Rubens Salomão

Os resultados e contextos das disputas eleitorais em 243 municípios goianos consolidaram o Partido Liberal (PL) como principal grupo de oposição à base do governador Ronaldo Caiado (UB). Depois da conquista do comando de 25 cidades, contra as 140 vitórias na soma de União Brasil e MDB, lideranças do PL antecipam que o desfecho da disputa deste ano cacifa a pré-candidatura do senador Wilder Morais (PL) ao governo estadual em 2026.

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Presidente estadual da sigla, Wilder bancou a definição para disputas de correligionários contra aliados de Caiado e do vice-governador Daniel Vilela (MDB) em todas as regiões do estado. O senador mantém trabalhos nas disputas em segundo turno contra os governistas Sandro Mabel (UB) e Leandro Vilela (MDB), em Goiânia e Aparecida de Goiânia, com participação direta nas campanhas de Fred Rodrigues (PL) e Professor Alcides (PL), respectivamente.

Apesar de ainda não direcionar críticas públicas diretas à gestão caiadista, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Goiás definem que o afastamento dos dois grupos é considerado “irreversível”, principalmente com vistas à disputa pelo governo estadual contra Daniel, provável governador e pré-candidato à reeleição em 2026, a partir de renúncia já definida por Caiado.

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“A eleição de 2026 passa por agora. Nós temos que colocar o PL e os nomes da direita que fazem a diferença nos municípios. A bancada do PL apoia também o próximo governador Wilder Morais”, defendeu o deputado estadual Eduardo Prado (PL), em discurso durante comício com a presença de Bolsonaro em Aparecida de Goiânia.

Durante a agenda anterior do ex-presidente na capital, o deputado federal e presidente metropolitano do PL, Gustavo Gayer, também relacionou os resultados à estruturação de projeto estadual, alinhado à busca pelo retorno de Bolsonaro à presidência. “O nosso trabalho de formação de base está de vento em popa”, disse. “Nós vamos fazer o maior partido que Goiás já viu, com Wilder Morais, que vai ser nosso futuro governador”, discursou ainda, no fim de setembro, em comício no Parque Vaca Brava.

A avaliação interna no PL é que a eleição municipal, além do resultado prático das urnas com ampla hegemonia da base palaciana, resultou em maior engajamento do eleitorado bolsonarista, principalmente em torno das lideranças de Wilder e Gayer. Os dois projetam candidaturas ao governo e ao Senado, respectivamente.

Nos bastidores da sigla, há apontamentos de que a possível chapa majoritária para a próxima eleição estadual seria também composta pelo vereador eleito em Goiânia, Major Vitor Hugo, na outra vaga para a disputa da cadeira de senador.

O contexto da eleição municipal também marcou aproximação de Wilder com a deputada federal Lêda Borges (PSDB), que passou a ser cotada para eventual candidatura à vice-governadoria, daqui a dois anos. A parlamentar passou, inclusive, a controlar a direção municipal do PL em Valparaíso, no entorno do Distrito Federal.

O partido liderado pelo senador alcançou a vitória, na região do entorno, em Formosa, com a eleição de Simone Ribeiro, e em Novo Gama, com ampla margem do prefeito Carlinhos do Mangão, reeleito com 78% dos votos. PL e MDB tiveram disputa direta em Valparaíso, com vantagem para o governista Marcus Vinícius (61,2%) contra o bolsonarista Zé Antônio (21%).

A divisão de forças entre no estado ainda depende do desfecho de disputas pelo comando das três maiores cidades goianas. Os grupos de Wilder e Daniel polarizam as corridas em Goiânia e Aparecida, com os governistas Sandro Mabel (UB) e Leandro Vilela (MDB) contra os bolsonaristas Fred Rodrigues e Professor Alcides (ambos do PL), respectivamente.

Os dois, no entanto, estão juntos em apoio ao suplente de deputado federal Márcio Correa (PL), em Anápolis. Em caso de vitória, do ex-emedebista contra o deputado estadual Antônio Gomide (PT), há expectativa de reciprocidade no apoio a Daniel em 2026, mas esperança por parte de lideranças do PL, apesar da relação anterior com o vice, consolidada desde a primeira candidatura de Correa à prefeitura, em 2020, pelo MDB.

Depois do encerramento da participação no primeiro turno, com a derrota de Eerizânia Freitas (UB), o governador Ronaldo Caiado tem mantido a neutralidade na disputa em Anápolis.

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Daniel Vilela: MDB elegeu prefeitos em todas as regiões do estado (Diomício Gomes / O Popular)

Comparação

Apesar das vitórias em número de cidades bem menor, em comparação com a base governista, a cúpula do PL aponta que o trabalho de lançamento de nomes ampliou o trabalho de Wilder, estruturado desde a primeira passagem pelo senado, entre 2012 e 2018. O próprio senador valorizou o processo, em discurso realizado em Aparecida de Goiânia, na sexta-feira (11), durante visita de Jair Bolsonaro.

“Eu como presidente do partido em Goiás, nós fizemos um esforço muito grande. Eu andei em 130 cidades onde tinha um candidato nosso. Independente se ele era fraco ou se era forte. Caminhada na rua igual você faz, presidente, mas até com seis ou sete pessoas. Onde tinha o PL eu estava lá andando. Por isso nós conquistamos e hoje temos respeito aqui no estado de Goiás”, disse Wilder, se direcionando a Bolsonaro.

O PL teve 61 candidaturas próprias em Goiás, enquanto o UB encabeçou 138 chapas e o MDB liderou outras 78. Na oposição, além das 25 cidades que passarão a ser comandadas pelo partido de Wilder, o PSDB chegou a apenas sete prefeituras e o PT conseguiu vencer em três.

Presidente estadual do MDB, o vice-governador comemorou. “O resultado foi muito positivo. Estamos bastante contentes e foi acima das nossas expectativas, com 60% de sucesso, quando o normal é de 40%, e um resultado bem capilarizado. O MDB elegeu prefeitos em todas as regiões de forma bem distribuída em cidades simbólicas”, afirma Daniel.

O vice-governador cita a vitória sobre o PL Valparaíso, além das conquistas em Uruaçu, Catalão e Rio Verde. “Aliás, no Sudoeste, eu troquei Jataí pelas outras 27 cidades”, brinca Daniel, que aponta ainda os resultados na região do Vale do Araguaia.

O líder emedebista confirma que a ampliação da hegemonia municipal pela base do governo estadual é um passo importante para a disputa ao Palácio das Esmeraldas em 2026.

“A tônica dessa eleição não foi essa história de direita ou de direita fragmentada. Foram as boas avaliações que deram a vitória. Todo mundo que estava bem avaliado ganhou e ganhou com facilidade, independente de quem era o adversário. Eu acho que o resultado em Goiás, além disso, soma também a boa avaliação do governo”, avalia o vice-governador.

PL reforça distância da base e MDB já projeta disputa

Política

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Matéria - Política

Eleições 2026

A revisão de contratos realizada pela Prefeitura de Goiânia nos últimos dois meses levou à economia de R$ 208 milhões. O secretário municipal de Finanças (Sefin), Cleyton Menezes, afirma que a maior parte do impacto ocorrerá na próxima gestão, mas o reflexo imediato - junto com a arrecadação do Refis em 2024 - ajudou a garantir o complemento de recurso para o pagamento das folhas de novembro e dezembro.

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Logo no início da transição de mandato, o prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), e membros de sua equipe levantaram dúvidas sobre a capacidade da Prefeitura arcar com a despesa de pessoal nos últimos meses do ano. O prefeito, Rogério Cruz (SD), e Menezes refutaram a possibilidade. Os servidores da Prefeitura receberam o pagamento de dezembro adiantado na última sexta-feira (22). Questionado se houve dificuldade para fechar a folha, Menezes reforçou que a atual gestão nunca trabalhou com a hipótese de não pagar os servidores.

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“Óbvio que teve de ter esforços. A questão da contenção de despesa, a limitação de novas contratações… Isso tudo contribuiu para que a gente fizesse a folha, mas… Esforço para fazer a folha tem todo mês, não foi uma coisa tão extraordinária. Nós fizemos outubro, novembro e dezembro. ‘Ah, mas a comissão de transição falou que não ia fazer’… Mas com base em quê?”, declarou.

O decreto para ajuste de despesas foi publicado em 17 de outubro, quando Cruz determinou medidas como renegociar contratos, revisar licitações, suspender itens da despesa corrente e ajustar gastos com pessoal. A minuta do decreto foi elaborada em maio de 2024, mas só foi publicada após o período eleitoral. A finalidade foi tentar reverter a possibilidade de terminar o último ano de mandato com as contas no vermelho. No segundo quadrimestre, a Prefeitura teve déficit de R$ 349 milhões.

De acordo com Menezes, a Sefin revisou 204 contratos e realizou 39 reuniões com os responsáveis pelos órgãos. Todas as pastas foram alcançadas pela análise. Houve casos de documentos que tiveram redução de 25% a mais de 50%, contratações que foram extintas e situações em que não houve mudança no contrato. Menezes cita como exemplo a locação de veículos, que passou pela redução de 25%. “Pode mexer no contrato novamente, mas, do ponto de vista técnico, a gente entende que essa redução não traz prejuízo para a administração. Basta fazer o uso racional da locomoção”, afirmou.

O maior volume de cortes ocorreu na Secretaria Municipal de Administração, diz Menezes, por ser o órgão com os maiores contratos, que atendem diferentes pastas (como no caso de locação de carros). As alterações atingiram 27 órgãos.

Resultado

Segundo Menezes, ainda não é possível afirmar se a Prefeitura vai terminar o ano com superávit ou as contas no vermelho. O secretário afirmou que o resultado ainda depende de transferências de parcelas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) previstas para os últimos dias do ano.

Em relação ao caixa da Prefeitura, Menezes disse que também é preciso aguardar os próximos dias para informar o resultado. “Como a gente fez a folha de pagamento hoje (sexta-feira, 20), temos algumas despesas obrigatórias, e preciso ver como vai ser o movimento da receita até o dia 30 de dezembro, face a essas despesas”, declarou.

O secretário disse que “a casa está organizada”. “Não está da forma como o pessoal está colocando aí. A Prefeitura tem problemas, de fato… a Secretaria de Saúde (SMS), talvez em outras secretarias”, disse, sem citar diretamente a intervenção do estado na SMS e o cenário de desequilíbrio financeiro que tem sido apontado por Mabel. Menezes argumentou que melhorar o desempenho da despesa pública é desafio a nível nacional.

Comurg

O auxiliar ainda afirmou que não é correto fazer ligação direta das dívidas da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores do município (Imas) com a Prefeitura, por se tratarem da administração indireta, com gestão própria. O secretário também apontou a necessidade de fazer uma análise profunda das dívidas desses órgãos, para que sejam descritos números reais da situação financeira. Ele mencionou, como exemplo, casos de dívidas prescritas da Comurg.

Após dezenas de reuniões para promover as alterações nos contratos da Prefeitura, Menezes destacou como maior desafio conscientizar as demais pastas sobre a necessidade de cortar despesas. “Os outros órgãos acham que a Finanças tem um tesouro aqui e que não tem limite. Eles querem fazer tudo e (acham que) o tesouro dá conta de fazer tudo”, afirmou o titular.

Compromisso

O secretário garantiu que a Prefeitura vai pagar os cerca de R$ 180 milhões de precatórios previstos para este ano. A expectativa, segundo o auxiliar, é quitar o valor na sexta-feira (27) ou no dia 30. Segundo Menezes, a Prefeitura já tem o recurso, e a decisão sobre a data está relacionada à organização orçamentária. O Paço Municipal tentou articular a aprovação de projeto de lei na Câmara para a venda de mais de 70 áreas públicas municipais (APMs) sob justificativa de usar o recurso para pagar os precatórios.

O tema começou a ser discutido em 2023 e - entre desgastes, críticas de vereadores e erros no projeto que precisaram ser corrigidos - não houve tempo suficiente para que a matéria fosse aprovada e as áreas vendidas. A Lei Orgânica do Município proíbe a alienação de bens nos últimos seis meses de mandato. Em julho deste ano, o Paço Municipal informou que os precatórios seriam pagos com recursos do Tesouro.

O auxiliar afirmou ainda que a gestão vai deixar em caixa parte da verba do empréstimo de R$ 710 milhões contratado com o Banco do Brasil. A instituição financeira já repassou R$ 127 milhões para a Prefeitura e a administração usou R$ 50 milhões para pagamentos. “A próxima gestão não tem dificuldade (financeira) nenhuma para tocar obras”, disse.

Refis

Até sexta-feira (20), a Prefeitura arrecadou, por meio do Refis 2024, R$ 71 milhões, sendo a maior parte, R$ 69 milhões, à vista. O montante representa 51% da meta de R$ 140 milhões. Para Menezes, o resultado demonstra que a Sefin acertou na estratégia de levar para 99% os descontos em multas para os pagamentos à vista.

Após idas e vindas, a Prefeitura definiu que o Refis será realizado até fevereiro de 2025 (a partir do próximo ano, as dívidas de 2024 não poderão ser renegociadas). A proposta inicial da gestão de Cruz era realizar o programa até o final de novembro, concentrando a arrecadação no atual mandato, sob o entendimento de que é comum que o contribuinte procure a Prefeitura nos últimos dias de Refis.

No entanto, quando o projeto de lei que cria o programa estava na Câmara, Mabel articulou a apresentação de uma emenda para promover, entre outras alterações no texto, o prolongamento até fevereiro, levando parte da arrecadação para seu mandato. O dispositivo foi vetado por Cruz, mas o posicionamento do prefeito foi derrubado pelos vereadores.

Depois disso, Cruz reagiu publicando decreto negando a execução das emendas incluídas na matéria e a Câmara aprovou outro dispositivo contra a ação da Prefeitura. O assunto foi parar na Justiça. Quanto ao prazo, a Sefin decidiu acolher o que foi previsto na emenda de Mabel sob a justificativa de que a confusão relacionada ao tema prejudicava o contribuinte.

Revisão de contratos da Prefeitura de Goiânia gera economia de R$ 208 milhões

O racha no PL provocado pela revelação de articulações do vereador eleito Major Vitor Hugo com o vice-governador Daniel Vilela (MDB) tende a ganhar novos capítulos com a provável aproximação entre prefeitos e a base governista, testando a capacidade do senador Wilder Morais, pré-candidato a governador, de evitar a desidratação de seu projeto. 

Desde o fim das eleições deste ano, governistas dão como certo que parte dos 26 gestores municipais filiados ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro passará a gravitar em torno do Palácio das Esmeraldas. Mais do que isso, aliados do governador Ronaldo Caiado (UB) trabalham discretamente neste sentido. 

Em silêncio diante do conflito escancarado nesta semana, Márcio Corrêa, de Anápolis, parece ser bom exemplo do que pode estar por vir. O principal prefeito eleito do PL em Goiás era filiado ao MDB até abril e a construção de sua candidatura foi citada tanto por Vitor Hugo quanto por Daniel como o principal fator de aproximação entre os dois.

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Lamento

O vereador eleito Oséias Varão (PL) afirmou à coluna, na quarta (18), que o grupo ficou “muito indignado” com o o movimento de Vitor Hugo justamente pela dificuldade de se construir um projeto na oposição. “A duras penas”, resume.

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Retrospectiva

Major Vitor Hugo postou vídeo com mais de 30 minutos no qual tenta encerrar o assunto e passa por todo histórico de sua relação com o deputado federal Gustavo Gayer (PL).

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Não é de hoje

Vitor Hugo trata da construção da candidatura de Fred Rodrigues “sem diálogo”, de momentos de tensão que ocorreram durante a campanha e critica a polêmica do diploma que envolveu o ex-candidato a prefeito de Goiânia pelo PL.

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Patrimônio - Banco quebrado na Praça do Trabalhador, no Centro de Goiânia. (Wildes Barbosa / O Popular)

Abrigo

Em final de mandato, o prefeito de Catalão, Adib Elias (MDB), é cotado para assumir a Secretaria Estadual de Infraestrutura.

Em 2025

Pedro Sales acumula o cargo de secretário de Infraestrutura com o de presidente da Goinfra. Se a nomeação de Adib se consolidar, ele ficará apenas à frente da agência. Conforme a coluna mostrou no início da semana, o governador Ronaldo Caiado avaliou definir espaços para prefeitos antes de sair de férias. Acabou deixando para janeiro.

Rumo à Índia

Caiado definiu detalhes da missão do governo estadual à Índia, revelada aqui. Durante reunião com o embaixador do país asiático no Brasil, Suresh Reddy, o governador pediu &nbsp;que as entidades empresariais selecionem seus “formuladores” e “melhores cabeças” para a viagem, que será realizada entre os dias 10 &nbsp;e 21 de fevereiro.

Farol para Caiado

Cada vez mais interessado no desempenho da Índia, Caiado pediu ao embaixador que prepare “imersão” de um dia com aulas para aprender a dinâmica econômica, o sistema tributário e metas de produtividade do país.

Pergunta para:

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Luís Alberto Pereira é engenheiro civil e presidente do Sistema OCB/GO (Divulgação)

Luís Alberto Pereira

Presidente da OCB

Quais as perspectivas para 2025?

Estou imaginando um ano muito difícil do ponto de vista da economia do país. O governo federal não vai resolver o problema do déficit, a inflação vai continuar subindo e o Banco Central vai continuar subindo juros para tentar segurar a inflação. Vejo um ambiente muito pessimista porque o governo federal não dá sinais de uma política austera do ponto de vista fiscal.

Arremate:

Inovação - A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) assegurou investimento total de R$ 4 milhões para a terceira edição do Programa Centelha, iniciativa nacional criada com o objetivo de estimular o empreendedorismo inovador em todo o país.

Fontes -&nbsp;O recurso é composto por R$ 3 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com uma contrapartida estadual de R$ 1 milhão.

Na prática - O programa garante o apoio a 47 startups goianas com projetos inovadores, voltados para o desenvolvimento de soluções tecnológicas e novos negócios.

Fissura no PL tende a se ampliar com aproximação entre prefeitos e governo

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

O estado de Goiás deve cumprir o teto de gastos em 2024 “sem traumas”, em um cenário diferente do final de 2023, quando o respeito à regra demandou esforço do Executivo e provocou desgaste com outros Poderes. O secretário-geral de Governo (SGG), Adriano da Rocha Lima, afirma que, para os últimos dias do ano, estão previstos apenas “ajustes finos”. Neste ano, Goiás está submetido ao teto de R$ 35,3 bilhões determinado pelo Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Em 2023, a situação era mais complicada também porque foi o último ano teto imposto por renegociação de dívidas da década de 1990.

Para 2025, o secretário afirma que o estado aguarda a oportunidade de aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e deixar o RRF. A expectativa é ter condições mais vantajosas para quitar dívidas e abertura de espaço de R$ 3 bilhões no teto de gastos. A ampliação de investimentos ocorrerá no mesmo ano em que o governador Ronaldo Caiado (UB) planeja viajar pelo País em pré-campanha pela disputa à presidência da República. Segundo Adriano, a gestão está estruturada para ser acompanhada à distância pelo governador.

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Há expectativa de Goiás aderir ao Propag ainda em 2024?

Acho bem improvável. Depois de aprovado (a reportagem entrevistou o secretário em 17 de dezembro, horas antes da aprovação da matéria no Senado), ainda precisa ser sancionado pela presidência da República. Tem que mandar um projeto de lei para a Assembleia. Uma vez feito isso, tem que formalizar na Secretaria do Tesouro Nacional a adesão. Não está muito claro qual o procedimento, quanto tempo leva para eles formalizarem isso. De toda a forma, no ano de 2024, diante desses prazos, nós ainda estaremos vinculados à Lei Complementar (LC) nº 159 (RRF). Em 2025, uma vez aprovado o Propag, a ideia é fazer a adesão e, com isso, mudam as regras. O Propag não é como o RRF, que é restrito aos estados que têm essas características fiscais que atendem a entrada no programa. Todos os estados podem ser vinculados porque o Propag visa uma renegociação da dívida, que acaba vindo atrelado à LC 159. Ele carrega outras regras além da renegociação das dívidas. Então, quem está na LC 159 pode migrar para o Propag.

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Em um cenário sem o Propag em 2024, Goiás está submetido ao teto de gastos da LC 159, por causa do RRF. Qual o teto para 2024? Existe possibilidade de romper esse teto? 

Vamos cumprir o teto. Aliás, até com mais tranquilidade do que foi no ano passado. Neste ano, a gestão orçamentária foi muito bem conduzida, de forma que estamos bastante dentro daquilo que precisa. Tem ajustes que se faz em dezembro, são naturais. Ajuste fino. Vamos cumprir sem traumas (o teto estipulado pela) LC 159. No ano que vem, vamos esperar essa adesão ao Propag e passamos a ter regras novas. Continua tendo o teto, mas dentro de um outro cenário, de outras regras de cumprimento de teto.

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O governador Ronaldo Caiado disse que o estado vai ter R$ 3 bilhões a mais de teto em 2025 com o Propag…

De toda forma, como não tínhamos a segurança do Propag, como acabou acontecendo - provavelmente vai ser aprovado neste ano, mas não começa a valer, na prática, em 2024 -, a gente vem segurando o orçamento para caber dentro da LC 159. Isso tem efeito colateral de o estado acumular mais caixa porque não consegue gastar além de determinado ponto. Isso obviamente impacta algumas políticas públicas, mas conseguimos fazer a priorização necessária. E muitas vezes acontece até atrasos naturais, que estão fora do nosso controle. Com isso, diminuímos o orçamento de algo porque sabemos que não vai avançar na velocidade que se esperava e é incrementado (recurso) em outro ponto. Essa gestão é compartilhada pela Secretaria da Economia e a SGG. No final do primeiro semestre deste ano, fizemos um convênio entre as duas secretarias para garantir esse acompanhamento entre aquilo que é prioridade, em termo de políticas públicas, e aquilo que é necessário para cumprir as regras fiscais, de forma que a gente use da melhor forma possível o recurso que está disponível. Isso tem funcionado muito bem.

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Qual o teto Goiás terá de cumprir em 2024?

Incluindo todos os Poderes, são R$ 35,3 bilhões. Considerando apenas o Executivo, o teto é de R$ 30,7 bilhões.

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O estado tentou um empréstimo recentemente, mas não deu certo em meio ao imbróglio com o governo federal. Existe perspectiva de novo empréstimo ou continuidade daquele? 

Nós temos um que já foi aprovado, que é do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), do Profisco (Programa de Modernização da Gestão Fiscal, no valor de U$ 100,4 milhões), um empréstimo relacionado a investimentos voltados a melhorias da gestão, em tecnologia, processos e etc., esse está em andamento. No ano passado, o que aconteceu foi com o Banco Mundial, nós submetemos a eles uma demanda de investimentos, que tinha infraestrutura, parte do sistema de transporte, os ônibus elétricos e etc. Sobre o ponto de vista do banco, nós estávamos aptos a pleitear esse empréstimo. Mas teve aquele problema político em que o Ministério da Economia não encaminhou a nossa carta consulta para a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), que é a reunião que aprova isso. Acredito que dentro da parte de infraestrutura e estradas, o problema está mais bem resolvido em função do Fundeinfra e etc. Nós temos capacidade de investimento e estamos realizando. Infraestrutura é sempre um desafio grande por conta das burocracias. Mas conseguimos ir superando essas dificuldades de forma que temos um programa muito bem estruturado, em andamento e em velocidade de entrega boa. O Banco Mundial nos procurou novamente porque, para eles, também é importante terem na carteira estados como Goiás. Eles têm também, do lado deles, necessidade de emprestar. O Banco Mundial tem um determinado processo e metodologia de acompanhamento de obras, contratação e, depois, de manutenção por x anos, que também é interessante. Independentemente da questão do dinheiro, o próprio processo do Banco Mundial é muito robusto e serve de aprendizado. Estamos discutindo com eles eventualmente fazer uma pequena parte de empréstimo voltado muito mais para ser um piloto do que para ser algo que vá fazer grande diferença, porque já temos recurso financeiro.

Outra área que eles têm interesse em emprestar dinheiro para o estado é toda essa transformação que estamos fazendo envolvendo o setor de energia, um programa de destaque do estado de Goiás, e que envolve indiretamente o transporte coletivo. Estamos em fase inicial de discussão sobre isso. Obviamente (o empréstimo) vai depender dessa questão do Propag, porque dentro do RRF tem limitações. Depende também de fazer jus à nota que deveríamos ter de Capag (Capacidade de Pagamento). Na verdade, nós cumprimos todos os critérios para ser Capag B ou A. Estamos na C porque o estado fez uma reclamação, que foi validada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de que a gente recebeu uma intimação muito antes dos prazos normais, porque nós estaríamos fora do RRF. Com a contra-argumentação que a gente fez, mostrando que aquela análise estava equivocada, julgaram que isso, segundo eles, por uma interpretação muito particular da lei, essa declaração que o estado fez de que ainda precisava estar no RRF faria com que ele tivesse obrigatoriamente de ser Capag C, ainda que todos os indicadores de Capag apontem para B ou A. Mas acredito que isso será revisto tanto pelo Propag quanto por um novo envio dessas informações. Também acredito que isso será superado.

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Essa conversa com o Banco Mundial é um novo processo ou tem relação com o empréstimo discutido anteriormente?

É um novo processo. E dentro do momento atual, que é diferente daquele há um ano e meio, quando começamos a discutir.

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Foram discutidos valores?

Não. O Banco Mundial diz que teria condições de, a depender de avaliações, emprestar por volta de U$ 400 milhões para o estado de Goiás. Não sei se a gente vai querer isso tudo, mas um crédito pré-aprovado, digamos assim, seria em torno disso.

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Tem perspectiva de reforma administrativa no estado, com criação ou união de pastas?

Esse tipo de decisão estratégica é do governador. Não vejo nenhuma perspectiva de mudanças radicais. O governador entende que o governo tem funcionado bem. Vai passando o tempo, aumenta a maturidade, muda a prioridade. Determinada competência que era muito importante em 2019 ou 2020 não é a mais relevante hoje. Podem ser que mudanças pontuais aconteçam aqui e ali, mas preservando a estrutura administrativa do governo. Não tem nenhuma previsão de junção de secretarias ou algo assim em andamento. Se tiver mudanças, são muito pontuais e de avaliação do governador.

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E alteração no secretariado, com nomeação de prefeitos aliados que estão terminando mandato?

Sinceramente, não tenho notícias de mudanças em andamento neste sentido. Pode ser que aconteçam alterações pontuais, mas não (digo isso) porque eu sei de alguma coisa. Naturalmente, pode acontecer. É uma questão pessoal do governador.

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&nbsp;O governador já disse que, como pré-candidato a presidente da República, vai viajar o País em 2025 mostrando os resultados de Goiás. Como a gestão está se organizando para lidar com as ausências de Caiado?

Se ele fizesse isso em 2019 ou 2020 seria muito traumático. Hoje, não. Hoje ele tem uma estrutura de gestão muito robusta no governo. Mesmo à distância física - que não significa distância da gestão - ele consegue acompanhar tudo o que está acontecendo. Temos hoje em sistema, digital, (formas para) que ele consiga visualizar isso remotamente em todos os detalhes que ele quiser, como também qualquer outro tipo de informação necessária. Essa estrutura dá muita robustez para a máquina do governo estar girando da forma adequada. Isso alivia a carga do governador, que era maior antes. No momento, sem prejuízo ao andamento do estado, ele consegue estar circulando o Brasil acompanhando o que está acontecendo em Goiás, sem que isso traga nenhum prejuízo para a gestão.

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&nbsp;Estamos finalizando o primeiro ano completo da Equatorial em Goiás. Qual a avaliação do governo?

Ainda está muito a desejar, se comparado com o que precisamos. Mas, no acompanhamento que fazemos, temos evidências de melhoras significativas. Em cerca de 10 anos, nunca tivemos indicadores tão bons de tempo e frequência de interrupções. Está muito longe de algo que seja bom. Estamos saindo do péssimo e indo para o ruim, e temos que continuar investindo muito. Esses indicadores acabam fazendo uma média do estado. Mas não adianta olhar só para a média, é preciso olhar para cada um dos cerca de 150 conjuntos. Às vezes tem um lugar que realmente melhorou muito, mas tem outro que melhorou quase nada. Existem regiões, como no Vale do Araguaia, próximo a Nova Crixás, que temos um gargalo enorme no fornecimento de energia, que está limitando a irrigação, que limita a produtividade da região. Neste caso específico, é um problema que não está na distribuidora, mas na transmissão, que é ligada diretamente ao Ministério de Minas e Energia. Eu e o governador estivemos no ministério pedindo (medida sobre o tema), com base em um relatório feito pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), que solicitei via Aneel. O documento mostra esse gargalo. Eles se comprometeram a colocar em leilão essa linha transmissão, para o primeiro semestre do ano que vem. A nossa preocupação é, de um lado, o consumidor residencial ter menos quedas. E o outro acompanhamento é do setor produtivo, seja agrícola ou industrial, para que não tenhamos gargalos no desenvolvimento do estado, que é um problema histórico que vinha da época da Enel, mas tem melhorado. O Daia era um gargalo gigantesco até um ano atrás mais ou menos. Mas foi inaugurada uma subestação no Daia, e foi resolvido. Mas, igual existia o Daia, existem outros conglomerados industriais em Goiás que ainda têm limitações. Vamos continuar nesse esforço para que a distribuidora invista mais e mais rápido, priorize aquilo que é mais relevante para reduzir esses gargalos, mas também precisamos buscar alternativas.

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Quais?

Igual existiu no início da década passada o descobrimento do pré-sal em uma pesquisa da Petrobras, que colocou o Brasil em um patamar diferente em relação à produção de petróleo - e os grandes atores eram os estados litorâneos, como o Rio de Janeiro -, hoje, nós podemos dizer que o estado de Goiás tem o pré-sal do biogás. É o estado com o maior potencial de produção de biogás em todo o Brasil. Isso foi dito por uma consultoria especializada nisso, a CBIE. O maior consumidor, pessoa jurídica, em Goiás, é a Saneago. Todas as estações de tratamento demandam muita energia, é uma empresa que está presente no estado inteiro. O que conseguimos produzir de energia elétrica através do biogás daria para abastecer mil Saneagos. Esse biogás vem dos resíduos de produção de etanol - da cana-de-açúcar ou do milho. Vem também dos resíduos da soja, quando ela é processada industrialmente; das carcaças de animais na produção de proteína; dos resíduos sólidos e do tratamento de esgoto. O que se pode produzir de energia com essa parte de resíduos sólidos e tratamentos é muito pequeno se comparado com o sucroalcooleiro. Mas é importante porque tem um lado ambiental muito relevante. Goiás é um dos principais produtores de etanol no Brasil. O resíduo da produção da cana, a vinhaça, é a matéria-prima para o biogás. Não tem que usar um palmo de terra a mais, pois usa o que seria descartado. Está dando tratamento ambiental para este descarte. Como não usa terra nova, não está concorrendo com a produção de alimentos, que é outra questão importante. A segurança energética precisa caminhar junto com a segurança alimentar, essas coisas não podem estar desassociadas. É uma grande preocupação no mundo inteiro. Quando se produz o biogás, o resíduo da transformação da vinhaça é o digestato, que é um fertilizante de altíssima qualidade. Como efeito colateral positivo, você ainda tem um fertilizante que reduz a necessidade de o Brasil ter que importar a mercadoria. Para um estado que tem uma economia muito baseada no setor da agricultura, isso é bastante relevante. O biogás pode ser usado tanto para produzir energia elétrica, que pode abastecer indústrias e etc., como alternativa à energia vinda da distribuidora. E pode ser usado também para a produção de biometano, um combustível para veículos, tanto de passeio quanto pesados. Ele tem a mesma molécula do gás natural, que hoje é muito usado no setor de mobilidade na Região Sudeste. Se pegar um carro de passeio ou veículo pesado que usa gás natural, você pode colocar biometano sem fazer adaptação nenhuma. A diferença entre eles é que um não emite carbono na atmosfera e o outro é de fonte fóssil, que é o gás natural. Mesmo que ele seja menos poluente que outras formas de energia fóssil, ainda é poluente. O biometano, não. Isso faz com que tenhamos um potencial enorme no estado de Goiás não só de fornecer energia para a indústria como fornecer combustível sustentável, mais barato do que diesel, para principalmente os veículos pesados. O dilema é que a indústria espera o desenvolvimento do mercado consumidor e o mercado consumidor aguarda ter a produção. Por isso, criamos um programa do governo que envolve várias frentes, mas uma delas é: de todas as renovações que fechamos com as concessionárias do transporte coletivo - que vão não só renovar 1,2 mil veículos, parte já adquirida, mas vão acrescentar quase 30%, dando cerca de 1,5 mil veículos para frota até o início de 2026 em Goiânia -, um terço, 500 veículos, será destinado ao biometano. Como essa concessão vai até 2048, as concessionárias têm como estabelecer contratos de longo prazo, garantindo que o setor sucroalcooleiro tenha investimento e faça projeção de retorno com segurança, como acontece nos leilões de energia.

'Vamos cumprir (o teto de gastos) sem traumas', diz Adriano da Rocha Lima

Entrevista

Diante do apetite de membros da Câmara Municipal de Goiânia por espaços na Prefeitura de Goiânia, o prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), admitiu nesta sexta-feira (20), durante o anúncio de quatro novos secretários do seu futuro governo, que tem havido ruídos entre ele e os vereadores no que se refere a indicações de cargos. Mabel, que vem falando abertamente nos últimos dias que fará cortes em comissionados, declarou que esse modelo “a cidade não suporta mais”, citando indiretamente o atual prefeito, Rogério Cruz (SD), ao dizer que a estrutura está “mal acostumada”.“Lógico que está tendo (sobre os ruídos com os parlamentares). O cara tinha uma secretaria fechada inteirinha. Outro tinha outra inteirinha. Todo mundo quer isso. Mas não é isso que a cidade suporta mais”, disse o prefeito eleito, ponderando que não é contra “indicações políticas” e reforçando que as indicações que tem buscado acolher são de pessoas técnicas. “No começo é difícil. O pessoal vem de uma estrutura mal acostumada. Tenho falado para eles (os vereadores): ‘Lembra do Iris, gente. Não lembra do Rogério. Lembra do Iris’. O Iris era mais rígido nesse assunto.”O POPULAR vem noticiando a insatisfação dos vereadores com as promessas de cortes que Mabel tem proferido acerca da estrutura de sua futura administração à frente da capital. O Giro mostrou nesta sexta que, além da intenção de Mabel em não nomear 50% dos cargos, alguns parlamentares já estariam sob aviso que a cota de comissionados de integrante da base não deverá exceder R$ 30 mil. Em meio aos descontentamentos, Mabel fez discurso acenando à paz com o Legislativo durante a cerimônia de diplomação dos eleitos, na quinta-feira (19).Apesar das declarações do futuro prefeito, pelo menos dois nomes anunciados nesta sexta para o primeiro escalão passaram por negociações com lideranças goianas. Um deles é o advogado Juliano Santana, escolhido para comandar a Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária. Além de conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás, Santana atua como diretor de Esportes e Lazer na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e foi indicado pelo grupo ligado ao presidente Bruno Peixoto (UB).Na coletiva, contudo, Mabel negou que a escolha tenha sido exclusivamente de Peixoto. “Vou voltar a dizer: não tenho nada contra indicação. Eu quero gente técnica. Não é indicação do Bruno (Peixoto). É de um grupo de partidos que estiveram junto com a gente na campanha. E ofereceram o nome do Juliano, mas para uma outra pasta. Eu disse não. Aí eu sugeri, quando vi o currículo dele e conversei com ele, que ele pudesse ir para essa outra pasta”, disse o futuro prefeito.Ao citar os motivos da escolha para a pasta de Habitação e Regularização Fundiária, Mabel destacou a formação acadêmica do indicado e afirmou que, com a “grandeza” que a secretaria deve ter, o plano é desencalhar processes de forma rápida, regularizar a média de mil escrituras por mês, e, em parceria com a Agehab, fazer 15 mil moradias para reduzir o déficit habitacional. Outro nome anunciado e que suscitou questionamentos pelo histórico de trabalho foi o do administrador e atual diretor-executivo do Consórcio BRT, Tarcísio Abreu. Ele comandará a secretaria municipal de Engenharia de Trânsito (antiga Mobilidade). Abreu foi presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) na gestão Cruz. Mabel afirmou que não houve tratativas com o prefeito para se chegar ao nome de Abreu, que “nem sabia” que o administrador havia trabalhado com Cruz e que a decisão foi fruto da busca por especialistas na área de mobilidade urbana. “Essa área de Mobilidade tem uma gama de profissionais muito grande para ser utilizada. Ele tem uma experiência muito grande. Para fazer esse projeto que nós queremos com o pessoal dos ônibus, ele veio indicado deles. Trouxeram ele como um profissional. Não tem uma questão de indicação política. Eu não tenho nada contra indicação política. Não houve tratativa com Rogério Cruz”, disse. O futuro prefeito também anunciou Vanderlei Toledo Junior para a secretaria municipal de Articulação Institucional e Captação, área em que há atua há alguns anos. Segundo Mabel, Toledo é um conhecido seu desde o tempo do gestão Paulo Garcia (PT) e que a pasta estará ligada diretamente à vice-prefeitura e terá estrutura mais aprimorada, com procuradoria e setor de licitação e contratos. O empresário na área de tecnologia e atual diretor na Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), Fábio Christino, assumirá a secretaria municipal de Ciência e Tecnologia. Mabel enfatizou, ao anunciar seu nome, que Goiânia está “atrasada” do ponto de vista tecnológico e que quer implementar mudanças na área digital, especialmente nos sistemas da Prefeitura. Com os novos nomes, sobe para 14 o número de auxiliares confirmados por Mabel. De acordo com o futuro prefeito, a expectativa é anunciar todo o secretariado até a semana que vem. Já fazem parte da lista Wandir Allan (PGM); Juliano Bezerra (CGM); Gabriela Machado Tejota (Casa Civil); Valdivino de Oliveira (Fazenda); Francisco Lacerda (Seinfra); Sabrina Garcêz (Governo); Thiago Ferreira (Gabinete); Luiz Pellizzer (Saúde); Giselle Faria (Educação); coronel Cleber Aparecido dos Santos (Comurg).