Faltaram no quadro de apoiadores de Maguito Vilela os vereadores Lucas Kitão (PSL), Santana Gomes (PRTB) e Aava Santiago (PSBD)Mais da metade dos vereadores eleitos para a próxima legislatura na Câmara Municipal de Goiânia definiu apoio a Maguito Vilela (MDB) neste segundo turno das eleições para a Prefeitura da capital. São 23 parlamentares ao lado da candidatura emedebista. O seu adversário, Vanderlan Cardoso (PSD), tem 7 dos legisladores, 20% da Casa. Há também aqueles que não decidiram com quem irão caminhar, ou que ainda não responderam. Gabriela Rodart (DC) foi a única que disse que não vai apoiar ninguém.A maioria de Maguito é um reflexo da quantidade de cadeiras que sua coligação conseguiu eleger na Câmara Municipal de Goiânia – são 14 eleitos filiados ao MDB, Patriota, PMB, PTC e Republicanos. O partido a que pertence, inclusive, terá a maior bancada, com 6 vereadores. Entre os outros parlamentares que declararam apoio ao ex-governador de Goiás estão políticos que pertencem a partidos que perderam a eleição majoritária no primeiro turno e decidiram apoiar o emedebista no segundo ou que foram liberados para seguir com quem mais se identificassem.Mauro Rubem (PT) é um dos que estão com Maguito nesta segunda etapa da eleição municipal para prefeito. O PT orientou os filiados a não apoiarem Vanderlan Cardoso, por entender que o senador representa os interesses do governador Ronaldo Caiado (DEM) e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dois antipetistas. Com isso, eles ficaram liberados para declararem neutralidade ou apoio ao candidato do MDB. O único vereador eleito pela sigla disse que optou pela segunda opção pelo histórico de aliança entre o emedebista e seu partido.“Sempre tivemos uma relação muito respeitosa, ele desenvolveu políticas públicas em Aparecida de Goiânia durante os governos dos presidentes Lula e Dilma e reconhece a importância deles. Além disso, pessoalmente, tive uma relação muito próxima de Maguito quando ele era prefeito em Aparecida e ele sempre respeitou muito o trabalho do PT”, justifica o vereador eleito.O PSB, Podemos, Solidariedade e o PDT, que estavam em coligações que no primeiro turno ficaram atrás de Maguito e Vanderlan, decidiram caminhar com o emedebista na segunda etapa das eleições. Com isso, seus vereadores eleitos decidiram seguir a orientação das siglas. Mesmo assim, a maioria garante que essa também é uma posição individual. Joaozinho Guimaraes (Solidariedade), no entanto, disse que até queria ficar neutro, tal qual o deputado estadual Alysson Lima (Solidariedade), que não ganhou a disputa pela Prefeitura, mas decidiu “não começar já contrariando o partido.”Vagas noturnasAava Santiago (PSDB) decidiu apoiar Maguito desde que ele se comprometa à criação de vagas noturnas em CMEIs da Capital. “A decisão é fruto de uma construção de uma agenda política coletiva, que reforce o comprometimento do futuro prefeito de acordo com as minhas bandeiras políticas.” O PSDB, seu partido, declarou neutralidade, mas ela e o seu candidato a prefeito Talles Barreto, que ficou em décimo no primeiro turno, decidiram se juntar ao emedebista.O vereador reeleito Lucas Kitão (PSL) disse que decidiu apoiar Maguito após conversa com o aliado e deputado estadual, Lucas Kalil (PSD), que contrariou o partido e esteve com o emedebista durante toda a campanha, em detrimento da candidatura de Vanderlan. A decisão do vereador em seguir a posição do amigo veio após consulta ao PSL. Segundo ele, a ideia é que todo o partido siga esse posicionamento, mesmo que o deputado estadual Major Araújo (PSL), que foi candidato a prefeito no primeiro turno, tenha se declarado neutro. Araújo terminou as eleições em sexto lugar, com 20.395 votos.Geverson Abel (Avante), cuja sigla está na coligação de Vanderlan desde o primeiro turno, decidiu apoiar Maguito para seguir sua base eleitoral. “Não falo como um integrante do Avante, mas como vereador eleito. E entendo que 90% da minha base é irista e, portanto, maguitista”. Thialu Guiotti (Avante), que preside o partido no Estado e também foi eleito vereador em Goiânia, disse que respeita a posição do colega, mas reforça que os outros filiados e ele próprio estão com Vanderlan.Outro que tomou posição contrária à do partido é o vereador eleito Santana Gomes (PRTB). A sigla definiu apoio ao candidato do governador Ronaldo Caiado (DEM), por estar na base do democrata. Mas o político decidiu apoiar Maguito, depois de uma conversa que teve com o ex-deputado federal e filho de Maguito, Daniel Vilela. Santana revelou que já está pedindo votos para o emedebista. Ou outro parlamentar do partido, Bruno Diniz (PRTB), disse que ainda vai conversar com o presidente para se decidir. Leo José (PTB) também ainda não decidiu.VanderlanO candidato do PSD, o senador Vanderlan Cardoso, tem ao seu lado vereadores eleitos por sua coligação, o que inclui parlamentares do próprio partido, do DEM, PP, PSC e Avante. Na última semana, ele também ganhou apoio do Cidadania, que havia lançado Virmondes Cruvinel no primeiro turno. Com isso, Marlon Teixeira (Cidadania) passou a integrar o grupo que trabalha para eleger Vanderlan prefeito de Goiânia.“Atendendo a um pedido de que o partido caminhe em unidade no 2° turno, nós seguiremos unidos em apoio ao candidato Vanderlan. O Cidadania em Goiânia defende bandeiras claras de gestão moderna e defesa de uma cidade inteligente que se preocupe com os cidadãos”, explicou. Marlon também disse que o apoio é sob o compromisso de que Vanderlan vai acolher temas do plano de governo do Cidadania.Gabriela Rodart (DC) vai seguir a posição de Gustavo Gayer (DC), que ficou em quarto lugar na disputa para prefeito, e não apoiará nenhum dos dois candidatos. Com um perfil conservador e de ultra direita, ela avalia que nem Vanderlan nem Maguito são nomes ideais para Goiânia. “São todos do mesmo grupo, que não condiz com meu posicionamento político. Maguito fez coligação com o PCdoB e o Vanderlan é braço do Caiado”. A crítica dela à aliança do pessedista com o governador é por considerar que o democrata “fez parte da política do lockdown”, referindo-se às medidas tomadas no início da pandemia da Covid-19. Embora tenha havido fechamento parcial do comércio e outras atividades em várias cidades do Estado, o governo não chegou a decretar o lockdown.Cabo Senna (Patriota) e Wellington Bessa (DC) ainda não declararam apoio a nenhum dos candidatos e nem responderam às tentativas de contato feitas pela reportagem.-Imagem (1.2155786)