Na etapa final da negociação entre a Enel Distribuição Goiás e a Equatorial para a transferência da responsabilidade pela distribuição de energia no estado, o senador Jorge Kajuru (Podemos) cobra transparência dos termos do contrato firmado entre as empresas, questionando quais metas a Equatorial assumirá para Goiás. “Minha tentativa é de embargar essa negociação de que não se tem conhecimento”, argumenta. “Não estou entendendo por que os parlamentares goianos estão todos calados, ninguém quis entrar nisso não”, critica. “Caiado calou a boca de todo mundo”, diz ainda, referindo-se ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil).Kajuru diz que vai participar da próxima reunião pública da Diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) no dia 6 de dezembro, quando haverá a análise do plano de transferência de controle societário da Enel Distribuição Goiás. Prevista para terça-feira (29), a análise foi retirada de pauta e adiada. A anuência prévia da Aneel é o que falta para concluir a negociação entre a Enel e a Equatorial, iniciada em 23 de setembro, quando a empresa que tem a concessão da distribuição de energia em Goiás desde 2016, ano em que a adquiriu por R$ 2,1 bilhões, assinou um acordo para vender sua participação na Celg-D por R$ 1,6 bilhão. O diretor-relator do processo na Aneel é Hélvio Neves Guerra.Leia também:- Reajuste da data-base de 12,13% passa em 2ª votação- Pressionado, Paço trava reforma no secretariado, em Goiânia- Caiado nomeia Vicente Lopes como desembargador em vaga destinada à OABOs termos da negociação não são públicos e passam por avaliação de agências reguladoras. Em outubro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu parecer favorável à venda da concessão da Celg-D para a Equatorial, uma das exigências para a transferência da responsabilidade pela distribuição de energia no estado. No dia 8 de novembro, foi publicado o trânsito em julgado do Cade confirmando a aprovação.O senador questiona o processo. “A negociação não pode deixar de ser pública, parece o orçamento secreto”, compara, explicando que também apresentou requerimento de audiência pública nas comissões de Infraestrutura (CI) e Desenvolvimento Regional (CDR) solicitando a presença de representantes de todos os atores envolvidos, inclusive do Cade.Outro requerimento, segundo Kajuru, foi encaminhado por ele no dia 18 deste mês ao Ministério de Minas e Energia pedindo informações sobre os aspectos regulatórios envolvendo a aquisição da distribuição de energia em Goiás pela Equatorial e quais medidas o ministério e a Aneel vão adotar “para impedir que as metas não cumpridas pela Enel Distribuição Goiás também sejam descumpridas pela Equatorial Energia”.Kajuru cita ainda análise solicitada ao Tribunal de Contas da União (TCU), que ele diz que deve receber nesta quarta-feira (30), para avaliar “se seria o caso de suspender o contrato ou extingui-lo para que seja feita nova licitação”. O documento do TCU, explica, decorre de ofício que enviou no dia 16 solicitando informações.