Atualizada às 22h14Movimentos estudantis protagonizaram ato em defesa da democracia, em Goiânia, nesta quinta-feira (11). A manifestação começou na Praça Universitária, de onde o grupo seguiu em caminhada, passando ao lado do Hospital Araújo Jorge até chegar na Praça Botafogo, e depois pela Avenida Anhanguera até a Praça do Bandeirante, no Centro. Cerca de 1,5 mil pessoas participaram do protesto, segundo a organização.&nbsp;Ao longo do ato, participantes fizeram leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).&nbsp;Atos civis com o mesmo propósito também ocorreram em outras cidades, como São Paulo, Manaus, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Florianópolis, Teresina, Fortaleza, Maceió e Salvador.Os manifestantes também levaram cartazes com mensagens de críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) – responsável por declarações antidemocráticas e por tentar desacreditar, sem apresentar provas, a segurança do sistema eleitoral brasileiro. Também houve manifestação em defesa de temas como as vacinas contra a Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a educação pública e de qualidade.Diante da presença de membros de partidos de esquerda, parte do grupo que participou do ato também demonstrou, por meio de cartazes e bandeiras, posicionamento favorável à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República.Em Goiás, o ato foi organizado pelos Diretórios dos Estudantes (DCEs) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Também estavam envolvidos a União Estadual dos Estudantes (UEE) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).&nbsp;“Assim como nas outras cidades do país, Goiânia não podia ficar de fora dessa manifestação. A cidade tem uma grande quantidade de estudantes e neste Dia do Estudante (celebrado em 11 de agosto) precisávamos sair às ruas para defender a democracia do país”, disse Marcos Soares, coordenador do DCE da UFG.Marcos afirma que professores das universidades também se envolveram na organização do ato. O coordenador destaca que o protesto teve ainda como pauta a defesa do ensino superior público, que tem passado por cortes de verba na atual gestão federal.Coordenador do DCE da PUC Goiás e vice-presidente da UEE, Gleison Sousa também ressalta a pauta da defesa da educação de qualidade. “Acreditamos que a educação é o principal fator para melhoria dentro da sociedade”, disse.&nbsp;CandidatosA manifestação reuniu também líderes da esquerda goiana que são candidatos na eleição deste ano, como Professor Pantaleão (UP) e Cíntia Dias (PSOL), que vão disputar o governo de Goiás.O POPULAR mostrou que nesta quarta-feira (10) que apenas cinco dos 28 candidatos às eleições majoritárias em Goiás tinham assinado a carta elaborada pela USP. Além de Cíntia, também assinaram Helga Martins (PCB), Denise Carvalho (PCdoB), Marconi Perillo (PSDB) e Vilmar Rocha (PSD).&nbsp;Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/carta-pela-democracia-%C3%A9-lida-em-conjunto-por-tr%C3%AAs-mulheres-e-um-homem-1.2508112" target="_blank">-&nbsp;Carta pela democracia é lida em conjunto por três mulheres e um homem</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/cinco-candidatos-%C3%A0s-elei%C3%A7%C3%B5es-majorit%C3%A1rias-em-goi%C3%A1s-assinam-carta-pela-democracia-1.2507432" target="_blank">-&nbsp;Cinco candidatos às eleições majoritárias em Goiás assinam carta pela democracia</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/eleicoes/2022/presidente-da-asmego-reafirma-seguran%C3%A7a-das-urnas-e-refuta-ataques-%C3%A0-democracia-1.2502176" target="_blank">-&nbsp;Presidente da Asmego reafirma segurança das urnas e refuta ataques à democracia</a>

Grupo realiza ato pela democracia em Goiânia

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Matéria - Política

A ofensiva perpetrada pelo presidente norte-americano Donald Trump em relação ao Brasil trata-se de um teste à nossa democracia. Recorrendo a mentiras, o presidente norte-americano visa converter o Brasil a um vassalo sempre à disposição de seus interesses. Ao contrário do que afirmou Trump em carta enviada ao governo brasileiro, os Estados Unidos são superavitários na balança comercial em relação ao Brasil.

Diante da dificuldade em tutelar o Brasil, Trump se vale do poder econômico de seu país, orquestrando ações coercitivas e manifestando apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro com o propósito de questionar a democracia brasileira. Ao contrário da democracia norte-americana, a nossa não tem dado margem de atuação aos golpistas de plantão.

A invasão ao Capitólio e o explícito apoio de Trump à horda golpista não foram capazes de frear os ímpetos da extrema direita naquele país, tornando claro que enquanto a democracia norte-americana está carcomida em seu núcleo, a nossa se esforça por resguardar fundamentos mínimos para sua sobrevivência. O teste à nossa democracia é, também, uma inestimável possibilidade de alteração de rota.

Algumas saídas se apresentam, especialmente duas: subserviência aos Estados Unidos e intimidação diante das ameaças de Trump ou reafirmação de nossa soberania e estreitamento de nossos laços com outros países, principalmente os países-membros do Brics. O recente encontro do Bloco no Rio de Janeiro e a manifestação do presidente Lula em favor de uma moeda comum aos países-membros suscitou fúria em Donald Trump.

Não se trata mais de saber quando a ordem global não será mais regida pela supremacia norte-americana, mas de saber como se redesenhará a nova ordem global em processo de constituição. É possível vislumbrá-la da seguinte forma: será multipolar; terá em um conjunto de países sua base de sustentação – Estados Unidos, China, Rússia e Índia; não será governada por valores ocidentais, mas pela partilha de valores comuns e tolerância aos divergentes.

Esta nova ordem não será regida apenas pelo dólar, mas, também, por outras moedas e, por fim, alguns organismos passarão por profunda e decisiva revisão, como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. Até que isto aconteça é possível que as relações entre os países sejam tensionadas e mesmo que muitas guerras sejam deflagradas.

Isto dependerá da capacidade diplomática e da cooperação entre os países. Até lá o Brasil pode explorar um manancial de possibilidades que se abrem, sendo o fortalecimento do Brics de primordial relevância, seja para o enfrentamento à ofensiva norte-americana, seja pela própria promoção do crescimento econômico e do desenvolvimento nacional. O Brics representa atualmente 40% da população e 37% do PIB global. Aproveitemos devidamente mais esse teste à nossa democracia.

Glauber Lopes Xavier,&nbsp;pós-doutor em Ciências Sociais e professor adjunto do Departamento 
de Economia da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

Teste à democracia brasileira

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A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) protocolou nesta sexta-feira (11) representação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governo do Distrito Federal e órgãos de Segurança Pública. A parlamentar denuncia atos de violência policial na manifestação indígena do Acampamento Terra Livre (ATL) em frente ao Congresso Nacional, na noite desta quinta-feira (10), em que também foi agredida.

O ATL reúne em Brasília mais de 7 mil indígenas de todas as regiões do País. Nesta quinta, os ativistas fizeram marcha programada, intitulada A Resposta Somos Nós, em direção ao Congresso, contra a Lei 14.701, a do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Nas proximidades do Congresso, a marcha foi reprimida pela polícia.

A deputada relata que a ação contra a manifestação dos indígenas foi desproporcional. Célia conta que foi atingida por gás de pimenta e lacrimogêneo lançados por integrantes da Polícia Legislativa do Congresso e da Polícia Militar do DF. Além de ter sido atingida por gás lacrimogêneo, Célia diz que foi impedida por agentes de acessar o Congresso, mesmo se identificando como parlamentar.

Entre os crimes alegados na representação estão racismo, por impedir o acesso da parlamentar indígena ao Congresso; violência política e de gênero, por ataques direcionados a uma mulher indígena no exercício do mandato; lesão corporal, pelos ferimentos causados; e omissão de socorro, já que o Corpo de Bombeiros teria negado atendimento imediato a indígenas feridos. “Não é apenas sobre mim. É sobre o que significa, para o Estado, ver uma mulher indígena exercendo seu mandato ao lado de seu povo.”, afirmou Célia, em entrevista à imprensa nesta sexta-feira.

O documento cita ainda reunião prévia da Secretaria de Segurança Pública do DF onde alguém teria dito “deixa descer logo... deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça”. Na representação, Célia pede investigação e punição dos responsáveis, além do acesso às gravações e um pedido público de desculpas do GDF.

<h2>Reunião preparatória teve sugestão de atos violentos</h2>

Um integrante não identificado da reunião com forças de segurança para debater a marcha do movimento indígena da quinta-feira (10) sugeriu “meter o cacete” nos manifestantes. Horas depois, a Polícia Legislativa atirou bombas de gás contra eles, na Esplanada dos Ministérios. O encontro híbrido (virtual e presencial) foi por volta de 17h30 e debatia o trajeto que o ato, parte do Acampamento Terra Livre (ATL), faria em Brasília. No momento da fala, estava em discussão a possibilidade de descer, ou não, até a Praça dos Três Poderes.

Foi então que um homem identificado como “iPhonedeca” interrompeu a discussão. “Deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça, pronto”, disse, sem mostrar o rosto. A reunião desta quinta, como de praxe em atos na Esplanada dos Ministérios, reunia representantes das forças de segurança envolvidas, seja do governo do Distrito Federal ou do STF.&nbsp;

Em resposta à fala do integrante não identificado, o representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) questiona a identidade e o motivo da afirmação, sem ter resposta. Outras pessoas não se pronunciam sobre a fala, só questionam o representante da Apib, dizendo não ter entendido o que ele estava falando.

No início da noite, os indígenas que desciam pela Esplanada foram alvo de bombas de gás lançadas pela polícia. A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal sobre a fala e sobre as bombas, mas não teve resposta. (João Gabriel / Folhapress)

Parlamentar denuncia ao STF repressão contra indígenas em Brasília

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O fiasco do ato de Copacabana pró-Bolsonaro, ops!, pró-anistia aos criminosos de 8/1, confirma que nem ele nem Lula são mais capazes de mobilizar imensas multidões nas ruas. A polarização continua, mas Bolsonaro e Lula perdem o encanto e abrem espaço para um rearranjo das forças políticas, novos líderes e também - o que é particularmente aterrorizante - os tais “outsiders”.Especialistas vinculados à USP contabilizaram 18,3 mil pessoas no pico da manifestação, enquanto a PM do Rio decidiu, por encanto, quebrar a tradição de não divulgar estimativa de presença desse tipo de evento e tascou 400 mil militantes. A diferença dos números é enorme, assim como a de credibilidade das duas instituições.Independentemente disso, as imagens aéreas e as estimativas de USP e PM do governador Cláudio Castro conduzem à mesma conclusão: sim, foi um fiasco. Bolsonaro imaginava um milhão de pessoas, depois ajustou para 500 mil e não chegou nem perto disso. E os bolsonaristas também não se animaram em acompanhar o discurso dele pela internet - onde, aliás, a imagem de Bolsonaro que fez sucesso foi com um reluzente “Sem Anistia” no prédio ao fundo, onde um dia morou a “miss das misses” Marta Rocha.Numa linguagem bem apropriada, já que falamos de Bolsonaro, o tiro saiu pela culatra. Nem por isso, o presidente Lula e o PT têm muito o que comemorar, já que há tempos também não emocionam e mobilizam milhões como antigamente. As ruas cansaram. Poderia ser o calor, só que não...O debate sobre a anistia do 8/1, para favorecer Bolsonaro, sai das ruas e se concentra no Congresso, em desconexão com as pautas que realmente interessam à população e aos vários setores que garantem crescimento, emprego e renda: inflação de alimentos, preço estonteante dos ovos, (in)segurança pública, saúde, educação...Com Bolsonaro desmilinguindo, a popularidade de Lula despencando e o centro acéfalo e amorfo, o jogo político está nas mãos do Centrão (na verdade, Direitão), que balança para um lado e para outro, de acordo com as pesquisas. Exemplos: para o PSD de Gilberto Kassab, dividido sobre a anistia, e o União Brasil, rachado em relação a tudo, importa quem vai ganhar.O ambiente político não está só como o Diabo gosta, mas muito atrativo para “outsiders” de passado obscuro ou simplesmente sem passado, de presente atrelado a redes sociais e fake news e de futuro incerto. Lula foi o grande eleitor de Bolsonaro em 2018, Bolsonaro foi o de Lula em 2022 e, juntos, podem eleger em 2026 um legítimo quadro do Centrão ou até um aproveitador barato, vendido como “antissistema”. Tomara que não.