Rubens Salomão

As articulações para possível composição com a base do governador Ronaldo Caiado (UB) e a ausência de reunião partidária sobre projeto próprio ao governo estadual mantêm os <a href="https://opopular.com.br/politica/aliados-rejeitam-enfraquecimento-do-pl-goiano-1.3233446" target="_blank">prefeitos do PL</a> em compasso de espera sobre o posicionamento para 2026. Gestores municipais ouvidos pelo POPULAR admitem processo de aproximação com o Palácio das Esmeraldas e que ainda pairam dúvidas sobre a efetivação da pré-candidatura do senador Wilder Morais.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

As investidas de governistas sobre prefeitos eleitos por partidos da oposição, prioritariamente do PL, foram iniciadas ainda em 2024, após o resultado das disputas municipais, em que a legenda comandada por Wilder alcançou a vitória em 26 cidades. A busca por cooptação, no entanto, se intensificou neste ano, alimentada pela indireta oferta de parcerias administrativas mais profundas e investimentos, no momento em que os gestores enfrentam os primeiros desafios do mandato.

Com convites realizados pessoalmente por emissários em cada município, a expectativa entre os palacianos é alcançar, até o fim deste ano, a adesão de até 22 prefeitos. Os acordos partem de chamados para filiação ao União Brasil, de Caiado, ou ao MDB, do vice-governador <a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-vilela-deixa-em-aberto-fechar-alianca-com-pl-em-2026-1.3232134" target="_blank">Daniel Vilela</a> (MDB), a depender do perfil de cada um, mas a troca de partido não é tratada como fundamental para a composição.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-vilela-deixa-em-aberto-fechar-alianca-com-pl-em-2026-1.3232134" target="_blank">Daniel Vilela deixa em aberto fechar aliança com PL em 2026</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/aliados-rejeitam-enfraquecimento-do-pl-goiano-1.3233446" target="_blank">Aliados rejeitam enfraquecimento do PL goiano</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/disputa-local-trava-ac-o-governista-em-anapolis-1.3233890" target="_blank">Disputa local trava ação governista em Anápolis</a></div>

As conversas só não encontraram avanço, por enquanto, nas cidades de Jataí, Morrinhos, Posse e Cristalina, segundo apuração da reportagem. Nas duas primeiras, por divergências regionais aprofundadas na eleição de 2024. O prefeito de Jataí, Geneilton de Assis, venceu o aliado histórico de Daniel Vilela, Humberto Machado (MDB), enquanto Maycllyn Carreiro venceu o também emedebista Rogério Troncoso, em Morrinhos.

Já em Posse e Cristalina, os prefeitos Paulo Trabalho e Dr. Luis Otávio têm mantido relacionamento próximo a Wilder Morais, com mais dificuldades de migrar as bases eleitorais, ao menos por enquanto.

Em todos os outros casos, governistas tratam como “questão de tempo” o anúncio das adesões, ao longo deste ano. Por outro lado, Wilder Morais realiza, desde o início do mês, trabalho de contraofensiva para “mostrar unidade” do partido em torno do próprio projeto ao governo estadual. Em resposta, prefeitos cortejados pelo Palácio não respondem aos convites de filiação e preferem esperar por direcionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os rumos em Goiás, que incluem possível composição com Caiado.

O movimento de Wilder foi iniciado com articulação nas primeiras semanas de fevereiro, até a convocação de aliados para reuniões com o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, e com Bolsonaro, em Brasília, há dez dias. As conversas, seguidas por jantar em tom de comemoração, segundo prefeitos presentes, não foram conclusivas sobre a pré-candidatura própria ao governo

“Eu estava em Brasília nessas duas semanas e tivemos reuniões com o Bolsonaro e com o Wilder. O que eu sinto é que está havendo uma tentativa de aproximação entre o Bolsonaro e o Caiado. Eu estive duas vezes em Brasília e há essa aproximação entre os dois. Se vai dar certo, eu não sei”, avalia o prefeito de Buriti Alegre, Garibaldo Neto.

“O Wilder não teve, para mim, um posicionamento em relação a isso. O que eu sinto é que o Wilder está na espreita, digamos assim, esperando. Não sei se, daqui para frente, ele vai mudar de posicionamento e tentar se dedicar mais a essa questão, mas ele me passa isso quando converso com ele. Tenho muito carinho por ele, que me ajudou muito no município. Nós estamos aguardando essa cenas dos próximos capítulos”, completa o prefeito.

Já a prefeita de Gameleira, Wivviane Duarte, que foi eleita em composição com o União Brasil na vice, considera que ainda é cedo para tomar uma decisão sobre apoio em 2026. Ela confirma ter recebido convite para adesão à base aliada.

“A gente ainda está com o PL e com o Wilder Morais, mas não vemos um trabalho muito forte neste sentido de candidatura dele. Nós aqui ainda estamos em processo de análise, porque meu vice é do União Brasil. Então, nós estamos nesse meio político até chegar mais perto para tomarmos uma decisão mais acertada, até o cenário ficar mais claro”, conta.

<h2>Composição</h2>

O governista Carlinhos do Mangão, prefeito de Novo Gama, afirma não ter dúvidas sobre a opção política na próxima eleição estadual. “Há uma aproximação muito grande, até porque eu vim para o PL antes do Bolsonaro e fui eleito sem o apoio do Bolsonaro. Sempre estive com o governador Ronaldo Caiado e continuo com ele para a presidência da República e para o governo estadual, com a indicação dele pelo Daniel Vilela”, diz o prefeito.

“Se tiver mesmo a candidatura do Wilder, com certeza eu não vou acompanhar, mas política a gente sabe como é. Vai que tem uma composição entre o PL estadual e o governo, né? E os prefeitos, a maioria com quem eu tenho conversado, do próprio PL, são alinhados com o governo do estado, apesar do respeito e admiração que temos com o senador Wilder, mas tem essa aproximação com o governo Caiado”, afirma Carlinhos do Mangão, que rejeita mudança de partido, por enquanto.

A prefeita de Britânia, Desterro Santos, observa que “existe essa aproximação com o governo”, mas conta que “tem sido poupada”. “Não recebi convite nenhum e continuo no PL, partido que me deu oportunidade para a primeira candidatura”, afirma.

“A gente fica nesse fogo cruzado, mas eu não sei o que vai acontecer. As reuniões que a gente participou lá no PL sinalizam que vai ser, mas também não é algo concreto. O que a gente tem certeza é que o Daniel vai ser candidato e o Wilder não é algo concreto. A gente fica até meio temerosa, porque às vezes a gente entra nessa briga de gente grande e depois eles fazem as pazes e sobra pra gente”, avalia a prefeita.

Por outro lado, o prefeito de Campo Alegre, Douglas Sertório, garante que pretende apoiar a candidatura de Wilder Morais, caso o projeto do senador seja confirmado. “Parece que está caminhando. Esses bastidores ainda estão muito confusos, mas o nome dele está sendo muito bem cotado na nossa região”, avalia.

O gestor admite ter recebido proposta de filiação ao União Brasil. “Eu sou amigável e muito fácil de lidar. Converso com todo mundo, mas eu prefiro que respeitem o meu partido e onde eu estou e que façam proposta boa, mas para a gestão da cidade”, avalia.

Prefeitos do PL citam dúvida sobre Wilder pré-candidato

Política

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Matéria - Política

Eleições 2026

A nova cirurgia de Jair Bolsonaro, de 12 horas, joga luzes sobre a grande incógnita das eleições presidenciais de 2026, quando os dois principais líderes políticos do país, Bolsonaro, pela extrema direita, e Luiz Inácio Lula da Silva, pela esquerda, dão sinais de que terão dificuldades para se candidatar e, portanto, para manter a sólida polarização brasileira.Bolsonaro, 70 anos, tem sofrido efeitos colaterais bastante graves da facada que quase o matou durante a campanha de 2018, que ele venceu, e não se pode dizer que tenha exatamente uma saúde de ferro. Mas o pior é que ele, além de inelegível, enfrenta um julgamento difícil e carregado de provas como “chefe da organização criminosa”, segundo a PGR, que planejou e tentou dar um golpe de estado no País. Seu grande risco é estar atrás das graves na eleição.Lula, 79 anos, curou-se de um câncer de garganta, mas, já no terceiro mandato, levou um tombo no banheiro e teve de fazer mais de um procedimento para estancar um sangramento intracraniano. Terá 80 anos na posse do futuro presidente e 84 no fim do próximo mandato presidencial. Além disso, Lula enfrenta popularidade preocupante, um Congresso hostil, uma oposição muito articulada e uma montanha de críticas, principalmente na mídia e inclusive entre aliados.A diferença é que Bolsonaro está rouco de tanto dizer, e tentar convencer, que será candidato, mas, ao contrário de Lula, sofre uma competição cada vez maior no próprio bolsonarismo. O nome mais em evidência é o de Tarcísio Gomes de Freitas, governador de São Paulo, mas ele é seguido pela ex-primeira dama Michele, governadores como Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado e os tais “outsiders” que usam as pesquisas e abusam das redes sociais.O problema de Lula é inverso: a falta de um sucessor, como já lhe cobraram dois ícones latino-americanos, Pepe Mujica, da esquerda, e o cacique Raoni, líder indígena. É como se a esquerda nacional só tivesse uma alternativa, ou Lula ou Lula. De uma pobreza de dar dó - dó e um certo pânico, que permeia os debates de Brasília, mas é tratado sob constrangimento. Quem mais tem, ou teria coragem de botar o dedo nessa ferida para Lula, como Mujica e Raoni?Se Lula e Bolsonaro são incertos e não sabidos e a polarização está em risco, era de se esperar que o centro se articulasse para entrar de cabeça nesse vácuo, mas quem, e o que, sobrou do centro no Brasil? O País é dividido entre 30% da esquerda, 30% do bolsonarismo e 30% que não é de nenhum dos dois lados. Está num limbo, sem ver a luz no fim do túnel. Um ano e meio antes das eleições, 2026 é uma enorme incógnita.

Falta luz e o centro no fim do túnel

Opinião

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Matéria - Opinião

Eliane Cantanhêde

Ganhou força nos últimos dias a percepção de que o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), estaria se movimentando para se tornar o escolhido como candidato a vice na chapa governista, que deverá ser encabeçada pelo atual vice-governador Daniel Vilela (MDB).&nbsp;Entre especulações de bastidores, a defesa é feita abertamente pelo presidente do Avante em Goiás, Thialu Guiotti, que é vereador em Goiânia.

“Em 2022, o (governador) Ronaldo Caiado (UB) ganhou a eleição no primeiro turno com uma margem de 53 mil votos. Bruno é um dos três maiores líderes do estado e detém sozinho potencial de 200 mil votos para deputado federal. Juntando as chapas do grupo político que ele tem, com Avante, Agir e Mobiliza, estamos falando de um grupo de 500 mil votos no estado. Quem é que não gostaria de ter um grupo político desses, ainda mais com a presidência da Alego?”, argumenta Thialu.&nbsp;Segundo ele, sua posição é consensual dentro do grupo.

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Procurado pela coluna, Peixoto diz, no entanto, que seu projeto para 2026 é chegar à Câmara dos Deputados. “O meu trabalho enquanto presidente da Assembleia está sendo bem avaliado. Estão dizendo isso porque veem o tanto que eu estou trabalhando. Então, aí é claro que lembram o meu nome. Eu fico muito feliz, mas o meu foco é ser deputado federal”, justifica.

Opções

Bruno Peixoto cita nomes que, em sua visão, podem ser escolhidos para compor a chapa com Daniel. Na lista estão os secretários de Infraestrutura, Adib Elias (MDB), e Geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima; o ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB); o presidente da Faeg, José Mário Schreiner (MDB); e o presidente da Goinfra, Pedro Sales (UB).

Detalhe

Bruno Peixoto pretende aproveitar a janela de 2026 para se filiar ao Avante de Thialu Guiotti.

Frequência

O presidente da Alego se movimenta para realizar o Deputados Aqui em todos os finais de semana de 2025. O projeto itinerante da Alego tem, atualmente, de duas a três edições mensais.

Por pouco

Destinado a “eventos que promovam a cultura, o turismo e atividades sociais de interesse coletivo”, o Centro Cultural Oscar Niemeyer quase recebeu &nbsp;um casamento no fim &nbsp;de semana.

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Do outro lado da rua - Lixo acumulado em lixeira que fica em frente à Câmara de Goiânia. Foto tirada na quinta-feira (10) (Wildes Barbosa / O Popular)

Com quem será?

O processo de autorização para uso do CCON tramitou como “evento corporativo”, a ser realizado no terceiro andar, mas a procuradoria da Secretaria da Retomada identificou indícios de que se tratava de casamento. No sábado (12), dia da festa, o titular da pasta, César Moura, assinou despacho determinando o cancelamento.

Caiado e Bolsonaro

Ronaldo Caiado tinha incluído em sua agenda de terça (15) viagem a Sinop (MT). Ele tinha recebido convite do governador Mauro Mendes (UB) e, em seguida, recebeu ligação de Jair Bolsonaro (PL) chamando-o para o evento. O ex-presidente da República foi internado às pressas na sexta (11), e o goiano decidiu priorizar eventos em Goiás.

Quinto constitucional

O Conselho Seccional da Ordem da OAB-GO se reunirá nesta segunda (14), às 8h30. Na pauta, a resolução que definirá as regras para a formação da lista sêxtupla para o preenchimento da vaga que foi do desembargador Nicomedes Domingos Borges. Seu filho, Breno Pires Borges, deve entrar na disputa.

Pergunta para:

Fred Rodrigues 
Ex-deputado estadual

<img attr-cid="policy:1.3252244" attr-version="policy:1.3252244:1744594043" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3252244/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Fred Rodrigues (Divulgação)

Já está definida a estratégia para tentar reverter o julgamento do TRE que foi favorável a Caiado e Mabel?

É importante frisar que tanto a juíza de primeiro grau quanto o TRE reconheceram que o uso do Palácio e dinheiro público para jantares com intuito de pedir votos constitui conduta vedada. A diferença foi substituir a cassação e a inelegibilidade por multa. Estamos dentro do prazo para apresentar o recurso e buscaremos a manutenção da sentença original.

Arremate:

Dia de Jackson - O convidado do Jackson Abrão Entrevista desta segunda (14) é o vereador Edward Madureira Brasil (PT). O programa tem transmissão ao vivo no portal do POPULAR, com início às 10 horas.

Pauta -&nbsp;Entre outros temas, Edward conversará com Jackson sobre o futuro de seu partido, o PT; a gestão de Sandro Mabel (UB) à frente da Prefeitura de Goiânia e a relação do Paço Municipal com a Câmara.

Valendo - O governo estadual e a Construcap assinarão, na quarta-feira (16), o contrato de concessão do Estádio Serra Dourada. A empresa que administrará o espaço por 35 anos também é responsável pelo Mineirão, em Belo Horizonte.

Aliados defendem Bruno Peixoto na vice de Daniel

Matéria - Coluna Giro

Giro

O ex-prefeito de Araraquara (SP) <a href="https://opopular.com.br/politica/edinho-silva-defende-novo-pt-e-questiona-pos-lula-1.3251963" target="_blank">Edinho Silva (PT)</a> acredita que a eleição presidencial de 2026 terá Lula (PT) como candidato e deverá marcar a abertura de novos rumos no partido. Nomes da direita, como o governador <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-ser-pragmatico-sobre-possivel-disputa-com-bolsonaro-1.3248729" target="_blank">Ronaldo Caiado (UB)</a>, já se movimentam na busca pelo espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível.

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Em meio ao início das negociações, Edinho diz, em entrevista ao POPULAR, que a <a href="https://opopular.com.br/politica/sem-definir-candidatura-pt-e-aliados-cogitam-apoio-a-daniel-1.3244426" target="_blank">“política de alianças”</a> no PT é um caminho natural, dada a complexidade do tabuleiro atualmente. O modelo, afirma, poderá decantar em Goiás no âmbito da disputa para o governo estadual.

O fortalecimento da sigla em Goiás é uma das metas de Edinho caso assuma a presidência do diretório nacional do PT. Ele é pré-candidato na disputa que ocorrerá em julho e é o nome favorito do presidente Lula.

<a href="https://opopular.com.br/politica/pacto-federativo-tem-que-estar-em-todas-as-areas-diz-edinho-1.3252258">'Pacto federativo tem que estar em todas as áreas', diz Edinho&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/edinho-silva-defende-novo-pt-e-questiona-pos-lula-1.3251963">Edinho Silva defende 'novo PT' e questiona 'pós-Lula'&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/com-evangelicos-caiado-copia-bolsonaro-de-2018-1.3252255">Com evangélicos, Caiado copia Bolsonaro de 2018&nbsp;</a>

Neste sábado (12), ele se reuniu com lideranças petistas em Goiânia, entre elas, a deputada federal <a href="https://opopular.com.br/politica/adriana-accorsi-nega-interesse-em-disputa-ao-governo-1.3244427" target="_blank">Adriana Accorsi</a>, favorita para comandar a sigla em Goiás, que hoje é presidida pela vereadora de Goiânia Kátia Maria. Também estavam presentes outros petistas históricos como o ex-prefeito Pedro Wilson, o ex-tesoureiro do PT nacional Delúbio Soares e o secretário-executivo de Relações Institucionais da Presidência da República, Olavo Noleto, além dos deputados Antônio Gomide, Mauro Rubem e Bia de Lima.

Edinho ressaltou a importância de, “neste momento histórico”, defender a democracia e um Judiciário forte, ao ser questionado sobre proposta no Congresso Nacional de anistia aos acusados e condenados pelos ataques às sedes dos Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. “Nós não queremos a barbárie, nós não queremos o fascismo, nós queremos a democracia.”

O ex-prefeito também apontou dificuldades do PT em dialogar com a nova classe trabalhadora, precarizada e conectada às plataformas digitais. Edinho falou sobre a participação popular como ferramenta de enfrentamento à crise da democracia representativa. Nesse sentido, defendeu a retomada do orçamento participativo como “bandeira identitária” do PT e valorizou os conselhos de políticas públicas como espaços fundamentais de construção democrática.

&nbsp;O senhor chega a Goiânia como pré-candidato à presidência do diretório nacional do PT. Como avalia esse processo de candidatura e qual é o peso de Goiás para sua eleição?

É um desafio imenso. Eu já cumpri muitas tarefas no processo de construção do PT, já fui presidente municipal, já fui vereador, fui prefeito quatro vezes, fui deputado, fui ministro de Estado, coordenei duas campanhas presidenciais da Dilma (Rousseff) e do presidente Lula, fui presidente do PT no estado de São Paulo, mas eu não tenho nenhuma dúvida que esse é o maior desafio da minha vida - que é presidir o maior partido da América Latina, numa conjuntura difícil, onde nós estamos vendo a ascensão da direita internacional.

O maior desafio do PT nesse momento histórico é derrotar o fascismo, é fazer com que a gente construa um amplo campo político inspirado na democracia. Mas para que isso aconteça, nós temos que reeleger o presidente Lula em 2026 para que ele possa continuar organizando as políticas públicas, reorganizando o governo brasileiro, para que a gente possa efetivamente ter um projeto de desenvolvimento nacional, inclusive nessa nova conjuntura econômica e política, que o Trump está forçando o mundo a se realocar, a se reorganizar.”

&nbsp;E Goiás?

É claro que é impossível nós pensarmos o papel do PT nesse momento histórico tão difícil, sem pensarmos o papel de um estado como Goiás. Goiás é central na construção desse projeto político e eu estou muito feliz de estar aqui, muito feliz de ter oportunidade de dialogar com as nossas lideranças. Fui recebido pela nossa deputada Adriana (Accorsi), que eu espero que presida o PT aqui em Goiás, para que a gente possa fortalecer o nosso projeto e construir, fazer a construção política necessária para que a democracia avance.

&nbsp;Em eleições anteriores, o PT teve sempre candidatura própria. O senhor acha que é possível viabilizar uma candidatura do PT em Goiás em 2026?

Olha, eu espero que a gente faça um bom PED (processo eleitoral direto) aqui primeiro. Um PED que a gente consiga organizar o partido da melhor forma possível. Nesse processo de organização do partido, que a gente construa uma agenda que dialogue com a sociedade, e que, nesse projeto que dialogue com a sociedade, a gente consiga também dialogar com as forças políticas de Goiás.

Então, se a gente tiver uma direção forte, se essa direção for capaz de construir um projeto que entenda a complexidade política do momento, eu não tenho nenhuma dúvida que a política de alianças é natural, é decorrência desse processo. Eu tenho muita confiança nas lideranças políticas de Goiás e tenho certeza que o PT vai sair desse processo mais forte e com condições de construir uma política de alianças que dê conta da realidade da vida do povo goiano.

&nbsp;A política de alianças, o senhor está dizendo alianças só com os partidos de esquerda ou aliança com outras siglas? 

Eu não posso dizer o que é importante para Goiás. Quem vai dizer o que é importante para Goiás é a direção do PT aqui de Goiás. O que eu vou é apoiar a decisão que for tomada aqui.

&nbsp;O senhor assumindo a presidência do partido nacionalmente, haveria uma deliberação maior para as eleições do ano que vem para que o PT possa fazer aliança com outras siglas?

Claro que nós vamos fazer uma construção política que dê conta do Brasil, mas eu sempre digo que quando a direção do partido é forte, a gente tem que apoiar a decisão do partido. Se nós tivermos uma direção do partido forte, se o PT estiver forte em Goiás, o papel da direção nacional é apoiar a deliberação que for tomada aqui no estado. Essa é a minha posição.

&nbsp;Então, uma das prerrogativas do senhor a partir desse ano, caso o senhor assuma a sigla, seria fortalecer o partido? Essa vai ser a máxima ou tem outras pretensões?

Nós temos que fortalecer o PT aqui em Goiás, sempre, porque é um estado muito importante. Não há projeto nacional sem a gente passar por Goiás. Então, se o PT estiver forte, dialogando com a sociedade goiana, construindo um projeto para o povo de Goiás, a política de alianças é consequência desse processo.

&nbsp;Com relação à discussão da anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro, em Brasília, a ministra Gleisi Hoffmann falou na semana passada em entrevista que é ‘plenamente defensável’ a redução das penas. Como que o senhor avalia essa fala?

A ministra Gleisi Hoffmann depois soltou uma outra nota se posicionando ou esclarecendo o seu posicionamento. Eu penso que esse debate, se há um debate a ser feito, ele tem que ser feito com o Poder Judiciário. E nós não podemos tomar nenhuma medida que enfraqueça a democracia. A defesa da democracia é fundamental nesse momento histórico que nós estamos vivendo. Então qualquer construção que se faça, primeiro tem que fortalecer a democracia, e tem que fortalecer o Poder Judiciário. Porque um Poder Judiciário enfraquecido significa a sociedade caminhando para a barbárie. Nós não queremos a barbárie, nós não queremos o fascismo, nós queremos a democracia. E para isso o Poder Judiciário tem que estar forte.

&nbsp;

Em 2026, o governador Ronaldo Caiado já se coloca como pré-candidato à Presidência. Muito se discute a sucessão do presidente Lula. Ainda não se sabe se de fato ele será candidato...

O presidente é candidato. Ele é candidato.

&nbsp;Como o senhor vê esse cenário em que o PT, teoricamente, não tem sucessor de Lula no futuro? A esquerda hoje tem quadros para isso? 

Eu acho que são dois debates. Em 2026, o presidente Lula é candidato. O que nós temos que debater no PT é qual o partido que nós queremos para o pós-Lula, para quando o presidente não estiver mais nas urnas. Esse é um debate que nós temos que fazer. Nós precisamos de um partido forte, onde as instâncias funcionem, que a gente tenha trabalho de organização de base. O PT em muitos lugares renunciou ao trabalho de organização de base. Nós temos que ter um partido que consiga interpretar essa nova classe trabalhadora que está se formando nesse século 21. Então, nós temos que ter um partido que dialogue com a questão da transição energética, da segurança pública, que enfrente o debate do desgaste da democracia representativa. Na minha avaliação, nós temos que recuperar o conceito da democracia, principalmente com a democracia direta, com a organização dos conselhos populares. A gente não pode abrir mão do orçamento participativo nas nossas prefeituras. Os nossos vereadores têm que continuar defendendo o orçamento participativo. Se nós tivermos um partido forte, como diz o presidente Lula, o seu sucessor será o PT. Se o PT estiver forte, organizado e em sintonia com a sociedade, o nome nós vamos construir com naturalidade.

'PT vai sair mais forte e construir alianças em Goiás'

Entrevista Edinho Silva

Com evangélicos, Caiado copia Bolsonaro de 2018

Após lançar a pré-candidatura em Salvador (BA), o governador Ronaldo Caiado (UB) passará ao menos três semanas sem novas agendas relacionadas diretamente ao projeto eleitoral. A retomada deve ocorrer no dia 25, com nova visita a um estado da região Nordeste ou Norte, mas o período também serve para estruturar a estratégia junto a <a href="https://opopular.com.br/politica/ex-bolsonarista-vai-coordenar-ac-es-entre-evangelicos-de-caiado-1.3249646" target="_blank">lideranças evangélicas</a>, com o objetivo de nacionalizar a imagem do goiano.

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O trabalho envolvendo as igrejas já é elaborado pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que manteve contato com Caiado nas semanas anteriores ao lançamento e planeja realizar nova reunião nos próximos dias para “traçar as datas” dos primeiros eventos. Segundo ele, a intenção é efetivar a mesma tática adotada durante a corrida presidencial de 2018, em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

<cite>Basicamente, é o que a gente fez com o Bolsonaro em 2018, não que eu tenha feito isso sozinho, mas é rodar o Brasil o levando a participar das principais reuniões de líderes evangélicos, independentemente das denominação, já que, graças a Deus, nós temos acesso a boa parte delas. A estratégia é falar com os líderes, a princípio. Falar com quem tem poder de influência sobre esse <a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-defende-elegibilidade-de-caiado-apesar-de-ac-o-no-tre-ser-do-pl-1.3249640#state=a10e92af-710b-486e-822f-85e8eb5ee96d&amp;session_state=832c2b6d-698b-4892-ba57-2f546badfecc&amp;code=5885da52-8223-47ff-8fab-2cc732dd233d.832c2b6d-698b-4892-ba57-2f546badfecc.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_blank">eleitorado evangélico</a>”, explica o pastor em entrevista ao POPULAR.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/ex-bolsonarista-vai-coordenar-ac-es-entre-evangelicos-de-caiado-1.3249646">Ex-bolsonarista vai coordenar ações entre evangélicos de Caiado&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/ausencia-do-presidente-nacional-do-ub-em-ato-de-caiado-chama-a-atenc-o-1.3249248">Ausência do presidente nacional do UB em ato de Caiado chama a atenção&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-defende-elegibilidade-de-caiado-apesar-de-ac-o-no-tre-ser-do-pl-1.3249640">Bolsonaro defende elegibilidade de Caiado apesar de ação no TRE ser do PL&nbsp;</a></div>

Otoni de Paula já atua como coordenador da pré-campanha neste segmento e aponta que a estratégia tem a maior capacidade de aumentar o nível de conhecimento do governador. “Essa é a maior capilaridade para que a gente possa avançar nesse que é o grande problema do Ronaldo, que é se tornar conhecido. Aliás, esse não é um problema. É um desafio que ele tem. Com isso, a gente consegue dar mais celeridade e alcançar esse objetivo através da comunidade cristã evangélica”, acredita.

O deputado explica que o trabalho elaborado gira em torno da execução de <a href="https://opopular.com.br/politica/seguranca-da-o-tom-em-ato-de-pre-candidatura-1.3249220" target="_blank">três tipos de agendas</a>. O primeiro depende da apresentação de Caiado em um calendário já definido de convenções e reuniões entre as lideranças de cada igreja. “Cada igreja tem suas configurações, mas vamos às convenções de pastores, bispos e apóstolos”, explica.

Haverá também a participação em grandes cultos evangélicos, em que a meta é estreitar o contato entre o pré-candidato e os frequentadores das igrejas. A outra modalidade, que deverá ser iniciada mais cedo, se baseia em reuniões menores com parlamentares da bancada da Bíblia no Congresso Nacional, também organizadas por Otoni de Paula.

<cite>Vamos fazer pequenos jantares e encontros entre Ronaldo e deputados e senadores em Brasília. A fim de que outros colegas possam estar abraçando a ideia e possam, independentemente de seus partidos terem ou não nomes para a disputa - e a maioria hoje não tem nomes, ouvir o doutor Ronaldo”, aponta.</cite>

Otoni de Paula explica que há agenda com Caiado para reunião nesta semana, apesar do feriado prolongado. Segundo ele, a definição de datas das agendas com o segmento evangélico indica início das viagens pelo país no mês de junho. “A gente deverá estar se reunindo nesta próxima semana. Pelo menos havia uma agenda, apesar de as coisas aqui em Brasília estarem todas remotas. Mas, se não for nessa, com certeza definiremos na outra semana, depois do feriado. Eu acredito que, na prática, até junho nós já estejamos em campo”.

Antes disso, no entanto, <a href="https://opopular.com.br/politica/discurso-de-caiado-foi-basicamente-focado-em-aspectos-regionais-1.3249222" target="_blank">Caiado retomará a prometida agenda de pré-campanha</a> com visitas a outros estados, planejadas por um conselho político composto por lideranças do União Brasil. Segundo apurado pela reportagem, as decisões sobre destinos e os tipos de encontros e reuniões a serem realizados passam por nomes como do ex-deputado federal e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, da Bahia, e do deputado Mendonça Filho, do Pernambuco.

O planejamento prevê nova viagem no fim de semana entre os dias 25 e 28 deste mês, mas o destino ainda passa por avaliação entre os estados de Sergipe e Rio Grande do Norte, no Nordeste, e Rondônia, no Norte. Neste caso, a estratégia política é ir a locais fora do eixo formado entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, onde o governador já mantém agendas frequentes em palestras, eventos políticos e entrevistas a veículos de comunicação, que também serão intensificados.

Retomada

Nas agendas fora da pauta religiosa, o objetivo é continuar, com maior ritmo de ações e compromissos, as atividades que o governador já realizava a partir das pautas que considera prioritárias, com apresentação dos indicadores goianos sobre segurança pública, educação e programas sociais. Além dos assuntos já conhecidos, Caiado deverá ampliar o debate sobre o desenvolvimento regional do país, em discurso que pretende criar maior conexão com as demandas econômicas dos brasileiros, que motivam, em parte, o aumento recente de reprovação do governo do presidente <a href="https://opopular.com.br/politica/pt-vai-sair-mais-forte-e-construir-aliancas-em-goias-1.3252257" target="_blank">Luiz Inácio Lula da Silva (PT)</a>.

A intenção é não diferenciar, nas escolhas das agendas, estados com maior ou menor proporção de apoiadores do atual presidente, com o entendimento de que o momento é de luta contra o desconhecimento e toda atenção é positiva, mesmo em estados com perfil mais esquerdista, principalmente no Nordeste.

O trabalho, segundo aliados ouvidos pela reportagem, é baseado na avaliação de pelo menos três pesquisas nacionais realizadas pelo União Brasil. A formulação das agendas em cada viagem tem atualmente duas opções. A primeira é repetir o formato adotado no lançamento da pré-candidatura, quando o governador teve encontros e reuniões com categorias ou segmentos organizados antes de um evento essencialmente político.

A outra opção é a inclusão de dois lugares na mesma viagem, com menos eventos em cada um deles, mas mantendo rotina intensa e, principalmente, a busca por agendas relevantes que possam manter a imagem de Caiado como protagonista no processo antecipado para a eleição de 2026.

<div attr-cid="policy:1.3252300" attr-version="policy:1.3252300:1744631620" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3252300" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3252300', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3252300">Com evangélicos, Caiado copia Bolsonaro de 2018 (1.3252300)</a></div>

Comparação

O deputado federal Otoni de Paula acredita que a rotina de eventos em torno de Caiado, dentro e fora das igrejas evangélicas, aliada a uma estratégia para as redes sociais, poderá lançar o governador em patamar semelhante ao alcançado por Bolsonaro em 2018. O parlamentar bolsonarista, no entanto, aponta que o goiano teria vantagens, na comparação de perfil com o ex-presidente.

<cite>O peso disso já se mostrou fundamental em uma campanha presidencial, e olha que o doutor Ronaldo tem uma grande vantagem sobre Bolsonaro. O Bolsonaro nunca tinha sido gestor. O Bolsonaro não tinha o histórico político de peso que tem o Ronaldo. Nunca teve um cargo executivo para ele ter demonstrado a sua competência”, considera.</cite>

<cite>Mas o fato de o Bolsonaro ser um político conservador fez com que a igreja o abraçasse. Então, eu vejo que, se isso aconteceu lá atrás com o Bolsonaro, pode acontecer também e com maior facilidade, com o Ronaldo”, avalia.</cite>

<cite>É claro que, em paralelo a isso, vamos precisar ter todo um sistema de rede social dando volume a essa corrida que nós vamos estar fazendo. A fim de que a gente possa mostrar não apenas fisicamente a presença, mas, nessa era digital, é fundamental que a gente consiga mostrar isso digitalmente e replicar isso para o povo de Deus e para o Brasil inteiro e, até o final do ano, deixar o doutor Ronaldo como um player já realmente abraçado pela comunidade cristã evangélica”, reforça o deputado.</cite>

Otoni de Paula analisa o cenário político para 2026 e acredita que, mesmo com a possível confirmação da federação entre <a href="https://opopular.com.br/politica/federac-o-entre-ub-e-pp-pode-favorecer-caiado-diz-mabel-1.3250041#state=976a4223-5869-4b68-9d2b-e97126054f75&amp;session_state=832c2b6d-698b-4892-ba57-2f546badfecc&amp;code=435442cf-2e68-4d5c-84ab-22320fe04c3b.832c2b6d-698b-4892-ba57-2f546badfecc.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_blank">União Brasil e PP</a>, Ronaldo Caiado teria condições de se apresentar como alternativa viável da centro-direita, em oposição ao presidente Lula.