Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em Goiás e lideranças regionais do partido criticaram nesta terça-feira (25) a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente por chefiar a organização para tentativa de golpe de Estado após a derrota na eleição de 2022. Além de criticar o trânsito em julgado na Corte, os goianos reforçaram a defesa pela aprovação do projeto de anistia, no Congresso Nacional.O vice-presidente estadual do PL, ex-deputado estadual Fred Rodrigues, aponta que a finalização do julgamento é uma “insanidade completa”. Segundo ele, ao julgar o que chama de “farsa do golpe”, o Supremo não respeitou os prazos previstos e agilizou a definição para início do cumprimento da pena dos condenados. “Decretaram o trânsito em julgado com prazo aberto para embargos infringentes e de divergência, garantidos pelo próprio artigo 134 do Regimento Interno do STF. A decretação de cumprimento de pena sendo que ainda há recursos, só mostra que Bolsonaro nunca teve um julgamento justo, mas sim uma inquisição onde já estava condenado antes de cometer qualquer crime”, critica o ex-deputado e ex-candidato a prefeito de Goiânia em 2024.Já o deputado federal e presidente do PL em Goiânia, Gustavo Gayer, reforçou a defesa pela anistia aos envolvidos no 8 de janeiro assim como para Jair Bolsonaro. Além disso, pediu que os apoiadores do ex-presidente intensifiquem a pressão sobre os 301 deputados que votaram a favor da urgência ao PL da anistia, aprovada em 17 setembro. “Já passou da hora do projeto da anistia ser apreciado. Nós já temos os votos e temos a maioria da Câmara dos Deputados, que entende a perversidade do que está acontecendo. Não só com o Bolsonaro, mas todas essas famílias que sofrem há anos com essa perseguição completamente teatral”, afirmou o deputado em declaração ao canal da bancada do PL no Congresso.“Esse é um julgamento que macula, talvez permanentemente a credibilidade da Justiça brasileira, que solta bandido e traficante, mas um velho de 79 anos como o general Heleno é levado para a prisão. É um absurdo o que está acontecendo no nosso país”, completou.Nas redes sociais, Gustavo Gayer citou declarações do senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ), que reforçou o compromisso firmado ainda nas campanhas para as eleições de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (UB-AP) às presidências da Câmara e do Senado. O filho do ex-presidente apontou, depois de visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, que o ex-presidente fez um “pedido direto” para que os dirigentes das casas legislativas cumpram o acordo e incluam a anistia na pauta de votações. “Se Deus quiser, nós resgataremos um pouco de decência e de sanidade para um país que está se transformando em um narcoestado, onde as pessoas já consideram a possibilidade de fugir e temos vários exilados. Isso tem que a acabar em algum momento e a aprovação da anistia é o primeiro passo para resgatar o mínimo de credibilidade no nosso país”, afirmou Gayer sobre a expectativa de votação nesta quarta-feira (26).Procurado pela reportagem por meio da assessoria, o presidente estadual do PL, senador Wilder Morais, não se manifestou sobre o trânsito em julgado da condenação a Bolsonaro. Nas redes sociais, o parlamentar apenas reforçou a defesa pela aprovação do projeto de anistia ao publicar imagens da reunião realizada na sede do partido, em Brasília, na tarde de segunda-feira (24). Na postagem, Wilder escreveu: “Não baixaremos a cabeça. Seguiremos lutando”. O senador também marcou presença na entrevista coletiva do senador Flávio Bolsonaro.