A Câmara de Goiânia aprovou, nesta terça-feira (20), em primeira votação, o primeiro projeto de lei para regulamentar diretrizes do Plano Diretor de Goiânia (PDG). A matéria trata sobre normas de controle das atividades econômicas. O documento foi protocolado na Casa no dia 1º de setembro, data em que o PDG entrou em vigor (há 20 dias), mas ainda precisa passar pela Comissão de Habitação, Urbanismo e Ordenamento Urbano e por mais uma votação em plenário.Consta no projeto de lei as regras para instalação e funcionamento de empresas de diferentes setores, definindo, por exemplo, quais categorias podem funcionar em determinado tipo de via. A matéria também traz regras sobre número de vagas de estacionamento, espaços de carga e descarga e área a ser ocupada nos terrenos.Quando o novo Plano Diretor entrou em vigor, as antigas leis com diretrizes sobre o tema foram revogadas, o que provocou transtornos na emissão de documentos necessários para a abertura e funcionamento de empresas.A expectativa é de que passem pela Câmara pelo menos 12 projetos complementares ao PDG. Até o momento, seis chegaram à Casa. Como o PDG foi aprovado em março com prazo para começar a vigorar seis meses depois, era esperado que as matérias com regulamentações fossem encaminhadas à Casa neste período, o que não ocorreu.A situação provocou desconforto entre vereadores da base e da oposição. Presidente da Comissão de Habitação, Pedro Azulão Jr. (PSB) é membro da base e afirma que o projeto que trata de normas de controle das atividades econômicas deve ser discutido pelo grupo por pelo menos uma semana. O relatório de Geverson Abel (Avante) deve ser apresentado na próxima terça-feira (27). Com isso, a matéria só pode voltar ao plenário na quarta (28).De acordo com Azulão, a proposta em questão deve tramitar com celeridade para que seja possível destravar serviços que a população procura na prefeitura. O documento tem 229 páginas e o vereador afirma que sua assessoria jurídica está estudando a proposta.Leia também:- Demora na análise de processos para obras e empresas preocupa conselhos em Goiânia- Mais empreendimentos vão precisar de estudo de impacto de trânsito em Goiânia- Prefeitura retoma análise de processos vinculados ao Plano Diretor de Goiânia- Ausência de leis paralisa avaliação de projetos de obras e abertura de empresas em GoiâniaO parlamentar demonstra preocupação compartilhada por outros vereadores da base e da oposição consultados pela reportagem: votar projetos sem conhecer o teor completo e provocar prejuízos à população, como ocorreu com o Código Tributário Municipal, que levou a casos de aumento na cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).Líder do Paço na Câmara, Anselmo Pereira (MDB) disse que não existe orientação da prefeitura para que projetos sejam votados sem discussão. No entanto, o vereador sugere que os colegas usem a movimentação das matérias no processo legislativo (tramitação em comissões e audiências públicas, por exemplo) para estudar as propostas e otimizar a votação.Anselmo disse que espera dedicação dos colegas, mesmo durante o período eleitoral. Dos 35 vereadores, 21 são candidatos a deputado estadual ou federal.Desde o início da campanha (16 de agosto), a falta de quórum provocou encerramento ou não abertura da sessão pelo menos três vezes. A reportagem entrou em contato com o Paço Municipal, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.