O Ministério Público Federal denunciou três pessoas pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira, 41, e do jornalista britânico Dom Phillips, 57, em junho, no Amazonas, nas imediações da terra indígena Vale do Javari.De acordo com a Procuradoria, foram denunciados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver Amarildo Oliveira (conhecido como Pelado), Oseney de Oliveira (o Dos Santos) e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha).Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho. Ainda segundo o Ministério Público, a denúncia foi recebida pela Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), o que torna os três envolvidos em réus.O Ministério Público argumenta que Amarildo e Jefferson confessaram os crimes. A participação de Oseney, por sua vez, foi comprovada por depoimentos de testemunhas.O órgão afirma ainda que já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal no território indígena.Leia também:- Para indígena da Univaja, soberania da Amazônia é uma 'grande mentira' - Defensoria pede indenização de R$ 50 milhões à União após mortes de Dom e Bruno - Investigado por morte de Dom e Bruno pediu comida a caminhoneiro ouvido em Rio Verde - UFG manifesta indignação pelas mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips "O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF [Ministério Público] como motivo fútil e pode agravar a pena", diz a Procuradoria, em comunicado.O Ministério Público também cita que Bruno foi morto com três tiros, sendo um pelas costas, sem possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime.Dom foi morto, segundo o Ministério Público, "apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior".O assassinato de Bruno e Dom envolveu um grupo de pescadores ilegais, que atuam principalmente com pesca do pirarucu, segundo indícios coletados nas investigações.O indigenista era um dos responsáveis pelo serviço de vigilância indígena implementado pela Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari).Esses vigilantes apontavam diariamente a presença de invasores na terra indígena e nas imediações. Foram esses mesmos indígenas que empreenderam as buscas pelos corpos.