A Prefeitura de Goiânia enviou, nesta terça-feira (23), projeto de lei à Câmara em que pede autorização para contratar empréstimo de R$ 132 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com ou sem garantia da União. Ter o compromisso do governo federal na tratativa é importante para que a operação tenha condições mais vantajosas para a Prefeitura. De acordo com o texto, o empréstimo poderá ser contratado no âmbito das seguintes linhas do BNDES: Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT); Programa Fundo Clima - Desenvolvimento Urbano Resiliente e Sustentável; e Programa BNDES Mais Inovação. Consta na matéria que o recurso será destinado à modernização da gestão pública, por meio de investimentos em implantação de tecnologias, processos e sistemas. A verba não poderá ser usada em despesas correntes. A secretária de Governo, Sabrina Garcêz, afirmou que o pedido de novo empréstimo é resultado de um diagnóstico realizado pelo BNDES em diversas cidades. De acordo com a auxiliar, Goiânia foi selecionada com a opção de crédito ainda durante o mandato do ex-prefeito Rogério Cruz (SD), mas a gestão não seguiu com o processo. A oportunidade foi verificada pelo prefeito Sandro Mabel (UB) durante a transição de governo. Sabrina explicou que a Prefeitura deve entrar com uma contrapartida de 10%.Mabel passa por momento delicado na relação com os vereadores. No final de agosto, o prefeito sofreu duas derrotas relevantes na Casa: criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Limpa Gyn e a aprovação, em primeiro turno, da revogação da Taxa de Limpeza Pública (TLP), a taxa do lixo. Em seguida, Mabel iniciou um processo de reorganização da base, que ainda está em curso. O prefeito também mudou de líder, trocando Igor Franco (MDB) por Wellington Bessa (DC).Questionada sobre a relação do Paço com os vereadores, Sabrina disse que se trata de um projeto relevante para a cidade. A secretária afirmou que o Paço espera a contribuição da Câmara no debate da matéria e na fiscalização dos recursos. Segundo Sabrina, o diagnóstico feito pelo BNDES será disponibilizado aos vereadores. A Prefeitura fez dois empréstimos recentemente. O primeiro, de R$ 710 milhões, foi contratado por Cruz junto ao Banco do Brasil para realização de obras (recurso foi liberado em 2024). O outro, de R$ 54 milhões (processo foi iniciado por Cruz e finalizado por Mabel em agosto), é do BNDES para investimento em tecnologia na área tributária.

Prefeitura pede novo empréstimo de R$ 132 milhões

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Câmara de Goiânia

Convocados

Após receber as documentações iniciais, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Limpa Gyn, da Câmara Municipal de Goiânia, aprovou nesta terça-feira (23) os requerimentos com a convocação de 21 nomes para as suas primeiras oitivas. A leva inicial inclui o diretor do Consórcio Limpa Gyn, Renan Andrade; o diretor de Serviços de Infraestrutura Urbana da Prefeitura, Paulo Henrique Francisco Vargas; outros quatro fiscais de contrato e mais 15 representantes de cooperativas de reciclagem da capital.

Os convocados serão notificados do procedimento e só então as datas para as oitivas vão ser agendadas. Segundo o presidente da CEI, Welton Lemos (SD), a expectativa é que as reuniões para as audições tenham início já na próxima semana. Ele também informou que o colegiado fará uma visita técnica ao aterro sanitário de Goiânia na tarde da próxima sexta-feira (26) com o objetivo de entender o processo de medição e de descarte dos resíduos no local.

Em resposta aos requerimentos da CEI solicitando dados para dar início às investigações sobre o contrato e os serviços de limpeza urbana na capital, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) encaminhou, no início da noite de segunda (22), cerca de 17 mil páginas de documentos em formato digital. Já o Consórcio Limpa Gyn enviou 20 caixas de documentos físicos - aproximadamente 6 mil páginas -, mesmo com a deliberação do colegiado de que só aceitará documentos digitais.

Lemos disse que A CEI “não se furta em receber documentos físicos”, mas reforçou que a resolução aprovada prevê o envio somente de cópias digitais. Segundo ele, diante do pouco tempo de análise, ainda não há consenso se a documentação física enviada pelo consórcio é a mesma que também foi encaminhada digitalmente.

No segundo encontro da CEI, no último dia 9, os vereadores pediram informações detalhadas sobre a frota de caminhões utilizada nos serviços de coleta, com o valor unitário de cada veículo, além do envio de documentos referentes ao plano de varrição mecanizada em Goiânia. Também foram solicitadas cópias integrais do contrato com o município, aditivos, relação de pagamentos, medições e comprovantes dos serviços prestados. Da Seinfra, foram solicitados relatórios de medição. Segundo as regras de funcionamento do colegiado, os documentos solicitados deverão ser entregues no prazo de cinco dias úteis.

Na semana passada, o colegiado cancelou a reunião ordinária por não ter recebido as informações e documentos solicitados. O consórcio pediu prazo extra para reunir o material e solicitou também termo de confidencialidade sobre os dados solicitados pela CEI.

A reunião desta terça foi marcada por críticas dos vereadores a uma possível tentativa de obstrução dos trabalhos do colegiado pelo Limpa Gyn, devido ao grande volume de documentos e ao curto prazo para análise.

Vice-presidente da CEI, Aava Santiago (PSDB) afirmou que o material enviado pelo consórcio contém “excessos” e que será trabalhoso filtrar apenas os dados “essenciais”. Sanches da Federal (PP) também sugeriu que o envio massivo de informações poderia ter como objetivo provocar “cansaço” nos parlamentares. Durante o encontro, foi citada a possibilidade de criar uma “força-tarefa” para acelerar a análise.

“Recebemos um combo de informações diluídas, muitas irrelevantes. É um insulto com o parlamento e com o contribuinte. O contrato prevê R$ 210 por metro de varrição na Avenida Universitária, mas os moradores relatam que os caminhões não passam todos os dias. Precisamos confirmar se os fiscais estão medindo corretamente”, afirmou Aava.

O relator da CEI, Willian Veloso (PL), afirmou que não considera a quantidade de documentos como uma tentativa de “atrapalhar” o andamento dos trabalhos do grupo. “Tomara que sejam documentos importantes e que realmente possam comprovar e mostrar para nós as informações que nós necessitamos. Na análise dessa documentação é que nós vamos verificar se são documentos meramente protelatórios ou se são efetivamente documentos que vão nos clarear as informações que nós necessitamos.”

Lemos destacou que não há razão para “reclamações” acerca do volume de documentos. “A empresa vai mandar todas as documentações e os documentos serão analisados. Se mandar 20 mil, nós temos que analisar 20 mil”, disse o relator.

O POPULAR fez questionamentos ao Limpa Gyn sobre a convocação de seu diretor, Renan Andrade, mas o consórcio não respondeu até o fechamento desta edição.

Perguntado sobre a possibilidade de convocação do ex-secretário de Infraestrutura de Goiânia Denes Pereira, Lemos reforçou que “não vê dificuldades em convocar nenhuma pessoa”. “Eu já disse isso e repito: qualquer pessoa que tiver ligação direta com o contrato em vigência, nós vamos convocar. Independente de quem seja o nome da gestão passada, da gestão atual. Quem for necessário, nós convocaremos”, afirmou.

Em outra frente, o relator também declarou que pretende que a CEI não seja pautada “por interesses externos” e que rejeita críticas que atribuem ao colegiado o caráter de trabalho “capenga”. “Nós vamos fazer um trabalho isento, sério, técnico, sem expor as pessoas, sem pré-julgamento nenhum. Agora, nós não seremos pautados para fazer as coisas de forma açodada”, disse Lemos.

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CEI faz primeiras convocações e inclui diretor do Limpa Gyn

Vereadores da base governista agiram na sessão desta terça-feira (23) na Câmara de Goiânia para conter insatisfações com as declarações do vice-governador Daniel Vilela (MDB) em evento da Saneago, na segunda-feira. Presidente estadual do MDB, Daniel defendeu o prefeito Sandro Mabel e afirmou que ainda é preciso <a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-retoma-critica-de-mabel-a-vereadores-e-defende-desmamar-bezerros-1.3315569" target="_self">“desmamar muito bezerro”</a>, em referência às reclamações do prefeito de que recebeu pressões políticas para distribuição de cargos na prefeitura. “Sob liderança do prefeito Sandro Mabel, Goiânia já está resgatando e recuperando toda a condição que nos levou a ser cidade de referência mundial de qualidade de vida”, disse o vice-governador.

A reação pública partiu de Wellington Urzeda (PL). Ele reclamou de Daniel na tribuna e disse que ele deveria ter dito quem seriam os bezerros. “A repercussão foi muito ruim e eu não falo só na bancada do MDB, mas pela Câmara como um todo. Pode até ser uma meia verdade (que havia “bezerros” na Câmara), mas se expressar como ele se expressou, coloca toda a Câmara no mesmo saco, inclusive vereadores do partido dele”, disse um vereador a esta coluna que preferiu não se identificar, confirmando que atuou para impedir outras manifestações em plenário.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-retoma-critica-de-mabel-a-vereadores-e-defende-desmamar-bezerros-1.3315569" target="_self">Daniel retoma crítica de Mabel a vereadores e defende 'desmamar bezerros'&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/atender-vereador-e-um-por-um-n-o-tem-como-tratar-um-grupo-afirma-mabel-1.3315160" target="_self">'Atender vereador é um por um. Não tem como tratar um grupo', afirma Mabel&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/ato-em-goiania-ataca-pec-da-blindagem-e-a-anistia-1.3315157" target="_self">Ato em Goiânia ataca PEC da Blindagem e a anistia</a></div>

Esse vereador observou que adversários políticos aproveitam a ocasião para valorizar adversários de Daniel Villela na disputa ao governo em 2026. Foi o que aconteceu. O vereador Leo José aproveitou a fala de Urzeda para citar o ex-governador Marconi Perillo e convidar os colegas para evento na Assembleia Legislativa, neste sábado (27). Marconi vai comemorar 30 anos de filiação ao PSDB.&nbsp;

Fontes da direção do MDB ouvidas por esta coluna até reconhecem que a declaração do Daniel pode não ter sido adequada, mas minimizam seus efeitos. “Entre os vereadores do MDB o clima geral é de maior tranquilidade. O que existe são os que estão a serviço dos potenciais candidatos a governo que serão contra o Daniel tentando fazer com que a fala tome maiores proporções, o que não acontecerá”, minimizou o emedebista.&nbsp;

Vereadores reclamam de declarações de Daniel Vilela sobre "desmamar bezerros"

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CHEGA PRA CÁ

A Prefeitura de Goiânia prevê gastar cerca de R$ 33,6 milhões com a aquisição de uniformes escolares para os estudantes da rede municipal de educação em 2026. A proposta é instituir o programa Meu Uniforme, por meio do qual os estudantes receberão um auxílio financeiro anual, repassado via crédito eletrônico, para a compra dos itens em estabelecimentos credenciados. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), a formatação do <a href="https://opopular.com.br/politica/manobra-agiliza-projeto-dos-temporarios-da-educac-o-1.3310936" target="_self">projeto ainda está em finalização</a>.

A aprovação sem ressalvas do programa pelo Comitê de Controle de Gastos da Prefeitura foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) da última quarta-feira (17). O valor unitário médio dos kits é de R$ 240,45, para a educação infantil e o ensino fundamental, e de R$ 133,45, para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A previsão é de que 127,3 mil estudantes sejam atendidos em 2026. Há, ainda, uma projeção de aumento de 10% nos gastos para os exercícios de 2027 e 2028 (veja quadro).

Apesar do aval do Comitê de Controle de Gastos, a execução do programa Meu Uniforme ainda depende da aprovação de um projeto de lei que será enviado à Câmara de Goiânia. Conforme a SME, o projeto está em fase final de elaboração. Nesta etapa, a pasta encaminhou a proposta ao comitê, instância responsável por autorizar a previsão orçamentária. Por isso, ainda não há informações detalhadas sobre como o programa funcionará.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/com-emenda-comiss-o-aprova-projeto-sobre-contratos-temporarios-1.3311845" target="_self">Com emenda, comissão aprova projeto sobre contratos temporários</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/projeto-dos-temporarios-da-educac-o-tem-analise-em-comiss-o-adiada-1.3311430" target="_self">Projeto dos temporários da Educação tem análise em comissão adiada</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-regulariza-ades-es-a-ata-e-amplia-contratac-es-1.3311420" target="_self">Mabel regulariza adesões a ata e amplia contratações</a></div>

Em entrevista ao programa Jackson Abrão Entrevista, realizada em 10 de fevereiro deste ano, a secretária municipal de Educação, Giselle Faria, já havia comentado sobre a intenção de operacionalizar o programa. “Este ano vamos mandar um cartão para cada família e ela vai a uma loja credenciada para escolher o tamanho certo e comprar o uniforme”, afirmou a titular da SME. Mesmo Giselle tendo dito que o programa seria implantado ainda neste ano, ele ficará para 2026. Atualmente, a rede conta com aproximadamente 118 mil estudantes.

Atrasos

A <a href="https://opopular.com.br/cidades/conteudo-de-livros-que-custaram-r-5-98-milh-es-a-prefeitura-de-goiania-n-o-sera-concluido-antes-de-provas-1.3306189" target="_self">administração</a> de Rogério Cruz (SD), que antecedeu o mandato do atual prefeito Sandro Mabel (UB), ficou conhecida por atrasos na distribuição de uniformes aos estudantes da rede municipal de ensino. Os kits adquiridos em 2021, previstos para o ano letivo seguinte, só começaram a ser entregues a partir de agosto de 2022. Naquele mês, O POPULAR mostrou o atraso sem que fosse dada uma justificativa para a demora.

Em abril de 2024, o jornal voltou a expor que, três meses após o início do ano letivo, os estudantes da rede municipal ainda não haviam recebido os uniformes escolares. Na época, a secretaria alegou que o atraso se devia à necessidade de realizar um levantamento das idades e dos tamanhos das roupas, após a confirmação das matrículas. A entrega dos kits teve início ainda naquele mês.

Dessa maneira, a Prefeitura de Goiânia adere a processos licitatórios realizados por outros órgãos públicos, sejam eles municipais, estaduais ou federais. Em fevereiro de 2024, por exemplo, foi feita uma “carona” em um pregão promovido pelo Consórcio Intermunicipal Dom Mariano (Condomar), de Pernambuco, no valor de R$ 26,5 milhões.

2025

Na gestão do prefeito Sandro Mabel ainda não foi realizada nenhuma nova compra de uniformes escolares. No início de fevereiro, a SME distribuiu 118,9 mil peças de uniformes entre as cinco coordenadorias regionais de educação (CREs). Os itens foram encontrados durante uma vistoria realizada em 29 de janeiro, em dois galpões alugados pela pasta no Setor Santa Genoveva desde 2016. A ação teve como objetivo dar destinação final dos inservíveis e fazer a redistribuição dos materiais encontrados em bom estado.

Entre os itens encontrados nos galpões e redistribuídos às CREs, estavam 23,2 mil bermudas masculinas; 19,2 mil pares de tênis; 14,1 mil jaquetas; 13,7 mil shorts-saia; 8 mil camisetas; 5,7 mil calças; e 34,6 mil pares de meias. Conforme mostrou reportagem do POPULAR publicada à época, esses uniformes custaram R$ 3,25 milhões aos cofres públicos. O montante representa 17,6% do total contratado em outubro de 2021, quando a Prefeitura pagou R$ 18,4 milhões a uma empresa sediada em Guapiaçu (SP) pela entrega de 108 mil kits de uniformes escolares para o ano letivo de 2022.

Colégios militares

No Estado, os estudantes dos colégios estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMGs) já usam cartões para a compra de uniformes escolares. O programa Bolsa Uniforme foi instituído pela Lei nº 22.560, de 14 de março de 2024, e regulamentado pelo Decreto nº 10.627, de 16 de janeiro de 2025. Neste ano, o programa contempla 77,3 mil estudantes, distribuídos em 82 unidades escolares de Goiás.

De acordo com a GoiásFomento, que atua como agente financeiro do programa Bolsa Uniforme 2025, o investimento total é de R$ 75 milhões. Cada estudante recebe um cartão no valor de R$ 970. O recurso pode ser utilizado exclusivamente para a compra do fardamento escolar em lojas credenciadas, conforme a padronagem exigida pelos colégios militares.

O benefício é operacionalizado por meio de sistema bancário. O cartão funciona de maneira semelhante a um cartão de débito, porém é aceito somente em estabelecimentos credenciados pela GoiásFomento. Ele é emitido em nome do aluno. Atualmente, 157 lojas credenciadas atendem aos requisitos do uniforme de acordo com os padrões exigidos pelos CEPMGs. O credenciamento é feito mediante um cadastro prévio das empresas interessadas. Então, a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) avalia se o estabelecimento atende aos requisitos estabelecidos pela corporação.

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Secretaria prevê gasto de R$ 33,6 milhões com programa Meu Uniforme em Goiânia

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Em meio ao processo de reorganização de sua base na Câmara de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel (UB) afirma que conta com o grupo governista para aprovar projetos de interesse do Executivo. O gestor fez elogios ao seu novo líder, Wellington Bessa (DC) - escolhido há cerca de 15 dias -, e voltou a criticar a atuação do anterior, Igor Franco (MDB), embora demonstre interesse em manter o emedebista na base. Na área administrativa, o prefeito contou ao POPULAR as ideias para revitalização do Centro.

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Como está o trabalho de reorganização da base?

A base está andando bem. Nesse começo de ano, nós tínhamos muitas coisas na área administrativa. Deixei um pouco (a relação com os vereadores) na mão do líder do governo (Igor Franco), que não se preocupou muito com a base. Ele se preocupava muito com ele, em colocar as emendas e as coisas dele para andar. Ele não chegou aqui e pediu “olha, a emenda de um vereador está atrasada”. Nunca teve essa preocupação. Foi ficando mais descuidado um pouquinho. O pessoal começa a reclamar. Estavam arrumando motivo porque, logicamente, eles querem crescer. Querem ter mais cargo, mais espaço, lugares que tenham operação. Nós temos segurado isso e nem vamos abrir. Dentro dessa visão, entrei no processo agora. E esse novo líder (Wellington Bessa) faz exatamente o que o outro não fazia. Ele cuida dos vereadores, (diz que) está faltando uma nomeação, está faltando uma coisa ou outra. O líder está sempre presente. Isso facilita a Secretaria de Governo e eu também (a ser) mais presente. Nós estamos com votações que estão passando todas, articulando. Passamos agora, recentemente, a questão dos professores (prazos dos contratos temporários), que era importante. Passamos a data-base, que é bom para o servidor público. E outras matérias que estão caminhando bem.

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Em julho, o sr. retirou de tramitação alguns projetos de lei que estavam na Câmara (reorganização do empréstimo de R$ 710 milhões, mudanças de regras de parcerias público privadas e alteração no Código Tributário Municipal). Além disso, o sr. também planeja uma reestruturação no Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas). Esses assuntos serão discutidos ainda neste ano? Os projetos vão voltar à Câmara?

Os projetos que precisam voltar, penso que vão voltar, sim.

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O sr. confia na base para aprovar essas matérias?

Eu confio na sensibilidade de todos. Os projetos são bons para a cidade. Se não passar, não passou. Fazer o quê? O que posso fazer é a minha parte, é reestruturar. Quer que o Imas comece a ter um bom atendimento? Então, temos que arrumar a nossa parte, que nós estamos arrumando. Mas nós temos que arrumar a parte de arrecadação, de algumas coisas, que para alguns vai diminuir. Tem gente pagando muito mais do que deveria pagar. Tem gente pagando menos. É trazer dentro do justo.

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O sr. sempre disse que gosta muito de vereador. A relação com a Câmara é diferente do que achou que seria?

Não. Eu liderei bancada (quando era deputado federal), fui vice-líder e outras coisas por 20 anos. Tem que ter paciência. Tem que entender que cada um quer executar seu mandato, tem uma pretensão e visão. Um pessoal (disse) “formamos um grupo”. Não tem como tratar um grupo. Eu falo: grupo aqui, para mim, não existe. O grupo é um negócio que você chega aqui e pede uma coisa, o outro quer outra. O outro quer outra para o bairro dele. Não tem como atender de forma grupal. Atender vereador é um por um. E agora vamos entrar com esses projetos das pequenas obras que fazem a diferença no bairro. Ontem (a entrevista foi realizada na sexta-feira, 19), nós estreamos uma, com o Cabo Senna (PRD). Vamos fazer uma pista de caminhada em volta de uma praça, a pedido dele. É uma obra de R$ 30 mil e poucos, vai ser executada pela própria Seinfra (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana). Nós vamos ter a condição de cada um (dos vereadores) indicar duas obras por mês. São essas Obras Cidadãs, que eles indicam junto com a comunidade. Vai ter 24 obras por ano que o vereador vai fazer na região dele. É muita coisa.

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A escolha do Igor Franco foi um erro?

No momento em que ele foi escolhido, não foi porque ele seria um líder. Ele foi escolhido porque tinha uma questão política que tinha que escolher. Para resolver uma questão política que era mais importante do que o líder.

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Começou de uma forma que não era para cumprir aquele objetivo. Começou errado…

Não começou errado. É uma pessoa que tem experiência, nós conversamos bastante antes de começar. Eu não tinha intimidade com ele. Não o conhecia, praticamente. O líder tem que ter uma intimidade com o Executivo, senão você não consegue entender uma série de problemas que são trazidos. Quando fui líder de bancada, falava para o governo federal que queria que as minhas emendas fossem do mesmo tanto do último do meu partido. Eu ia acompanhando e empurrando a minha turma, mostrando que estava faltando documento e etc. Eu era sempre o último a ser atendido. Isso é líder. O líder tem que se preocupar com os liderados, antes de se preocupar com ele mesmo. Ele (Franco) tinha mais de R$ 200 mil de cargos, que foi colocando. Porque era líder, ele ia conseguindo colocar aqui e ali. Ele era sabido.

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Nessa gestão?

É. Esse líder aí, o Igor Franco.

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O sr. mandou embora todos os indicados do Igor Franco?

Não mandamos todos. Ele tem uma cota como vereador e nós estamos respeitando, ainda. Se ele virar oposição, então, zera.

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O Igor Franco propôs um decreto para suspender a calamidade financeira na Prefeitura, argumentando que se trata de uma narrativa para o Executivo desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Como o sr. avalia esse movimento? E o que significaria o fim da calamidade para a Prefeitura?

Nós não tivemos ninguém passando na frente de nada. A calamidade financeira tem servido mais para nós conseguirmos conter um pouco os R$ 5 bilhões de dívidas que nós temos. Se esses fornecedores vierem todos de uma vez, fecha a Prefeitura. É mais neste sentido do que qualquer aproveitamento. Não tiramos nada da regra, muito pelo contrário. Não tinha Colare (plataforma de contato com o TCM-GO), nós colocamos, ligado ao tribunal. Nós abrimos SEI (Sistema Eletrônico de Informações, usado na comunicação interna da Prefeitura) para a Defensoria Pública e para o tribunal. O que sentimos nisso é um rancor do ex-líder, principalmente que está vendo que o líder atual está agindo e colocando as coisas para funcionar.

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Não dá para considerar que ele é oposição?

Nós temos conversado. A gente não sai brigando. Eu não posso pegar uma pessoa que era meu líder e desqualificá-lo totalmente, como ele está desqualificando o governo que ele defendia. Acho que tem a parte boa dele. Se nós pudermos ter as coisas que são boas dele… Por exemplo, a Aava Santiago (PSDB) é oposição. Eu fui fechar parte da Rua 8, entre a Avenida Anhanguera e a Rua 4. A Aava mora no Centro e tinha um projeto pedindo isso. Eu a chamei. A Kátia Maria (PT), também. Eu não tenho essa loucura com a oposição.

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Quanto ao Centraliza, o Paço planeja alguma ação para este ano, levando em consideração a intenção do governo estadual de construir um centro administrativo no Jóquei Clube?

O Centraliza está andando. Não chama Centraliza mais porque eu não vou fazer um projeto único. Nós estamos criando algumas áreas de incentivo e atuação. A aquisição do Jóquei foi feita dentro disso. O governo de Goiás deve construir duas torres no estacionamento do Jóquei, se eles concluírem a tratativa com a Caixa Econômica. Isso já leva 4 mil a 5 mil pessoas para aquele lugar. Vamos fazer toda uma reorganização no Jóquei, um hub de inovação também. Estamos discutindo juntar ao do estado ou não. Nós queremos fazer uma grande parte de games lá dentro e de cultura. Ali vai ser o marco inicial disso tudo. Nós temos falado com construtoras e empresários. Eu tenho participado pessoalmente de lançamentos de empreendimentos. Vamos mexer com o mercado aberto, com as calçadas de uma área que achamos que é de abrangência maior, que vem do Jóquei Clube pelas ruas 4 e 3 e pela Avenida Anhanguera. A Anhanguera vai ser revitalizada. Aquele ponto da Avenida Goiás descendo também. Nós vamos descer dois quarteirões do lado de cada uma para criar uma área de adensamento para colocar a população. Isso já está acontecendo. Nós já estamos dando a licença. Apesar de ainda não existir um plano, existe um funcionamento. A Rua 8 é um exemplo de como rapidamente as pessoas reagem. Limpamos a Rua 8, iluminamos, colocamos mais segurança, tiramos uma parte de moradores de rua. Agora, vamos entrar nos becos, dar um charme para aqueles locais. Vamos fazer o Centro caminhar até a Rua 44. Estamos incentivando algumas pessoas que têm imóveis lá a fazerem algumas mudanças. Nós vamos abrir todas aquelas fachadas, principalmente as que são Art Déco. Se for Art Déco, a pessoa recebe um valor depois que fizer a reforma. As pessoas, às vezes, não têm dinheiro para fazer a reforma. A Prefeitura vai entrar, tirar a fachada, vai fazer a reforma e iluminar. Nós trocamos toda a iluminação do Centro da cidade. Agora, vamos trocar também a dos parques. O Parque dos Buritis faz parte. Nós vamos derrubar todos os imóveis velhos, que estão fechados e parados no Centro. Já notificamos. Nos próximos dias, vocês vão ver um monte de “mocós” sendo derrubados.

'Atender vereador é um por um. Não tem como tratar um grupo', afirma Mabel

Entrevista

O Popular