Após a intensificação de cobranças internas nas últimas semanas, o senador Wilder Morais, presidente do diretório goiano do Partido Liberal (PL), confirmou, em reunião com correligionários na tarde desta segunda-feira (17) em sua residência em Goiânia, pré-candidatura ao governo de Goiás na eleição de 2026. A decisão ocorre em meio a outras pré-candidaturas já anunciadas ao Palácio das Esmeraldas, como do vice-governador Daniel Vilela (MDB) e do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Ao POPULAR, Wilder disse que o primeiro plano é definir agenda de trabalho e, então, intensificar as movimentações a fim de que os goianos o reconheçam como pré-candidato no ano que vem. Sem citar nomes, ele afirmou que o PL “terá candidatura nacional no ano que vem” e, sendo assim, “Goiás também vai ter porque a nacional precisa ter palanque aqui”.“Tivemos uma reunião do grupo nosso aqui, eles me apertaram me pedindo, e decidimos que eu serei pré-candidato ao governo do Estado. Vamos começar a anunciar isso. Também vamos ter chapa para o Senado”, afirmou Wilder, para completar: “Vamos vir com a pauta para desenvolver o Estado de Goiás, e eu vou trazer a minha experiência de empresário, de parlamentar, de alguém que esteve no Executivo. Goiás é um Estado conservador e exige posicionamento nosso. Partido como o nosso tem que ter candidato.”O encontro desta segunda foi planejado pelo próprio senador ainda na semana passada com o intuito de tratar de “questões políticas do partido em Goiás”. Outra definição acertada foi a da pré-candidatura do deputado federal Gustavo Gayer (PL) ao Senado. A confirmação de Wilder ocorre quase dez dias depois de ele ter participado de um encontro do agronegócio em Jataí (Sudoeste do estado), no dia 8, junto a lideranças nacionais ligadas ao bolsonarismo, no qual o senador fez discurso em tom eleitoral e chegou a ser citado como futuro governador pelo organizador do evento, o ex-deputado federal Marcelo Brum (Republicanos-RS). Na ocasião, o senador já vinha sendo cobrado por aliados para ampliar a movimentação de pré-campanha, mas teria sinalizado que deixaria para intensificar as ações no ano que vem. A antecipação, segundo Wilder, se deu pela pressão dos correligionários e também pela análise de pesquisas internas do partido que o mostram com vantagem sobre os prováveis adversários ao governo estadual em 2026. “Têm pesquisas nossas que mostram que eu estou em terceiro lugar. Se eu falo em pesquisa, o pessoal de Taquaral, por exemplo, lá atrás também não acreditava em mim não. Achavam que eu não ia conseguir chegar ao Senado. Mas eu acredito no meu projeto”, afirmou.Nos últimos 12 meses, houve intensa redução do número de prefeitos filiados a partidos de oposição ao governo de Goiás desde o fim das eleições de 2024. Depois de alcançar a vitória em 26 cidades no ano passado, O POPULAR revelou que o PL conta agora com apenas 14 prefeitos filiados e com tendência de mais baixas. O prefeito de Novo Gama (Entorno do Distrito Federal), Carlinhos do Mangão (PL), declarou apoio, no último dia 11, às pré-candidaturas de Daniel, e da primeira-dama Gracinha Caiado ao Senado em 2026.Wilder minimizou a debandada dos prefeitos do PL, disse que “isso é fato isolado do prefeito” e afirmou que no ano que vem “viajará a todos os 246 municípios do estado”. “A maioria dos prefeitos perdeu a base inteira nessas cidades e está só ele. Mas aí é decisão do prefeito (de sair), tem que perguntar ao prefeito. A nossa parte fizemos - elegemos eles”, afirmou o senador, acrescentando que a justificativa para a redução dos filiados pode ter a ver com “pressão do atual governo” e “medo de perder verba”.Conforme mostrou O POPULAR no dia 10, na cúpula do governo estadual há apostas de que o PL ainda pode ficar com a base diante da prioridade do partido, já manifestada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em eleger senadores em todo o País. Dentro do grupo de Wilder, no entanto, as manifestações são de confiança em suas declarações de que a sigla estará na oposição. Nesse contexto, o governador Ronaldo Caiado (UB) tem agendada visita a Bolsonaro, que está preso em regime domiciliar, no dia 9 de dezembro. Além de Wilder, a reunião desta segunda contou com a presença do deputado federal Gustavo Gayer; dos deputados estaduais Eduardo Prado e Major Araújo; dos vereadores por Goiânia Oséias Varão e Coronel Urzêda; dos ex-deputados Fred Rodrigues e Lissauer Vieira; e do advogado da sigla, Victor Hugo Pereira. Cotado para deputado federal ano que vem, o vereador Vitor Hugo não compareceu ao encontro.