Os ex-ministros de Jair Bolsonaro (PL) Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram presos nesta terça-feira (25) para iniciar o cumprimento da pena à qual foram condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento da trama golpista.

Generais da reserva, eles foram levados para o Comando Militar do Planalto.

Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto já cumprem prisão preventiva. Outro dos réus, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), fugiu para os Estados Unidos.

Nesta terça, o STF certificou o chamado trânsito em julgado, ou seja, a conclusão do processo relativo a Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Em setembro, eles foram condenados por por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição do Estado democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

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O tenente-coronel Mauro Cid, por sua vez, foi o primeiro a começar a cumprir pena. Ele retirou a tornozeleira eletrônica durante audiência no Supremo no último dia 3. Ex-ajudante de Bolsonaro, o militar passou a cumprir sua pena definitiva de dois anos de reclusão por participação na trama golpista.

Todos, segundo o Supremo, teriam participado de uma trama golpista para manter Bolsonaro no poder após a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.

O grupo foi considerado condenado pelos mesmos tipos penais, a penas de 2 a 27 anos, todos ex-ocupantes de altos cargos no governo do ex-presidente.

Foi aplicada ainda a inelegibilidade de oito anos a todos os condenados, a partir do término da pena. Bolsonaro já estava impedido de disputar eleições até 2030 em razão de condenações por abuso de poder na Justiça Eleitoral. Com a condenação desta quinta, ele fica inelegível até 2060.

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O ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno foi acusado de ser um dos responsáveis pela construção da narrativa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas.

A denúncia diz que Heleno, em conjunto com o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, preparou o discurso de Bolsonaro e anuiu com espionagens ilegais favoráveis ao ex-presidente.

Já o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira enfrentou a acusação de ter "aderido subjetivamente" ao grupo liderado pelo ex-presidente. Segundo Paulo Gonet, as ações e omissões do general no comando da Defesa em meio às discussões golpistas configuram descumprimento de seu dever legal de proteger a democracia.

Bolsonaro foi considerado culpado por liderar o grupo e foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. Ele foi preso pela Polícia Federal na manhã do sábado (22) e levado para a sede regional da corporação em Brasília.

Heleno e Paulo Sérgio, ex-ministros de Bolsonaro, são presos em Brasília

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Matéria - Política

Na prisão!

A ex-prefeita de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, foi condenada a quase quatro anos de prisão por fraude em dispensa de licitação. A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) reconheceu a participação de Maria Aparecida dos Santos, a Dona Cida, em um esquema de contratação irregular de uma organização social para gerir o Hospital Municipal Santa Rita de Cássia e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas), em 2020, durante a pandemia de Covid-19.&nbsp;

Ao todo, a ex-prefeita foi sentenciada a três anos e seis meses de detenção. Além dela, também foi condenada a representante da Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, Amélia dos Santos Ramos. Essa terá que cumprir quatro anos e um mês de detenção.&nbsp; 
 
No entanto, ao POPULAR, o advogado de Amélia, Rogério de Oliveira Lourenço, esclareceu que foi feito "um acordo de não persecução cível. Que inclusive está pendente de homologação". 
 
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Maria Aparecida&nbsp;até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

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De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), Maria Aparecida autorizou a contratação ilegal da instituição, mesmo conhecendo as deficiências estruturais do hospital. O órgão destaca ainda que a decisão dela não teria passado por análise do Conselho de Saúde Municipal e nem do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE) ou Ministério Público.

O ajuizamento da denúncia foi da promotora de Justiça Gabriela Starling Jorge Vieira de Melo, em 17 de outubro de 2023. No documento, ela relatou que o ex-gestor do Fundo Municipal de Saúde, publicou, em 26 de junho de 2020, o chamamento público para a contratação emergencial de organização social destinada à gestão das unidades de saúde.

Contudo, apenas três dias depois, em 1º de julho, foi firmado o Contrato de Gestão Emergencial nº 29/2020, no valor de R$ 18.172.550,00, com vigência de 180 dias, com a Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu.

Ao MPGO, testemunhas contaram que o hospital funcionava normalmente, embora com sobrecarga, e que houve substituição imediata de cerca de 170 servidores, sem aviso prévio. A promotora de Justiça apontou que as trocas de funcionários foram feitas por condutas fraudulentas.&nbsp;

A denúncia destacou ainda irregularidades graves, como: prazo de apenas um dia útil para apresentação de propostas, ausência de edital e termo de referência, inexistência de lei municipal que regulamentasse a organizações sociais. Além de falta de qualificação da entidade contratada, indícios de prévio ajustamento e até a circulação de representantes da associação no hospital antes do chamamento público.

<h2>Concorrência&nbsp;</h2>

O MPGO ressaltou que houve o envio de propostas de concorrentes, sendo que uma delas orçou o valor de R$ 9.445.873,81 pelo serviço. O valor, segundo Gabriela Starling, representava a metade do montante contratado, mas que foram ignoradas pela prefeitura. Antes da suspensão judicial do contrato, a sentença calculou que houve prejuízo de R$ 1.098.627,50 aos cofres públicos.

Para a Justiça, ficou provado que houve favorecimento da seleção “mediante expediente fraudulento destinado a direcionar recursos públicos milionários para entidade previamente escolhida”.&nbsp;

Assim, a juíza frisou que as provas “não permitem dúvidas quanto ao conluio fraudulento” e que a sequência de atos “destrói qualquer alegação de boa-fé ou erro administrativo".
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Ex-prefeita de Planaltina de Goiás é condenada a quase 4 anos de prisão por fraude em dispensa de licitação

Contratação de OS

O publicitário mineiro Paulo Vasconcelos, contratado para a pré-campanha de Ronaldo Caiado (UB) à Presidência da República até março, defende que a candidatura do governador goiano é viável e competitiva mesmo se tiver de sair do União Brasil e mesmo se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidir entrar na disputa.

Conforme mostrou o Giro na segunda-feira (23), Vasconcelos disse que Tarcísio e Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, deveriam se preocupar com Caiado porque, segundo ele, é o único que “tem entrega consistente e comprovada de resultado”. Para o publicitário, isso será diferencial para o eleitor de centro, considerado decisivo para o resultado das urnas em 2026.

Na entrevista abaixo, o marqueteiro avalia o cenário atual e detalha as estratégias de trabalho com Caiado nos próximos meses. Os dois têm conversado desde agosto, mas o diretório nacional do União Brasil decidiu agora bancar a contratação por cinco meses. Vasconcelos afirma que haverá poucas mudanças iniciais na pré-campanha do governador, mas que buscará maior visibilidade, incluindo mais pílulas na propaganda partidária.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/novo-marqueteiro-de-caiado-se-eu-fosse-tarcisio-ou-zema-me-preocuparia-1.3341024" target="_self">Novo marqueteiro de Caiado: "Se eu fosse Tarcísio ou Zema, me preocuparia"</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/mdb-n-o-reverte-queda-no-numero-de-filiados-apos-alianca-com-caiado-1.3339815" target="_self">MDB não reverte queda no número de filiados após aliança com Caiado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/discurso-em-goias-afasta-daniel-do-mdb-nacional-1.3340331" target="_self">Discurso em Goiás afasta Daniel do MDB nacional</a></div>

&nbsp;Como avalia a pré-campanha do governador Ronaldo Caiado até aqui e como será o trabalho até março? O que considera trunfos do governador para a disputa presidencial?

Este ano especificamente acho que há uma grande precipitação do tempo das coisas. Na eleição do ano passado, por exemplo, para prefeito, eu fiz o Fuad (Noman, do PSD, reeleito prefeito de Belo Horizonte e morto em março deste ano), e o (Alexandre) Ramagem (PL), no Rio de Janeiro. O Ramagem já era candidato em fevereiro, mas o Fuad só se definiu candidato em maio. No calendário eleitoral racional, as datas são março. É quando tudo deve acontecer. Eu tenho 65 anos e mais de 70 campanhas nas costas e acho que eu tenho um dos melhores candidatos de todos os tempos, que é o Caiado. Estou encantado com a possibilidade de poder ajudá-lo. Eu gosto muito de me envolver com um cliente que tem entrega, que tem consistência, que tem narrativa pronta. Ou seja, que não seja um produto fabricado pelo marketing. Caiado é exatamente isso. Chega pronto, com história de vida muito legal, muito coerente. E eu acho que tem uma força que vai ser reconhecida mais à frente.

&nbsp;E qual é o desafio?

O desafio é o óbvio: lembrando o cenário de 2014, se você nasceu, como Eduardo Campos, em Pernambuco, você perde espaço para o Aécio Neves, que foi meu cliente, num primeiro movimento. Mas o Eduardo era grande ameaça que o Aécio tinha na trajetória alternativa à Dilma (Rousseff). Ele, lamentavelmente, morre. E aí a campanha quase que polariza tendo Marina, Aécio e Dilma. Hoje, por representar São Paulo, por representar o maior tambor do Brasil, todo mundo só fala do Tarcísio. Ele tem seus méritos, mas no mercado eleitoral, sai na frente do Caiado só por isso. Zema é de Minas, que também é grande colégio eleitoral, e é citado mais por isso. Mas a campanha é só em agosto do ano que vem. Nosso desafio é continuar mantendo essa boa avaliação que Caiado tem na proporção do eleitorado de Goiás e mostrar isso ao restante do País. O que temos de fazer é manter essa performance até lá, porque a eleição está muito, muito longe de acontecer. Tem muita água pra rolar.

&nbsp;Acha que Zema consegue maior visibilidade por ser de Minas, é isso?

Sim. Minas tem pouco mais de 10% do eleitorado, enquanto que Goiás representa 3%. Mas Caiado tem 88% de aprovação em Goiás. Em São Paulo, Tarcísio tem pouco mais de 50%. Em Minas, Zema tem 60%. E Caiado tem 88%. Ou seja, quem conhece o trabalho do Caiado o aprova.

&nbsp;Mas a evolução do levantamento da Quaest mostra que ele conseguiu reduzir o grau de desconhecimento ao longo deste ano, mas a rejeição cresceu praticamente no mesmo porcentual. Ou seja, as pessoas que passaram a conhecê-lo dizem não votar nele. Por que isso acontece?

Explico. O cidadão normal não está conectado à política. O cidadão comum, se acordar num domingo e for procurar política, precisará de um psiquiatra. Não é uma atitude normal. O normal é pensar na sua vida, nos seus filhos, nos seus hobbies. A vida normal não é a vida lincada à política. A política só chama atenção e tem envolvimento das pessoas no escândalo. Só. As pessoas só vão passar a discutir o que é bom para elas lá na frente, quando acontecer o que eu chamo de crossmedia. Detesto termos em inglês em propaganda, mas crossmedia é adequado. Quando tiver rádio, televisão, jornal, debate, redes, e a propaganda eleitoral, tudo funcionando ao mesmo tempo. Aí não tem jeito. As pessoas vão prestar atenção. E aí essa realidade muda. Por isso digo que a discussão sobre cenário e sobre pesquisas está extremamente precipitada. O meu amigo Fuad tinha exatamente 5 pontos porcentuais em maio. E todo mundo dizia que outros iam ganhar. Só quem acreditou nele foi o Lula. Nem os ministros acreditavam. Em agosto ele chega com 10 pontos, o adversário tinha 38. Vai para o segundo turno e ganha a eleição. Portanto, existe muita água para rolar. Acho Caiado um fortíssimo candidato porque ele tem entregas e resultados a oferecer.

&nbsp;Como acha que deve ser conduzido o debate sobre a segurança pública?

É um momento especial. Eu fiz a campanha do Cláudio Castro (governador do Rio) em 2022. E essa operação agora traz à luz um sentimento de vingança que já havia na média do eleitorado brasileiro, de ser duro contra bandido. Caiado se insere no debate por estar atento à necessidade do eleitorado e levando em conta o que foi feito em Goiás. Isso é assunto desde 2010, só que ninguém nunca falava disso porque era um assunto perigosamente delicado. Naquele tempo havia uma temperatura no eleitorado de que não poderia ser tão duro assim. Isso era um pouco ressaca da ditadura, em que as pessoas cresciam com raiva de polícia, com medo, achando que era inimiga e cometia excessos. Hoje isso mudou. Há um eleitorado com sentimento de vingança. Portanto aquelas imagens que o Cláudio Castro publica são força, não fraqueza. Anos atrás seriam fraqueza. Em 22, ele fez três operações na campanha. A primeira foi um escândalo, teve muita bala perdida, houve críticas, e ele me perguntou se continuava. Fiz uma pesquisa e recomendei: “Continue. Isso é força”. Isso era 22. Agora, então, nem se fala. Se o Cláudio agora fez a coisa certa ou não, se é uma operação política ou não, isso é juízo de valor que não cabe aqui comentar. O que importa é que esse tema virou uma porta de entrada na cabeça do eleitor. Hoje segurança e educação são dois temas fortes, que chamam atenção. Mas nós todos falamos em mesa de bar que educação é importante, mas se isso de fato fosse um grande valor o Ciro Gomes seria presidente três vezes. A sociedade, na hora da onça beber água, termina sendo um pouco egoísta. Hoje a força é segurança, mas acho que Caiado tem outros atributos além disso para conquistar o eleitor de centro, que é quem de fato vai eleger o próximo presidente.

&nbsp;O sr. diz que Tarcísio e Zema deveriam se preocupar com o Caiado, mas parece haver uma preferência grande dos atores políticos de centro e de direita por Tarcísio. Na própria federação União Brasil-PP, tem muita gente trabalhando por Tarcísio, a exemplo de Ciro Nogueira. Como é que fica se Tarcísio resolve disputar?

O Brasil tem uma mania de, para resolver problemas, jogar água fora com o bebê dentro. Tirar a iniciativa privada das decisões político-eleitorais foi um erro. Hoje a política no Brasil tem sete donos: os presidentes dos maiores partidos. Se você, mesmo muito bem avaliado e com muitos votos, contrariar o interesse do presidente do seu partido, você não vai ter legenda. Acho que é por isso que alguns combatem o Caiado. Um sujeito com 76 anos de idade, com a carreira política que teve, é perigosamente ruim para o establishment. É mesmo. O perfil e independência moral podem fazer dele um cara perigoso para quem está na política para fazer negócios ou por interesses particulares. Não há outro motivo para o Caiado não ter a legenda.

&nbsp;

E se mudar de partido, terá uma candidatura viável?

Ele já tem convites de outros partidos. Acho um erro do União Brasil não apostar nele, pensando na ideia de querer ser um partido grande e forte, e de fato melhorar a vida das pessoas. Mas a decisão fica muito concentrada e isso é complexo. Se tiver um outro partido com pouco mais de tempo de TV, reitero que os candidatos de centro-direita devem se preocupar.

&nbsp;Mas o tempo de televisão e estrutura não são importantes para ele se fortalecer? As opções de convites até agora não garantem muito disso.

Basta tempo de televisão. A estrutura política é completamente desprezível numa eleição presidencial. A linha política tem lá seu peso, mas proporcionalmente é muito pouco. Hoje, com o empoderamento da internet, o deputado ou o cabo eleitoral que leva seu santinho é mais irrelevante do que era antes.

Mas e se for pouco tempo de TV, como oferecem Solidariedade e PRD, e o Podemos?

Mas já há um ganho porque vai ter a cobertura quase que dedicada de toda a mídia, a presença nos debates. O programa eleitoral gratuito pode ser menor em tempo, mas incomoda. É claro que quanto mais tempo, melhor, mas não é um absurdo ter pouco tempo. Eu fiz a campanha do (Alexandre) Kalil em 2016 (a prefeitura de Belo Horizonte), tinha 28 segundos de TV, a cada dois dias eu tinha um comercial de 30 segundos. Fomos para o segundo turno e ganhamos a eleição. Eu acho que o Brasil vai prestar atenção com mais carinho na possibilidade de ter um tempo melhor pela frente que não seja votar em Lula ou Bolsonaro. Ou que não seja ser refém de Lula e Bolsonaro. Que tenha alguém que seja além dos dois. Eu acho que o próximo presidente terá essa característica. O próprio Tarcísio, se por acaso for candidato, e eu já comentei que ele tem essa vantagem de representar São Paulo, ainda assim terá que ir além de Bolsonaro. Só que Tarcísio tem naturalmente uma bigorna por ser cria do Bolsonaro, coisa que o Caiado não é.

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Caiado não é, mas ultimamente tem feito mais acenos a Bolsonaro. Pediu para visitá-lo, reafirma promessa de anistia, gravou vídeo se solidarizando no sábado, mesmo antes de sair o vídeo em que Bolsonaro admite que tentou violar a tornozeleira.

É meio futebol nessa hora, né? É Flamengo e Fluminense, aqui em Minas, Cruzeiro e Atlético. Nessa hora não tem conversa: cada um escolhe o seu lado. E é claro que se o Bolsonaro apontasse para o Caiado como sucessor, nós teríamos um crescimento imediato em pesquisa de seis, sete pontos. Imediato. No entanto, isso não será suficiente para nenhum dos candidatos da direita ganhar a eleição. Isso eu te garanto. Na campanha de Cláudio Castro, eu não levei o Bolsonaro para TV nem no rádio nem no material de campanha. Nenhuma vez. Eu apenas vendi ao eleitor do Rio o resultado do trabalho do Cláudio e foi isso que o elegeu. Na campanha do Fuad, eu não deixei ele fazer nenhuma agenda com o Lula e nem Lula entrar no programa de TV. Passamos aperto para ele ir para o segundo turno e ganhamos fácil no fim. Já Ramagem fizemos uma campanha abraçada com o Bolsonaro, e ele alcançou 32% contra o Eduardo Paes. Isso tudo são lições que a gente vai aprendendo ao longo da estrada e essa experiência vai fazendo a diferença. Não existe mais a polarização como principal força, ela é uma das.

&nbsp;Qual é a principal força?

Entrega. Resultado. O que é que você vai fazer pela minha vida? O que é que você pode fazer pra eu ter uma vida melhor, mais fácil, melhorar minha vida? Vão começar a olhar o currículo, algo que as pessoas em 2018 não olharam. Se as pessoas tivessem olhado o currículo em 18, talvez o resultado não fosse esse. Em 18, o maior marqueteiro foi a Lava Jato. Destruiu tudo, toda a política. Mas a temperatura hoje é outra. O eleitor de centro não vai ligar para quem é direita ou esquerda, mas aos resultados.

&nbsp;Mas Caiado continua fazendo o discurso destacando que é de direita desde a década de 1980, quando ninguém era.

Sim, de que ele enfrentou o Lula desde aquela época. Isso tem sua força. Existem campos direita e esquerda. Caiado quer o antilulismo e quer o bolsonarista raiz o apoiando. Hoje é essa a luta. Porém, daqui a três, quatro meses, a luta vai ser convencer o eleitor de centro de quem é o melhor candidato contra o Lula. E o Lula também terá obrigação de dizer ao centro que ele é a melhor solução para o País. A briga estará no voto de centro e o voto de centro se decide com entregas concretas, não com discurso ideológico.

&nbsp;Mas voltando à pergunta que fiz, mesmo com Tarcísio, acha que Caiado deve ser candidato, que é viável?

Olha, eu vou ser um pouco petulante. Me permita isso. Eu fiz a pré-campanha do Collor, em 89, eu tinha 28 anos de idade. Ali eu aprendi que, com a estratégia certa, no momento certo, nas circunstâncias certas, não existe o impossível. Eu acredito muito, muito, muito na narrativa do Caiado e no posicionamento estratégico dele em relação ao eleitorado. Com a convivência, com o que já sei dele, acho de fato que tenho um dos melhores candidatos que já tive na minha trajetória pessoal. Acho que, mesmo com o Tarcísio candidato, o Caiado é potencialmente muitíssimo competitivo.

&nbsp;E se Flávio Bolsonaro (PL) for candidato?

Isso favorece os outros candidatos. Ele encapsula a extrema-direita, inviabiliza Tarcísio. A disputa vai ser pelo voto de centro, conta simples.

&nbsp;Haverá alguma mudança de cara na atuação, na estratégia da pré-campanha?

Eu devo mudar nada ou quase nada. O que preciso é de mais visibilidade. Vamos ter umas inserções do União Brasil nacional de que ele vai participar. Vamos gravar umas peças novas e teremos alguns produtos novos de internet que vão impulsionar. A linguagem deve mudar um pouquinho, mas a essência é muito parecida. Ele já é muito assertivo no que fala e na maneira como se apresenta. A gente se dá muito bem, o encantamento de um com o outro se deu desde a primeira conversa.

"Não existe mais a polarização como principal força, ela é uma das", diz Paulo Vasconcelos

Entrevista

Mariosan

Charge

Matéria - Charge

O elenco principal de "Dark Horse" ("O Azarão", em tradução livre), filme que vai revisitar a campanha presidencial de 2018 e terá como eixo a facada sofrida por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), já foi escolhido.

O longa terá direção do norte-americano Cyrus Nowrasteh, e roteiro do deputado federal Mario Frias (PL-SP). A narrativa, de acordo com o Estadão, deve retratar Bolsonaro como um "vencedor improvável" daquele pleito. O enredo também inclui seu histórico militar e ações atribuídas ao combate ao tráfico de drogas.

Roteiro sugere a existência de outras tentativas de assassinato ordenadas pelos mesmos mandantes do atentado. O autor da facada, Adélio Bispo, aparecerá com nome fictício.

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O ator brasileiro naturalizado mexicano Marcus Ornellas, que já fez várias novelas mexicanas, viverá Flávio Bolsonaro. O brasileiro Sérgio Barreto interpretará Carlos Bolsonaro, enquanto o norte-americano Eddie Finlay dará vida a Eduardo Bolsonaro. As informações também são do Estadão.

Já o ex-presidente será interpretado por Jim Caviezel, que protagoniza "A Paixão de Cristo" (2004). Caviezel, também conhecido por falas antivacina e por apoiar teorias conspiratórias sobre uma suposta "elite global", foi um nome muito pedido por perfis de direita nas redes para interpretar Bolsonaro. As atrizes que interpretarão Michelle e Laura Bolsonaro ainda não foram anunciadas.

O diretor, Cyrus Nowrasteh, 69, é do Colorado (EUA) e tem carreira marcada por filmes de temática religiosa. Entre seus títulos estão "O Apedrejamento de Soraya M." (2008), "O Jovem Messias" (2016) e "Sequestro Internacional" (2019), este último estrelado por Caviezel.

Nowrasteh não comentou publicamente sobre o novo projeto. No X, ele apenas respondeu a uma seguidora dizendo que está filmando na América Latina. Em maio, publicou fotos de pesquisas de locações na divisa entre Rio e Minas Gerais.

A relação do cineasta com o Brasil é antiga. Ele foi roteirista de "Jenipapo" (1995), de Monique Gardenberg, e trabalhou na série "La Femme Nikita" nos anos 1990. Em 2001, lançou "Depois do Atentado", sobre o ataque contra Ronald Reagan em 1981.