Nas últimas quatro eleições municipais, as 35 cadeiras da Câmara de Goiânia foram ocupadas, no máximo, por 14% de mulheres. Em 2008, foram eleitas três vereadoras. No pleito seguinte, em 2012, quatro. Em 2016 e 2020, os goianienses repetiram a marca de cinco vereadoras, que representam o porcentual de 14%. Na capital, o eleitorado é formado por 55% de mulheres. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Advogada especialista em Direito Eleitoral e com estudo na área de participação de mulheres na política, Nara Bueno avalia que a lentidão no avanço dos números não acompanha a necessidade de representação nesses espaços. A advogada destaca que, ao analisar a atuação política de vereadoras, se percebe, em parte, falta de pautas ligadas às mulheres. A regra eleitoral determina que os partidos políticos reservem 30% das vagas das chapas proporcionais para um dos gêneros, homem ou mulher. A distribuição de recursos públicos para as campanhas segue norma semelhante. Em um contexto em que historicamente menos mulheres participam das eleições, a cota de gênero ficou mais conhecida como “cota de mulheres”.