Um grupo de caminhoneiros tentou bloquear a passagem de veículos ontem na BR-060, próximo ao município de Guapó, colocando fogo em pneus no meio da rodovia. O objetivo dos transportadores era fazer com que Goiás aderisse a uma greve da categoria, iniciada no Sul do País, contra os altos preços do óleo diesel e pelo cumprimento da tabela de preços mínimos do frete. Mas o grupo acabou dispersado por uma rápida ação da Polícia Rodoviária Federal (PFR), que acionou o Corpo de Bombeiros e liberou a rodovia.Nas redes sociais, a paralisação foi atribuída à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ao MST (Movimento Sem Terra). A CUT disse que apoia todas as greves de trabalhadores, mas ressalta que quem está à frente é a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística). A Confederação, que afirma representar 800 mil caminhoneiros autônomos no País, diz que a categoria paralisou atividades nas cidades de Ijuí (RS), Votorantim (SP), Castro (PR), Vitória da Conquista e Itatim (BA), com tentativas de bloqueio da pista, além de Mossoró (RN), Montes Claros (MG), João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB).Em Goiás, o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado (Sinditac) diz que não apoia o movimento neste momento de agravamento da pandemia e que a tentativa de greve teria apenas motivações políticas. Para o presidente do Sinditac, Vantuir José Rodrigues, a tentativa de greve veio numa época muito errada por causa do aumento do número de casos de Covid-19, quando há uma grande expectativa pela chegada da vacina para todos. “Não é hora de pensar nisso. São pessoas querendo se promover através de política. Precisamos respeitar a sociedade agora”, destaca Vantuir.O sindicalista garante que a maioria dos representantes da categoria nos Estados não concorda com esta tentativa de greve, principalmente porque existe uma infiltração de partidos políticos no movimento. “Os bloqueios iniciados hoje nas rodovias foram rapidamente dispersados pela PRF, que deve continuar fazendo isso”, alerta.Na visão do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística, Paulo Afonso Lustosa, não existe nenhuma possibilidade de a greve se concretizar porque o governo federal está tendo agilidade contra as tentativas de bloqueio nas rodovias, que são desfeitos rapidamente pela PRF. Segundo ele, o movimento acontece de forma isolada e pontual, impulsionado por centrais sindicais e partidos políticos. “A política do óleo diesel envolve questões maiores de tributação e há uma demanda judicial em andamento sobre a lei do preço mínimo do frete”, lembra.