Fabiana Pulcineli

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Goiânia

Em uma virada histórica em Goiânia, o ex-deputado federal Sandro Mabel (UB) venceu as eleições para a Prefeitura da capital neste segundo turno, com 55,53%, dos votos válidos (353.518 totais) contra 44,47% (283.054) do ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL). O resultado também representa vitória para o governador Ronaldo Caiado (UB) em teste de força contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que escolheu a capital goiana para passar o domingo (27) de votação, ao lado do correligionário.

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Em todas as eleições da capital, é a primeira vez que quem saiu à frente no primeiro turno não venceu a disputa. Em 6 de outubro, Fred obteve 31,14% dos votos válidos na primeira fase (214.253 votos totais), contra 27,66% (190.278) de Mabel. Agora, o candidato do UB venceu com 70.464 votos (11 pontos porcentuais) de frente.

Ao comemorar a vitória em Goiânia e Aparecida de Goiânia - com o ex-deputado federal Leandro Vilela (MDB) -, Caiado destacou que o grupo governista venceu em todas as cidades da Região Metropolitana de Goiânia (leia mais na página 8).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/apos-vitoria-em-goiania-mabel-diz-que-transic-o-comeca-amanh-1.3192313" target="_blank">Após vitória em Goiânia, Mabel diz que transição 'começa amanhã'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/derrotado-rejeita-erros-e-ataca-o-governador-saiu-menor-1.3192435" target="_blank">Derrotado rejeita erros e ataca o governador: "saiu menor"</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/sandro-mabel-agradece-ronaldo-caiado-por-vitoria-em-goiania-1.3192282" target="_blank">Sandro Mabel agradece Ronaldo Caiado por vitória em Goiânia</a></div>

A vitória de Mabel representa outra marca para comemoração do grupo palaciano: desde 1988, o governador não elegia um aliado para a Prefeitura da capital.

A abstenção na capital subiu em relação ao primeiro turno, com 352.393 (34,2%; antes foram 28,23%) eleitores goianienses que não compareceram às urnas. Os votos nulos somaram 27.080 (3,99%) e brancos, 14.229 (2,1%).

A participação mais forte de Caiado na campanha e a exploração por parte do QG governista de desgastes para o grupo de Fred na reta final - principalmente a falta de diploma universitário do candidato e a operação da Polícia Federal contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL) - ajudaram a garantir a vitória de Mabel, além da maior capacidade de herdar votos dos candidatos derrotados na primeira fase, especialmente do grupo da deputada federal Adriana Accorsi (PT), terceira colocada (24,44% dos votos válidos).

Mesmo evitando apoio formal dos partidos de esquerda, Mabel conquistou a maior parte dos votos da petista. O PT adotou inicialmente posição de neutralidade, mas depois fez um movimento de enfrentamento à extrema direita, o que favoreceu o ex-deputado federal. O candidato do UB contou ainda com apoio do senador e ex-candidato Vanderlan Cardoso (PSD), do Cidadania e do PSB no segundo turno.

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Fred, que teve como principal aposta as vindas de Bolsonaro - quatro vezes, somando o período de pré-campanha -, atribuiu a derrota ao uso da máquina do governo estadual e disse que o grupo bolsonarista de Goiás sai maior desta eleição (leia mais na página 5).

Em entrevista coletiva na porta do Palácio das Esmeraldas, ao lado de Caiado e Leandro Vilela (MDB), Mabel disse que começará a preparar a transição já nesta segunda-feira (28) e que cuidará pessoalmente de algumas pastas como Secretaria de Saúde, Companhia de Urbanização (Comurg) e Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), de onde pretende despachar no início da gestão.

Mabel disse que deve receber a gestão com déficit de R$ 1,5 bilhão e com “uma ou duas folhas” (do funcionalismo) em atraso. Reportagem do POPULAR de 18 de outubro mostrou que a Prefeitura fechou o segundo quadrimestre deste ano com R$ 349 milhões de déficit e não há projeção sobre o tamanho do descompasso no fechamento das contas. A equipe econômica do município tem descartado atraso na folha de novembro.

O prefeito eleito acena para uma reforma administrativa para enxugamento da máquina, mas não deu detalhes sobre a nova estrutura. Disse ainda que a Câmara de Goiânia terá pacote de medidas para votar logo no início de janeiro, mas também não antecipou o conteúdo.

Em balanço do resultado, Mabel afirmou que Goiânia reconheceu a necessidade de um bom gestor e agradeceu a Caiado por ter ido buscar seu nome diante da demanda do eleitor. “O que o governador tem feito em Goiás, nós vamos fazer em Goiânia. Vamos começar pela saúde principalmente, que está colapsada”, afirmou.

Apesar de dizer que já está pensando em equipe de transição, Mabel não acenou com nenhum nome para integrá-la. Disse apenas que terá “bons técnicos”. Também disse que não definiu integrantes do secretariado. “Eu não vou escolher amigos. Vou escolher a pessoa certa para cada lugar.”

Ao falar em gestão com “carimbo Sandro Mabel e carimbo Caiado”, o prefeito eleito afirmou que vai negociar pagamentos com fornecedores e “fechar ralos de corrupção”.

Ele falou ainda em medidas para limpeza urbana, prometendo uma “faxinada” rápida na cidade. “De repente, se o prefeito (Rogério Cruz, Solidariedade) topar, nós começamos é desde já a fazer o trabalho”, disse.

Ao falar da área de saúde, Mabel reafirmou o que havia dito na campanha eleitoral, de que vai depositar o seu próprio salário (prefeito recebe R$ 35.832,08) na conta do setor até resolver os problemas mais urgentes.

Desde 1992, as eleições em Goiânia tiveram segundo turno em seis ocasiões (1992, 1996, 2000, 2004, 2016 e 2020). Prefeitos foram eleitos em primeiro turno apenas em 2008 e 2012. No primeiro caso, o então prefeito Iris Rezende (MDB, que morreu em novembro de 2021) foi reeleito. No segundo, também conseguiu um novo mandato Paulo Garcia (PT, falecido em julho de 2017).

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Mabel vira duelo com Fred e Caiado supera Bolsonaro

Política

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Matéria - Política

Nacionalização

O governador Ronaldo Caiado (UB) apresentou nesta segunda-feira (19) <a href="https://opopular.com.br/politica/wilder-reafirma-candidatura-ao-governo-estadual-1.3265105" target="_blank">resultados da gestão em Goiás</a> para comitiva de deputados estaduais, reunidos em Goiânia para um encontro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). O goiano aproveitou o evento para pedir “oportunidade” aos parlamentares, que representam 25 estados brasileiros, para realizar novas exposições nas assembleias legislativas, na tentativa de viabilizar a própria pré-candidatura à Presidência da República.

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Caiado recebeu a comitiva, composta por 29 deputados estaduais, para almoço no Palácio das Esmeraldas, antes da realização de sessão solene da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e reunião da Unale. Em discurso de quase 30 minutos, o governador não buscou diretamente o <a href="https://opopular.com.br/politica/base-do-pl-ve-candidatura-ao-governo-de-goias-cada-vez-mais-improvavel-1.3265589" target="_blank">apoio político ao projeto nacional</a>, mas reforçou a plataforma baseada na lista de realizações do governo estadual desde 2019.

“Eu fiz questão de recebê-los aqui onde é a minha residência, no Palácio das Esmeraldas”, disse o governador ao agradecer os parlamentares pela presença. “Espero que vocês possam me dar oportunidade em cada assembleia legislativa desse Brasil para a gente contar um pouco da história que nós fizemos no estado de Goiás”, pediu.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/prefeitos-goianos-v-o-a-brasilia-por-adicional-no-repasse-do-fpm-1.3266031" target="_blank">Prefeitos goianos vão a Brasília por adicional no repasse do FPM</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/base-do-pl-ve-candidatura-ao-governo-de-goias-cada-vez-mais-improvavel-1.3265589" target="_blank">Base do PL vê candidatura ao governo de Goiás cada vez mais improvável</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/wilder-reafirma-candidatura-ao-governo-estadual-1.3265105" target="_blank">Wilder reafirma candidatura ao governo estadual</a></div>

A busca por espaço junto aos deputados estaduais, mobilizados pelo presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), integra o esforço de Caiado para se viabilizar no pleito nacional. O trabalho inclui tanto o processo interno na futura federação entre UB e PP, que considera outros rumos além da candidatura própria para a eleição em 2026, quanto externamente, com a definição de agenda em outros estados para se apresentar e combater o desconhecimento.

Os 29 parlamentares foram mobilizados por Bruno Peixoto, que assumiu em janeiro a presidência do colegiado de presidentes das assembleias legislativas do Brasil. Entre os presentes, estavam os presidentes de Assembleias Legislativas: Ivana Bastos (BA), Romeu Aldigueri (CE), Adriano Galdino (PB), Severo Eulálio (PI), Alex Redano (RO) e Amélio Cayres (TO). Apenas as assembleias do Amazonas e São Paulo não enviaram representante ao evento.

Ao longo do discurso, antes do almoço do Palácio das Esmeraldas, Caiado citou Bruno Peixoto ao menos quatro vezes, em agradecimento pela organização e apoio ao longo dos dois mandatos à frente do governo estadual. “Peço ao meu presidente Bruno Peixoto, que tem realmente me dado todo o apoio junto aos deputados da base. Dizer ao Bruno o meu muito obrigado, que assumiu a presidência da Assembleia Legislativa em uma situação inédita, eleito e reeleito por unanimidade, com o voto dos demais 40 deputados”, afirmou.

Ao apresentar a plataforma inicial da <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-abre-novo-embate-com-o-governo-federal-1.3255684" target="_blank">pré-campanha presidencial</a>, o governador chamou os deputados de colegas e retomou as críticas recebidas na eleição de 2018 e nos primeiros anos de gestão de que teria “perfil de parlamentar” e que não teria capacidade para comandar o executivo. Depois, passou a retomar a situação encontrada na administração.

Caiado valorizou a integração de esforços com todos os poderes e órgãos autônomos para alcançar “situação de equilíbrio fiscal” e voltou a repetir a recuperação nas áreas de segurança pública, educação e saúde.

“Para pagar a dívida, chamei todos para dividirem comigo o problema e nós chegarmos a uma conclusão. Estabilizando as finanças de Goiás, nós cumpriremos o duodécimo integralmente no dia que é definido pela Constituição. E assim foi feito. Nos oito primeiros meses de governo, os poderes cederam 25% do seu duodécimo e nós quitamos a folha”, disse.

<h2>Segurança</h2>

O maior tempo do discurso aos deputados estaduais foi dedicado à <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-cobra-bancada-federal-por-ac-o-em-favor-de-municipios-1.3255243" target="_blank">segurança pública</a>. Além de apresentar a redução nos índices de criminalidade, Caiado admitiu o baixo efetivo das forças de segurança para o trabalho em todo o estado.

“Agimos de forma eficiente para fazer o diagnóstico preventivo. Para se ter uma ideia, nós tivemos 12 tentativas de assalto a banco. Nenhuma se concretizou. Desde que eu entrei no estado, nunca tivemos um assalto a banco, assalto a carro forte, novo cangaço, nunca tivemos um sequestro ou invasão de terra. Isso mostra que o trabalho de inteligência, junto com as ações operacionais de governo e cada áreas da polícia criou batalhões especializados. Eu não conto com um número para atender os 246 e tenho uma limitação de números de policiais”, afirmou o governador.

Ao contar com o auxílio do secretário de Segurança Pública, Coronel Renato Brum, Caiado citou que a Polícia Militar mantém efetivo de 12 mil homens, enquanto a Polícia Civil conta com 4 mil, a Polícia Penal tem 3,5 mil e o Corpo de Bombeiros possui 3,1 mil.

“Isso mostra para vocês a limitação de número que eu tenho, mas isso aí não é impeditivo da segurança pública e nós especializamos batalhões operacionais. Como o batalhão de divisas, assalto a banco, roubo de carga, carros e combustíveis, por exemplo”, afirmou o governador ao apontar também que as forças goianas têm os “melhores armamentos do mundo”.

“Isso fez com que as pessoas deixassem de acreditar que poderiam sobreviver no crime aqui no estado de Goiás. Com isso, meus colegas deputados e deputadas, acreditem. Se eu fui reeleito no primeiro turno, posso dizer que um fator foi aquela pessoa mais humilde que vai para o ponto de ônibus às 4h da manhã e não tem o seu celular roubado”, reforçou Caiado.

Caiado recebe deputados de 25 estados e pede 'oportunidade'

Eleições 2026

Após praticamente cinco meses de recesso, recesso branco e feriadões reais ou por conveniência, eis que o Congresso Nacional anuncia que vai começar a funcionar e a votar nesta semana pelo menos duas pautas, regras mais claras e rígidas para impedir fraudes contra aposentados e pensionistas e instalar “or not” instalar a CPMI do INSS.

É uma velha prática: quando o caldo entorna, a turma toda se une para dar uma resposta à sociedade, encenar que está muito empenhada em resolver o problema do momento e buscar holofotes.. até o novo escândalo, quando começa tudo de novo. No Executivo, cria-se um grupo de trabalho que logo é esquecido. No Congresso, projetos engavetados surgem de repente nos plenários e também não dão em nada.

As mazelas são velhas, mas as bancadas parecem “renovadas”, mas são apenas menos preparadas, menos políticas, menos preocupadas em atender às reais e fundamentais demandas da população. Quem acompanha a política e particularmente Brasília desde criancinha é capaz de dizer: poucas vezes se viu um Congresso tão ruim, ou tão inútil. A coisa já vinha feia de antes, mas explodiu em 2018, na onda bolsonarista da “nova política”.

O corporativismo exacerbado leva a casos como o de Flordelis, pastora, deputada desde 2019, denunciada pelo MP em 8/2020 por manipular os filhos para matar o marido e só cassada em 8/2021. Ou o de Chiquinho Brazão, denunciado como mandante da morte de Marielle Franco, preso em 3/2024 e só cassado em 4/2025, tempo em que, na cadeia, consumiu R$ 1,5 milhão de recursos públicos com salários e gabinete.

A mesma Câmara usa o deputado Alexandre Ramagem para uma “anistia” forçada dos mandantes do atentado à democracia, mas dá de ombros para a condenação de Carla Zambelli pelo STF a dez anos de prisão e perda de mandato, por invasão da internet do CNJ. Por que? Porque quem manda no Congresso é um aglomerado de bolsonaristas, Centrão e bancadas do Boi, da Bala e da Bíblia. A bússola é Jair Bolsonaro, que abandonou Zambelli à própria sorte

Assim, as forças hegemônicas do Congresso não veem as pautas do País e admitem o inadmissível, como um vídeo dizendo que Bolsonaro ganhou R$ 17 milhões na internet, já consumiu R$ 8 milhões e precisa de nova vaquinha! Para ele e para o filho que se licenciou da Câmara e foi para os EUA tramar contra as instituições brasileiras, como fazia seu mentor Olavo de Carvalho.

Quem cai num golpe tão abjeto? Os que votam em Flordelis, Brazão, Zambelli, Ramagem, na primeira classe desse trem da alegria que invadiu o Congresso para fazer tudo que seu mestre mandar e engrossar o rebanho e as vaquinhas.

Eliane Cantanhêde, jornalista

De rebanho e vaquinhas

Opinião

Opinião - título

Matéria - Opinião

Eliane Cantanhêde

Diante da repercussão do caso envolvendo a Guarda Civil Metropolitana (GCM) que impediu que o projeto Banho Solidário oferecesse higiene a <a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-quer-muralha-na-seguranca-com-o-estado-1.3225887" target="_blank">pessoas em situação de rua</a> na Praça Joaquim Lúcio, espaço icônico do bairro de Campinas, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB) disse ao POPULAR que governar exige coragem. “Não dou soluções paliativas, mas soluções definitivas. A praça não é mais lugar para isso. Ela foi revitalizada e devolvida aos campineiros. Não vamos incentivar ninguém a morar nas ruas. Vamos tirar as pessoas e colocar em um lugar digno. E não é higienização, é humanização.”

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O episódio, que ocorreu no sábado (17) envolvendo integrantes da comunidade da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, do Jardim América, causou enorme comoção. Leonardo Bruno, um dos membros, manifestou indignação. “Se essa ação da GCM for reflexo de alguma estratégia maior, orquestrada para ‘limpar’ à custa da invisibilidade ou do sofrimento dessas pessoas, é urgente dizer: não é esse o caminho. Os moradores de rua não podem ser tratados como um problema a ser removido, mas como um grito a ser ouvido.” Houve também reação de vereadores, como Fabrício Rosa (PT) que denunciou o caso ao Ministério Público, à Defensoria Pública e ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos.

A vereadora Kátia Maria (PT) que em março lançou o <a href="https://opopular.com.br/cidades/ginasio-vira-abrigo-temporario-para-populac-o-de-rua-1.3206405" target="_blank">Projeto Pop Rua Cidadã</a>, com a presença da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, anunciou para esta terça-feira (20), a primeira grande reunião do projeto. “Não se combate a pobreza com repressão. É preciso política pública de verdade, com escuta, acolhimento e garantia de direitos”, disse ela. A reunião será na Câmara Municipal, das 10h30 às 12h30 e deverá contar com diversos entes que atuam com essa população.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-quer-muralha-na-seguranca-com-o-estado-1.3225887" target="_blank">Mabel quer 'muralha' na segurança, com o estado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ginasio-vira-abrigo-temporario-para-populac-o-de-rua-1.3206405" target="_blank">Ginásio vira abrigo temporário para população de rua</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-tem-5-3-mil-pessoas-vivendo-em-barracas-de-lona-1.3171845" target="_blank">Goiás tem 5,3 mil pessoas vivendo em barracas de lona</a></div>

Sandro Mabel voltou a dizer que até dezembro deste ano pretende tirar das ruas as pessoas em vulnerabilidade social. “Como fizemos em Campinas e não expulsamos ninguém.” Segundo ele, durante uma semana, servidores da Assistência Social da prefeitura estiveram na Praça Joaquim Lúcio e, após abordagem, realocou todos que ali estavam, com encaminhamentos para abrigos, para tratamento e teve até para colocação no mercado de trabalho. “A praça estava um lixo, desarrumada. Houve várias tentativas de estupros e assaltos. Não queremos que outros moradores de rua a ocupem novamente. Ela voltou para os campineiros”, disse, justificando a ação da GCM que está monitorando o local.

O prefeito de Goiânia deixou claro ainda que não irá mais tolerar pessoas que usam tornozeleiras dormindo nas ruas. “Às 19 horas o indivíduo tem de estar no ponto que declarou ao juiz que estaria. Rua não é lugar desse pessoal que está fazendo escola do crime, ensinando outros a roubar e traficar. O assunto, conforme Sandro Mabel, está em discussão. “Estamos terminando de acertar, mas todos que estiverem com tornozeleira eletrônica serão apreendidos.”

O prefeito ressaltou que quem cumpre esse tipo de pena alternativa não poderá ir para os abrigos da prefeitura. “Não vou deixar porque farão lá treinamento de outros bandidos. Ele está cumprindo uma pena e saiu da cadeia dizendo que tinha uma casa para morar.”

Mabel, que anteriormente chegou a anunciar um programa específico para atendimento à população em situação de rua, informou à reportagem que o tratamento será individual. A ideia é definir a necessidade de cada pessoa e fazer o encaminhamento. Ele garantiu que não faltará dinheiro para executar a ação que irá envolver de comunidades terapêuticas e igrejas até o Sindicato da Construção Civil. “A pessoa fará o tratamento e sairá pronto para o mercado de trabalho. Se precisar de um curso vamos providenciar. Vamos trocar ideias para um plano que traga soluções definitivas.”

<h2>Prefeitura estima 3,6 mil pessoas nas ruas</h2>

O número de pessoas morando nas ruas de Goiânia é uma incógnita. Em 2019, levantamento feito pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Criminalidade e Violência (Necrivi), da Universidade Federal de Goiás (UFG) mostrou uma população de 1.200 pessoas com esse perfil. A pandemia da Covid-19 fez esse número explodir. Em agosto do ano passado, durante o Seminário Povos de Rua, o MP-GO estimou em 2,5 mil pessoas, baseado no Cadastro Único que, em março deste ano, contava com <a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-tem-5-3-mil-pessoas-vivendo-em-barracas-de-lona-1.3171845" target="_blank">1.868 moradores em situação de rua na capital</a>. Para a assistente social Amanda de Azevedo Coutinho, do MP, este é um dado subestimado porque muitos desconhecem o Centro Pop e o CadÚnico. “Esse número representa de 50% a 60% do real.”

O prefeito Sandro Mabel disse ao POPULAR que a administração municipal estima em 3,6 mil pessoas vagando pelas ruas. Ele descartou a possibilidade de realizar um novo censo, pelo menos por enquanto. “Estamos levantando esses números diariamente e vamos começar a monitorar, na rodoviária, quem chega em Goiânia sem ter para onde ir.”

Em Goiânia, o Plano Municipal para População em Situação de Rua prevê levantamentos anuais. Proposta de um novo censo foi apresentada pelo Necrivi à titular da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), Eerizania Ferreira, mas ainda não há um retorno a respeito.&nbsp;

Para o coordenador do movimento Pop Rua de Goiânia, Eduardo Mattos, que integra uma das equipes de Consultório na Rua, da Semasdh, é preciso pensar em uma política pública eficiente. “Cada vez mais percebo a dificuldade e a incompreensão das pessoas. Não é com o viés da higienização social que vamos resolver.” Mattos lembrou que nem mesmo o Decreto 7053/2009, que instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua, é cumprido em Goiânia. “Até mesmo o comitê municipal não funciona mais. “

O promotor de Justiça André Lobo Alcantara Neves, que coordena a área de Políticas Públicas e Direitos Humanos, informou que recebeu a denúncia do episódio da Praça Joaquim Lúcio e que o fato será apurado pelo MP. Ele salientou que o MP-GO colocou em prática o projeto Vozes da Rua. Todos os prefeitos estão sendo convocados a responder sobre a realidade da população de rua em seus municípios. Até o momento, 79 deles enviaram resposta. Goiânia ainda não se manifestou.

'Praça Joaquim Lúcio voltou para os campineiros', diz Sandro Mabel

Cidades

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Setor Campinas

Em meio às alegações do prefeito Sandro Mabel (UB) de que deveria haver redução de custos no contrato firmado com o Consórcio Limpa Gyn e de <a href="https://opopular.com.br/politica/sob-press-o-prefeito-sanciona-taxa-do-lixo-1.3212644" target="_blank">cobranças para melhoria dos serviços</a>, a Prefeitura de Goiânia fez o segundo aditivo com aumento de R$ 374,7 mil mensais no valor repassado à terceirizada. Por ano, o montante representa R$ 8,9 milhões a mais no acordo iniciado em abril do ano passado, pelo período de dois anos, que agora é de R$ 509,9 milhões. A justificativa para o acréscimo é “repactuação de valores de mão de obra”, referente ao reajuste salarial dos coletores.

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O contrato entre o Consórcio Limpa Gyn – formado pelas empresas Quebec Ambiental, CGC Concessões e Clean Master Ambiental – e a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) foi firmado no início de 2024 pelo montante de <a href="https://opopular.com.br/cidades/custo-do-lixo-que-baseara-calculo-da-taxa-sera-de-520-milh-es-1.3226757" target="_blank">R$ 470,3 milhões e período de dois anos</a>. Antes feitos pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), os serviços de coleta domiciliar e coleta seletiva, além de remoção de entulhos e cata-treco, foram repassados à terceirizada a partir de abril daquele ano, de forma progressiva. Também foi iniciada a varrição mecanizada, inédita em Goiânia.

Publicado no Diário Oficial do Município (DOM) da última sexta-feira (16), o segundo aditivo ao contrato permitiu um acréscimo contratual de 1,79%, que corresponde aos R$ 374.746,25 a mais por mês. Dessa forma, considerando o reajuste pelo período do contrato, de 24 meses, o aumento é de R$ 8.993.910. Com o reajuste, o valor total do contrato chega a R$ 509.954.754, o que equivale a um pagamento mensal atualizado de R$ 21.248.114,75 ao consórcio. Ainda conforme o documento, o saldo contratual é de R$ 256.975.367,32.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/custo-do-lixo-que-baseara-calculo-da-taxa-sera-de-520-milh-es-1.3226757" target="_blank">Custo do lixo que baseará cálculo da taxa será de 520 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/sob-press-o-prefeito-sanciona-taxa-do-lixo-1.3212644" target="_blank">Sob pressão, prefeito sanciona taxa do lixo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/terceirizac-o-afetou-volume-de-residuos-da-coleta-seletiva-1.3194986" target="_blank">Terceirização afetou volume de resíduos da coleta seletiva</a></div>

O valor total do contrato já havia sofrido aumento em dezembro passado, quando, ainda sob a gestão do então prefeito Rogério Cruz (SD), passou de R$ 470.332.577 a R$ 484.153.617, um acréscimo contratual de 2,94%, ou R$ 575.876,64 a mais por mês. O valor total do aditivo chegou a R$ 13.821.040, acima do reajuste feito na última semana. Na ocasião, ao POPULAR, o consórcio alegou que, por norma interna da empresa, não falaria sobre os valores.

O novo aumento, contudo, seria motivado por uma “repactuação de valores de mão de obra, garantida por lei, devido à convenção coletiva de trabalho dos coletores”. A justificativa foi dada tanto pela Seinfra como pelo Consórcio Limpa Gyn. Conforme dados divulgados pela empresa, são mais de 1,2 mil funcionários em todos os serviços. Em relação à <a href="https://opopular.com.br/cidades/falta-de-recursos-afeta-servicos-da-comurg-em-goiania-1.3192220" target="_blank">coleta de lixo</a>, nos primeiros quatro meses deste ano foram recolhidas 151 mil toneladas de resíduos. No mesmo período, 6,5 mil pedidos de cata-treco foram atendidos, serviço que consiste na remoção de móveis inservíveis mediante demanda. Além disso, cerca de 600 solicitações de remoção de entulho. Considerando até março, 6,7 mil toneladas de recicláveis.

O consórcio também está construindo o primeiro ponto temporário de transferência de resíduos (PTTR), que vai se juntar aos cinco ecopontos geridos pela Comurg e demais oito pontos de descarte provisório abertos em março deste ano. O espaço que está sendo erguido em área pública funcionará como um dos ecopontos, mas com gestão e manutenção feita totalmente pela Limpa Gyn. Em março, a terceirizada previu que a estrutura estaria finalizada em abril. O POPULAR questionou como está a construção do local, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

<h2>Reclamações</h2>

Desde que foi eleito, Sandro Mabel tem feito críticas públicas ao Consórcio Limpa Gyn e cobrado melhoria nos serviços prestados. Em dezembro passado, disse que era preciso fazer uma redução de custos e uma reestruturação na remoção de entulhos, tornando a coleta de lixo “mais eficiente”, cobrança também feita em outros momentos. Vale lembrar que o consórcio assumiu o serviço em meio a uma crise prolongada no recolhimento do lixo, situação que teve forte influência nas eleições de 2024. Diante disso, a limpeza urbana se tornou um dos pontos prioritários da nova gestão municipal.

No dia 4 de fevereiro, Mabel publicou um vídeo nas redes sociais em que diz que esteve em Brasília para “aprender com a companhia (Serviço de Limpeza Urbana) que faz o mesmo serviço da Comurg e Limpa Gyn, com uma eficiência melhor”. “Iremos baixar esse custo do lixo de Goiânia”, escreveu. Ainda naquele mês, durante a abertura do 9º mutirão de limpeza urbana, na região sudoeste, reclamou da varrição mecanizada. Conforme ele, os caminhões andavam “de noite a 70 quilômetros por hora (km/h)”. “A gente passa e aquilo está sujo.”

Além das reclamações do prefeito, a população também tem reclamado da coleta. Quando completou um ano desde o início dos serviços, O POPULAR mostrou que a coleta domiciliar e seletiva ainda eram alvos de críticas. À época, moradores dos setores Jardim América, Sul, Jaó, Santa Genoveva, Vila Nova, Rodoviário, Cidade Jardim, Bueno, Oeste, Centro, Negrão de Limpa e Bairro Feliz teceram reclamações sobre irregularidade no recolhimento. Por isso, parte das ruas ficava sem coleta domiciliar por mais tempo do que se era previsto.

Titular da 15ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Juliano de Barros Araújo aponta que ainda tem recebido reclamações sobre a falta de coleta em setores da capital. Contudo, aponta que, mesmo com reuniões frequentes junto à administração municipal, não tem havido melhoras efetivas em relação aos problemas levantados. Questionada sobre o funcionamento dos serviços, a Seinfra, responsável pela medição dos serviços prestados, aponta que não há problemas relatados.

<h3>Coleta seletiva continua a receber críticas</h3>

Em novembro passado, o POPULAR mostrou que 11 cooperativas de coletores de materiais recicláveis de Goiânia estavam recusando o recebimento de caminhões do Consórcio Limpa Gyn diante da má qualidade dos materiais e da baixa no volume de resíduos entregues. Os problemas estariam ligados, principalmente, com o uso de caminhões-prensa por parte da terceirizada, além de ineficiência no recolhimento, com a contaminação dos resíduos com lixo orgânico e até hospitalar. Ainda hoje, a <a href="https://opopular.com.br/cidades/terceirizac-o-afetou-volume-de-residuos-da-coleta-seletiva-1.3194986" target="_blank">coleta seletiva</a> segue criticada.

O Consórcio Limpa Gyn assumiu a coleta seletiva em setembro, ainda em fase de transição. Foi somente a partir de outubro que a coleta de recicláveis foi integralmente repassada à terceirizada. Desde então, as reclamações são frequentes, seja dos moradores que apontam irregularidade, seja das cooperativas de materiais recicláveis que citam redução drástica no montante entregue para triagem.

Titular da 15ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Juliano de Barros Araújo alega que “ainda têm muitos problemas” no serviço prestado na capital. “Qualidade e quantidade do material caiu muito, e ainda está havendo muita reclamação por parte da população de ausência da coleta”, comenta. Presidente da Cooperativa de Trabalho de Material Reciclável Goiânia Viva, Ildo Sebastião pontua que “está a cada dia pior”. “Desde quando entrou essa empresa, a coleta seletiva só piorou. Um programa de 20 anos acabou em sete meses. Acabou a qualidade do material, está horrível. O tipo de veículo não é adequado para o recolhimento. Está muito triste a situação das cooperativas hoje”, lamenta.

Para a presidente da Cooperativa de Coletores de Material Reciclável A Ambiental, Mylene Lima, o <a href="https://opopular.com.br/cidades/terceirizac-o-afetou-volume-de-residuos-da-coleta-seletiva-1.3194986" target="_blank">cenário da coleta seletiva</a> tem se mantido da mesma forma que o vivenciado no fim do ano passado. “Está tudo do mesmo jeito, não melhorou nada”, comenta. À época, o MP-GO firmou um termo de ajustamento de gestão (TAG) junto à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e ao consórcio para que fosse feita a substituição dos veículos do tipo prensa para caminhões-baú, já que os utilizados faziam com que o material chegasse contaminado e compactado nas cooperativas. Contudo, ainda hoje, tais veículos são usados para fazer o recolhimento de recicláveis.

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