Webstories - CCJ da Câmara de Goiânia aprova projeto que susta calamidade financeira

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), criticou o projeto de decreto legislativo que susta os efeitos da <a href="https://opopular.com.br/politica/ccj-da-camara-de-goiania-aprova-projeto-que-susta-calamidade-financeira-1.3321562" target="_self">calamidade financeira na capital</a> e afirmou ao POPULAR que irá judicializar a proposta, caso seja aprovada em definitivo pelos vereadores. “Tudo que é inconstitucional que eles vão colocando, tem que judicializar. Não tem o que fazer. O Iris (Rezende, ex-prefeito) fazia isso direto. Nós já estamos fazendo isso. E vamos tocando para frente”, afirmou Mabel.

O texto, de autoria de Igor Franco (MDB), ex-líder de Governo, avançou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (8) e segue agora para dois turnos de votação em plenário. “Acho que isso aí é mais ou menos aquele pessoal que resiste ainda a entender que a cidade está mudando. Goiânia está mudando. Não tem mais aquelas práticas que eles estavam acostumados”, reforçou o prefeito.

Mabel afirmou que a proposta de Franco é “completamente inconstitucional” por tentar derrubar uma medida aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). “Não é competência da Câmara fazer um decreto para derrubar o que a Assembleia aprovou. Poderes exigem hierarquia. Não tem a menor eficácia, esse tipo de coisa”, disse.

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	<li>Saiba mais sobre o recurso na CBN Goiânia:&nbsp;<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/na-trilha-da-politica/calamidade-financeira-volta-a-pauta-e-estado-cobra-recursos-da-saude-1.3321706" target="_self">Calamidade financeira volta à pauta e estado cobra recursos da saúde</a></li>
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Com duração inicial de seis meses, o decreto de calamidade financeira em Goiânia foi instituído em 2 de janeiro. No dia 3 de julho, a Alego aprovou a prorrogação do decreto por mais seis meses, permitindo que a Prefeitura mantenha medidas de ajuste fiscal até dezembro.

“O problema que tem é um só: é sempre a mesma turma. Os caras querem que eu faça o que eu não vou fazer. Não entendem que a gerência mudou. Pode apertar. Pega uns aí e é tudo a mesma figurinha. O que nós temos que fazer é trabalhar, trabalhar, trabalhar. Trazer a base que quer trabalhar junto e vamos embora, tocando a vida pra frente”, enfatizou o prefeito.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/ccj-da-camara-de-goiania-aprova-projeto-que-susta-calamidade-financeira-1.3321562" style="font-size: 12px;" target="_self">CCJ da Câmara de Goiânia aprova projeto que susta calamidade financeira</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/em-meio-a-calamidade-paco-vai-apresentar-superavit-nas-contas-1.3319337" style="font-size: 12px;" target="_self">Em meio à calamidade, Paço vai apresentar superávit nas contas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-distribuiu-cargos-para-aprovar-calamidade-diz-ex-lider-1.3313272" style="font-size: 12px;" target="_self">Mabel distribuiu cargos para aprovar calamidade, diz ex-líder</a></div>

A justificativa da proposta aprovada cita parecer do Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO), que aponta ausência de fundamentos técnicos, contábeis e jurídicos para a continuidade da medida. Segundo o texto, o órgão de controle identificou que a situação fiscal de Goiânia não se enquadra nas condições excepcionais exigidas para a decretação de calamidade e que a gestão poderia adotar outros recursos, como contingenciamento de gastos.

O vereador também menciona o possível uso indevido da calamidade pública para flexibilizar contratações e remanejamentos de pessoal. A justificativa cita ainda contratos firmados sem licitação durante o período de vigência do decreto, que somam R$ 38,9 milhões nos primeiros meses de 2025.

Especialistas ouvidos pelo POPULAR afirmaram que o decreto aprovado na CCJ pelos vereadores avança em atribuições de um outro Poder Legislativo. “A Câmara de Goiânia não tem competência para derrubar isso. O que pode acontecer é a Câmara, dentro do seu poder de fiscalização, acompanhamento das atividades municipais, discutir as premissas que levaram a Alego a aprovar a calamidade”, diz Juscimar Ribeiro, advogado especialista em direito administrativo e direito constitucional.

Segundo o jurista, nesse caso, os vereadores poderiam questionar os dados que basearam a decisão dos deputados estaduais. “Porque a Assembleia deve ter levado em consideração uma análise do TCM, os relatórios financeiros emitidos pela Prefeitura, e esses elementos informativos levaram à edição de um ato normativo pela Assembleia. O que a Câmara pode fazer é pedir a invalidade da qualidade dessas informações”, afirmou Ribeiro.

No plenário, durante a sessão ordinária desta terça, ao agradecer aos colegas pela votação na CCJ, Franco destacou a contradição entre o decreto de calamidade financeira e o <a href="https://opopular.com.br/politica/em-meio-a-calamidade-paco-vai-apresentar-superavit-nas-contas-1.3319337" target="_self">superávit apresentado pela Prefeitura</a> na prestação de contas realizada na semana passada.

“Temos visto a Prefeitura falar que está tudo azul, tudo certo, mas na hora de pagar as contas das gestões anteriores fala que está em calamidade financeira. Se fosse uma situação lícita, o prefeito não teria ido para a Assembleia <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-distribuiu-cargos-para-aprovar-calamidade-diz-ex-lider-1.3313272" target="_self">negociar cargos com os deputados</a> para poder homologar a calamidade, porque quando há calamidade há um reconhecimento público, nem precisa de tanto empenho”, disse, reclamando da demora no pagamento das emendas impositivas dos vereadores e chamando a gestão de “desastrosa”.

<div attr-cid="policy:1.3321742" attr-version="policy:1.3321742:1759954882" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3321742" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3321742', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3321742">Webstories - CCJ da Câmara de Goiânia aprova projeto que susta calamidade financeira (1.3321742)</a></div>

<h2>Votação</h2>

O projeto de decreto legislativo que busca suspender o estado de calamidade financeira em Goiânia não estava na pauta da sessão desta quarta-feira da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e foi incluído por inversão de pauta. O líder do governo, Wellington Bessa (DC), chegou a pedir que a matéria fosse arquivada pela CCJ.

Contudo, a solicitação do líder terminou em empate - quatro votos a favor e quatro contra - e coube ao presidente do colegiado, Luan Alves (MDB), o voto de minerva, que manteve o projeto em tramitação. A proposta acabou aprovada, com apenas o voto contrário de Bessa. Dos 14 integrantes da CCJ, nove participaram da votação.

Nos bastidores, a informação é de que o Paço tinha conhecimento da tramitação do projeto, mas não esperava que ele fosse pautado nesta quarta. O texto é visto como parte de uma movimentação política do “grupo dos 14”, composto pela maioria dos parlamentares que assinaram a criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Limpa Gyn, em julho.

A proposta é interpretada como mais uma ofensiva contra a Prefeitura, em meio a queixas sobre emendas e indicações de cargos. Luan afirmou ao POPULAR que foi “pego de surpresa” com o pedido de Franco para incluir o projeto na pauta, e que a justificativa foi o fato de o relatório de Kátia Maria (PT) ter ficado pronto na noite de terça-feira (7).

Ainda no pequeno expediente, a petista também apontou as mesmas razões citadas por Franco, mas criticou a Alego ao dizer que a Casa fez um “voto político” para estender os efeitos do decreto de calamidade financeira por mais seis meses. Kátia Maria disse então que o decreto tem sido utilizado pela Prefeitura para “fazer movimentações, contratações que prejudicam o povo”, sem detalhar. “Para mim está claro: o modelo da direita trabalhar é massacrando o pequeno”, afirmou a petista.

Mabel critica projeto contra calamidade e confirma judicialização

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Câmara de Goiânia

Sem apresentar cronograma claro nem planejamento para obras de recapeamento, a Prefeitura de Goiânia executou em torno de 10% da meta apresentada por Sandro Mabel (UB), que promete recuperar 800 quilômetros (km) de asfalto e movimentar R$ 600 milhões em recursos. Informações da Secretaria de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra) contabilizam mais de 90 quilômetros de vias recapeadas em 2025 em 40 bairros.

O anúncio mais recente foi nesta quarta-feira (8), com a assinatura da ordem de serviço para obras de R$ 8 milhões na região central. A nova etapa vai passar por 30 quilômetros de trechos, incluindo vias de ligação entre bairros e corredores de transporte coletivo. O prazo de execução é de 75 dias, segundo o cronograma da Seinfra.

Outros serviços ocorrem nas regiões oeste, noroeste, leste e central, de microrrevestimento superficial a recapeamento profundo. A promessa é melhorar a mobilidade e reduzir os custos de manutenção. Porém, o discurso esbarra em lacunas de transparência e planejamento, que dificultam acompanhamento do programa e impactam a eficiência do investimento.

No ato, na Praça Santos Reis, Mabel disse que a prioridade são ruas com tráfego intenso, especialmente as de linhas de ônibus. “Algumas vias precisam de reparos profundos, de até cinco centímetros. Outras terão só microrrevestimento. Onde estiver em bom estado, não vamos mexer, para aproveitar melhor os recursos”, declarou.

A fala reflete a estratégia de selecionar ruas em pior estado, em vez de promover recapeamento em áreas contínuas. O método é apresentado como forma de ampliar o alcance da obra. Segundo a Prefeitura, o plano já beneficiou 81 ruas do Jardim Novo Mundo, além de vias nos setores Rodoviário, Cidade Jardim, Coimbra, Marechal Rondon, Aeroporto, Vila Nova e Vila Morais. Ao todo, 34,34 km. Outras frentes atuaram nas regiões oeste e noroeste, com 14,77 km pavimentados nos bairros Tremendão, Jardim Curitiba, Novo Planalto, Finsocial, Bairro Goiá e Solange Park. No eixo norte e leste foram recuperados 13,44 km, incluindo 2,5 km da Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara, e 2,6 km da Rua dos Guatambus, no Barravento.

A Prefeitura estima concluir 30% das obras até o início das chuvas. “Vai depender de Deus também, porque o período chuvoso reduz o ritmo”, admitiu o prefeito. Nas regiões em obras, motoristas e moradores relatam transtornos com interdições parciais e falhas na sinalização. Mabel diz que as interrupções são rápidas, “por poucas horas”. Em nota a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) conta que a execução das obras é acompanhada por agentes de trânsito, que nos horários de pico orientam sobre rotas alternativas e eventuais desvios.

Além do recapeamento, o programa inclui a requalificação do Corredor da Avenida T-7, que liga a Praça Cívica ao Terminal Bandeiras e integra o sistema de transporte coletivo. Também estão em andamento as obras da alça de acesso da BR-153 à Ceasa, voltadas ao escoamento de carga.

Obras de asfaltamento são 10% da meta apresentada por Mabel

Cidades

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Infraestrutura

Em meio à expectativa de reenvio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 à Câmara de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel (UB) minimizou, ao POPULAR, a possibilidade de ser “impedido de trabalhar” caso sejam feitas alterações no porcentual de remanejamento. “Não tem nada que me impeça de trabalhar. Atrapalha é a cidade, não a mim. Eu faço o máximo que posso. Se eles, por exemplo, decidirem bloquear o Orçamento... O Trump não está no shutdown (com suspensão orçamentária), lá? Se amanhã tiver algum problema de remanejamento e não tiver dinheiro para pagar a escola, eu vou falar: ‘Olha, vou ter que mandar para a Câmara para poder remanejar’. Se não quiserem, eu falo: ‘Os vereadores não quiseram remanejar’. Eu não tenho nada pessoal para resolver”, afirmou. Mabel atribuiu a movimentação dos parlamentares para diminuir a autonomia do Executivo na execução do orçamento a “interesses” e “costumes antigos”. “Agora, tudo isso mexe com muita gente, muito interesse, a forma que eles estavam acostumados antes. Mas muitos já mudaram, estão juntos e entendendo que a cidade precisa de obras e eles vão crescer politicamente com obras, não é só tendo recursos”, disse o prefeito.O texto da LDO foi retirado por Mabel e ainda não foi devolvido à Câmara, mas há expectativa de o Executivo diminuir o porcentual de remanejamento para 30%, forçando nova votação na Comissão Mista. Mabel admitiu que o grupo de aliados na Casa está “apertado”. “Acho que a Prefeitura tem maioria apertada hoje, porque esse pessoal votou junto com eles. Iludiram uma turma aí, e tem muitos que estão ali porque acharam que a coisa ia acontecer da forma que eles falaram. Não acontece. O pessoal acaba vendo que é mais fácil você caminhar junto com o Executivo e a própria população vai entender isso muito melhor”, disse o prefeito, reforçando que o programa Obras Cidadãs pode melhorar a relação. (Gabriel Neves)

Prefeito diz que remanejamento menor atrapalha ações na cidade

Mariosan

Charge

Matéria - Charge

Com a cidade tomada por <a href="https://opopular.com.br/cidades/fios-soltos-e-baixos-viram-armadilhas-em-goiania-1.3318419" target="_self">emaranhados de fios que poluem o visual urbano</a> e representam risco à segurança da população, a Prefeitura de Goiânia se reúne nesta quinta-feira (9) com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a Equatorial Goiás e representantes de empresas de telecomunicações. O encontro busca discutir soluções e cobrar medidas efetivas para enfrentar o problema. Considerada a alternativa mais eficaz no que diz respeito à segurança, a fiação subterrânea é vista por especialistas como um objetivo difícil de ser alcançado.

O presidente da Agência de Regulação de Goiânia (AR), Hudson Rodrigues Novais, explica que a Prefeitura pode prestar apoio para a <a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-diz-que-rua-87-ficara-fechada-sob-chuva-fios-soltos-ter-o-forca-tarefa-em-goiania-1.3317125" target="_self">retirada de fios soltos e baixos</a> por meio da Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). “A Prefeitura não tem responsabilidade direta sobre o problema, mas tem respondido que tem com todos munícipes e a segurança deles. Levando isso em consideração, a Prefeitura vai ajudar a resolver o problema”, afirma. O encontro foi articulado após a morte da adolescente Nathaly Rodrigues do Nascimento, de 17 anos, que pisou em um fio energizado durante uma forte chuva, no Centro, em setembro.

<img attr-cid="policy:1.3321909" attr-version="policy:1.3321909:1759973627" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3321909/1000602718.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Esquina da Rua 3 com a Rua 9, no Centro de Goiânia: desenho realista feito com a inteligência artificial Gemini (à direita) mostra como poderia ser o visual das ruas da capital sem fiação exposta ( Diomício Gomes / O Popular)

Imagens geradas por inteligência artificial pelo POPULAR mostram como Goiânia se transforma sem a fiação aérea: fachadas ganham destaque, o ambiente parece mais leve e a cidade se torna visualmente mais amigável, com menos poluição e excesso de informações. Entretanto, especialistas ouvidos pela reportagem, consideram a migração da fiação aérea para a subterrânea quase um sonho inviável, diante dos altos custos e da complexidade técnica.

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	<li style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif;">Saiba mais sobre a medida na CBN Goiânia:&nbsp;<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/sandro-mabel-afirma-que-forca-tarefa-vai-retirar-fios-de-telecomunicac-o-n-o-identificados-1.3316887" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_self">Sandro Mabel afirma que força tarefa vai retirar fios de telecomunicação não identificados</a></li>
</ul>

Do ponto de vista da paisagem urbana, a arquiteta e urbanista Maria Ester de Souza, pesquisadora do Observatório das Metrópoles – Núcleo Goiânia, conta que, quando se pensa em uma cidade como Goiás, que teve parte da fiação da região central convertida de aérea para subterrânea, pelo fato de seu conjunto arquitetônico e urbanístico ser tombado, faz sentido imaginar a ausência de postes e fios. “Quando se coloca um elemento tão destoante, há um certo incômodo. Um turista vai tirar uma foto e vai ter um poste com um fio ali”, diz.

Em uma cidade nova e moderna, isso, em um primeiro momento, não entra necessariamente em conflito com a presença de postes e fios. Entretanto, em Goiânia, ela cita como exemplo a Avenida Goiás, onde o canteiro central conta com luminárias sem fiação aparente. “Demonstra que o que era para ser parte da paisagem é a vegetação”, relata.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/fios-soltos-e-baixos-viram-armadilhas-em-goiania-1.3318419" style="font-size: 12px;" target="_self">Fios soltos e baixos viram armadilhas em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-diz-que-rua-87-ficara-fechada-sob-chuva-fios-soltos-ter-o-forca-tarefa-em-goiania-1.3317125" style="font-size: 12px;" target="_self">Mabel diz que Rua 87 ficará fechada sob chuva; fios soltos terão força-tarefa em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-morte-de-garoto-em-anapolis-poluic-o-visual-e-negligencia-com-fiac-o-nas-cidades-volta-a-pauta-1.3315544" style="font-size: 12px;" target="_self">Após morte de garoto em Anápolis, poluição visual e negligência com fiação nas cidades volta à pauta</a></div>

Na avaliação de Maria Ester, a situação na capital se agravou com a chegada dos fios de telefonia, que têm outra espessura, são múltiplos e ficam posicionados nas partes mais baixas dos postes. “Há um prejuízo na paisagem. O que deveria ser agradável, interessante e bonito — uma árvore, uma fachada — está prejudicado”, discorre.

De acordo com ela, o impacto não se restringe à paisagem Art Déco do Centro, mas se estende por toda a capital. A arquiteta ainda aponta que os fios acabam competindo com as árvores. “Por que temos que urbanizar com essa sujeira visual? O fio concorre com a árvore, um elemento muito importante, que traz frescor e embeleza a paisagem”, comenta.

A arquiteta e urbanista Natália Castro e Sousa pontua ainda que, com o avanço tecnológico, a demanda da população por serviços de telecomunicações aumenta, especialmente em áreas mais adensadas. Na visão da arquiteta, a conversão de toda a fiação para o sistema subterrâneo seria complexa. “É preciso considerar, além do custo, todo o impacto no trânsito e na circulação de pessoas”, diz.

Apesar da segurança proporcionada pela fiação subterrânea no que diz respeito à prevenção de acidentes, o custo e os transtornos para a cidade também são destacados pelo engenheiro eletricista Jovanilson Faleiro de Freitas, membro da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO). “Não é só tirar os fios do lugar, abrir uma vala e enterrar. É preciso um projeto que defina por onde a linha vai passar. Como quebrar a cidade inteira por causa de uma única linha? Isso se torna quase inexequível”, argumenta.

<img attr-cid="policy:1.3321911" attr-version="policy:1.3321911:1759973627" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3321911/1000602716.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Rua 4 esquina com a Rua 8, no Centro, com o cenário real (à esquerda) e a paisagem de acordo com a IA Gemini (à direita) ( Diomício Gomes / O Popular)

Ele julga que uma alternativa, uma solução menos onerosa do que a fiação subterrânea, seria a adoção da rede compacta, que também utiliza postes e fios de alta tensão, mas com cabos encapados. “É mais acessível e a execução não seria muito complexa. O visual ficaria mais clean, mais limpo”, esclarece.

Ainda assim, os fios das telecomunicações continuariam sendo um problema. De acordo com o presidente da agência reguladora da capital, é por isso que a Prefeitura convidou 108 empresas de telecomunicações para a reunião desta quinta. “Para que nos apoiem nesse serviço (...) Dentro de três meses, queremos limpar a cidade e deixá-la bem melhor”, afirma Hudson Rodrigues Novais.

No segundo semestre de 2023, a Prefeitura lançou o programa Cidade Segura, com o objetivo de retirar fiações caídas e sem uso, além de identificar quais cabos ainda são utilizados pelas empresas de telecomunicações. A iniciativa visava reduzir os riscos de acidentes com transeuntes e combater a poluição visual causada pelo excesso de cabos. Em apenas 15 dias, o programa recolheu 7 toneladas de fiação aérea em desuso. No entanto, a ação foi interrompida. Agora, a proposta é retomar uma iniciativa semelhante na capital goiana.

<h2>Legislação sobre energia elétrica é competência federal</h2>

Uma lei municipal de 2016 obriga as empresas concessionárias de transmissão e distribuição de energia elétrica a tornar subterrâneo todo o cabeamento de linhas de alta tensão. Em 2023, após o lançamento do programa Cidade Segura pela Prefeitura de Goiânia, o deputado estadual Bruno Peixoto (UB) chegou a apresentar emenda a um projeto de lei do governo estadual para obrigar a Equatorial a implantar toda a rede de energia elétrica no modelo subterrâneo a partir de 2024, com prazo de 15 anos para a conclusão da mudança.

<img attr-cid="policy:1.3321924" attr-version="policy:1.3321924:1759973848" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3321924/Vida Urbana - rua 90 com fio.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Vista da 1ª Radial no Setor Pedro Ludovico em cenário atual... ( Diomício Gomes / O Popular)

No entanto, legislar sobre energia elétrica é competência exclusiva da União, o que torna esses textos inconstitucionais. Os artigos incluídos na emenda aditiva de Peixoto, por exemplo, foram vetados pelo governador Ronaldo Caiado (UB) por esse motivo. “Quando falamos em energia elétrica, falamos em normativa federal, Sistema Interligado Nacional (SIN) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, explica Thais Gomes de Oliveira, secretária adjunta da Comissão de Direito de Energia da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO).

<img attr-cid="policy:1.3321923" attr-version="policy:1.3321923:1759973848" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3321923/Vida Urbana - rua 90 sem fio.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
... e com desenho realista da paisagem feito pela inteligência artificial Gemini ( Diomício Gomes / O Popular (com desenho IA Gemini))

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Isso não impede que governos estaduais e municipais adotem medidas para viabilizar a fiação subterrânea, desde que arquem com os custos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existe o projeto SP Sem Fio, resultado do diálogo entre a prefeitura e empresas privadas de energia e telecomunicações. Ele avança lentamente e já atende algumas áreas da capital paulista.

<h3>Equatorial</h3>

Em nota, a Equatorial Goiás informou que, conforme a regulamentação vigente, a definição de obras e soluções de engenharia deve sempre observar a alternativa de menor custo global para o sistema elétrico, assegurando que a expansão ou utilização das redes ocorra de forma eficiente e economicamente sustentável.

Por isso, “a implantação de redes subterrâneas implicaria elevação significativa dos custos de investimento e operação, o que teria impacto direto nas tarifas de energia e não atenderia aos critérios de economicidade estabelecidos pela regulação setorial”. Ainda assim, a concessionária comunicou que “avalia continuamente soluções tecnológicas e ações de modernização que contribuam para aprimorar a qualidade do fornecimento de energia e aumentar a confiabilidade da rede elétrica em Goiás”.

<h3>Anápolis lança programa para tirar fiação excessiva</h3>

A prefeitura de Anápolis lançou um programa para eliminar os <a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-morte-de-garoto-em-anapolis-poluic-o-visual-e-negligencia-com-fiac-o-nas-cidades-volta-a-pauta-1.3315544" target="_self">fios soltos que comprometem a segurança e a estética da cidade</a>, localizada a cerca de 60 quilômetros de Goiânia. O programa Anápolis Rede Segura é resultado de uma ação conjunta entre a prefeitura, o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a Equatorial Goiás, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e mais de 37 empresas de TV, telefonia e internet, que assumiram o compromisso de reorganizar toda a fiação dos postes no município.

Lançado nesta terça-feira (7), o programa tem como meta resolver os pontos mais críticos da cidade em até 180 dias. A expectativa é de que, no prazo de um ano, a cidade esteja mais limpa, organizada e livre de riscos para a população. O programa também prevê reuniões mensais de monitoramento para acompanhar o andamento das ações e avaliar o cumprimento dos prazos.

Denúncias sobre fios soltos ou irregulares podem ser feitas pelo Disque 156, pelo aplicativo Conecta Anápolis ou pelo WhatsApp da Prefeitura: (62) 9 8551-6888. Todas as notificações serão encaminhadas à central de atendimento, responsável por distribuir as demandas conforme a localização dos problemas.

Em 19 de setembro, João Victor Gontijo de Oliveira, de 10 anos, morreu após encostar em um fio energizado em uma rua na Vila Jussara, em Anápolis. Após investigações, a Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) informou que o choque elétrico foi causado por um fio de telefonia instalado em local proibido. João Victor chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Quatro dias depois, a adolescente Nathaly Rodrigues do Nascimento, de 17 anos, morreu após sofrer uma descarga elétrica na Rua 20, no Centro, em Goiânia. Ela saiu do trabalho por volta das 17h30 e seguia para Bonfinópolis, na Região Metropolitana, onde faria uma prova na escola em que estudava. Durante o trajeto, Nathály foi atravessar a rua com água e foi surpreendida por um fio energizado que havia caído na via durante a forte chuva. O caso também é investigado pela polícia.

Fios poluem paisagem de Goiânia, mas solução ideal é pouco viável

Urbanismo

O Popular