Com intenção de disputar o governo de Goiás na eleição de outubro, o deputado federal Vitor Hugo (União Brasil) articula sua filiação ao PL por meio do diretório nacional. Próximo do presidente Jair Bolsonaro, que se filiou à sigla em novembro, ele esteve com o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, durante o último fim de semana e classifica a conversa como “promissora”.A cúpula do PL em Goiás tem caminhado há meses com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), que é pré-candidato ao governo, promovendo inclusive reuniões para ele no interior. Tanto que, em 26 de janeiro, o partido chegou a anunciar a consolidação de sua participação na chapa majoritária de Mendanha, após reunião em Brasília entre o prefeito, Valdemar, o presidente da executiva goiana, Flávio Canedo, e a deputada federal Magda Mofatto.Contudo, como mostrou a coluna Giro em 9 de fevereiro, as conversas entre o prefeito de Aparecida e a cúpula do PL esbarraram na reação de Vitor Hugo, que agiu para evitar a aproximação do prefeito com Bolsonaro sob o argumento de que Mendanha teria ligações com a esquerda, enquanto ele é bolsonarista convicto e “aliado direto” do presidente da República.Ao POPULAR, Vitor Hugo evita confirmar que irá para o PL. “A conversa com Valdemar foi promissora e tenho recebido sinais do presidente (Jair Bolsonaro) de que posso avançar. As coisas vão acontecer no seu tempo por conta da janela partidária e pela disputa na CCJ”, afirma, em referência à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que pode ser assumida por ele.A respeito da pré-candidatura a governador, ele diz ver “como favorável a situação”. “Tenho conversado com muitos prefeitos, e já recebi apoio de quatro”. Ele cita os prefeitos de Alto Horizonte, Luiz Borges (PSD); Cachoeira Dourada, Rodrigo Rodrigues (MDB); Ouro Verde, Rodrigo Fonseca, e Petrolina de Goiás, Tiago Contador, ambos do União Brasil.“Além disso, mandei recursos para 150 cidades goianas. Para algumas, mandei mais recursos como deputado do que (Ronaldo) Caiado como governador. Rodei 70 mil quilômetros em Goiás. Visitei 75 cidades, algumas mais de cinco vezes, e tenho o apoio de Eduardo Bolsonaro (deputado federal e filho do presidente Jair)”, finaliza.IMPOSSÍVELÀ reportagem, o presidente do PL em Goiás, Flávio Canedo, classifica como “impossível” uma eventual interferência do diretório nacional na decisão da cúpula estadual sobre as eleições de outubro. “É impossível. Bolsonaro precisa ganhar a eleição. Está empatado em Goiás e não pode se dar ao luxo de deixar de apoiar um candidato que cresce (referência a Mendanha) para apoiar um candidato que tem 1% nas pesquisas (referência a Vitor Hugo). Nós temos uma eleição para ganhar e vamos ganhar.”A pesquisa Serpes/Acieg publicada no fim de janeiro mostra, na verdade, Bolsonaro 12,2 pontos atrás do ex-presidente Lula (PT). O petista aparece com 40% das intenções de votos em solo goiano ante 27,8% do atual presidente.Para Canedo, “em princípio, a posição do partido em Goiás não mudou nada”. “A filiação de Vitor Hugo é bem-vinda, assim como a de outros, mas a posição do partido não mudou.” Ao Giro, nesta semana, a deputada Magda Mofatto afirmou ainda acreditar que Mendanha se filie ao PL “com a bênção” de Bolsonaro.A parlamentar relatou que teria mais conversas em Brasília. “Vou estar com o Valdemar e vou pedir audiência com Flávio Bolsonaro (senador e filho do presidente Jair), que é quem está fazendo essa articulação pelo presidente.” A reportagem não conseguiu contato com Magda.