O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da 42ª Promotoria de Justiça, que atua na área de Educação, recebeu da Gerência de Planejamento e Gestão Educacional, da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (SME), a informação de que houve ampliação de 3.152 vagas para a educação infantil na rede municipal. A pasta também citou a reoferta de outras 4.364, que não foram consideradas pelo MP-GO. A Prefeitura tem divulgado a criação de 8 mil vagas como marco para a área nos 100 primeiros dias da gestão de Sandro Mabel (UB).De acordo com o MP-GO, as novas 3.152 vagas são referentes a otimização da ocupação (1.515); inauguração de novas unidades educacionais (402 vagas); abertura de novas salas/turmas (130 novas vagas); e ampliação da meta de atendimento das unidades parceiras (1.105). A SME informou os mesmos dados à reportagem. Mas, no cálculo que considera a criação de 8 mil vagas, a secretaria também cita “ação estratégica de atuação contínua”, que resultou na possibilidade de reofertar 4.364 no primeiro trimestre de 2025. Isso ocorre, segundo a pasta, por meio da busca ativa educacional (verificação de vagas preenchidas por crianças não frequentes para que sejam ocupadas efetivamente).A SME também cita reordenamento do estude de rede, por “reanálise e revisão do estudo de demanda de cada unidade educacional, reorganizando o atendimento das vagas para a etapa de maior demanda”, que são as creches. Ainda de acordo com a secretaria, outras 516 vagas são referentes a Cmeis que estão em fase de conclusão de adequações.No entanto, o MP-GO informou que o número de reoferta de 4.364 vagas não foi recebido “como fidedigno por esta promotoria e não sinaliza expansão sustentável da oferta de educação infantil no município”. O MP-GO destacou que o déficit de vagas tem sido acompanhado no âmbito de processo judicial, no qual houve a prorrogação de um termo de ajustamento de conduta (TAC) com a Prefeitura para o cumprimento do cronograma de expansão da rede até o final de 2025.A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), deputada estadual Bia de Lima (PT), afirmou que a demanda da entidade é que a Prefeitura convoque o cadastro de reserva do último concurso. Segundo ela, com o aumento na quantidade de alunos nas salas de aula, os professores estão sobrecarregados. Bia também contesta a informação divulgada pela Prefeitura de que foram criadas 8 mil vagas na rede desde o início do ano. Diante do cenário, a deputada concorda com a posição da SME de recorrer da decisão do Comitê de Controle de Gastos, que vetou a convocação de funcionários que participaram do último processo seletivo. “A administração atual está perdida. Querem resolver do ponto de vista numérico, mas estamos falando de atendimento às crianças”, afirmou a presidente. O Sintego realizou manifestação em frente à SME na quinta-feira (10), quando apresentaram uma lista de reivindicações, entre elas, a melhoria da condição de trabalho dos servidores.Bia também criticou que, neste contexto, Mabel tenha decidido fazer uma viagem à Itália. “Ele reclama dos servidores adoecidos com atestado e viaja para o exterior com 100 dias (de gestão). A cidade está pelejando e o prefeito tira férias. E depois quer dar lição de moral nas pessoas”, afirmou.Mabel viajou para a Itália na quarta (10) e voltará em 21 de abril. Ao POPULAR, o prefeito disse que conhecerá um projeto sobre tratamento de lixo. Quando enviou pedido de licença à Câmara, o prefeito informou que sua ausência está relacionada a compromisso particular e sem custos ao erário.