O empenho de emendas a deputados federais e senadores goianos cresceu 210 vezes entre janeiro e maio deste ano se comparado com o mesmo período de 2017. Levantamento feito pelo POPULAR junto ao painel de emendas do Portal Siga Brasil, mantido pelo Senado Federal, mostra que foram R$ 519,5 mil nos primeiros meses do ano passado contra R$ 109,1 milhões empenhados em 2018 aos 20 parlamentares que o Estado tem na Câmara e no Senado. Em relação ao que foi pago, a proporção dobra: R$ 35,8 milhões ante R$ 77,9 milhões.O empenho de emendas ocorre quando o governo separa parte de seu orçamento para executar a solicitação feita pelo parlamentar, que geralmente apresenta emendas com base na solicitação de prefeitos de seu Estado. O pagamento, por sua vez, se dá quando a obra ou ação requerida é executada. No geral, o governo Michel Temer (MDB) empenhou 40 vezes mais emendas aos 513 deputados federais e 81 senadores que no início de 2017 - R$ 102,6 milhões ante R$ 4,2 bilhões. Isso reflete, em grande parte, o período eleitoral que se aproxima, sobretudo agora em que as articulações políticas começam a se afunilar. Em off, deputados dizem, porém, que os valores tendem a diminuir, visto que a intenção do Planalto é começar a liberar verbas extra orçamentárias ao invés de emendas parlamentares.Isso ocorre porque, apesar de o governo ser obrigado a pagar as emendas, visto que são impositivas, sua liberação ainda demanda muito de articulação política. Contudo, justamente por serem impositivas, querendo ou não, o governo precisa pagar emendas de partidos diversos; com as extras, é possível beneficiar apenas os parlamentares da base.A maioria das emendas dos deputados e senadores goianos foi destinada à área da saúde: 56% das emendas foram para a área. A segunda área que mais deve receber recursos é desenvolvimento urbano e infraestrutura (32%). Pela lei, metade das emendas apresentadas precisa, obrigatoriamente, ser destinada a ações e serviços públicos de saúde. Todavia, segundo o deputado Lucas Vergílio (Solidariedade), o número grande de emendas nesse sentido se dá também porque “é um recurso mais fácil de ser liberado”. “Principalmente em relação a custeio, porque sai do Fundo Nacional de Saúde e vai direto para as prefeituras. Fora o fato de que recursos para saúde são sempre poucos”, diz.Para Thiago Peixoto (PSD), um dos deputados que mais apresentou emendas para a área de saúde, o fato de grande parte das emendas serem dedicadas à área se justifica também porque é essa a principal demanda nos municípios. Tanto que quase metade das emendas para a área focam a saúde básica, geralmente de responsabilidade das prefeituras. “Fazemos as emendas de acordo com as demandas de cada município”, diz.