Fabiana Pulcineli

O candidato a prefeito de Goiânia Fred Rodrigues (PL) diz que vai equilibrar uma gestão técnica com a defesa das pautas ideológicas, que foram foco do seu curto mandato como deputado estadual, caso seja eleito. O ex-parlamentar segue apostando no discurso de que é o “verdadeiro nome da direita” e chega a classificar o adversário, o ex-deputado Sandro Mabel (UB), como “de centro ou centro-esquerda”, tentando colá-lo ao PT e partidos aliados.

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Fred também faz críticas a Mabel pelos apoios que recebeu neste segundo turno e pela estrutura de sua campanha. “É uma pessoa analógica, uma pessoa atrasada, que infelizmente está tentando ser empurrado goela abaixo da população através da força política e da força monetária”, diz.

Leia abaixo os principais trechos da sabatina realizada pelo POPULAR e pela CBN Goiânia, na manhã de quinta-feira (17), comandada pelos jornalistas Fabiana Pulcineli, Cileide Alves e Luiz Geraldo. O vídeo com a íntegra da entrevista está disponível no site do POPULAR.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-46-lidera-2-turno-contra-fred-39-diz-quaest-tv-anhanguera-1.3188348" target="_blank">Mabel (46%) lidera 2º turno contra Fred (39%), diz Quaest/TV Anhanguera</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-amplia-equipe-e-fred-reforca-embate-ideologico-1.3188063" target="_blank">Mabel amplia equipe e Fred reforça embate ideológico</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/nosso-adversario-nunca-tomou-conta-de-nada-diz-mabel-1.3188050" target="_blank">'Nosso adversário nunca tomou conta de nada', diz Mabel</a></div>

<h2>Trânsito da cidade</h2>

“Nosso projeto prevê a modernização do parque semafórico. A sincronização hoje é feita quase de forma manual. A gente quer uma centralização para que seja feita de forma digital, como já é há mais de uma década em outras cidades do mundo. Também precisamos de integração do semáforo com as câmeras inteligentes que monitoram o fluxo das vias colaterais e que é entregue para as avenidas para aquele semáforo saber qual tempo deve ficar aberto. Precisamos de uma utilização mais inteligente da linha do ônibus. Não colocar o motociclista na linha do ônibus, que coloca a vida dele em risco igual nosso adversário quis fazer, mas, por exemplo, carros com mais de três, quatro pessoas dentro, poderiam utilizar também a linha do ônibus porque essas pessoas estariam dando carona para outras, retirando carros da rua. Propomos também o corredor exclusivo pra motos. Todos esses expedientes já foram testados em outras cidades, funcionaram muito bem e é um absurdo que não tenham sido feitos em Goiânia até hoje. No começo da campanha eu visitei associações comerciais e me falavam que tinham feito um estudo, com um dos melhores especialistas de trânsito do mundo, que por acaso é brasileiro, e ele passou um mês e meio aqui para analisar o trânsito. Ele chegou à conclusão de que Goiânia não tem necessariamente um problema de excesso de veículos, mas de gestão de tráfego. Goiânia poderia ter mais veículos e um trânsito mais rápido. Poderia inclusive ter menos veículos e o trânsito não vai ficar mais rápido. Então realmente temos de trazer a tecnologia e pessoas experientes. Esse estudo foi entregue ao prefeito na época e não fizeram nada. A iniciativa privada buscou a solução e o poder público ignorou.”

<h3>Radares e área azul</h3>

“Eu sou a favor da fiscalização para que excessos não sejam cometidos, mas eu entendo que, em várias situações, radares aqui em Goiânia estavam sendo... Por exemplo, ali na T-63, próximo de onde eu moro, tinha alguns radares que estavam posicionados imediatamente antes da primeira saída à direita que algum motorista precisava fazer a conversão. Acho que é possível, sim, que os radares sejam retomados, mas sem essas pegadinhas para a prefeitura tentar lucrar a qualquer custo. A questão da área azul, eu acho que o mais importante é conversar com os comerciantes e ver qual é o impacto. Eu não quero arrecadar através da área azul. Acho que a prefeitura tem outras formas de arrecadar. Mas quero sim que haja uma organização maior no trânsito.”

<h3>Projetos na Alego &nbsp;com viés ideológico</h3>

“Foi um mandato curto, mas muito proveitoso e elogiado pela grande maioria dos meus colegas. Fui tratado por muitos como um deputado revelação. Como um mandato no Legislativo, obviamente eu tenho a obrigação de defender as pessoas que votaram em mim, inclusive no aspecto ideológico, como os petistas fazem todos os dias. Se eu tiver de fazer uma nota de repúdio a um grupo terrorista (Hamas) que tem um deputado do PT participante de manifestação queimando a bandeira de Israel e marchando defendendo esse grupo terrorista, com certeza eu vou fazer isso. Mas, ao mesmo tempo, eu tive um mandato muito centrado buscando defender justamente os quesitos da boa administração pública. Por exemplo, votei contra o aumento do ICMS de 17% para 19% que o governador mandou para lá. Fui contra a reforma administrativa que aumentava os gastos do Estado em mais de R$ 500 milhões. Todo momento que eu precisei me posicionar dentro de uma questão administrativa, eu me posicionei, mas em momento nenhum eu abri mão também do meu quesito ideológico, que, sem dúvida, foi um dos grandes fatores para eu me destacar na política a ponto de ser eleito deputado estadual mais votado de Goiânia e oitavo mais votado do Estado como o menor custo de campanha. Então a gente consegue fazer esse equilíbrio muito bem. A Prefeitura é uma dinâmica completamente diferente do Legislativo. Eu entendo que esse papel ficará mais a cargo dos vereadores, mas ao mesmo tempo Goiânia será uma cidade respeitada, bem cuidada para que você tenha orgulho de dizer que aqui é a capital da família.”

<h3>Cotas raciais</h3>

“Se você for prestar atenção, cota racial em concurso público não faz muito sentido. Se você já tem a cota racial para ingresso na universidade, que é justamente para que a pessoa que teoricamente não teve as condições de estudar na sua vida tenha condição de ingressar numa faculdade com uma nota menor e possa se preparar para o mercado de trabalho, qual o sentido de colocar uma cota também no mercado de trabalho? Realmente eu nunca vi sentido nessa cota racial. Eu sou um defensor das cotas sociais, porque independentemente da cor, acho que o único quesito que a gente tem de olhar realmente é o social. Até porque tem negros - e eu venho de uma família negra, meu avô é negro - que têm sim uma condição financeira melhor do que um branco. Então qual seria a justificativa para colocar um branco ou um pardo atrás na possibilidade dessa pessoa ir buscar o seu sonho?”

<h3>Relação com a Câmara</h3>

“Eu nunca me indispus a conversar com nenhum dos vereadores. Eu sempre falei que o nosso norte político é baseado na competência, sem acordão para preencher cargos, principalmente de primeiro e segundo escalão. Acordão é quando um político ou presidente de partido chega para te apoiar e em troca pede um cargo. Isso não existe. Isso não vai existir na nosso campanha, ao contrário do nosso adversário, que já mostrou que está totalmente disposto a fazer qualquer acordo possível, inclusive acordos que quebram a suposta coerência política dele como candidato de direita, desde que o leve ao poder. Os vereadores terão tapete vermelho na prefeitura, desde que cheguem para resolver os problemas da sua região, do seu eleitorado. Eu quero dar oportunidade aos vereadores. Eu venho do Legislativo e sei como é difícil pedir voto. Eu não quero meu secretário colocando vereador para esperar. O que ele não vai ter é espaço para resolver problema pessoal, que coloque interesse pessoal acima de política pública. Então todo vereador que estiver disposto a atuar por Goiânia nesse sentido será muito bem-vindo. Obviamente nós temos nossas pautas principais e principiológicas. Nossa prefeitura será técnica, mas obviamente tem os valores e princípios da população de Goiânia que precisam ser respeitados.”

<h3>Apoios no 2º turno</h3>

“Fazem críticas contra nós, como dizer que Goiânia não aguenta mais quatro anos de Rogério Cruz, só que todos os aliados do Rogério Cruz estão na campanha do nosso adversário. Se há alguma possibilidade das coisas continuarem como está, é com o nosso adversário assumindo porque ali está a campanha do Rogério Cruz, com o vice dele. Sempre falei que Mabel não é um candidato de direita. Tanto não é que, a partir do resultado do primeiro turno, já praticamente nos dias seguintes ele estava se associando ao Partido Socialista Brasileiro. Que candidatura de direita é essa que não sustenta 24 horas de discurso?”

<h3>Ser de direita</h3>

“Ser de direita hoje, acima de tudo, é um sacrifício. Você é perseguido pela sua posição ideológica, como vários relatórios mostraram que há sim uma tendência do Judiciário a censurar mais perfis de direita do que de esquerda, assim como há mais tendência das redes sociais a derrubarem perfis de direita do que de esquerda. É você ter de explicar a todo momento que você não é extremista só porque você é contra as drogas e contra aborto, que você defende uma carga menor de impostos. A campanha do nosso adversário tenta nos colocar como extremistas. Ele é um candidato de centro ou centro-esquerda. Ser de direita é defender esses valores e princípios, entender que a liberdade religiosa existe, mas, ao mesmo tempo, a nossa tradição, a nossa cultura foi moldada numa base judaico-cristã e, principalmente aqui em Goiás, o cristianismo tem uma influência muito forte e deve continuar tendo a tradição e respeitando as outras religiões. É ser a favor de um estado necessário, um estado que tem enxugamento de gastos, que faça a um perfil mais técnico. Que o estado não seja babá nem carrapato do cidadão. E principalmente é manter a coerência de dizer que não vai se alinhar com o PT ou PSB.”

<h3>Antissistema</h3>

“(Sobre queixas de ter o ‘sistema’ contra a candidatura dele) Se você é funcionário público, se você é líder religioso, você sabe que eu estou falando, você sabe da pressão que está recebendo todos os dias. Eu não tenho apoio da máquina estatal, da máquina municipal. E realmente não tenho apoio dos partidos. Vemos pessoas que me elogiavam, que falavam que eu fui um ótimo deputado, que eu ajudei muito o estado de Goiás, que me entregavam comendas, nos atacando hoje em dia (referência ao governador Ronaldo Caiado, UB). O nosso adversário inclusive nos pedia para ser o vice dele. E agora viramos a pior pessoa do mundo. Você, funcionário público, que teve seu feriado adiado, que você tinha programado desde o começo do ano, você sabe qual o sistema que eu estou falando. Inclusive o sistema das pesquisas, que mentiram bastante, cometeram um crime contra o eleitorado de Goiânia. O sistema que foi montado foi muito cruel, mas a gente tem essa chance de verdadeiramente vencê-lo agora com uma margem expressiva de votos, como já fizemos no primeiro turno.”

<h3>Fundo eleitoral</h3>

“O maior fundo eleitoral é do PL porque há proporcionalidade do número de deputados federais. O partido fez a maior bancada, ou seja, passou um conceito muito bom para a população. Mas nem por isso eu quis desperdiçar o dinheiro do contribuinte aqui. Na nossa campanha para prefeito, o recurso que veio do PL, que eu pedi, foi o mínimo para fazer a campanha que foi de R$ 1,5 milhão (o site do TSE mostra arrecadação de R$ 3,5 milhões do PL para Fred). Se você somar com o recurso que foi para outros 38 candidatos a vereador, você vai ver que está na nossa declaração R$ 2,4 milhões. O nosso adversário sozinho gastou R$ 8 milhões. E aí a gente já pode até fazer uma analogia ao péssimo gestor que ele é, porque conseguiu ficar atrás da gente no primeiro turno, gastando 3,5 vezes mais. Vocês noticiaram que ele gastou nove vezes mais em impulsionamento digital do que a gente. É uma pessoa analógica, uma pessoa atrasada, que infelizmente está tentando ser empurrado goela abaixo da população através da força política e monetária.”

<h3>Fraudes nas urnas</h3>

“O presidente Bolsonaro sempre falou que devemos sim ter o direito de criticar todo o sistema, inclusive o eleitoral. Eu acho que ele tem o direito de fazer essa crítica e eu mesmo já critiquei várias vezes. Eu sou a favor de que você tenha um comprovante, uma ata, um comprovante impresso, inclusive já foi aprovado no Congresso e TSE depois decidiu retirar. A crítica tem de ser feita, inclusive para melhorar o sistema eleitoral. Falam que não se pode fazer nenhuma crítica senão você está atacando a democracia, está ofendendo as urnas. As urnas em si não são a democracia. O TSE em si não é a democracia. A democracia é justamente o respeito à opinião da população. (Sobre acusações de fraudes nas urnas sem comprovação e questionado se confia ou não nas urnas) É estranho falar que nunca comprovou e que foi espécie de acusação porque eu não posso pedir o voto impresso. Estávamos sim sendo cerceados no nosso direito de fazer crítica à urna eletrônica. Eu acho que a urna eletrônica em si não é o problema, mas que precisamos de um método de apuração em que o eleitor possa confirmar de forma física que está acontecendo. Nem todo eleitor é um expert digital, que sabe programação de urna ou como funciona o algoritmo. Então não é nada demais, não é duvidar da democracia nem atacar a democracia, a gente dizer que a gente quer mais etapas, mais camadas de segurança. Então, eu quero confiar, mas também me reservo ao direito de desconfiar sempre, assim como qualquer pessoa inteligente deve ser em relação ao governo e à prefeitura.”

<h3>Família</h3>

“Eu acho que família é importante. Quem me conheceu como deputado estadual e em toda a minha trajetória já conhecia a minha família. O que eu evitava fazer era essa exposição porque eu sei como o sistema é sujo. Eu sei como o sistema vai para cima e tenta fazer ilações em cima de coisas que realmente eles não entendem, não compreendem ou até compreendem, mas tentam colocar a nossa família no meio pra nos atacar. Não acho correto trazer o relacionamento como uma forma de barganha política. Todo mundo que nos conhece, conhece a Adelle, sabe que foi diagnosticada com esclerose múltipla há 5 anos, sabe do tempo que eu estou com ela, conhece meu filho Dante, minhas irmãs, os desafios e as tristezas que passamos nos últimos dois anos, com as perdas familiares, que nos fez postergar o casamento. Eu fiquei incomodado porque vou defender a minha família sempre que eu estiver vendo que estão tentando utilizá-la como moeda política, para tentar desacreditar, denegrir a sua imagem. Vocês estão tentando criar algum tipo de incoerência que não me colocaria como candidato de direita e eu expliquei, tanto que logo depois mostrei o meu pedido de casamento à minha esposa que hoje é tudo para mim. Já que vocês estão tão curiosos, nosso casamento está marcado e pode ter certeza que todos esses falsos políticos aí que me davam tapinha nas costas não estão convidados. A população estará.”

'Mabel é uma pessoa analógica e atrasada', diz Fred Rodrigues

Política

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Matéria - Política

Sabatina O POPULAR/CBN Goiânia

O presidente estadual do PL, senador Wilder Morais, voltou a escolher o silêncio como estratégia após a decisão da juíza Maria Umbelina Zorzetti pela inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado e cassação da chapa de Sandro Mabel. Apesar de ter se apresentado como pré-candidato ao governo estadual em 2026, durante as eleições nos municípios e ao fazer avaliação sobre o resultado do partido neste ano, o parlamentar não pretende, ao menos por enquanto, ocupar o espaço de líder da oposição a Caiado e ao vice-governador Daniel Vilela (MDB), seu provável adversário na próxima corrida ao Palácio das Esmeraldas. 

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Aliados de Wilder ouvidos pela coluna se dividem entre alguns que começam a considerar dúvidas sobre a solidez do projeto estadual e outros que defendem cautela para a construção, com entendimento de que o senador não precisa “entrar em todo embate” com o caiadismo. Apesar da discrição do presidente regional, membros do PL usaram a decisão para adotar ataques diretos a Caiado, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL) e os membros da bancada do partido na Assembleia Legislativa.

<h4>Nos autos</h4>

Ex-candidato do PL em Goiânia, Fred Rodrigues alegou que o processo e a decisão cabem à Justiça. “Em respeito, não farei declarações de mérito fora dos autos”, afirma à coluna.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/aliados-de-caiado-se-apressam-em-defesa-e-criticam-ac-o-do-pl-1.3209460" target="_blank">Aliados de Caiado se apressam em defesa e criticam ação do PL</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-refuta-decis-o-de-juiza-eleitoral-e-recorre-a-casos-anteriores-1.3209451" target="_blank">Caiado refuta decisão de juíza eleitoral e recorre a casos anteriores</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/fred-rodrigues-apresentou-videos-que-mostram-que-caiado-fez-campanha-eleitoral-para-mabel-dentro-do-palacio-diz-justica-1.3209227" target="_blank">Fred Rodrigues apresentou vídeos que mostram que Caiado fez campanha eleitoral para Mabel dentro do palácio, diz Justiça</a></div>

<h4>Objetivo</h4>

“É importante ficar claro que, apesar de ter a certeza de que nosso projeto era o mais adequado, respeito o resultado. A ação foi protocolada ainda no começo do 2º turno e não busca reverter o resultado. Buscamos na época a igualdade na disputa”, diz.

<h4>Empate</h4>

O plenário do TRE-GO tem empate em 3 a 3 ao julgar ações do MDB e UB para cassar a chapa de 2022 do PL a deputado estadual, por fraude na cota de gênero.

<h4>Como fica?</h4>

O desembargador Luiz Claudio Veiga Braga pediu vistas e desempatará o tema nesta quinta-feira (12). Os três deputados, no entanto, continuam nos cargos até o caso ser decidido pelo TSE, em caso de recurso.

<img attr-cid="policy:1.3209440" attr-version="policy:1.3209440:1733968797" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3209440/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Acúmulo - Descarte irregular de lixo e entulho, junto com a demora no serviço de coleta de resíduos, mantêm cenário de sujeira em calçada na Avenida Circular, no setor Pedro Ludovico Teixeira,&nbsp;em&nbsp;Goiânia. (Fábio Lima / O Popular)

<h4>Auxiliares</h4>

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), tem mais dois nomes certos para a composição do secretariado. A diretora legislativa da Câmara e integrante da transição, Gabriela Tejota, comandará a futura secretaria da Casa Civil. Já a Controladoria-Geral do Município (CGM) terá o retorno de Juliano Bezerra, que ocupou o posto com Iris Rezende.

<h4>Renegociação</h4>

Técnicos da secretaria de Economia já iniciaram a elaboração do pedido de adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), depois da aprovação no plenário da Câmara dos Deputados, por 413 votos a 4. O texto está na pauta desta quinta no Senado e a adesão, com a saída do RRF, será alvo de projeto na Alego.

<h4>Greve branca</h4>

A desembargadora Elizabeth Maria da Silva concedeu liminar para suspender as “formas de luta” anunciadas pelo Sindifisco. Em comunicado, os membros avisaram que estariam presentes, mas não desempenhariam a maior parte de suas funções.

<h4>Pergunta para:</h4>

André do Premium 
Relator da LOA 2025

<img attr-cid="policy:1.3209438" attr-version="policy:1.3209438:1733968796" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3209438/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
André do Premium, deputado estadual ()

Por que houve prorrogação do prazo, até dia 18, para que os deputados apresentem emendas ao orçamento?

A maioria dos deputados pediu mais tempo porque não conseguiu finalizar as decisões sobre para onde vão mandar os recursos nos municípios. Além disso, ainda esperamos a possibilidade de reduzir de 70% para 50% as emendas obrigatórias para a saúde. A votação deve ser finalizada no plenário até dia 20.

<h4>Arremate:</h4>

Lembrete - Os três vereadores eleitos pelo UB tiveram reunião com Mabel na última noite. Reforçaram o anúncio de “apoio para enfrentar esse caos” e, claro, pediram espaços na gestão.

Tô sabendo&nbsp;- Mabel confirmou compromisso com os aliados. Reforçou buscar técnicos e não nomear secretários executivos e 50% dos comissionados.

Exemplo goiano&nbsp;- O caso da ocupação urbana Bom Jesus, em Itaberaí, primeiro com atuação da Comissão de Soluções Fundiárias do TJGO, foi apresentado nesta quarta em encontro comandado pelo presidente do CNJ, Luis Roberto Barroso. O acordo para a regularização do assentamento, que existe há 10 anos e tem mais de 160 famílias, foi detalhado pelo desembargador Anderson Máximo.

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Wilder mantém silêncio e aliados atacam Caiado

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

Após a decisão pela inelegibilidade por oito anos do governador Ronaldo Caiado (UB) e a cassação de chapa do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), e sua vice, Cláudia Lira (Avante), por abuso de poder político na campanha eleitoral do pleito municipal deste ano, parlamentares da base aliada se apressaram em defender o governador. Na sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) desta quarta-feira (11) integrantes do caiadismo subiram o tom e mencionaram até uma “caça às bruxas” no país. Já parte da bancada na Câmara dos Deputados divulgou manifesto reforçando a defesa da “vontade soberana dos goianienses”.Amauri Ribeiro (UB) questionou, durante o pequeno expediente da Alego, o posicionamento da juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, e afirmou que a ação do Partido Liberal (PL) pode ter ligação com a pré-candidatura de Caiado à Presidência da República em 2026. “Está na cara e nos olhos de todo mundo. Há uma caça às bruxas neste país. Nós da direita somos as bruxas, somos os bandidos deste país”, ironizou o deputado estadual. Ao sair em defesa de Caiado e Mabel, Clécio Alves (Republicanos) alegou que o pedido de cassação emerge “daqueles que muitas vezes saem derrotados, não aceitam e querem mudar o resultado da vontade do povo”. O deputado estadual questionou os argumentos utilizados para a cassação da chapa governista, especialmente a menção a um encontro do governador com vereadores eleitos em Goiânia no Palácio das Esmeraldas durante a campanha. Linha que também foi reforçada por 12 deputados federais, que divulgaram documento que exalta a liderança de Caiado e destaca a “transformação” promovida por ele no estado de Goiás. “Assim, renovamos nosso compromisso com o Estado Democrático de Direito e nossa confiança no equilíbrio e na imparcialidade do sistema de Justiça, essenciais para a manutenção desse regime político alicerçado na soberania popular”, afirmam os congressistas.“O que tem acontecido no país, do meu ponto de vista, é injusto”, reforçou Clécio Alves na Alego. Ele relembrou que votou em Mabel na eleição municipal deste ano e em Caiado na disputa de 2022. Para o parlamentar, reuniões políticas na residência oficial do governador são comuns e fazem parte do processo democrático.“Procura-se motivos para tirar a legitimidade de um prefeito eleito pela maioria absoluta dos cidadãos goianienses. Alegam um encontro no Palácio das Esmeraldas, algo natural em todos os governos. Ali é onde reside o governador, e essas reuniões são práticas comuns na política brasileira”, disse o deputado estadual. “Lembrando que hoje nós temos em Goiás o governador mais bem avaliado do Brasil. Isso não acontece por acaso. Tem uma história inteira por trás disso. Isso só tem uma explicação: política, política, politicagem. Que isso não prospere”, afirmou Alves.Amauri Ribeiro afirmou que há uma tentativa de derrubar “um a um os concorrentes” do próximo pleito presidencial, citando ainda os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como potenciais candidatos ao Palácio do Planalto. Além disso, Ribeiro citou também o caso da reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com ministros, em 2022, em que ocorreu suposta articulação golpista. “Corrupção neste país não é crime. Reunião com embaixadores, política, crime de opinião, isso é crime. Isso é motivo para tornar inelegível, para ir pra cadeia, perder mandato. País às avessas. Justiça às avessas. O que está acontecendo com o judiciário desta nação? Será que é porque Caiado é um pretenso presidente?”, questionou o parlamentar do União Brasil. Rebatendo as provocações de Ribeiro, a deputada estadual Bia de Lima (PT) questionou os parlamentares sobre qual partido ingressou com a ação que resultou na cassação da chapa de Mabel e na inelegibilidade de Caiado. Após uma pausa, ela mesma respondeu que a iniciativa partiu do Partido Liberal (PL), legenda do ex-deputado Fred Rodrigues, que disputou o segundo turno das eleições municipais contra Mabel.Em sua fala, Bia de Lima destacou que a denúncia não foi apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), rebatendo possíveis insinuações de opositores à sigla. “Foi o partido do queridinho, ex-deputado Fred Rodrigues, e agora ele (referindo-se ao deputado Amauri Ribeiro) não fala nada sobre o assunto”, criticou a petista.Nomes do PLIntegrante do PL na Câmara dos Deputados, Daniel Agrobom foi o único nome do partido a assinar o manifesto em favor de Caiado. Os outros 11 deputados federais que subscreveram o documento foram Adriano do Baldy (PP), Célio Silveira (MDB), Zacharias Calil (UB), Flávia Morais (PDT), Glaustin da Fokus (Podemos), Ismael Alexandrino (PSD), Jeferson Rodrigues (Republicanos), José Nelto (UB), Lêda Borges (PSDB), Marussa Boldrin (MDB) e também Silvye Alves (UB). Na contramão, o deputado federal Gustavo Gayer (PL) foi um dos bolsonaristas que utilizaram as redes sociais para tratar do caso. Ele disse em um vídeo compartilhado no Instagram e no X que Caiado teria se sentido ameaçado “com sua mini-ditadura de Goiás”, diante do crescimento da candidatura de Rodrigues, e “foi pra dentro usando a máquina do estado e comprando jornalistas”. Ironizando o episódio, Gayer exaltou a decisão da Justiça Eleitoral citando que “o mundo dá voltas”. “Não se engane: Caiado não é de direita”, afirmou o bolsonarista.No Instagram, o deputado estadual Delegado Eduardo Prado (PL) compartilhou vídeo da reunião feita no Palácio das Esmeraldas com os vereadores e alfinetou Caiado na legenda: “Governador é mal assessorado ou acredita que as leis não são aplicadas para ele?”. O caso começou com uma ação de investigação judicial eleitoral movida por Fred Rodrigues (PL), candidato derrotado no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Goiânia. Na denúncia, ele acusou Caiado de utilizar a sede do governo para promover eventos de cunho político em benefício da candidatura de Mabel e sua vice, Cláudia, nos dias 7 e 9 de outubro.

Aliados de Caiado se apressam em defesa e criticam ação do PL

Parlamentos

A juíza da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, Maria Umbelina Zorzetti, buscou duas respostas ao julgar a ação de investigação judicial eleitoral (AIJE), proposta pelo ex-candidato Fred Rodrigues e seu partido, o PL, contra o prefeito eleito Sandro Mabel e o governador Ronaldo Caiado. Ela quis saber se as reuniões realizadas nos dias 7 e 9 de outubro, no Palácio das Esmeraldas, promoveram a candidatura de Mabel e se tiveram repercussão no segundo turno da eleição.Na sentença divulgada nesta quarta-feira (11) a juíza entendeu que houve conduta vedada (pela Lei 9.504/1997 e pela Lei Complementar 64/1990) e abuso do poder político com repercussão no processo eleitoral. “Restou demonstrado que o investigado usou de seu poder de Governador do Estado e em franco desvio de finalidade organizou os eventos eleitoreiros, convocou seus convidados, subiu na tribuna e fez campanha eleitoral dentro de um prédio que pertence ao Estado de Goiás”, escreveu.As evidências que convenceram a juíza vieram do depoimento do chefe de gabinete particular do governador, Alex Godinho Martins, de prints e de links de reportagens publicadas pela imprensa e de vídeos de Caiado e de Mabel publicados nas redes sociais. Anexados ao processo, os vídeos mostram o governador pedindo a seus convidados para voltarem às ruas e dizer a seus eleitores que eles terão Sandro Mabel na prefeitura para resolver os problemas de suas regiões, e que ele vai resolver porque “tem o apoio do governador Ronaldo Caiado, apoio incondicional meu”.No pronunciamento que fez ontem à imprensa, Caiado afirmou que as reuniões foram “institucionais” e não eleitorais e que o Palácio das Esmeraldas é a residência oficial do governador. Ele citou vários julgados de casos semelhantes ocorridos nos Palácios do Planalto e da Alvorada e até mesmo no Palácio das Esmeraldas que não foram considerados como abuso de poder político pela justiça eleitoral.A maioria dos exemplos citados pelo governador ocorreu antes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em junho de 2023, quando este foi declarado inelegível, entre outros motivos, por uso do Planalto para evento de campanha. Esse julgamento, inclusive, mudou alguns entendimentos da justiça. A defesa do governador acredita ser possível convencer o TRE, que julgará o recurso contra a decisão da juíza, a flexibilizar o julgamento e derrubar tanto as inelegibilidades quanto a cassação do registro da chapa do União Brasil.De qualquer forma, a decisão já provocou arranhões políticos. O governador é pré-candidato a presidente da República e trabalha para ser o candidato da direita em substituição a Bolsonaro. Por isso a sentença da juíza não repercutiu apenas em Goiás, mas fortemente na mídia nacional. “Jamais pratiquei um ilícito moral ou eleitoral”, disse no pronunciamento à imprensa. “O que vocês querem que eu faça, que eu vá para casa chorar? Não, eu vou trabalhar”, reagiu Mabel em coletiva de imprensa. Convocada para apresentar o interventor da saúde e o futuro secretário da pasta, a entrevista do futuro prefeito acabou dominada pela bomba política.Mabel vai ser diplomado dia 19, será empossado em 1º de janeiro e poderá ser absolvido pelo TRE, mas a decisão da juíza ocorre em um momento político relevante, de negociação com a Câmara de Goiânia para votação de projetos de lei de seu interesse (reforma administrativa e taxa do lixo) e em meio às articulações para montar seu governo. Na política tudo isso tem peso.O projeto da taxa do lixo está parado desde a semana passada, sem explicações plausíveis para não ser apreciado pelo plenário, levantando suspeita sobre pressão política. Essa pressão agora ganha tração, até porque os vereadores passaram os quatro anos do mandato de Rogério Cruz fazendo mestrado e doutorado em como encurralar um prefeito. Até que se julgue em contrário, Caiado nacionalmente e Mabel localmente ficarão na defensiva política. E isso definitivamente não é um bom começo de governo em Goiânia.

Desgastes eleitorais retardados

Opinião - título

Cileide Alves

Matéria - Opinião - Cileide

Rito do processo contra Caiado e Mabel

Detalhes da ação movida pelo PL

Para se defender da condenação em primeira instância - por abuso de poder político na realização de jantares com vereadores no Palácio das Esmeraldas durante a campanha de 2024 -, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), citou, nesta quarta-feira (11), casos de outros chefes de Executivo - como dos ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Jair Bolsonaro (PL) e de ex-governadores de Goiás - que fizeram reuniões em período eleitoral em suas residências oficiais, mas não foram cassados ou considerados inelegíveis. Caiado também negou que os encontros realizados no Palácio em sua gestão tiveram finalidade eleitoral e reforçou seu projeto de pré-candidatura à presidência da República em 2026.

Em decisão publicada na noite de terça-feira (10), a juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, decidiu pela inelegibilidade por oito anos de Caiado, do prefeito eleito da capital, Sandro Mabel (UB), e sua vice, Coronel Cláudia (Avante). O entendimento da magistrada foi de que jantares realizados no Palácio das Esmeraldas nos dias 7 e 9 de outubro - com a presença de vereadores, suplentes e outras lideranças políticas - tiveram o objetivo de buscar apoio eleitoral. A decisão também determina a cassação do registro de candidatura de Mabel e Cláudia. A execução não é imediata. A defesa decidiu apresentar recurso direto ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO).

O processo foi protocolado pela coligação “Goiânia acima de Tudo”, que teve o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) como candidato a prefeito. Os jantares foram realizados na semana seguinte ao primeiro turno. Na primeira fase da eleição, Fred saiu à frente na disputa com 31,14% dos votos. Mabel teve 27,66%. No segundo turno, o candidato governista foi vitorioso, com 55,53% dos votos. Fred teve 44,47%.

Caiado concedeu coletiva sobre o assunto na tarde desta quarta, no Palácio das Esmeraldas. No início do discurso, cumprimentou a imprensa de Goiás e do restante do País, destacando que a coletiva estava sendo transmitida. A decisão pela inelegibilidade do governador repercutiu em veículos nacionais.

O governador pretende se candidatar a presidente da República em 2026 e, ao ser questionado sobre o assunto durante a entrevista, reforçou que pretende lançar oficialmente o projeto em março de 2025, em Salvador (BA). No início da coletiva, o painel que estava atrás de Caiado mostrava a logo do governo de Goiás, mas a imagem foi retirada pouco depois do início da fala do governador.

Entre os casos de outros gestores que usaram suas residências oficiais em situação semelhante, Caiado mencionou ação de 2014 contra Dilma, por reunião no Palácio da Alvorada em março daquele ano, para reunião com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros do governo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou a ação improcedente. Ao citar a decisão, Caiado mencionou posicionamento do ministro Dias Toffoli, que apontou a legalidade do uso da residência oficial no período de campanha e anterior.

No discurso, Caiado afirmou que, em 2022, esteve no Palácio da Alvorada com mais 80 prefeitos para demonstrar apoio a Bolsonaro na disputa pelo segundo turno da eleição daquele ano. Caiado também disse que o Palácio das Esmeraldas foi usado por seus antecessores para reuniões com foco na eleição. O governador ainda citou que Lula teria usado a estrutura do Palácio da Alvorada para pedir votos em 2024.

Quanto ao caso específico pelo qual foi condenado em primeira instância, Caiado confirmou a realização dos encontros. “A reunião existiu. Não foi uma reunião com o intuito de fazer campanha eleitoral, mas com o intuito de buscar a preocupação que tenho com esta realidade que Goiânia vive hoje”, disse Caiado. O governador afirmou que o “motivo maior” foram os problemas da capital.

Caiado também afirmou que está “muito tranquilo” quanto ao processo e acredita que “a resposta será dada” nas próximas fases do processo. “Eu sou um homem que sempre pautei a minha vida política pelo cumprimento das normas legais. Jamais pratiquei um ilícito moral eleitoral, que possa desabonar a minha trajetória de vida”, afirmou o governador.

Parte dos casos citados como exemplo por Caiado são anteriores a 2023, antes da declaração de inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros. Advogado do PL, Leonardo Batista tem usado o caso como exemplo e afirmou que, em sua visão, o caso de Goiânia “é ainda mais grave”, pois na reunião de Bolsonaro não teve alimentação. Caiado avaliou que não há relação entre os casos.

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Prefeitura 

Mabel também tratou sobre o assunto durante coletiva, na manhã desta quarta, quando classificou a decisão da Justiça Eleitoral como desproporcional. O prefeito eleito disse que o assunto será tratado por seus advogados e, enquanto isso, continuará trabalhando pela cidade. “Se tiver uma decisão contrária lá no fim - acredito que de forma nenhuma teremos - é uma decisão de Justiça e eu não tenho o que fazer. Trabalharei sempre, até o último dia do meu mandato”, disse Mabel.

Em nota, a defesa de Mabel afirmou que recebeu a decisão com surpresa e reafirmou a convicção de que não houve irregularidades nos jantares. “Ressaltamos que toda decisão judicial em matéria eleitoral deve ser pautada por uma análise objetiva da gravidade dos fatos, algo que não se evidencia no presente caso”, disse.

A análise da defesa é que a decisão “se baseou em premissas equivocadas e que não condizem com a jurisprudência do TSE e do TRE goiano”. A nota destaca que a decisão não tem execução imediata e, por isso, não há prejuízo para que Mabel e Cláudia sejam diplomados no dia 19 de dezembro.

Apontamentos

Na decisão, a juíza Maria Umbelina afirmou que “da análise do conjunto de provas, não se questiona que os investigados Ronaldo e Sandro, numa corrida por alianças em face da derrota no primeiro turno, buscaram o apoio dos vereadores eleitos e seus suplentes com o claro objetivo de aproveitarem do trabalho por eles realizado em suas regiões e com isso conquistarem o eleitorado desses apoiadores em prol da candidatura dos investigados Sandro e Cláudia”.

Na decisão, Maria Umbelina destacou jurisprudência do TSE sobre o uso de “palavras mágicas” que podem disfarçar o pedido direto de voto. No documento, a magistrada destacou falas que, em sua visão, remetem a esta estratégia.

De Caiado, a juíza destacou: “Olha, agradecer o voto. Não fui eleito, mas você pode saber que eu continuarei na luta política porque eu ao ter o Sandro Mabel lá na prefeitura, eu tenho acesso para resolver os problemas da minha região e ele vai resolver porque tem o apoio do governador Ronaldo Caiado”.

Já na fala de Mabel, a magistrada ressaltou como “palavras mágicas”: (...) a esperança que eu tenho com vocês é que eu quero dizer pra vocês que o sonho não terminou. (...) eu tenho 52 anos de gestão e é por isso que junto com vocês nós vamos construir a melhor capital do Brasil”.

Para a juíza, ficou claro “pela prova constante nos autos que o investigado Ronaldo pediu aos vereadores eleitos e seus suplentes que voltassem em suas regiões para pedir votos para o investigado Sandro e que deveriam contar para os eleitores que seus problemas estariam resolvidos caso Sandro fosse eleito já que ele tinha o apoio incondicional do governador do estado”.

Na decisão, a magistrada afirma que “não se espera de um político (Caiado) da sua envergadura tamanho descaso com a legislação eleitoral, inclusive, porque está assessorado de advogados com larga experiência em matéria eleitoral”. Para a juíza, “restou demonstrado que o investigado usou de seu poder de governador do estado e em franco desvio de finalidade organizou os eventos eleitoreiros, convocou seus convidados, subiu na tribuna e fez campanha eleitoral dentro de um prédio que pertence ao estado de Goiás”.

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Argumentos

No processo, o PL apresentou como provas reportagens que mencionaram os eventos e postagens nas redes sociais dos políticos que participaram. A defesa de Caiado sustentou a legalidade do encontro, alegando que os jantares foram reuniões institucionais, sem caráter público e com o objetivo de parabenizar os candidatos eleitos pelo trabalho realizado, além de discutir estratégias emergenciais para a cidade.

A defesa de Mabel e Cláudia apresentou alegações semelhantes, destacando que os eventos foram realizados com público restrito, sem a presença da imprensa. Também destacaram que não houve pedido de votos ou desvio de finalidade de bens e serviços públicos.

Caiado refuta decisão de juíza eleitoral e recorre a casos anteriores

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