Com discurso de que só não diz ser candidato ao Senado porque a legislação não permite, o presidente do PP em Goiás, Alexandre Baldy, afirma ao POPULAR que não depende de ninguém para entrar na disputa à vaga de senador, em referência a um lugar em chapa de um candidato ao governo, e que não discute “eleição de governador antes de julho”, quando se inicia o período de convenções partidárias — vai de 20 de julho e 5 de agosto.O PP está atualmente na base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) — o irmão de Baldy, Joel Braga Filho, é titular da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC). Nos bastidores, contudo, Henrique Meirelles (PSD) é considerado o favorito para ocupar a vaga ao Senado na chapa governista (leia na pág. 7).Diante desse contexto, questionado se há chances de apoiar Caiado, mesmo que não seja o escolhido para a vaga, Baldy diz que não quer “ser escolhido”. “Não quero ser escolhido. Nós vamos escolher. A minha pré-candidatura está colocada. Não quero saber se será com a ou b”, afirma, completando que não mantém conversas com pré-candidatos ao governo.“Não tive que conversar com ninguém, a não ser com os membros do meu partido”, relata o pepista. “Quando puder dizer que sou candidato (após a convenção), direi. Não dependo de absolutamente ninguém (para ser candidato). Vamos caminhar (candidato ao governo) com quem nós democraticamente decidirmos caminhar, mas isso não está na mesa ainda.”Ele justifica que o diálogo sobre composição majoritária não é feito porque, no momento, o foco do partido em Goiás, além da consolidação de sua pré-candidatura ao Senado, está na construção de chapas proporcionais. “Não temos cabeça para nos preocupar com isso agora (composição majoritária). Cada dia com sua agonia. A agonia do momento é buscar chapas competitivas com o objetivo de eleger até cinco (deputados) estaduais e três (deputados) federais.”Em 2018, o PP elegeu dois deputados federais: Alcides Ribeiro, o Professor Alcides; e Adriano Avelar, o Adriano do Baldy. Naquele pleito, a legenda recebeu 260.130 votos isoladamente em Goiás — a coligação formada por PP, MDB e PRB (atual Republicanos) recebeu 512.570 votos, considerando nominais e de legenda, e elegeu também João Campos (Republicanos).A respeito do apoio já declarado de Professor Alcides à pré-candidatura ao governo do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), Baldy diz apenas que já conversou com ele e que o partido “tem o desejo que ele permaneça”, mas deixando claro que a decisão sobre com quem caminhar não será tomada agora. “Se quiser deixar o partido, é uma escolha dele.”O PP realizou nesta quarta-feira (23) encontro do partido no Teatro Rio Vermelho. A respeito do evento, Baldy relata que chamou “todos os membros”, e que a sigla “demonstra que tem força e coesão para caminhar com o projeto majoritário”, em referência à sua pré-candidatura ao Senado. “A ideia foi dar essa mensagem aos militantes: o partido tem força e caminha unido com projeto para buscar a cadeira ao Senado Federal, como em 2018.” O PP elegeu Vanderlan Cardoso ao Senado à época. Ele trocou a legenda pelo PSD em 2020.MeirellesAo POPULAR, em 15 de fevereiro, o também pré-candidato ao Senado Henrique Meirelles, em resposta às especulações sobre uma possível desistência sua de disputar as eleições deste ano em Goiás, disse: “Sou uma pessoa que cumpre as minhas responsabilidades. Tem gente que joga tudo para o alto e sai correndo. Eu não. Sempre cumpro as minhas obrigações até o final.”A fala tem como contexto a sua permanência como secretário da Fazenda de São Paulo, enquanto Baldy deixou a secretaria de Transportes Metropolitanos daquele Estado em outubro de 2021. Apesar de não ter citado nomes, a fala de Meirelles foi vista como uma alfinetada em Baldy.Questionado a respeito, Baldy diz que o governador João Doria (PSDB) o liberou porque concretizou todos os projetos que queriam que ele fizesse. “Minha resposta, caso a fala tenha sido direcionada a mim, é o resultado do trabalho. Quem joga tudo para cima é quem é eleito deputado e não toma posse.”Meirelles foi eleito deputado federal por Goiás em 2002, mas não tomou posse porque foi convidado para assumir o Banco Central no governo Lula (PT), eleito naquele ano.