Apesar de ser um dos principais adversários do PT nos últimos anos, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha não alivia críticas ao ex-juiz Sérgio Moro, que deve disputar o Palácio do Planalto em 2022. “Não é pelo fato de eu ser adversário do PT, e eu o sou, mas não acho que devemos resolver as nossas questões políticas no Código de Processo Penal; o problema é político, disputando com o eleitor o voto. Discordo de tudo o que o PT fez, de todas as políticas públicas do PT, mas definitivamente Moro perseguiu o Lula, e me usou para tentar fazer um contraponto de imparcialidade. Então, Lula foi vítima do Moro, sim, não tenho dúvida nenhuma.” Cunha foi condenado por Moro, no âmbito da Operação Lava Jato e preso em outubro de 2016, meses depois do impeachment de Dilma Rousseff. Solto neste ano, após ter a prisão revogada pelo Poder Judiciário, ele esteve em Goiânia nesta terça-feira (23) em razão de seu livro, “Tchau, querida: o diário do impeachment”, lançado neste ano com coautoria de sua filha, Danielle. Cunha atribui sua cassação — teve o mandato cassado em setembro de 2016 — e prisão a questões políticas, mas diz não se arrepender de ter protagonizado o processo de impeachment de Dilma. “Se eu soubesse que eu ia passar tudo o que passei, abriria o processo de impeachment? Abriria do mesmo jeito. (risos) Ter tirado o PT vale o tempo que eu paguei sem dever. Aquilo não tem preço. (risos) Essa é a verdade.” Sobre Moro candidato, ele afirma que já sabia. “Eu digo no livro claramente que ele seria candidato a presidente. Não é de hoje que afirmo que Moro é chefe de uma organização política, a Lava Jato. Se considerar o padrão que eles consideraram a gente, eles são criminosos, e deviam responder por isso.” Na capital goiana, ele teve encontro rápido com o ex-deputado Jovair Arantes, que foi o relator do processo de impedimento de Dilma em 2016. Cunha informa que falaram de “política de maneira geral.”