Três deputados federais por Goiás afirmam que, embora sejam favoráveis à reinserção de Estados e municípios no texto da reforma da Previdência, sua avaliação é de que a PEC, que deve ser aprovada no Senado, não passa na Câmara dos Deputados. Um deles é Célio Silveira (PSDB). O tucano diz que é “até a favor” da inclusão, mas afirma ser certo de que, na Câmara, “não passa nem na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça)”. “O entendimento dos deputados é que não há como votar uma reforma geral, porque cada Estado e município tem suas peculiaridades. São diferentes. Sou até favorável (à inclusão), mas depende do conjunto. E o conjunto é contra.” Pensamentos semelhantes demonstram José Mário Schreiner e Zacharias Calil, ambos do DEM. O primeiro relata ser favorável à inclusão “desde o início” por achar que “fazer uma reforma pela metade não é bom”. Contudo, ressalta: “Muitos deputados ainda são contra, sobretudo os parlamentares dos Estados do Nordeste, que têm mais interesse nas eleições municipais do ano que vem.” Já Calil conta que, embora seja a favor da reinserção, “acha difícil passar”. “Há muitos deputados que ainda são contra, devido ao desgaste político.” Outros dois deputados ainda acreditam que a articulação política dos governadores junto aos deputados pode fazer a proposta avançar: Magda Mofatto (PL) e o líder do governo Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL). Magda é a única, porém, que se declara abertamente a favor da reinserção. “Todos têm consciência dessa necessidade. Imagine o imbróglio jurídico se, porventura, cada Estado e município tiver que fazer sua própria legislação. Agora, os governadores e prefeitos precisam trabalhar o suficiente para que isso ocorra.” Já Vitor Hugo não declara posição, mas afirmou à coluna Giro que a aprovação ou não da PEC depende “do âmbito político e do desempenho dos governadores”.