São Paulo – A Operação Lava Jato tem as notas, a proposta de contrato e as cópias de e-mails trocados entre a Toshiba Infraestrutura América do Sul e os laranjas do doleiro Alberto Youssef que teriam respaldado o pagamento da propina de pelo menos R$ 1,5 milhão ao PT e ao PP, em 2012.O pagamento para a Empreiteira Rigidez seria a propina pelo contrato firmado com a Petrobras, nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. A Toshiba, que estava com problemas para ser contratada, recorreu aos serviços do doleiro e do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa – cota do PP no esquema de fatiamento político de diretorias.A Rigidez era uma das empresas usadas pelo doleiro para emitir notas por serviços não prestados. A PF já tem provas de que ela fechava contratos para cobrir o dinheiro desviado das empreiteiras do cartel.Em novo depoimento ontem ao juiz federal Sérgio Moro, o doleiro confessou pela primeira vez na Justiça Federal que operacionalizou a entrega de cerca de R$ 800 mil do PT, metade disso pago em dinheiro na porta da sede do PT, em São Paulo. O destinatário era o atual tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, suposto operador de propina no esquema da Petrobras. O pedido, segundo o doleiro, foi feito por um executivo da Toshiba, José Alberto Piva CampanaNo material que faz parte do inquérito aberto em janeiro tendo como alvo o negócio da Toshiba há três notas fiscais emitidas pela Rigidez contra a Toshiba, totalizando R$ 1.494 318,42. O material foi encontrado nas buscas que a Polícia Federal fez na Arbor Contábil, empresa da contadora do doleiro, em São Paulo, em abril do ano passado e fazem parte do inquérito aberto para apurar o caso da Toshiba. No local, foram obtidas ainda cópias de dois e-mails trocados entre outro executivo da Toshiba, Rubens Takimi Nomada, e Waldomiro Oliveira – laranja de Youssef.No primeiro e-mail o executivo pede proposta de contratação e a minuta do termo para “prestação de serviços para o projeto Comperj Substações Unitárias”. No segundo e-mail o executivo solicita a revisão da proposta e indica a necessidade de reconhecimento de firma no contrato.