Em campanha contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC número 66/2024) que estabelece novas regras para pagamentos de precatórios, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou projeção de que a dívida do Estado de Goiás vai mais que quadruplicar em dez anos, caso o projeto passe pelo Senado Federal, em votação pautada para quarta-feira (20). Desde julho, a entidade, que classifica a PEC de “calote perpétuo”, publicou nota técnica e parecer de juristas contra o texto. No início do mês, por meio da seção do Paraná, apresentou simulação de impacto nos estados das medidas previstas no texto. A PEC estabelece limites para quitação de precatórios, que são valores devidos pelo poder público decorrentes de sentenças judiciais, e muda o índice de correção da dívida. Nas contas da OAB-PR, a dívida de Goiás passaria de R$ 2,07 bilhões este ano para R$ 9,28 bilhões em 2036, com um salto de 448%. O aumento proporcional só ficaria atrás do Rio Grande do Norte, com 584%. Em São Paulo, a estimativa é de crescimento de 420% no mesmo período. Ainda no cálculo da entidade, Goiás chegaria a 2100 sem conseguir pagar as dívidas judiciais.