de compra de 29 helicópteros para as forças estaduais de segurança fortalece o consórcio administrativa e politicamente. O edital de licitação conjunta entre os governos estaduais deverá ser lançado até a assembleia de governadores, em fevereiro.

“Quando se tem a oportunidade de ter um número maior, com aquilo que a União não faz para os estados, os estados sozinhos se sentem desprotegidos, de acordo com o seu potencial para atingir suas metas. Quando se tem um consórcio, é diferente e as coisas fluem. Essa situação é o mais importante para a gente se fortalecer”, aponta.

Equipe de servidores cedidos pelos estados ao BrC, organizados no Grupo Técnico Especializado (GTE), ainda realiza pesquisa de preços para lançar o edital e não divulgou estimativa para o valor da licitação para compra internacional. Em aquisição de 2023, por exemplo, a Polícia Militar de São Paulo comprou um helicóptero bimotor Airbus H135 por US$ 9,481 milhões.

“Isso, sim, vai ser emblemático. Um consórcio comprar 29 helicópteros zero, é uma licitação que vai dar uma repercussão, porque consórcios tem muitos, mas nós estamos criando uma dinâmica que é o consórcio autossustentável, no sentido do que ele cobra dos estados e do que ele retribui em forma de compras em volumes maiores. Esse é um diferencial substantivo e a compra dos helicópteros vai ser um fechamento com chave de ouro para ampliarmos para outras áreas”, disse Caiado.

Balanço

O estado de Goiás entra na licitação conjunta com os outros sete estados para comprar três helicópteros, sendo dois para a Polícia Militar e outro para a Polícia Civil. Além das ações de integração das polícias e compra de helicópteros para a segurança, o governador aponta o aumento de 121% nas compras de medicamentos pelo consórcio.

“Eu diria que principalmente a área de medicamentos foi o ponto principal. Nós consolidamos o consórcio como a estrutura que mais consegue comprar medicamentos de alto custo, como também medicamentos do dia a dia. E agora nós também estamos publicando um processo para medicamentos oncológicos. É um ponto em que nós estamos crescendo a cada dia que passa, com a participação de todos governos”, afirma o governador goiano.

Até agosto de 2024, o consórcio adquiriu 549 medicamentos, por R$ 53 milhões, enquanto o valor no ano anterior foi de R$ 24 milhões. A avaliação é de que a compra conjunta resultou em economia média de 25% nos custos, mas com desconto de até 80% em alguns itens. O Consórcio passou a centralizar a gestão do processo, desde a aquisição até a entrega nos centros de saúde nos sete estados.

Ainda na saúde, o colegiado ampliou a atuação para combate às crises endêmicas, com investimento de R$ 11 milhões na aquisição de medicamentos e testes para Dengue, Chikungunya e Zika vírus. “O Consórcio bem gerido e mostrando aos demais estados que está realmente fazendo jus àquilo que cada estado é responsável por arcar com a estrutura dele, faz com que o estado tenha condições de fazer uma compra em atacado com valores totalmente diferentes do que um estado sozinho daria conta de comprar”, destaca Caiado.

“A partir daí, nós vamos ter uma capacidade impressionante, porque essa estrutura poderá se ampliar para grandes compras, como drones de longa distância, serviços de satélite e plataformas de inteligência artificial e na área de telemedicina. O Consórcio vai tomar outra proporção e outro prestígio a partir de agora para alçar voos maiores”, avalia o governador.

Relatório elaborado pela equipe do BrC e enviado ao POPULAR para balanço das atividades em 2024 aponta que a atual gestão representa “uma nova era para a segurança pública regional” e cita “ações estratégicas e investimentos inéditos”.

Caiado busca plataforma e palanque no consórcio BrC

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