O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (13.mar.2019) em café da manhã com jornalistas que a reforma da Previdência será aprovada na Câmara e no Senado ainda no 1º semestre deste ano.“No Senado é até mais fácil. Tem muitos ex-governadores, muitas pessoas experientes e que sabem da importância. E tem muitos governadores até do PT que são a favor. Vocês verão que teremos até votos a favor do PT”, disse o presidente quando indagado se tinha certeza de que seria mesmo possível aprovar a reforma da Previdência ainda no 1º semestre.O presidente não quis fazer previsões sobre número de votos de que dispõe no momento na Câmara, onde são necessários, ao menos, 308 deputados para aprovar a emenda constitucional que modifica as regras de aposentadoria.“Tenho recebido parlamentares (…) Na semana passada recebi uns 25 líderes no Alvorada”, disse.Sobre liberar emendas ao Orçamento e nomear indicados políticos para cargos federais, o presidente repetiu seu discurso sobre não ceder ao que chama de “velha política”. Indagado sobre se não há alguma forma de negociar, respondeu: “Vocês sabem como eram feitas as articulações (…) Não farei esse tipo de negociação”.O presidente sinalizou que vai propor alguns tipos de parceria para deputados e senadores. Quando for apresentar algum projeto ou concluir alguma obra poderá dar a “paternidade” para políticos aliados.Citou o caso do decreto que será baixado na semana que vem, que vai alterar o prazo de validade da Carteira Nacional de Habilitação para dirigir de 5 para 10 anos. “Todos vão achar bom. Dá a para o parlamentar a paternidade”, explicou.Bolsonaro também insistiu que vai usar o discurso sobre a urgência para fazer a reforma da Previdência. “Todos sabem que o país quebra em 2 ou 3 anos. Vai para o buraco até 2022. Eu tenho conversado com parlamentares dizendo que nós estamos no mesmo barco. Digo que não é uma reforma do governo, mas para o Brasil. Digo: ‘Estamos no mesmo barco e afundamos juntos se nada for feito’ ”, explicou.O presidente disse, na sua fala inicial, que “alguma coisa vai ser mexida” no projeto de reforma da Previdência que foi enviado ao Congresso. Disse ter consciência de que a reforma ideal é a que pode ser aprovada mas fez 1 alerta: “Se for muito desidratada o Paulo Guedes [ministro da Economia] como ocorreu na Argentina”. No caso do país vizinho, “logo depois” foi necessário fazer novas alterações para corrigir distorções.Bolsonaro chegou à sala do café no 3º andar do Palácio do Planalto às 8h27.Às 8h30 em ponto o general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência, fez uma breve introdução. Bolsonaro então falou então por poucos minutos e em seguida os jornalistas puderam fazer perguntas.A seguir, outros temas tratados no café da manhã (no qual foram servidos café, leite, água, suco de laranja, bolos sortidos, pão de queijo e biscoitos):DESVINCULAÇÃO DE RECEITASO presidente disse ser favorável à proposta defendida pelo seu ministro da Fazenda, Paulo Guedes. A desvinculação das receitas do Orçamento liberaria União, Estados e cidades a deliberarem de maneira autônoma sobre quais são suas prioridades.O general Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência), que estava presente, também falou sobre o tema. Os jornalistas questionaram se esse tipo de projeto –que também é uma emenda constitucional– poderia atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência, como tem sugerido o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.Heleno afirmou que a desvinculação é uma medida positiva e não acredita que possa causar ruídos, “pois parece que todos estão a favor”. Sobre o temor de Rodrigo Maia, o general disse que o presidente da Câmara é 1 político “experiente” e que suas declarações devem ser interpretadas de maneira mais ampla, pois podem conter alguma “segunda intenção”.EMBAIXADOR EM WASHINGTONO atual embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, “vai ser trocado”. Mas a mudança não será efetuada antes nem durante a viagem do presidente aos Estados Unidos –Bolsonaro embarca no domingo (17.mar.2019) à noite e deve passar 2 dias na capital norte-americana.Segundo o presidente, a troca é necessária porque houve alguns “ruídos” por causa da atuação do atual embaixador nos EUA. Bolsonaro se ressente de que sua imagem internacional seja ruim porque ele sempre é apresentado nos meios de comunicação internacionais como “ditador, racista e homofóbico”. Rejeita esses rótulos e afirma que se fosse “tudo isso” nem “teria sido eleito”. Deu a entender que caberia aos diplomatas brasileiros em Washington tentar debelar essa percepção.A dispensa de Sérgio Amaral não será efetuada agora e Bolsonaro explicou a razão: “Não fica bem chegar lá com o bilhete azul”. A expressão “bilhete azul” é uma gíria para carta de demissão.Embora nos últimos dias muitos nomes tenham sido publicados pela mídia a respeito de quem pode ser o próximo embaixador brasileiro em Washington, Bolsonaro não quis citar nenhum dos mencionados nem se algum tem vantagem na corrida por esse posto. “Tem gente que perua [risada]”, declarou. A expressão “peruar”, explicou, é usada no meio militar para descrever que fica se apresentando para ser nomeado para algum posto.O presidente declarou também que deve trocar cerca de 15 embaixadores em postos importantes em breve. Não citou quais são, exceto a França, que está incluída nesse grupo. Hoje, o diplomata chefe do Brasil em Paris é Paulo Cesar de Oliveira Campos.JORNALISTAS E AUTORIDADES PRESENTESOs jornalistas que participaram do café da manhã com Bolsonaro, a partir das 8h30 desta 4ª feira (13.mar.2019), foram escolhidos pelo Planalto. Este foi o 2º evento dessa natureza desde a posse do presidente –o 1º encontro havia sido em 28 de fevereiro.Eis a lista dos 11 jornalistas ou articulistas de mídia que compareceram ao café da manhã:Carlos Alberto Di Franco, O Estado de S. PauloCarlos Nascimento, SBTFernando Mitre, BandFernando Rodrigues, Poder360Leandro Colon, Folha de S.PauloLeonardo Cavalcanti, Correio BrasilienseMariana Godoy, Rede TVRudolfo Lado, IstoéRuy FabianoThiago Contreira, TV RecordPaulo Eneas, site Crítica NacionalEis a lista de autoridades presentes:Jair Bolsonaro, presidente da RepúblicaGeneral Hamilton Mourão, vice-presidente da RepúblicaAlexandre Lara de Oliveira, secretário de imprensa da Secretaria Especial de Comunicação Social da PresidênciaOtávio do Rêgo Barros, porta-voz da PresidênciaDidio Campos, chefe de gabinete do porta-voz da PresidênciaFlávio Peregrino, assessor especial do porta-voz da PresidênciaFloriano Peixoto, ministro da Secretaria Geral da PresidênciaGeneral Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança InstitucionalConteúdo produzido pelo Portal Poder360 – www.poder360.com.br. Todos os direitos reservados. Reprodução permitida mE o Oscar de melhor ator coadjuvante vai para: Mahershala Aliediante autorização expressa.