O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), negou, nesta terça-feira (15), que esteja enfrentando <a href="https://opopular.com.br/politica/data-base-sera-de-4-83-1.3288715" target="_self">problemas relevantes com a base</a>. “Esse negócio de Câmara, vereador, Assembleia, governador e prefeito, sempre tem esses ruídos, sempre eles querem alguma coisa a mais do que você pode dar. Isso é normal. Eu fui líder de bancada de cinquenta e tantos deputados, eu escutava isso o dia inteiro”, disse Mabel, em coletiva durante evento, no Paço Municipal, que tratou sobre a regularização de permissões de taxistas.

O POPULAR mostrou que, na segunda (14), Mabel retirou de tramitação quatro projetos que havia encaminhado à Câmara em 3 de julho. A medida foi vista nos bastidores como uma reação à possibilidade de pedidos de diligência ou até mesmo arquivamento de projetos, que seria justificado pela ausência de pareceres da Procuradoria-Geral do Município (PGM). O Giro revelou o movimento, que foi visto como um recado ao Paço sobre a <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/requerimento-de-instalac-o-da-cei-do-limpa-gyn-e-protocolado-com-16-assinaturas-1.3286724" target="_self">insatisfação da base.</a> Os vereadores buscam mais espaços para indicações na Prefeitura e maior celeridade na liberação de emendas impositivas.

Os projetos retirados tratam de mudanças nas regras de aplicação do empréstimo de R$ 710 milhões, alteração no Código Tributário Municipal (CTM), novas normas sobre contratos de parceria público-privada (PPP) e pagamento da data-base dos servidores municipais. No caso do texto do empréstimo, além da inclusão do parecer da PGM, o Paço também pretende encaminhar detalhes dos novos destinos do recurso e o motivo da alteração em relação à lei original.

Mabel confirmou que a Prefeitura errou ao enviar os quatro projetos no início do mês sem os pareceres da PGM e reiterou que este foi o motivo para a retirada das matérias da Câmara. Além destas quatro propostas, o Paço encaminhou, na mesma data e sem os documentos técnicos, outros dois projetos que tratavam sobre o pagamento de auxílio-locomoção em julho para servidores administrativos da Educação e reajuste no piso dos professores.

Os dois projetos da Educação eram considerados urgentes, tiveram os pareceres técnicos incluídos durante a tramitação e foram aprovados na semana passada. Quanto aos demais, já havia perspectiva de que seriam discutidos apenas em agosto, após o recesso parlamentar.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/com-cei-vereadores-fazem-press-o-por-espaco-e-emendas-1.3287020" target="_self">Com CEI, vereadores fazem pressão por espaço e emendas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/contrato-do-consorcio-limpa-gyn-com-prefeitura-de-goiania-aumenta-em-r-8-9-milh-es-1.3266041" target="_self">Contrato do Consórcio Limpa Gyn com Prefeitura de Goiânia aumenta em R$ 8,9 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/requerimento-de-instalac-o-da-cei-do-limpa-gyn-e-protocolado-com-16-assinaturas-1.3286724" target="_self">Requerimento de instalação da CEI do Limpa Gyn é protocolado com 16 assinaturas</a></div>

<h2>Detalhamento</h2>

Em relação ao projeto do empréstimo, Mabel disse que o objetivo é que a Prefeitura use o recurso “de uma forma mais inteligente”. A lei com autorização para a contratação de crédito foi aprovada em 2024, durante o mandato do ex-prefeito Rogério Cruz (SD). Na época, Cruz foi pressionado por vereadores e orientado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) a apontar em um anexo da lei as obras em que o recurso seria aplicado.

A lista tem obras nas áreas de Saúde, Educação e infraestrutura urbana. Além da descrição específica de intervenções (como pavimentação e galeria pluvial no bairro Chácara São Joaquim), o anexo também cita uso de recursos para recapeamento e reconstrução asfáltica no município de forma geral. O principal argumento da Prefeitura para a mudança é que a nova gestão entende que existem obras previstas na lista que não precisam ser executadas da forma como foram determinadas (como reconstrução asfáltica que pode ser substituída por uma intervenção mais simples).

Na entrevista desta terça, Mabel disse que obras da Educação também serão alteradas, com a modificação das regiões que devem receber novos CMEIs, de acordo com a demanda da rede. Na primeira versão do projeto (retirada por Mabel), não havia detalhamento das mudanças. O texto dava autonomia ao gestor para uso do recurso.

<h3>Vereadores</h3>

Quanto à possibilidade de arquivamento de matérias, Mabel reagiu afirmando que, se isso ocorrer, “a minha vida não muda nada”. “A vida do goianiense pode mudar porque já está aprovado. Eu vou fazer do jeito que está aprovado. E se fizer do jeito que está aprovado, nós só vamos jogar dinheiro fora. Mas se eles quiserem arquivar a proposta que nós estamos mandando, que é fazer mais ou menos, pode arquivar”, disse.

A reportagem apurou que a declaração foi vista como dura e classificada como uma fala que “cria arestas com a Câmara”.

Em seguida, na entrevista, <a href="https://opopular.com.br/politica/com-cei-vereadores-fazem-press-o-por-espaco-e-emendas-1.3287020" target="_self">Mabel fez aceno aos vereadores</a>, afirmando que dialoga com os parlamentares para discutir temas da cidade, inclusive as vias que mais precisam de obras.

Mabel também minimizou o fato de vereadores da base terem protocolado um requerimento para abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar supostas irregularidades na execução do contrato e serviços prestados pela Limpa Gyn. A empresa foi contratada no ano passado para fazer coleta de lixo, remoção de entulhos, cata-treco e varrição mecanizada. A apresentação também é vista como um recado de insatisfação da base.

O prefeito afirmou que a CEI vai apurar questões relacionadas à gestão anterior. No entanto, o requerimento também cita a necessidade de análise do segundo aditivo ao contrato, que foi assinado durante a gestão de Mabel e tem relação com o reajuste salarial dos coletores. O prefeito argumentou que o documento trata apenas de uma “correção de preço”.

Mabel nega crise, alfineta e, depois, acena aos vereadores

Política

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Matéria - Política

Prefeitura de Goiânia

A Prefeitura de Goiânia pagou cerca de R$ 20 milhões em emendas de vereadores este ano, dos quais R$ 12,3 milhões foram para shows ou eventos, aponta balanço até a última terça-feira (29). Em meio à calamidade financeira decretada pelo município e à alta demanda de recursos em áreas prioritárias como saúde, educação e zeladoria, 62% da verba destinada por parlamentares foi para festividades de janeiro a julho.

A Câmara alega que a liberação de emendas para a saúde ficou travada em meio à tramitação de projeto de lei com novas regras (aprovado em 20 de maio) e ao bloqueio feito pelo Paço. No entanto, em outras 43 emendas com processos para liberação já concluídos e prestes a serem pagas, em total de R$ 14 milhões, serão mais R$ 4 milhões para eventos.

O volume pago pela Prefeitura até agora ainda é muito pequeno, já que cada vereador tem direito a R$ 5 milhões, mas o balanço aponta o interesse em agilizar recursos para as festividades. Vale dizer que, fora a área de saúde, os parlamentares podem destinar recursos a projetos permanentes e de várias outras áreas.

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Maior fatia

A entidade que mais recebeu emendas deste tipo foi a Associação Sócio Cultural e Desportiva do Estado de Goiás, com quase R$ 5 milhões para eventos esportivos - Fórmula 200, meia maratona e circuito de corrida de rua.

Eclético

Os repasses incluem ainda evento religioso, feira agropecuária, festa junina, shows em bairros e encontro de jogos digitais.

Mais um rombo

A Comurg propôs ao Santander parcelamento em 30 vezes de dívida de R$ 17 milhões deixada pela gestão anterior, referente a descontos de empréstimos consignados de servidores não repassados ao banco.

Composição

A proposta foi feita em audiência de conciliação na quarta-feira (30) no Tribunal de Justiça de Goiás, com tendência de acordo, segundo o termo da reunião. Os repasses não foram feitos de junho de 2023 a agosto de 2024.

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Falta educação - Sacolas de lixo e outros resíduos se espalham à beira de área de descarte provisório, na Avenida Liberdade, no setor Água Branca, em Goiânia. Morador da região conta que ocupantes de veículos que passam pela avenida arremessam o lixo. (Diomício Gomes / O Popular)

Reparação

O senador Jorge Kajuru (PSB) teve mais uma condenação por danos morais em ação do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Terá de pagar R$ 15 mil por vídeo falando em “bomba do caso Saneago”. “Declarações não derivaram de apuração jornalística nem de informação confirmada por autoridades judiciárias ou policiais”, diz o juiz Fernando de Oliveira.

Em Mykonos

O governador Ronaldo Caiado (UB) não deve participar da festa de aniversário de três dias do presidente nacional de seu partido, Antonio Rueda, na Grécia, segundo a assessoria. Hoje, na estreia das comemorações, Caiado dará entrevista ao Globo, em especial de 100 anos do jornal, junto com o prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Em andamento

A Associação Moriá, alvo de buscas da PF esta semana, foi investigada pelo Ministério Público de Goiás na Operação Limpeza Geral, em 2022. Ainda está em apuração suspeita de improbidade em Jaraguá.

Pergunta para:

Adib Elias 
Secretário Estadual de Infraestrutura

<img attr-cid="policy:1.3294950" attr-version="policy:1.3294950:1754012456" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3294950/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
()

&nbsp;

O governo enviará novo projeto de lei à Alego sobre o contrato com o Ifag para obras rodoviárias. O que é?

Existem dois grupos de pagamento no Orçamento, para custeio e para investimentos. Estamos repassando um valor de custeio ao Ifag, além dos recursos das obras, e a equipe econômica achou adequado fazer esse acréscimo na lei. É um detalhe, que não altera os processos já iniciados pela entidade para executar as obras.

Arremate:

Cargos irregulares - O STF agendou para 6 de agosto a conclusão do julgamento sobre o quadro suplementar do TCE-GO. A lei goiana foi considerada inconstitucional, mas há divisão sobre o prazo para os 120 servidores permanecerem nos cargos. Já são seis votos pela saída após aposentadoria.

Lei Maria da Penha&nbsp;- O MP-GO realiza nesta sexta-feira seminário sobre a Importância da Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência. A partir das 13h30 no auditório da instituição.

Evangelização - A Novena em louvor a Nossa Senhora da Assunção, em Goiânia, começa em 8 de agosto, com programação dividida entre a paróquia que leva o nome da santa e o Clube dos Bancários.

62% de emendas pagas de vereadores de Goiânia este ano foram para eventos

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

O titular da Secretaria Municipal de Articulação Institucional e Captação (Secap) de Goiânia, Vanderlei Toledo Junior, afirma que o termo de fomento assinado em 30 de junho com o Instituto Vida para o repasse de uma emenda impositiva de R$ 568,7 mil do ex-vereador Leandro Sena (SD) seguiu todos os trâmites necessários para verificar qualquer possível irregularidade. O repasse do valor foi feito no dia 3 de julho e, segundo o secretário, o primeiro evento aconteceu no dia 12 e foi fiscalizado por uma equipe da pasta.&nbsp;

A Secap cuida das emendas que são destinadas para eventos culturais e esportivos e para prestação de serviços que não envolvem a área da saúde ou da assistência social. Estas são analisadas pelas respectivas secretarias municipais. No caso do repasse para o Instituto Vida, Vanderlei afirma que o plano de trabalho foi entregue em abril e passou por 16 ajustes após análise da pasta antes de ser aprovado no final de junho. “Só é aprovado quando tem comprovação”, afirmou.

O secretário diz que a operação policial contra os institutos, neste caso específico, não impacta diretamente o andamento das atuais emendas, mas leva a prefeitura a ter mais atenção. No caso do que já foi entregue, agora o trabalho fica com a equipe de fiscalização e a cobrança para que seja comprovada a execução dos serviços previstos. Já no caso de emendas ainda em análise, o trâmite segue normal até o momento da assinatura do termo de fomento. Então, todo o material é encaminhado para a Procuradoria Geral do Município (PGM) para análise, cientes de que há uma investigação policial em andamento.

Vanderlei afirma que a Secap faz visitas prévias nas instituições quando as atividades são realizadas na sede delas. Não foi o caso das exposições, previstas para acontecer em praças públicas. Em relação às emendas para exames oftalmológicos, em análise na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não consta no plano de trabalho onde o serviço será executado.&nbsp;

O POPULAR não localizou nenhuma informação no site da prefeitura sobre o repasse de R$ 1,5 milhão feito em 2024 para o Instituto Ação Goiás por meio da emenda do sargento Novandir. Não consta nada sobre o repasse o Diário Oficial do Município (DOM), nem nas páginas de contratos e de despesas do portal de transparência do Paço Municipal. A tramitação do processo se deu junto à Secretaria Municipal de Cultura (Secult) na gestão passada.

Emenda parlamentar de R$ 568 mil em 2025 vai para exposições

Operação Picadeiro

WEBSTORIES: Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de emendas parlamentares para ONGs

Ex-secretário de Cultura de Goiânia, Zander Fábio negou, em nota, relação com qualquer irregularidade relacionada à investigação. O ex-auxiliar foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (31) no âmbito da <a href="https://opopular.com.br/politica/secult-descumpriu-regras-basicas-em-repasses-aponta-pc-go-1.3294966" target="_self">Operação Picadeiro</a>, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO).

Em nota, a assessoria de Zander afirmou que a operação está em fase preliminar e que ainda não teve oportunidade de defesa. “Importante esclarecer que, com relação aos fatos ainda sob investigação, Zander não foi o seu propositor ou executor, não tendo responsabilidade alguma sobre a questão, em face da legislação, que comanda ser impositiva a sua aplicação a partir da indicação parlamentar”, apontou.

O texto destacou que, após a liberação da emenda impositiva, a entidade tem prazo de dois anos para prestar contas. A nota informa que Zander confia no Judiciário e em uma apuração isenta, em que “será demonstrada sua ausência de responsabilidade quanto aos fatos sob investigação”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/secult-descumpriu-regras-basicas-em-repasses-aponta-pc-go-1.3294966" target="_self">Secult descumpriu regras básicas em repasses, aponta PC-GO</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ong-suspeita-de-desviar-dinheiro-de-emenda-parlamentar-n-o-realizou-evento-diz-policia-1.3294698" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">ONG suspeita de desviar dinheiro de emenda parlamentar não realizou evento, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-contra-desvio-de-dinheiro-de-emendas-parlamentares-para-ongs-1.3294572" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de emendas parlamentares para ONGs</a></div>

Em Goiânia, os vereadores podem indicar 2% da receita corrente líquida (RCL) do município para suas bases eleitorais. No Orçamento de 2025, as destinações somam R$ 176 milhões, sendo R$ 5 milhões para cada um dos 35 vereadores que eram titulares do mandato quando a LOA deste ano foi votada.

A reportagem entrou em contato com Rogério Cruz (SD), prefeito de Goiânia na época da liberação das emendas investigadas, e com Sargento Novandir (MDB) e Leandro Sena (SD), parlamentares responsáveis pelas destinações, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. Em nota, a Prefeitura de Goiânia destacou que a operação investiga a gestão passada e está à disposição para colaborar com a PC-GO.

<div attr-cid="policy:1.3294629" attr-version="policy:1.3294629:1753969874" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3294629" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3294629', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3294629">WEBSTORIES: Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de emendas parlamentares para ONGs (1.3294629)</a></div>

Ex-secretário de Cultura nega relação com irregularidades investigadas pela PC-GO

Webstories: Casal alvo de investigação da PC-GO pode receber mais R$ 2,2 milhões

O casal que preside as duas associações investigadas pela Polícia Civil por <a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-contra-desvio-de-dinheiro-de-emendas-parlamentares-para-ongs-1.3294572" target="_self">suspeita de fraude na obtenção de R$ 1,84 milhão em emendas impositivas</a> ao orçamento municipal de Goiânia no ano passado por meio de atividades na área cultural pode receber mais R$ 2,17 milhões em 2025 também por meio de recursos oriundos de repasses determinados por vereadores. Desta vez, eles pretendem ampliar a gama de serviços, entrando na área de saúde, e seguir com a promoção de exposições de carros antigos, motivo das emendas recebidas em 2024.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda analisa duas propostas que, juntas, somam R$ 1,6 milhão para o Instituto Ação Goiás, presidido pelo advogado Jean Jesus Magno Lima e Silva. No plano de trabalho, consta que a associação pretende realizar 2.859 consultas oftalmológicas e distribuir óculos para cada um dos pacientes atendidos entre agosto e setembro deste ano. O Ação Goiás conseguiu o registro no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) só em dezembro de 2024, para atuar no ambulatorial.

O Ação Goiás e o Instituto Vida Gestão Ambiental, Cultural e Educacional, presidido pela mulher de Jean, a advogada Valéria Ataídes Curado Silva, são investigados pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) por suspeitas de irregularidades nos processos internos da Prefeitura de Goiânia que liberaram duas emendas para realização de eventos culturais. Uma das emendas foi do vereador Novandir Rodrigues da Silva, o Sargento Novandir (MDB), de R$ 1,5 milhão para o Ação Goiás. A outra, de R$ 339,2 mil, foi do ex-vereador Leandro Sena (SD) para o Instituto Vida.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/ong-suspeita-de-desviar-dinheiro-de-emenda-parlamentar-n-o-realizou-evento-diz-policia-1.3294698" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">ONG suspeita de desviar dinheiro de emenda parlamentar não realizou evento, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-contra-desvio-de-dinheiro-de-emendas-parlamentares-para-ongs-1.3294572" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de emendas parlamentares para ONGs</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-faz-operac-o-para-combater-desvio-de-emendas-parlamentares-1.3293648" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">PF faz operação para combater desvio de emendas parlamentares</a></div>

Agora para 2025 estão previstas mais três emendas para o casal. Uma de R$ 1,1 milhão do Sargento Novandir para o Ação Goiás e outra de R$ 500 mil do ex-vereador João Ferreira Guimarães, o Joãozinho Guimarães (SD), são para os atendimentos oftalmológicos previstos no plano de trabalho do Ação Goiás. Já Leandro Sena, antes de deixar o cargo por não ter sido reeleito, destinou mais R$ 568,7 mil para o Instituto Vida realizar quatro exposições de automóveis antigos. Esta, inclusive, foi paga no começo de julho e um dos eventos já aconteceu.

Ainda não há uma previsão para a SMS dar uma resposta se acata ou não as emendas previstas para o Ação Goiás. A nova legislação municipal, sancionada em maio, altera algumas regras para a autorização dos repasses e beneficia a instituição. Uma das exigências que deixaram de existir é o fato de o ente beneficiado ter registro como prestador de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS). Não precisa mais. E a entidade pode fazer uma autodeclaração de experiência prévia. Nas duas propostas da saúde, Jean assina um documento dizendo que o instituto já atuou na área.

<div attr-cid="policy:1.3295036" attr-version="policy:1.3295036:1754045562" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3295036" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3295036', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3295036">Webstories: Casal alvo de investigação da PC-GO pode receber mais R$ 2,2 milhões (1.3295036)</a></div>

O Ação Goiás usou como endereço da sede um imóvel em reforma, cujas obras parecem não estar em andamento, no Conjunto Cachoeira Dourada, em Goiânia. Não há nenhuma identificação de que no local funciona o instituto. Além disso, O POPULAR entrou em contato com o médico que aparece como profissional cadastrado para atuar como oftalmologista no instituto e ele garante que não conhece o Ação Goiás e nunca foi consultado para atuar no local. Segundo ele, não houve permissão para ter seu nome relacionado ao estabelecimento no CNES.

Consta nos planos de trabalhos apresentados pelo instituto à SMS que cada consulta com oftalmologista vai custar R$ 70 e cada óculos, mais R$ 489,90, e o total soma R$ 1,6 milhão. Não é dito como e onde será prestado o serviço. “O Instituto Ação Goiás oferece este serviço especializado para o diagnóstico da acuidade visual, tendo equipe de profissionais especializados para proporcionar um atendimento de excelência, priorizando a segurança, eficiência e bem-estar aos pacientes, visando metas específicas”, afirma Jean Jesus no documento.

Desde janeiro, O POPULAR tem mostrado em uma série de reportagens que aumentou o repasse de recursos por meio de emendas impositivas para os serviços na área da saúde, principalmente os realizados em unidades móveis nos bairros. Também multiplicaram os institutos que promovem este tipo de atividade exclusivamente com recursos públicos, muitos sem nenhuma experiência prévia. Vereadores usam este mecanismo para aumentar influência em bases eleitorais e pelo fato de os resultados serem mais perceptíveis pelo eleitorado do que outros tipos de repasses.

<div attr-cid="policy:1.3294629" attr-version="policy:1.3294629:1753969874" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3294629" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3294629', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3294629">WEBSTORIES: Polícia faz operação contra desvio de dinheiro de emendas parlamentares para ONGs (1.3294629)</a></div>

O Ação Goiás está em nome de Jean Jesus, mas sua mulher aparece como representante jurídica da instituição. O contrário acontece no Instituto Vida, onde o marido de Valéria assina documentos como advogado. Nas redes sociais, o primeiro publica apenas imagens das exposições de automóveis e aparece como parceiro do Clube Clássicos Goiânia, instituição que realiza os eventos e está em nome de Jean Jesus. Já o Instituto Vida, entidade que já foi presidida pelo advogado, aparece nas redes sociais envolvido apenas em atividades ambientais.

Antes de se envolverem com as emendas impositivas para as exposições de automóveis, o casal aparece em contratos com prefeituras do interior para realização de serviços na área de gestão ambiental, seja pelo Instituto Vida ou pelo Ação Goiás, que antes tinha um nome similar à outra instituição.

Dois filhos do casal, que aparecem como conselheiros do Instituto Vida, foram contratados como comissionados no gabinete de Leandro, na Câmara Municipal, durante alguns meses do ano passado. Além disso, não entrou na mira da Polícia Civil uma emenda de R$ 85 mil de Leandro para o Instituto Vida, repassada em novembro do ano passado. Originalmente, o recurso estava previsto para um evento com motocicletas promovido por outra instituição.

Em nota, a SMS afirmou que as análises sobre regularidade ou não das emendas impositivas seguem as determinações da lei municipal 383, de maio de 2025, que regulamenta a execução deste tipo de recurso. “Os planos são avaliados pela área técnica, que pode solicitar adequações às entidades conforme a necessidade da administração pública e a aderência às políticas públicas setoriais do órgão. Não cabe à SMS contestar a destinação de emendas impositivas, que são definidas pelos parlamentares”, afirmou a pasta.