Em entrevista à jornalista Cileide Alves na manhã desta terça-feira (26), o meteorologista do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa-Cerrado), Angel Domínguez Chovert, falou sobre mudanças climáticas, onda de calor e também sobre o período chuvoso, que deve começar na 2ª quinzena de outubro.&nbsp;

Segundo Angel Domínguez Chovert, o próximo período chuvoso em Goiás será abaixo da média, mas terá chuvas severas e poderá resultar em inundações em algumas regiões, como no nordeste goiano.&nbsp;

“No estado em geral, o período chuvoso deve começar na 2ª quinzena de outubro, pelo fato de ter o evento El Ninho. Com esse cenário de mudança climática, se espera que esses eventos se intensifiquem em dezembro e janeiro. Os modelos climáticos têm mostrado anomalias negativas de precipitação no período chuvoso como um todo, mas em determinados momentos os eventos de tempestades que podem acontecer, podem provocar esse tipo de precipitação intensa, persistente, associada a inundações e deslizamento de terra, principalmente na região nordeste do estado”, destacou o meteorologista.&nbsp;

De acordo com o meteorologista do Cempa-Cerrado, a mudança climática é concreta e as pessoas precisam se adaptar ao novo normal, de temperaturas mais quentes, chuvas intensas em algumas regiões, mas média anual menor.&nbsp;

“A mudança climática é concreta, já está acontecendo. Estamos adaptando ao novo normal, mas temos um novo normal climático. É preciso mudar processos, realizar atividades de mitigação que permita que esses danos sejam os menores possíveis. Vamos ter que nos adaptar, diminuir o impacto dessa atividade antrópica, trabalhar para diminuir emissões, queimadas e desmatamentos”, afirmou.&nbsp;

Segundo o meteorologista, os eventos extremos de tempo e clima estão mais intensos e frequentes.

“No caso do Centro-Oeste, a base de dados e estudos mostram que, entre 1991 e 2020, houve um aumento&nbsp; entre 1,2 e 1,5° celsius nos respectivos 30 anos. Isso comparado com os 30 anos anteriores. Então, há um aumento comprovado do aumento da temperatura em todo o estado de Goiás, principalmente na região central e norte. Em relação à precipitação, os estudos têm mostrado que a tendência é diminuir significativamente o nível de precipitações anuais”, completou.

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Mudança climática traz um 'novo normal' com mais calor, chuvas severas e inundações, diz meteorologista do Cempa-Cerrado

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Entrevista

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O vice-governador Daniel Vilela se prepara para assumir o governo de Goiás em março de 2026, com a desincompatibilização do governador Ronaldo Caiado para disputar a eleição para presidente da República. Caiado tem repetido em seus discursos, como fez ontem no encontro com os futuros prefeitos de Goiás, que Daniel será seu candidato a governador em 2026. 
Além dessa missão, o vice-governador é presidente regional do MDB e cuida dos interesses de seu partido, como na formação do secretariado do prefeito eleito, Sandro Mabel, e na eleição da mesa diretora da Câmara de Goiânia. Para conversar sobre esses assuntos, o convidado deste episódio do Chega pra Cá é Daniel Vilela.

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As missões de Daniel Vilela

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Governo

A proposta de redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais – seis dias de trabalho por uma folga – nasceu do desabafo de um jovem trabalhador, em setembro de 2023. Rick Azevedo, 30 anos de idade e balconista de farmácia, publicou um vídeo em uma rede social indignado com a falta de tempo para sua vida pessoal por conta da escala 6x1, que classificou como “uma escravidão moderna, ultrapassada”. O desabafo atraiu apoiadores e rendeu a criação do Movimento Além do Trabalho (VAT), a eleição de Rick como o vereador mais votado do PSOL no Rio de Janeiro e uma petição pela redução da jornada de trabalho, com mais de 2,5 milhões de assinaturas.

A mobilização ganhou força na semana passada e anabolizou a proposta de emenda constitucional (PEC) da deputada federal Érika Hilton (PSOL/SP) por uma jornada de quatro dias de trabalho por três de folga (4x3). Na quarta-feira (13) a PEC, apresentada em maio, mas sem as 171 assinaturas mínimas para tramitar, recebeu apoio de 194 deputados federais, entre eles os goianos Adriana Accorsi e Rubens Otoni (PT) e Zacharias Calil (União).

No início da industrialização no Brasil, nos anos 1930, operários lutaram contra a jornada excessiva de trabalho. Sem regulamentação alguma, cada fábrica tinha suas próprias regras e era comum carga horária entre 14 e 18 horas por dia. Em 1932, decretos do presidente Getúlio Vargas limitaram a jornada a oito horas diárias e seis dias por semana (48 horas semanais). Essa regra foi rediscutida na Constituinte de 1987. Os partidos progressistas propuseram 40 horas de trabalho, mas prevaleceu a jornada de 44 horas, apoiada por partidos do centro e da direita.

De volta à pauta política, a proposta foi tratada com desdém pelo mesmo segmento político e econômico que há 37 anos derrotou as 40 horas. “Vocês sabem qual é o tema hoje mais importante no Congresso Nacional? É o 6x1 (risos). O governo devia estar preocupado é se o dólar está a 6”, ironizou o governador Ronaldo Caiado na quinta-feira (14) ao criticar o governo federal, como se a PEC tivesse nascido no Palácio do Planalto. A reação contrária do setor econômico reverberou na voz do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto: “Ela vai aumentar o custo do trabalho, vai aumentar a informalidade e vai diminuir a produtividade”, disse.

Reações como essas não debatem a PEC, mas tentam interditar sua discussão. A economia brasileira não comporta 4x3? O que oferecer aos trabalhadores, a maioria do comércio e da indústria, que se mobilizam contra o 6x1? É possível a jornada de 40 horas da Constituinte (o 5x2)? Há 92 anos os trabalhadores lutaram contra a carga horária excessiva. Os da era da desindustrialização e de novas formas de trabalho propiciadas pela revolução tecnológica lutam “por vida além do trabalho”, por viver bem, com tempo para estudar, consumir, para o lazer, para estar com amigos e familiares e para a religião.

As bombas que o extremista bolsonarista Francisco Wanderley Luiz explodiu em frente ao STF na quarta-feira aconteceu na hora em que a deputada Érika Hilton e Rick Azevedo concediam entrevista coletiva no Congresso Nacional para confirmar as 194 assinaturas na PEC e reduziram sua visibilidade. Essa coincidência é simbólica, mas expressiva de como a violência política interdita o debate público.

A direita liberal apoiou o extremismo do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez vistas grossas à sua campanha contra o sistema eleitoral, ao discurso de ódio e contra as instituições públicas, em especial contra o STF, que produziram extremistas como Wanderley. Na mesma declaração em que desdenhou o debate do 6x1, o governador Caiado criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alegando que as forças de segurança federais deveriam ter identificado o extremista antes de ele explodir as bombas e se suicidar.

“Tem de ter a lei e a mão pesada do Estado (...) para as pessoas entenderem que estão vivendo em uma democracia e ter respeito pelos outros e pelas regras que o Congresso Nacional determina”, disse. O governador cobra de Lula o que não faz, pois ele defende anistia aos golpistas do 8 de janeiro e nunca levantou sua voz forte contra os inúmeros atos antidemocráticos de Bolsonaro. Manter o estado democrático de direito é estar vigilante com aqueles que usam a força para desestabilizar a democracia e também ouvir os anseios da população, como o 6x1.

Cileide Alves, jornalista

Da escala do 6x1 às bombas no STF

Cileide Alves

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Passadas as eleições municipais, as disputas para presidentes dos legislativos e a formação das equipes dos novos prefeitos entraram no radar do permanente xadrez político. As articulações para presidente da Câmara de Goiânia começaram no dia seguinte à eleição dos vereadores, em 6 de outubro. Eleito nos biênios 2019/2020, 2021/2022 e 2023/2024, Romário Policarpo (PRD) poderá disputar o quarto mandato, apesar de decisão do STF estabelecendo apenas uma reeleição para membros de mesas diretoras dos legislativos. Ele se beneficiou de o marco temporal de reeleição ser considerado a partir 7 de janeiro de 2021. As duas primeiras eleições foram anteriores ao marco. A terceira é a única depois do marco, daí ele ter direito a mais uma eleição.Policarpo se consolidou no poder por ter formado uma base própria de vereadores – independente da base aliada do prefeito –, mesmo caminho seguido pelo deputado estadual Bruno Peixoto (União) na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O deputado montou sua base em 2023, e se elegeu presidente em duas eleições seguidas, a segunda para o biênio 2025/2026 também antecipada. A popularidade de ambos entre seus pares ocorreu pela criação de fortes estruturas internas, como aumento de cargos comissionados, de verbas de gabinetes, além de compra de carros, entre outros mimos para os parlamentares, unindo todos na mesma causa própria, incluindo os antagônicos PL e PT.Em 2021, logo após a segunda reeleição de Policarpo, a Câmara de Goiânia aumentou a verba de gabinete de R$ 62 mil para R$ 78 mil mensais e criou 253 novos cargos comissionados. A Assembleia Legislativa, por sua vez, tem 23 diretorias e 41 secretariais (eram 15 e 16 respectivamente antes da presidência de Bruno Peixoto), e 5 mil cargos comissionados para dividir entre os deputados estaduais. Romário Policarpo e Bruno Peixoto exercem o papel simbólico de presidentes de sindicatos de parlamentares, por isso se tornaram imbatíveis, pois suas eleições independem do chefe do executivo de plantão.Assim, Policarpo passou por dois prefeitos (Iris Rezende e Rogério Cruz) e, a julgar pelos acontecimentos da última semana, tende a permanecer no primeiro biênio do futuro prefeito. Sandro Mabel acompanha suas articulações pelo quarto mandato com sinais de apoio. Sem ter como construir uma candidatura própria, pelo tamanho da base interna de Policarpo, Mabel quer garantias de que terá o vice-presidente da Casa e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O MDB com oito vereadores, quer mudar o curso dessa história e articula o lançamento de candidato próprio sob argumento de ter a maior bancada. O presidente do diretório metropolitano, Agenor Mariano, convocou reunião para o dia 22 para escolher o líder da bancada e um possível candidato. Nenhum emedebista se apresentou como candidato, até para não queimar a largada, mas Igor Franco e Lucas Vergílio se movimentam de olho no cargo. Essa disputa dominou o xadrez político nesta semana e provocou o primeiro atrito entre o prefeito eleito e o MDB do vice-governador Daniel Vilela. Mabel não gostou de seu aliado convocar a reunião sem diálogo com ele. Pessoas próximas ao futuro prefeito atribuem essa articulação a Agenor Mariano e duvidam que ela ocorreu com o consentimento de Daniel Vilela, que passou a semana fora de Goiânia. Igualmente, o MDB não gostou de Mabel apoiar Policarpo, sem conversa prévia. Seja como for, o episódio serviu como degustação das disputas por nacos de poder, naturais em formação de governos. O MDB comandou Goiânia por vários mandatos e só não participou da gestão de Rogério Cruz, pelo rompimento ocorrido em abril de 2021, logo após a morte de Maguito Vilela. Nesta eleição o partido emprestou sua expertise à campanha de Mabel e almeja papel de protagonista no futuro governo. Só que Mabel tem luz própria, vastíssima experiência política e condições de ser um prefeito mais livre de amarras políticas, como demonstra nessa articulação pró-Romário, o que deixou o MDB em alerta total. Se mesmo elegendo Maguito, o partido ficou de fora da última gestão, imagina estar na chapa apenas com a vice-prefeita, a tenente-coronel Cláudia da Silva Lira. O MDB é um partido escaldado.

O escaldado MDB e a futura gestão

Chega129

Fechadas as urnas, os prefeitos que vão terminar seus mandatos em 31 de dezembro correm para pagar contas, organizar recursos e fechar o caixa para entregar ao sucessor. Os maiores desafios para&nbsp; cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal são manter os municípios em situação de adimplência e a continuidade de serviços, obras e outras ações. E claro, a continuidade da prestação de serviços essenciais à população, como saúde e limpeza urbana. 
Em Goiás, 126 prefeitos se reelegeram, de um total de 150 que tentaram permanecer no cargo, taxa de 84% de sucesso. Isso quer dizer, que 120 prefeitos entregarão seus cargos aos sucessores, caso do presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), o prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves, nosso entrevistado deste Chega pra Cá. Concluindo seu terceiro mandato de prefeito, Haroldo vai passar o cargo a Rogério Souza Queiroz, seu companheiro no MDB, e explica nessa conversa como os prefeitos enfrentam o desafio de concluírem os mandatos.

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Prefeituras correm para pagar as contas

Fim de mandatos

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